Victória o olhou e acariciou o peito dele, analisando suas formas e parou em seu peito parecia machucado três arranhões e seus olhos ficaram ali em seu peito marcado, mediu os arranhões com o tamanho de suas unhas e o olhou nos olhos não precisou falar nada.

HERIBERTO – Victória...

Ela sentiu um frio na espinha só com essa frase e abaixou as mãos de seu peito. Heriberto a olhou sério e esperou, ela se afastou e virou pra pegar uma roupa e começou a se vestir.

HERIBERTO – Amor, olha pra mim, o que tá pensando? - Mais era inútil ela era impulsiva de mais para guardar algo que a incomodasse.

VICTORIA - Me diga você o que eu não deveria pensar? - Colocou a calcinha e logo uma bermuda, deixando a toalha cair ao chão e colocando uma camiseta sem sutiã.

HERIBERTO – Victória... Vou te contar a verdade. - Heriberto tremia, sabia que Victória não fazia concessões e sua maior preocupação era que ela interpretasse de forma equivocada aquelas marcas que ele tinha no peito, por isso estava decidido a dizer a verdade e ser honesto com ela. - Olha para mim, por favor, enquanto eu falo com você!

Ela abaixou e pegou a toalha e se afastou secando os cabelos e logo pegou a escova penteando seus cabelos e o olhando.

VICTORIA - Tô esperando. - Continuava a passar a escova no cabelo.

HERIBERTO - A Bia esteve aqui! Eu cheguei em casa depois de ter levado você e ela estava aqui esperando para conversar, a minha mãe estava com ela na sala e logo subiu e ficamos sozinhos. Ela se jogou em cima de mim e eu empurrei ela e quando eu empurrei, ela me arranhou foi isso. - Ele se aproximou dela. - Meu amor, não aconteceu nada, por favor, não pensa besteira.

Ela levantou a escova na mão o ameaçando com apenas um olhar que se ele chegasse perto ela tocaria nele sem pensar duas vezes como fez com as vassouradas.

HERIBERTO - Não vai acontecer, Vitória, eu disse a ela para nunca mais voltar aqui. Por favor, meu amor, vamos esquecer isso, hoje é o nosso dia. - Ela mordeu os lábios e se afastou dele indo para o outro lado do quarto enquanto falava com uma mão na cintura e a outra no queixo.

VICTORIA - Primeiro quase tira a roupa, depois vem aqui e se insinua pra você. - Virou para ele. - Te arranha e se não te olho direito, você não iria me contar. - Concluiu pegando fogo de ódio. - Como aquela galinha se atreveu a tocar no homem que não é dela.

HERIBERTO - Ela é louca, Victória!

VICTORIA - Mais louco é você que espera eu descobrir pra depois me contar! - Jogou a escova nele, ele passava as mãos pelo cabelo nervoso tentando explicar.

HERIBERTO - Victória, se acalma, te contar o que? Não tem nada para te contar não aconteceu nada! Eu ia dizer essas coisas para você ficar ainda mais chateada com besteira? Isso não é importante. - Ele foi até ela de novo. – Vick...

VICTORIA - Não encosta em mim, sai mentiroso!

HERIBERTO - Eu não sou mentiroso, Vitória!

VICTORIA - Então, tinha que acontecer alguma coisa pra me contar? Tá escrito otária aqui na minha testa?

HERIBERTO - Isso foi só uma coisa idiota que aquela louca fez e você vem me chamando de mentiroso? Eu não menti para você, eu só não quis falar sobre isso porque isso não tem importância nenhuma!

VICTORIA - Louca ou não se eu vou ser a sua mulher, eu tenho que confiar em você e você tem que ser sincero, eu não posso pisca que vem uma puta, biscate em cima de você e você não me conta! - Falou o final entre dentes se corroendo de raiva.

HERIBERTO - Que porra, Victória que jeito é esse de falar? - Estava furioso com ela. - Não existe homem mais sincero do que eu, Victória e saiba que eu te conto tudo.

