Segunda Chance escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 7
6- Preciosa


Notas iniciais do capítulo

Musica do capitulo:

Link: https://www.youtube.com/watch?v=intQivxMMcE



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Dias atuais...

Depois da briga que tive com Laura na sorveteria, fui direto para casa. Mas assim que entrei encontrei todos chorando, o que me deixou preocupada.

—O que aconteceu?- questionei aflita e minha mãe veio até mim e me abraçou com carinho.

—Mãe, por favor, me conta o que está havendo. - implorei nervosa e ela se separou de mim com cuidado para me olhar nos olhos.

—Minha querida, nem sei como lhe contar isso.

—Diga de uma vez mãe.- pedi aflita.

—Sua avó Maria, ela...- ela sussurrou com pesar e perdi o ar enquanto ouvia a pior das noticias que já tinha ouvido.

Nem o pedido de divorcio, foi capaz de me devastar como a morte inesperada da minha avó fez.

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Enquanto todos estavam  na sala velando o corpo da minha avó, decide me sentar

 no sofá que havia sido colocado em seu quarto, para dá mais espaço para as pessoas.

Não conseguia acreditar que ela havia morrido de um jeito tão repentino. Parecia que essas ultimas semanas eram a personificação dos meus piores pesadelos, e para meu total desespero, estava sozinha.

Totalmente a deriva nesse mar de dor e tormenta.

—Já disse que quero ficar sozinha.- solucei com dor assim que ouvi a porta ser aberta e nem me importei em ver quem era.

—Tudo bem. Se importa, se eu ficar sozinho aqui do seu lado?- Felipe questionou suave assim que fechou a porta atrás de si e concordei.

Sem dizer uma palavra ele se sentou ao meu lado e me envolveu em um abraço apertado enquanto eu caia no choro.

—Tudo bem. Estou aqui com você. - ele sussurrou com carinho enquanto acariciava meus cabelos de leve, que estavam no meio de minhas costas.

—Não vou agüentar enterrar outra pessoa que eu amo. Isso é demais. - solucei com dor enquanto me separava dele para olhar em seus olhos azuis escuros. - Já perdi meu filho, perdi você e agora a minha avó. Eu deveria morrer de vez.

—Não fale isso nem de brincadeira, me ouviu Valentina Montenegro?- Felipe questionou desesperado enquanto segurava meu rosto em suas mãos me obrigando a olhar em seus olhos.

—Como se você se importasse comigo?- questionei com dor.

—Claro que me importo.

—Duvido.

—Você é tão preciosa pra mim que estou aqui do seu lado, mesmo quando estamos nos divorciando.

—Isso só mostra que você tem algum senso de compaixão pela dor do próximo. Não que sou importante pra você.

—Isso não é verdade.

—Para de dizer isso. - gritei entre lagrimas. - Não agüento mais brigar com você, estou cansada. Se não veio para me apoiar é melhor ir embora.

—Como se eu fosse te deixar nesse estado.

—Você não é obrigado a ficar aqui. Pelo que você mesmo disse, estamos nos divorciando. Então, vá embora daqui.  Me deixe sozinha com a minha dor.- disse rude antes de me levantar e ir em direção a janela.

O clima hoje estava frio e chuvoso, representando o meu estado de espírito.

Fechei os olhos enquanto tentava em vão reprimir meus soluços de dor.

Sem dizer uma palavra Felipe me abraçou por trás e beijou o topo da minha cabeça, por reflexo virei de frente para ele antes de me aconchegar melhor em seus braços.

 E naquele momento, me permitir fechar os olhos e me perder em seu perfume.

Mas meu instante de calmaria durou pouco, pois logo minha mente foi inundada por tantos momentos que minha vó e eu compartilhamos naquela casa. E por um momento, a dor foi tão forte que tomou conta de mim, me fazendo perder as forças.

—Tudo bem. Estou com você.- Felipe sussurrou e me pegou colo assim que minhas pernas fraquejaram.

Em seguida ele me levou para o sofá, no qual sentamos.

  -Não me deixa aqui sozinha. Vou sufocar de dor.- solucei sentada em seu colo, enquanto segurava o casaco de Felipe com força.

—Não me deixa aqui sozinha, por favor.- solucei olhando em seus olhos.

Estava agarrada a Felipe, como se minha sanidade dependesse disso.

—Jamais vou deixar você sozinha aqui.- Felipe disse olhando em meus olhos e beijou a minha testa com afeto.

O abracei com força enquanto chorava em seus pescoço,  em seguida Felipe começou a fazer carinho em meus cabelos, algo que sempre me acalmava.

E sem perceber acabei adormecendo em seu colo.

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—Felipe?- sussurrei sonolenta assim que abri os olhos e me vi sozinha no sofá.

—Que bom que você acordou.-Laura disse suave assim que saiu de perto da janela para me ver. – Como se senti?

—Confusa.- sussurrei e me sentei no sofá tentando clarear meus pensamentos.

Será que eu havia sonhando com Felipe? Achando que ele estivesse aqui?

