Redemption escrita por Marimachan, Ginko13, Fujisaki D Nina


Capítulo 5
V - Painful Void


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, gafanhotos! Tudo bom com vocês? Mais um capítulo pra ceis aproveitarem! Dessa vez todinho de Edo. ^^
Esperamos que gostem. :3 Boa leitura! ;)
~Marima
*~*~*
Olá meu povo bonito, prontos pra mais um capítulo?
Quem quer ver mais da galera de Edo vai se esbaldar hj, inclusive tem uma cena q eu particularmente adoro, afinal é um dos meus shipp, lindo e cheiroso, um perfume único com notas de saída de ramen e corpo de soba
ENFIM ahuahuahua
Divirtam-se, boa leitura, e até a próxima!
~Ginko
*~*~*
Boa noita, pessoas :) Não tenho muito o que dizer aqui hoje, então apenas... Aproveitem o capítulo e se divirtam!
~Nina



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Foi com os pés começando a cansar e um suave sorriso que nunca se perdeu que Shouyou enfim alcançou seu destino. Seu sorriso se alargara quando avistara a placa do distrito Kabuki e, graças às direções de uma gentil senhorinha, alargava-se novamente ao se ver de frente para a propriedade Shimura.

Ele estava prestes a bater no portão amadeirado quando coincidentemente o próprio abriu-se sozinho. Não demorou muito para a voz de um dos donos da propriedade ecoar por entre a fresta aberta, gritando à irmã mais velha que não demoraria a voltar. Pacientemente, e ainda sorrindo, Shouyou esperou Shinpachi virar-se de frente para encontrá-lo, o que também não demorou a acontecer.

— Boa tarde — cumprimentou gentilmente, já esperando pelo que viria a seguir.

Primeiramente, Shinpachi apenas piscou surpreso e encarou a pessoa que o parava à porta de casa. E assim ficou por uns instantes: piscando e encarando. Piscando e encarando... Até o pânico subir por seu corpo e torcer todo o seu rosto, e então explodir num grito.

— U-U-U... UTSURO?!!!!!

— Creio e espero que essa pessoa esteja morta para sempre, Shinpachi-kun — respondeu afavelmente, sorrindo ao fechar os olhos.

O garoto, no entanto, não pareceu ouvi-lo.

— UTSURO!! ANEUE, KAGURA-CHAN, FUJAM!!! — gritava enquanto corria de volta para o dojô, não sem antes bater a porta na cara do professor.

— Oh puxa... — Shouyou não conseguiu segurar um riso leve, por mais que sentisse um pouco de pena do jovem de óculos.

Estava pensando em bater novamente no portão, quando esse voltou a se abrir e Shinpachi apareceu mais uma vez, desta vez com sua espada em mãos.

— Eu não ligo o quão poderoso você é! Derrotamos você uma vez e podemos derrotar de novo! — Apesar das palavras corajosas, ele claramente tremia.

— Não tenho dúvidas disso — concordou o mais velho em meio a uma expressão risonha, embora o tom tenha continuado a ser gentil. — Mas não estou aqui para lutar.

— Shin-chan! O que aconteceu?! — Ouvira-se o grito de Otae, que agora vinha acompanhada de Kagura e Katsura logo atrás.

Shouyou aumentou seu sorriso ao ver o discípulo, mas o berro de Shinpachi voltou a chamar sua atenção.

— CORRE ANEUE! UTSURO!! Eu vou ganhar tempo pra vocês fugirem!

— Utsuro?! — Katsura quem exclamara, agora correndo o mais rápido que podia para alcançar o portão.

Quando chegou lá, entretanto, seu corpo paralisou-se e seu rosto empalideceu em surpresa. O sorriso simpático do visitante tornou-se terno.

— Boa tarde, Kotarou.

Levou alguns segundos para o ex-joui compreender e acreditar no que via. O mesmo sorriso, o mesmo olhar, o mesmo homem a quem perseguira toda sua vida estava ali. Sentiu seus próprios olhos marejarem.

— Shouyou... sensei.

— Shouyou-sensei? — O yorozuya revezou seu olhar atônito entre o professor e o companheiro. — Você é o Shouyou-sensei?! — Encarou pasmo o “invasor”.

— Era o que eu tentava lhe dizer — respondeu divertido.

— ‘Cê não morre mesmo, heim? — Kagura exclamou.