VICTORIA - Não venha me corrigir agora não, porque você não tem esse direito!

HERIBERTO – Sim, eu vou ser seu marido nós temos que confiar um no outro, mas você está fazendo tempestade num copo d'água. - Isso aqui. - Ela riu cínica e ele apontou para o peito.

VICTORIA - Tempestade é? Eu posso virar um tsunami e você nem vai se dar conta!

HERIBERTO - Não foi um arranhão de sexo selvagem! Como você está pensando aí na sua cabeça, só foi uma merda de um mal entendido, porque eu a empurrei para que ela fosse embora e ela me arranhou só isso!

VICTORIA – Puta, piranha, mas eu vou encontrar ela e ela vai ver do que sou capaz! Se acha que aquele banho de piscina foi pouco, ela tá muito enganada! - Falou andando de um lado para o outro, sem dar confiança no que ele falava.

HERIBERTO - Você não vai fazer nada disso porque eu não vou casar com uma mulher barraqueira.

VICTORIA – Barraqueira? - Victória parou no mesmo momento e mordeu o canto da boca apertando os punhos revoltada por ser chamada de barraqueira novamente.

HERIBERTO - Quando você age assim fica louca perde a noção das coisas, não presta atenção nas coisas que você está dizendo e não não me ouve. Não aconteceu nada e não tem motivo para você ficar se expondo com ninguém porque cada vez que você faz isso quem fica exposta e você! Acha que as pessoas pensam ou se importam com o que aconteceu, Vitória?

VICTORIA - Por que não procura então uma laide ou uma dessas puta rica pra ser menos barraqueira? Quem sabe assim você se sinta mais feliz.

HERIBERTO - As pessoas só olham para você e pensam que você não sabe se controlar.

Victoria foi em direção a porta e saiu do quarto batendo porta.

HERIBERTO – Inferno. - Ele gritou com raiva e saiu atrás dela.

Victória desceu as escadas correndo sem olhar para os lados até chocar com Luciano e quase cair no chão se não fosse segurada por ele.

LUCIANO - O que foi minha princesa, por que tá correndo assim? - Ele sorriu percebendo que ela chorava. - O que houve, Victória por que está chorando? - Amparou Victória em seu peito, ela o abraçou e soluçou e ouviu Heriberto chamar por ela e se apertou mais nele. - Vem, minha vida, vamos sentar.

Heriberto veio rápido.

HERIBERTO - Vitória vamos conversar. - Falou assim que chegou perto dela.

LUCIANO - Por que está gritando, meu filho? - Luciano manteve Victória em seus braços.

VICTORIA - Sai daqui, não quero falar com você. - Virou o rosto para o outro lado.

LUCIANO - Vocês brigaram, Vitória? Justo hoje?

HERIBERTO - Vitória, nós precisamos conversar! – Heriberto falou zangado.

Luciano não gostou da forma como ele estava falando e o olhou firme, não gostava que Heriberto fosse grosseiro com as mulheres e muito menos com a que seria a esposa dele.

VICTORIA - Vá conversar com as suas vagabundas, elas tem classe, eu sou barraqueira. - Luciano apertou Victória e andou em direção a cozinha falando com filho.

LUCIANO - Vai dar uma volta e Heriberto depois você conversa com ela não vai resolver nada nervoso desse jeito.

HERIBERTO - Pai, eu preciso conversar com ela! Victória, por favor, vamos conversar sozinhos? Meu amor, meu ouve, por favor. - Ela não o respondeu.

LUCIANO - Eu já disse, meu filho, vai dar uma volta daqui a pouco vocês conversam! - Luciano falou protegendo Victória entrando na cozinha.

Victoria limpou as lágrimas com um braço e o outro segurava a camisa dele pra que ele não a soltasse.

HERIBERTO – Merda... - Heriberto saiu enfurecido de volta ao quarto.

Luciano beijou os cabelo de Victória assim que entraram na cozinha abraçado com ela e preocupado, quando ela se sentou em sua frente ele pediu a empregada que trouxesse um chá e sorriu olhando para ela de um modo tão delicado sendo o pai que Victória nunca tivera.

LUCIANO - Fala para mim minha princesa, o que aconteceu? Por que brigaram em?

VICTORIA - Ele é um idiota! - Quis chorar mais.

LUCIANO - Não chora, meu amor,  fala comigo vou te ajudar, toma seu chá toma. - Sorriu com aqueles lindos olhos azuis que ele tinha.

Victória o olhou e pegou o chá segurando com as duas mãos pra não derrubar, ela tremia de raiva, tomou um gole e deixou na mesa.

VICTORIA - Ele me chamou de barraqueira só porque eu falei que ia pegar aquela galinha que arranhou o meu namorado! - Falou alterada.

Luciano riu, então, afinal o problema era ciúme, o filho era sempre complicado com as mulheres.

LUCIANO – Victória, Heriberto te ama! Eu vou te contar uma coisa que você vai entender e vai usar para o resto da vida, você quer ouvir?

VICTORIA - Me ama, mas deixa aquela puta descarada arranhar ele, ele não põe um basta, gosta de se sentir gostosão. Me desculpa! - Abaixou o olhar sempre se alterava demais.

LUCIANO - Ele não deixou, minha filha, ela avançou nele e ele se defendeu, eu não estou defender Heriberto, mas dessa vez ele é inocente. Você precisa acreditar nele, ele está dizendo a verdade. - Luciano suspirou. – Victória, ele sempre vai estar cercado de pessoas é a natureza do trabalho dele, então, se você quer casar com meu filho precisa aprender a controlar seus instintos senão você vai sofrer demais e vai fazer ele sofrer também.

VICTORIA - Se não tinha nada por que ele não me contou? Precisava esconder e se não visse ele não ia me falar? Eu acredito nele, mas não suporto esse tipo de mentira.

LUCIANO - Victória, homens e mulheres são diferentes!

VICTORIA - Ser a última a saber das coisas como uma banana!

LUCIANO - Homens não contam tudo que vivem, porque acham que não é importante e mulheres contam exatamente tudo!

VICTORIA - E se ela chega em mim e me conta do jeito que ela quiser pra quem vai ficar pior? - Ele pegou a mão dela com carinho beijo.

LUCIANO - Eu não tô dizendo que você tá errada em ficar com ciúme, Victória, Inclusive eu vou falar com meu filho, também não quero ele gritando com você, ele foi indelicado com você?

VICTORIA - Ele me chamou de barraqueira e louca. – Fez bico.

LUCIANO - Eu vou conversar com ele, Victória pode deixar. - Luciano fez um gesto negativo com a cabeça. - Ele fez mais alguma coisa? Pode falar tudo.

VICTORIA - Não, mais se eu tivesse com a minha vassoura ele ia ver só! - Falou de um jeito engraçado.

Luciano deu uma gargalhada e olhou para ela tão orgulhoso da nora que tinha.

LUCIANO - Me diga uma coisa, preciso ligar para minha mulher para cancelar essa festa toda? Ou você e ele vão se acertar até de noite?

VICTORIA - Eu vou pensar no caso dele até de noite. - Ficou de pé.

LUCIANO - Você precisa nos avisar agora, assim eu cancelo a festa, não posso me dar o luxo de receber as pessoas e você dizer na frente de todo mundo que não vai ser noiva dele, não estou te pressionando, Victória apenas estou dizendo que quero saber a verdade. O quê meu filho te fez pode impedir você fica noiva dele hoje?

VICTORIA - Seria um belo castigo pra ele aprender a não me chamar de barraqueira. - Luciano riu de novo o filho estava encrencado.

LUCIANO - Por que você não dá um castigo nele de beijo? - Victória pegou na mão dele e o analisou com carinho.