— Mas... Mas... como? — Otae perguntou cobrindo a boca com ambas as mãos, seus olhos tão arregalados quanto os do irmão.

— Sensei... — Zura continuava em choque.

— Se pudermos entrar, acho que podemos conversar melhor sobre isso — pediu afável, lembrando-os que estavam na rua e começavam a chamar atenção dos vizinhos.

Todos hesitaram um pouco, fosse por desconfiança ou por puro choque, mas lentamente eles seguiram como o sensei falou e voltaram para dentro. Shouyou lhes explicou toda a história de como acordara e sobre sua decisão de ter voltado a Edo. Com o passar dos minutos, o ar já estava muito mais leve e feliz, com a certeza de que realmente conversavam com Shouyou e podiam tê-lo de volta. O clima só voltou a se transformar quando o professor finalmente perguntou.

— Onde está Gintoki? — Seu tom passara a ser um pouco mais sério.

Desde que chegara ali, estranhara a não presença do yorozuya, e essa estranheza só aumentou com o tempo, já que percebeu a ausência dele também nas falas dos presentes. Imaginando onde estaria seu pupilo, preferiu guardar aquele questionamento até ali, já pressentindo de que não gostaria da resposta.

Esse pressentimento se provou ainda mais verdadeiro quando os presentes à sua volta imediatamente entristeceram; Kagura e Shinpachi com as cabeças mais baixas entre todos.

— Ele se foi, sensei — foi Katsura quem falou, poupando os outros.

Shouyou ficou em silêncio por um segundo, parecendo processar o que o aluno dissera, antes de seriamente, apesar de ainda tranquilo, pedir:

— Explique, por favor.

Sem desviar os olhos do Sensei, o ex-joui obedeceu.

— Ocorreu algumas semanas atrás. Tudo estava voltando ao normal e todos parecíamos estar bem, inclusive Gintoki. Mas numa manhã... — Ele pausou um pouco, relembrando os acontecimentos e resistindo ao impulso de olhar e ver a tristeza em Kagura e Shinpachi. — Numa manhã, ao invés de encontrarmos Gintoki, encontramos um bilhete que ele deixou.

— Eu irei buscá-lo para lhe mostrar, sensei — disse Otae, levantando-se.

Após alguns poucos minutos a moça voltara à sala, trazendo em mãos o bilhete mínimo que Gintoki deixara.

Pegando o pequeno pedaço de papel em mãos, Shouyou reconheceu a caligrafia desleixada de seu discípulo, despedindo-se brevemente e pedindo que não o procurassem. Após alguns instantes observando as palavras escritas, voltou a encarar os quatro. Enxergando neles a real tristeza de terem perdido o companheiro, sentiu-se compadecido com a dor que era visível.

— Não tiveram mais nenhuma pista dele depois disso?

— Não — Katsura foi quem mais uma vez respondeu, dando um leve aceno de cabeça.

— Nós procuramos. — Shouyou virou-se para a jovem amanto, encontrando-se com olhos azuis que quase não conseguiam esconder o choro. — Procuramos em todos os lugares. Todo esse tempo. De verdade.

— Eu sei que sim, Kagura-chan – disse o professor empático, esperando que suas palavras tranquilizassem a menina pelo menos um pouco.

Virou-se então para Katsura e bastou observar seu aluno por um instante para perceber que ele tinha algo para dizer.

— Pode falar, Kotarou.

Zura sequer surpreendeu-se pela percepção do professor, dedicando-se a encara-lo seriamente.

— Sensei, você é a pessoa que melhor conhece Gintoki em todo este mundo. Você não teria alguma ideia de onde ele poderia ter ido?

Ele sabia de um lugar, de alguns tantos inclusive, mas o único que poderia fazer algum sentido com uma declaração como a que o permanentado deixara no bilhete lhe parecia improvável demais, impossível demais que Gintoki voltaria até lá, deixando todas as pessoas que ali conquistara, por vontade própria.

Então Shouyou apenas negou com a cabeça.

— Sinto muito, não sei onde ele poderia estar.

Ele pôde apenas assistir enquanto os habitantes de Edo mais uma vez abaixavam as cabeças em tristeza. Como não podia fazer nada quanto a Gintoki, resolveu ao menos mudar o assunto.

— Me desculpem a pergunta abrupta, mas algum de vocês saberia de um lugar aqui por perto, disponível para eu passar a noite?