VICTORIA - Porque eu não quero beijo, eu quero dar umas boas vassouradas nele. - Era a primeira vez que Victória conversava de verdade com Luciano e ele transmitia tanta confiança e um amor que ela não conseguia distinguir, mas só de olhar pra ele, ela sorriu e o abraçou forte. - Heriberto tem sorte de ter um pai como você.

Luciano apertou Victória contra seu corpo com toda força que podia para que ela sentisse o amor que ele sentia por ela e tomado por aquele carinho tão especial por aquele jeito tão novo olhando aquela que poderia ser a sua menina a menina que ele sonhava ter como filha ele disse:

LUCIANO - Pois agora você é minha filha também e eu vou cuidar de você para sempre! Porque você vai ser a mãe dos meus netos. - Os olhos dele brilhavam de felicidade ao dizer aquela frase tão significativa. - Minha garotinha Sandoval, isso é o que você é!

Ela desfrutou daquele abraço o máximo que pode sem saber que os dois eram observados por duas belas dama, Vick sorriu no Abraço.

VICTORIA - Promete que não vai desistir de mim que vai mesmo cuidar de mim pra sempre? - Se afastou pra olhar em seus olhos.

LUCIANO - Claro que eu prometo, minha filha, você agora é a minha garotinha Sandoval. - Segurou de mãos dela beijou. - Você pode contar comigo a qualquer momento para qualquer coisa tá bom!

VICTORIA - Então, eu quero ajuda pra dar umas vassouradas nele! - Falou brincando e sorrindo.

LUCIANO - Isso eu posso te ajudar, vou dar chineladas neles. - Brincou com ela sorrindo.

VICTORIA - Obrigada por me acalmar!

LUCIANO - Você é como uma flor, Victória precisa ser cuidada, é delicada e fina, a única coisa que precisa se lembrar sempre quando ficar nervosa ou quando as coisas ficarem muito ruins. - Os olhos brilharam com aquela declaração. - Meu filho te ama como nunca amou ninguém na vida dele. Te ama mais do que a qualquer um de nós, isso me dá orgulho dele porque você merece ser amada. Você é uma menina maravilhosa e vai ser uma esposa excelente e uma mãe perfeita para os meus netos. - Ela sorriu e beijou o rosto dele.

VICTORIA - Eu também o amo!

LUCIANO - Eu sei que você ama e ama muito ou eu não estaria tendo essa conversa com você!

VICTORIA - Mas não vou falar com ele agora!

LUCIANO - Não precisa falar com ele agora ,deixe ele um pouco sozinho e você também fica um pouco sozinha.

VICTORIA - Vamos comer?

LUCIANO - Vamos sim, vamos comer!

VICTORIA - Eu sei que já passou das dez pra comer mais eu estou com fome!

LUCIANO - Não tem hora para comer, minha filha, está com fome come!

Vick sorriu com ele a chamando assim sentia um calorzinho no peito de aconchego.

VICTORIA - Então vamos...

Luciano pegou sanduíches, suco, queijo, iogurte e salada de frutas, sorrindo e contando piadas Luciano colocou a mesa e fez com que ela comesse sem perceber, ficasse feliz junto com ele ali, ele queria que ela se sentir-se bem e que soubesse que era amada. Vick ria enquanto desfrutava da atenção dele enquanto comia.

Tereza suspirou olhando aquela felicidade da filha que ela não podia ter em casa quando João estava presente e tudo que ela percebeu e sentiu era que a filha nunca seria feliz em casa sendo tratada como ela era. E seus olhos se encheram de lágrimas vendo o modo como um estranho de certa forma cuidava melhor da filha do que o homem que ela tinha escolhido para pai dela. Beth olhou Tereza.

TEREZA - Nenhuma mulher quer ver seus filhos infelizes.