A tristeza de Katsura passou instantaneamente, seus olhos encarando o professor brilhavam em esperança e alegria.

— Sensei, você pretende ficar aqui em Edo?

Shouyou apenas sorriu de olhos fechados.

— Não apenas em Edo, Kotarou. Estava pensando em Kabukichou.

(...)

Ainda o impressionava a força que aquele distrito possuía, que as pessoas que nele habitavam tinham. Mesmo após uma guerra, durante aqueles sete meses, as pessoas não haviam deixado de lado suas vidas cotidianas. Todos ajudavam na reconstrução da cidade, mas também não largavam mão de seus afazeres e da baderna comumente encontrada pelas ruas de Edo e, principalmente, de Kabukichou. E assim, em pouco tempo haviam reconstruído praticamente toda a cidade.

Já era perto das oito da noite, e Katsura caminhava sem muita pressa por entre as pessoas que ainda circulavam por ali. Seu objetivo era chegar até o restaurante de Ikumatsu, a quem ele nunca deixou de visitar. Geralmente, ia lá apenas para coloca-la a par de tudo o que estava acontecendo nos últimos dias, já que conversar com a loira sempre fora algo muito agradável. Naquele momento, na verdade, estava realmente bastante ansioso para contar sobre Shouyou e compartilhar a felicidade que o tomara desde que reencontrara o mestre, algumas horas antes.

Dessa forma, após alguns minutos de caminhada, finalmente chegara ao Hokuto Shinken. A decepção, contudo, apagara levemente a chama de alegria que invadia seu coração, pois o estabelecimento se encontrava fechado. Por um momento, ficou realmente decepcionado com a possibilidade de não ver Ikumatsu naquele dia; em seguida, porém, a preocupação fora quem começara a tomar seus sentidos, considerando que àquele horário, o restaurante ainda deveria estar aberto e esse não era o caso. Com esse pensamento em mente, seguiu em direção à lateral da construção, aonde havia entrada para a casa da loira, que fora construída sobre o restaurante. Logo, no entanto, viu que não tinha motivos para se preocupar.

 — Katsura? — A voz feminina o surpreendeu quando estava prestes a tocar a campainha.

— Ah, Ikumatsu-dono! — Virou-se para a chefe de cozinha, que se encontrava próxima à porta dos fundos de seu estabelecimento, que por sua vez, era perto da de sua casa. — Eu vi que o Hokuto estava fechado, então pensei em ver se estava em casa — explicou sua presença ali.

— Ah, desculpe — pediu já abrindo a porta dos fundos que levava à cozinha interna do restaurante. — Precisava comprar alguns ingredientes que me faltavam para amanhã, então resolvi fechar mais cedo. — Foi a vez dela de explicar sua ausência.

— Deixe-me ajudar com isso — ofereceu-se para pegar a maior parte das sacolas que ela carregava enquanto destrancava a fechadura.

 — Obrigada — agradeceu a gentileza e então entrou. — Venha, entre. — Ascendeu a luz, e eles logo abandonaram as compras sobre o balcão que havia por ali. — Aconteceu alguma coisa? — questionou ao que se arrumava para preparar ao menos um chá verde para ambos.

Katsura, por sua vez, sentou-se à mesa que havia no pequeno cômodo, tentando decidir por onde começava a responder a pergunta da loira.

— Ele voltou — decidiu ser direto, ajeitando-se na cadeira e cruzando seus braços, permitindo assim que as mãos fossem cobertas pelas mangas do kimono.

— Gintoki-san? — surpreendeu-se, mas não demorou a ter a sua resposta por meio da expressão entristecida do moreno. Demorou alguns segundos até compreender de quem falavam, mas então caiu em si. — Seu mestre?! — exclamou ainda mais surpresa.

Katsura tratou de deixar os pensamentos relacionados ao antigo companheiro de lado e expressar a alegria que realmente sentia. Acenou então positivamente de forma enérgica.

— Sim!

Por mais alguns instantes, a loira processou a informação, embora nem fosse tão estranha quanto todas as outras que fora obrigada a compreender nos últimos meses. Após o processamento, contudo, sorriu com gentileza. Deveria imaginar que aquele brilho de alegria nos olhos escuros do ex-joui não era por nada.

— Imagino o quanto deva estar feliz por isso — pronunciou-se novamente, ainda gentil. — Tanto você quanto ele.