O coração partiu, ela fraquejou e ficou parada, parecia uma cena de cinema onde ela não cabia e nem João e se sentiu a pior das mulheres por querer trazer a filha de volta para um lar que ela não era feliz. Beth a segurou pela mão a trazendo para um abraço de amiga.

TEREZA - Eu não posso fazer isso com minha princesa. - Ela suspirou sentindo que todo seu corpo era amparado por Beth.

BETH - Seu coração vai tomar a melhor decisão, Tereza.

TEREZA - Beth, eu nunca tive tanta certeza como tenho nesse minuto. - Se separou da amiga e caminhou até a filha. - Bom dia... - Olhou para Luciano sorrindo, depois voltou-se para a filha.

VICTORIA - Oi, mãe... - Levantou e a abraçou.

TEREZA - Oi, meu amor, como você está para o seu grande dia? - Beijou a filha não tinham se visto ela tinha dormido ali com Heriberto se sentou e Luciano sorriu para ela.

LUCIANO - Bom dia, Tereza e onde está minha Rosi... - E olhou para a entrada onde ela olhava sorrindo pra ele demonstrando seu amor no olhar. - Vem cá, minha delicia. - Ele estendeu a mão. - Você está maravilhosa! - Olhou o penteado dela. - Você é maravilhosa, Rosinha. - Ela sorriu.

BETH - Como é mentiroso. - Se aproximou e deu um beijo em Victória e sentou no colo dele dando um selinho em seus lábios.

Ele a segurou na cintura e cheirou seu pescoço, Tereza tocou o rosto de Vick.

BETH - Onde esta nosso bebê?

Luciano olhou para Vick e esperou para ver se ela responderia, tomou mais um gole do seu café. Vick olhou a mãe, Tereza percebeu na hora que tinha alguma coisa errada.

TEREZA - O que foi, Vick, brigaram? - Olhou para filha tocando em seu cabelo.

VICTORIA - Não, ele só esta no quarto tomando banho e eu desci pra ficar com meu sogro lindo. - Falou brincando. - Com todo respeito, Beth. - Luciano piscou para ela.

LUCIANO - E eu queria muito a companhia de uma bela jovem como a minha nora. Tereza se você me permite agora eu vou chamar ela de minha filha, minha garotinha. - Tereza abriu um sorriso e respondeu.

TEREZA- Claro que sim, Luciano, eu que agradeço o cuidado e o carinho que você e Beth tem pela minha filha. - Sorriu para ele.

Vick pegou a mão dele e sorriu e Beth pegou na mão deles sorrindo.

BETH - Seremos todos uma bela família!

TEREZA - Sim, seremos! - Tereza respondeu.

LUCIANO - Acho que já somos porque esses dois aí não se separam não! - Luciano falou sorrindo para Beth.

Vick sorriu mais estava peleada com Heriberto e não queria falar com ele naquele momento.

TEREZA - Minha filha, eu vou para casa e volto a noite, mas você já fica aqui ou vai comigo?

VICTORIA - Eu vou com a senhora, mamãe, só me deixa pegar minha bolsa e vamos.

TEREZA - Então, te espero, vai. - Tereza olhou a filha. - Beth o clima fechou, não? - Ela disse assim que viu Victória ir embora.

BETH - Grandão pode nos responder, Tereza! - O mirou.

LUCIANO - Estão brigados. - Falou rindo. - Victória descobriu que Bia esteve aqui e está furiosa com ele e ele está desesperado. – Riu. - Mas ainda querem noivar porque eu perguntei se tinha que cancelar a festa...

BETH - E ela disse que não, aposto! - Completou Beth.

LUCIANO - Disse que não, que depois se ajeitam. - Luciano riu. Tereza olhou os dois...

TEREZA - E ela subiu e ele está no quarto? – Suspirou. - É melhor me dar uma bebida que vou ter que esperar.

Beth gargalhou e deu um copo com suco a ela. Victória subiu e entrou no quarto, foi direto a sua bolsa e junto suas coisas esperando que Heriberto falasse algo. Heriberto se levantou e foi até ela ficando frente a frente.

HERIBERTO - Onde você vai? - A voz era firme, mas doce.

VICTORIA - Pra minha casa! - Falou tentando passar.

HERIBERTO – Espera. - Segurou ela com carinho. - Não sai assim brigada comigo. - Ele a beijou enlaçou Victória pela cintura.

VICTORIA - Eu preciso ir, mamãe está me esperando. - Ela se afastou mesmo querendo o beijar.

HERIBERTO - Ta bom... Faz o que você quer. – Suspirou. - Quando descobrir que sou inocente, vai ficar triste por me tratar assim! Abriu a porta para ela.

Ela suspirou e colocou a bolsa no braço e caminhou até a porta e o olhou, apenas disse:

VICTORIA - A questão aqui não é você ser inocente e sim ter omitido um fato desse. Eu não gosto de mentiras.

HERIBERTO - E eu não sou um mentiroso! - Foi direto olhando para ela.

VICTORIA - Não grite comigo! De gritos já basta os do meu pai! - Foi direta com ele.

HERIBERTO - Ainda não me viu gritar, Victória. - Ele suspirou e a olhou. - Me desculpa, você me deixa doido assim!

VICTORIA - Eu não sou barraqueira, só defendo o que é meu, sou pobre e pobre resolve tudo na base do grito!

HERIBERTO - Eu já ouvi isso e não concordo! Você tem tudo pra ser sempre elegante, é elegante em tudo, mas seu ciúme é... - Ele suspirou e passou a mão no cabelo.

VICTORIA - Queria ver se fosse eu que aparece com um roxo no pescoço alegando ser alergia o que ia pensar de mim? - O testou.

HERIBERTO - Eu perguntaria a você. - Falou sem ter certeza. - Eu iria perguntar para ter certeza de que não estaria cometendo uma injustiça com você, mas chega, Victória, vai se arrumar nos vemos a noite se você ainda quiser noivar comigo!

VICTORIA - Não me dê as costas brucutu. - Ele caminhou para escada sem olhar para trás. - Você vai se arrepender, Heriberto porque eu vou pegar aquela galinha e arrancar todas as penas dela. - Ele respondeu sem olhar para ela.

HERIBERTO - Vai mesmo vai fazer papel de boba na frente de todo mundo e de grossa, agredir uma pessoa como se fosse uma coisa simples. - Desceu o resto da escada sem falar mais nada.

Ela foi até a ponta da escada e tocou o seu chinelo nele.

VICTORIA - Grossa é a sua mãe! – Gritou.

HERIBERTO - Grita mais alto para ela poder ouvir. - Falou assim que o chinelo bateu nele.

VICTORIA - Eu te odeio, Heriberto, odeio, idiota! - Desceu as escadas calçando o chinelo e saiu rebolando.

HERIBERTO - Bom dia a todos! Dona Tereza, Vick tá esperando.

TEREZA - Então, já vou, até mais tarde, queridos! - Tereza se levantou depois de beijar Heriberto e saiu.

Ele começou a comer uma fruta e olhou a mãe, que o olhava com cara feia, continuou comendo sem falar nada.

BETH - O que fez, idiota? - Falou direta.

HERIBERTO - Ela está reclamando porque eu não contei que Bia esteve aqui e ela viu os arranhados em meu peito, está com a ideia de que fiz alguma coisa com Bia.

BETH - Grandão o que ela te disse? - Perguntou a Luciano que se mantinha quieto.

LUCIANO - Por que você não contou se não era nada demais? - Falou com o filho de modo direto.

HERIBERTO - Porque ela fica doida, pai, por isso!

BETH - Doida e com razão, aposto. - Falou Beth.

LUCIANO - Sim, doida, ela disse, Beth algo sobre uma piranha arranhar o namorado dela. - E sem conseguir se levantar danou a rir.