Ele concordou em um menear de cabeça.

— Você me parece perturbado com alguma outra coisa — comentou observadora.

— Como você acha que seria caso ele estivesse aqui? — perguntou, sabendo que ela compreenderia de quem falava.

— Sinceramente? Também não sei — respondeu, encaminhando-se para o fogão, aonde a água já fervia. — Ele é um homem bastante imprevisível. Todos vocês são, na verdade — constatou enquanto terminava de preparar a bebida. — Mas acredito que talvez estivesse na mesma situação que você, não acha? — sugeriu já voltando para a mesa, sentando-se e servindo o chá. — Cuidado, está quente.

— Obrigada — agradeceu pela bebida quente. — E sim... talvez estivesse... — Encarou por alguns instantes o líquido e então tomou um gole generoso. — O as ixta oemo.

— O que? — questionou após não ter entendido o que o outro falara. Ele repetiu, mas não adiantou de muita coisa. — Fale direito, Katsura! — irritou-se, mas logo entendeu a situação e rolou os olhos. — Você queimou a língua? — Recebeu um aceno em confirmação, com o outro se levantando e indo pegar água, para ver se diminuía a queimação. — Eu te avisei que estava quente!

— Para um samurai que inflama sua alma, uma queimada na língua não é nada! — declarou, cruzando os braços de forma superior. — Daijoubu, mãe, daijoubu! — continuou ainda sério, enquanto seus olhos lacrimejavam.

— Quem você está chamando de mãe?! E o que é essa referência tosca?! — chegou ao seu limite de paciência, mas logo suspirou em desistência, observando o de cabelos compridos voltando a sentar como se nada tivesse acontecido.

Após mais silêncio, entretanto, o samurai passou a observar algum ponto fixo novamente, mas dessa vez na mesa aonde apoiava seus braços.

—Sabe... sinto que a breve tristeza que eu enxerguei nos olhos do sensei enquanto contávamos tudo o que aconteceu depois da morte dele, talvez não existisse se ele não tivesse desaparecido e deixado Edo — confessou, voltando a olhar o que ainda restava na xícara.

Ikumatsu não conseguiu deixar de sentir compaixão.

Sabia o quanto estava sendo duro para todos encarar a partida repentina de Gintoki após tudo o que havia acontecido durante a guerra, e agora, ter Shouyou de volta, mas não ele, provavelmente estava causando uma tempestade de sentimentos contraditórios no interior daquelas pessoas, por mais que permanecessem firmes em não querer externar isso de forma direta. Dessa maneira, se sentia na obrigação de tentar apaziguar um pouco daquela confusão espiritual do homem à sua frente.

— Provavelmente ele veio até aqui com a esperança de poder revê-lo também. Mas mesmo que esse encontro não aconteça agora, o Yoshida-sensei deve estar feliz em saber que tem a todos vocês aqui, dando a ele a chance de poder construir novas lembranças ao lado de vocês, não concorda? — Sorriu gentil, o que fez com que o moreno devolvesse o sorriso.

— Sim. Faremos isso. — Bebeu mais um gole. — Até porque, samurais de verdade devem ser honrados e...

— Hai, hai. Já entendi — interrompeu, levantando-se, o que sabia que seria um dos longos monólogos do ex-joui, antes que ele tomasse impulso realmente. — O que me diz de uma tigela de lámen? Eu nem jantei ainda — ofereceu, já se preparando para fazer o prato.

— Eu prefiro soba — declarou categoricamente, terminando de beber seu chá.

— Então vá comer em outro lugar! Idiota! — irritou-se.

— Não é idiota. É Katsura. Vamos? — Levantou-se, convidando-a para algum lugar o qual ela não fazia ideia de qual era.

— Vamos? — repetiu, mas em tom completamente confuso.

— Sim! — confirmou animado. — Vamos jantar em outro lugar.

— Você está me convidando pra jantar com você? — ironizou, ainda meio pasma com o convite.

— Exatamente. — Sorriu pomposo. — Você não precisa cozinhar essa noite. Vamos comer soba — afirmou em tom pomposo.

Uma veia saltou na testa da loira.

— Por que você insiste nisso?! — Voltou a se irritar.

— Nisso o quê? No soba ou em jantar fora com você? — devolveu com outra pergunta, duvidoso sobre a que ela se referia.