BETH - Essa garota é das minhas. - Ela o olhou.

HERIBERTO – Mamãe, por favor, não dá corda para Victória, ela quer bater na Bia disse que vai arrancar as penas dela, eu não quero me casar com uma mulher que avance em outras mulheres só porque elas chegam perto de mim. Eu sou médico, mamãe, eu sempre vou ter pessoas perto de mim, Victória tem que entender isso! - Luciano olhou para ele de modo direto.

LUCIANO - Meu filho, mas Bia não é paciente, Bia sua ex-namorada! Eu sei que Victória pode ter exagerado, mas ela está certa, você ia gostar de ver lá com manchas em algum lugar? Já pensou se você abre a blusa dela e pega um monte de roxo? Como você se comportar? - Heriberto ficou em silêncio.

Beth ficou de pé o encarando.

BETH - Pois se eu fosse Victória, eu daria muito na cara dela e se você perder essa garota, eu vou achar muito bem feito pra você por ser idiota e grosso como eu sei que você consegue ser quando quer.

HERIBERTO - Eu não fui grosso, mamãe só porque eu chamei ela de barraqueira? Mas o que é uma mulher que faz esse tipo de escândalo? Não é barraqueira? Essa história está me deixando maluco, nem fu... Eu posso. - Não completou a frase.

Luciano deu um tapa nele no braço, quase um murro.

BETH - Se não a quer de verdade e não a respeita e se não consegue segurar esse pau dentro das calças, moleque melhor deixar essa garota em paz, ela já tem problemas de mais com o pai pra aguentar um marido grosseiro. - Falou e ia sair mais antes deu um tapa nele e se foi.

LUCIANO - Rosinha, me espere já estou indo com você! Olha, meu filho, você tem até de noite para decidir, por que não vou ser feito de palhaço se você decidir que não quer essa moça. Ou você faz o que tem que fazer e mostra que é um homem, vai lá e fala com ela e mostra quem é você ou fica aí chorando sentindo pena de você mesmo, você não tem carro? Não tem dinheiro para comprar um presente! Eu tenho que te ensinar tudo? Você foi tão estúpido que nem ofereceu para levar elas em casa. Bestão. - E saiu sem dizer mais nada.

Heriberto se levantou na mesma hora, pegou a chave do carro saiu correndo. Heriberto dirigiu até chegar à casa de Victória uma hora depois, ele não quis entrar e por isso ligou para ela.

HERIBERTO - Alô, Vitória?

VICTORIA - O que quer, Heriberto?

HERIBERTO - Eu estou aqui fora vem falar comigo, por favor! - A voz dele estava calma e ele saiu do carro com flores na mão chocolate e o pequeno gato de pelúcia.

VICTORIA - Eu não posso, estou ocupada. - Falou seca com ele.

HERIBERTO - Você pode sim, você vai vir aqui falar comigo! Você não está ocupada com nada que eu sei. Victória, por favor, precisamos conversar! - A voz dele era terna, mas estava falando como o homem dela.

VICTORIA - Esta me controlando agora? - Ela riu. - Pra saber o que faço. - Falou debochada.

HERIBERTO - Por que você não vem aqui fora debochar de mim? - Falou sorrindo.

VICTORIA - Me peça desculpa agora que eu vou.

HERIBERTO - Eu me desculpo, Victória, eu já pedi desculpa várias vezes você que não me ouve. Eu não te falei para você não ficar chateada eu não queria esconder nada de você, eu te amo a última coisa que eu quero é você aborrecida com besteira. – Suspirou. - Você é minha mulher, Victória! Você! Eu não estou olhando para ninguém, eu não estou querendo ninguém só você! Eu entendo que você ficou triste e magoada não vai acontecer de novo. - Ela riu baixinho.

VICTORIA - Diga, Victória me desculpa eu não vou mais mentir! - Estava a debochar dele.

HERIBERTO - Victória, me desculpa, eu não vou mais omitir nada de você. Eu não menti, porque você não perguntou, então, não é uma mentira. Eu apenas não disse isso é uma omissão.

Ela desligou na cara dele e olhou pela janela e deu um castigo nele de pelo menos quinze minutos, sabia que ele não iria embora então saiu e o olhou cruzando os braços com uma certa distância. Ele a olhou.

VICTORIA - Vai só me olhar? - Caminhou até ela com os presentes na mão.

HERIBERTO - Me desculpa! - Estendeu chocolate para ela, colocou o gato de pelúcia perto do rosto e falo com voz de gatinho. - Por favor, eu não posso ficar sem beijar você, você é a minha namorada! - E começou a rir da palhaçada que tinha feito.

VICTORIA – Ridículo. - Falou tentando não rir.

Heriberto foi até ela abraçando e beijando porque estava morrendo de saudade já, entregou as flores e o gato.

VICTORIA - Peça desculpa, Heriberto ainda não estou convencida. - Tocou o rosto dela e a olhou nos olhos.

HERIBERTO - Eu peço um milhão de desculpas! Seja lá o que for eu vou sempre contar a você, eu prometo que contarei.

VICTORIA - E não ouse mais me chamar de barraqueira ou eu não quero mais olhar na sua cara! Sou barraqueira sim quando o caso for pra defender o que é meu e você é meu Heriberto. - Falou seria.

HERIBERTO - Você também é minha, só minha Victória, toda minha. - Ele sente o corpo arrepiar quando falava assim, ela era mesmo só dele e quanto mais perto chegava do momento que ele ansiava tanto, mas certeza tinha de que ela pertencia a ele.

VICTORIA - Isso ainda não decidi se sou sua! - Falou cheia de dengo.

Ele a puxou para um beijo quase derrubando as coisas que estavam na mão dela, um beijo de saudade, delicioso a língua invadindo a boca dela e as mãos apertando seu corpo contra o dele. Ele parou o beijo e a levou até o carro, pegou as coisas na mão dela colocou no banco de trás e do lado de fora do carro enlaçou a cintura dela conversando.

HERIBERTO - Victória, hoje você não vai dormir comigo? Você vira minha noiva e não vai ficar comigo. - Ele riu beijando pescoço dela.

VICTORIA - Não vou, já dormi ontem em sua casa.

HERIBERTO - Você tá contando agora? Porque ta falando desse jeito não quer dormir comigo? - Ela o olhou.

VICTORIA - Não hoje! - Sorriu com calma.

HERIBERTO - Por que, Victória? Tudo bem, mas eu vou passar uma semana fora! Eu te falei que eu tinha que viajar para Cancún. - Ele suspirou porque queria que ela fosse junto com ele, mas sabia que era quase impossível.

VICTORIA - Amor, não fica assim!

HERIBERTO - Eu queria viajar com você,  Victória! - Apertou ela contra seu corpo, cheirou o cabelo dela.

VICTORIA - Quando a gente casar faremos todas essas viagens.

HERIBERTO - Sim meu amor faremos! Eu te levo para onde você quiser e você me leva pra onde você quiser.

VICTORIA - Agora tenho que me arrumar tenho um jantar com um galã!

HERIBERTO - Eu preciso ir também porque eu vou ficar noivo de uma princesa e a gente não vai poder se ver não porque ela é muito ciumenta. - Ele brincou. - Fica linda para mim ta. - Sussurro no ouvido dela.

VICTORIA - Eu sou linda!

HERIBERTO - Já que você não vai dormir na minha casa, eu vou te roubar no meio da festa e vamos fazer uma travessura. - Riu abraçando ele.

VICTORIA - Pare com isso, Heriberto. - Se soltou dele.

HERIBERTO - Está visada senhora Sandoval Rios Bernal.

Ela o beijou rapidamente pegou seus presentes e entrou pra casa, Heriberto entrou em seu carro e foi pra casa com um sorriso estampado na cara.