— Nos dois! — exclamou ainda irritadiça.

— Porque gosto dos dois — explicou já caminhando em direção à saída, não cogitando permitir a possibilidade dela lhe negar o jantar mais uma vez.

Desse modo, deixou Ikumatsu sozinha, parada no meio do cômodo, ainda processando o que o outro lhe dissera na cara dura.

— Idiota! — xingou mais uma vez.

— Não é idiota! É Katsura! — respondeu já do lado de fora, esperando por sua companhia.

A loira, por sua vez, suspirou pesado, logo, conduto, desistindo da ideia de negar mais uma vez o convite e saindo em seguida.

(...)

O cômodo estava cheio, com todos entusiasmados em conversar com o novo hóspede do dojô e mestre dos caras mais problemáticos que conheciam. Shouyou retribuía a atenção a todos da forma mais simpática que podia, também interessado em conhecer mais aquelas pessoas que lhe pareciam tão interessantes. Enquanto ele e os outros estavam concentrados na conversa animada, entretanto, havia alguém que preferira se afastar da bagunça por alguns instantes.

A lua iluminava a varanda logo à frente do amplo salão, lugar aonde Kagura se encontrava sentada, e no qual Shinpachi também se sentou, ao lado da companheira, entregando-a um copo contendo o chá que havia preparado para todos.

— A Hinowa-san disse que sua parte do jantar ainda te espera na cozinha — avisou, logo em seguida tomando um gole do copo em que também se servira.

— Não estou com fome — respondeu simplesmente, observando a bebida fumegante em suas mãos.

— Você não estar com fome é uma coisa com a qual realmente devemos nos preocupar — declarou espantado pela declaração da ruiva.

Essa, porém, ignorou o comentário.

— Shinpachi... — chamou após alguns instantes em silêncio, ainda encarando o líquido amarelado no copo. — Como você acha que ele ficaria se estivesse aqui agora? Com o Shouyou-sensei de volta...? — externou o que pensava desde que vira Shouyou no dojô.

Por alguns segundos, porém, a resposta não veio, provavelmente pelo fato do otaku não tê-la também.

Lidar com o desaparecimento de Gintoki ainda não era algo que os dois haviam aprendido a fazer. Por mais que tivessem se passado semanas e soubessem que provavelmente Nobume estava certa em dizer que ele não voltaria, ainda amanheciam todos os dias esperando acordarem e, ao chegarem no salão no desjejum, encontrá-lo lá, brigando com Hijikata, xingando meio mundo e quase morto por conta da ressaca.

— Eu não sei... — finalmente deu alguma resposta. — Eu nem mesmo compreendo direito o que ele estava sentindo antes de ir...

— Sim... — concordou por pura inércia.

— Kagura-chan... mesmo que um dia descubramos para onde o Gin-san foi... eu... eu não sei se...

— Não! Nós vamos encontrá-lo e trazê-lo de volta! — negou veementemente, interrompendo o companheiro.

Esse, por sua vez, perdeu a coragem de continuar argumentando. Sabia o que a amiga sentia; compreendia aquela negação contínua, porque ele se sentia exatamente da mesma forma. Não precisavam externar em palavras, mas sabiam que ambos viam o ex-chefe em cada detalhe no qual ele fazia falta.

Nas badernas usuais do pessoal, os gritos escandalosos e os discursos e lições de moral sem sentido não se faziam mais presentes; nas refeições, as sobremesas não eram mais devoradas instantaneamente; nos trabalhos que pegavam, quem sempre os tirava da encrenca (mesmo quando ele mesmo os colocava nela) também não estava mais ali. Detalhes simples, mas que faziam toda a diferença nos seus dias, porque esses não eram mais os mesmos. Por mais que todos tivessem seguido adiante, e continuassem os mesmos de sempre; por mais que ninguém falasse, aquele espaço vazio e doloroso existia, não só na rotina deles, mas também no íntimo de cada um.

E eles sabiam, assim permaneceria.

Porque mesmo não querendo aceitar aquela verdade, eles sabiam: Sakata Gintoki não voltaria a viver em Edo, junto deles.

Nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Vamos lá, minha gente, comentem pra podermos saber o que está do agrado de vocês e o que precisa ser melhorado! receber o feedback é sempre importante e maravilhoso para nós. ^^
Beijos! Até a proxima! :)



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