—Sei que brigamos hoje cedo, e que talvez você não me queira aqui. Mas não podia deixar a minha amiga querida sozinha em um momento desses. Então, se você não me quiser aqui...-Laura começou a dizer desconfortável assim que se sentou ao meu lado e eu a interrompi.

—Prometemos nunca brigar por causa de um garoto, mesmo que ele seja o seu primo.- disse suave e ela concordou.- E nesse momento, tudo o que preciso é da minha melhor amiga que amo tanto.

—Eu também te amo muito.- ela sussurrou antes de nos abraçarmos entre lágrimas enquanto eu pedia perdão a ela.

—Graças a Deus vocês não demoraram a se acertar. Não queria ter que decidir um lado.- Fabrício disse assim que entrou no quarto ao lado de Felipe.

—Aprenda uma coisa Fabrício. Minha prima e minha mulher nunca ficam muito tempo brigadas.- Felipe disse com um copo térmico nas mãos antes de vir até mim.

—Ex-Mulher, Felipe. Lembre-se, que vocês estão se divorciando.- Fabrício disse serio e pode ver nos olhos de Felipe que o mesmo não gostou nenhum pouco do  lembrete.

—Sei disso, mas enquanto não saem os papeis, ela ainda é minha mulher.- Felipe disse serio e Fabrício não disse nada.

—Fabrício, acabei de me lembrar que temos que ajudar a comprar mais flores.- Laura disse se levantando do sofá antes de sair levando meu amigo para fora.

—Pensei que sua presença aqui fosse um sonho.- disse confusa e Felipe sorriu suave antes de se sentar do meu lado.

—Prometi que não lhe deixaria sozinha hoje, e não vou. Agora, tome a sua sopa preferida, pois você vai precisar de forças para seguir até o fim do dia.- ele disse me oferecendo o copo térmico.

Confusa olhei para a logo marca do restaurante, o qual ficava longe da casa da minha avó.

—Você dirigiu por meia hora até o meu restaurante predileto, só para comprar a minha sopa preferida?

—Sim. Achei que você precisava de um pouco de carinho e conforto.- ele sussurrou e sorri em meio a lagrimas antes de Felipe me aconchegar em seu peito.

—Obrigada, por estar aqui comigo.- sussurrei em seu pescoço. – Sei que deve ser difícil, mas obrigada. E eu o amo por isso.

—Não é difícil Valentina, sei o quanto a morte da sua avó a devastou, eu não poderia deixá-la em um momento desses. Agora, tente tomar um pouco da sua sopa.- ele pediu e concordei antes de me separar de Felipe para tomar minha sopa.

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—Obrigado por tudo Felipe.- meu pai agradeceu assim que chegamos em casa após o enterro da minha avó.

—Não precisa agradecer. Amava a D. Maria como se fosse a minha avó. - ele disse suave e pedi com licença antes de ir para o meu quarto.

Assim que cheguei ao meu refúgio me joguei na cama sem me importar se estava com a roupa suja, tudo que eu queria era acordar desse pesadelo.

Em seguida Thor se acomodou perto da minha cama e estiquei minha mão para lhe fazer um carinho, antes de me acomodar na cama e fechei os olhos.

— Oi garoto. –Felipe disse assim que entrou no meu quarto e cumprimentou Thor antes de se dirigir a mim.- Sua mãe mandou perguntar se está com fome?

 - Valentina?- ele questionou novamente e o ignorei.

Continuei de olhos fechados como se estivesse dormindo profundamente.

—Sei que não está dormindo. Quer que eu ligue para a Laura e para o Fabrício?- ele sugeriu e abri os olhos confusa.

—Como você sabia que eu não estava dormindo?- questionei enquanto o via se sentar em minha cama.

—Você tem um tique nervoso no pé direto quando está em sono profundo. - ele disse e olhei para ele desconfiada.

—É serio. Seu pé direito sempre me chutava quando você caia no sono profundo.- ele revelou e corei sem graça, afinal não sabia disso.

—Me desculpe, juro que não sabia. Isso durava a noite toda?- questionei envergonhada e ele sorriu.

—Não, era só no começo mesmo. Acho que você tem que avisar ao seu próximo marido, para que ele não se assuste. - ele disse a ultima parte desconfortável e revirei os olhos.

—Como se eu fosse me casar de novo.

—Por que não? Só por que não deu certo comigo, talvez dê com outra pessoa.

—Nunca quis me casar.

—Então, por que se casou comigo?- ele questionou confuso.

—Por que me apaixonei por você. Me apaixonei de uma forma totalmente irracional e maravilhosa. E esse amor me vez esquecer meu desejo. Você me transformou em outra Valentina. A Valentina que queria ser sua esposa. - disse e ele me olhou surpreso, afinal jamais havia lhe dito isso. – Felipe, você foi o único que me fez desejar casar. Que me fez mudar a minha filosofia de vida, e mesmo que nosso casamento tenha acabado, você continuará sendo o único marido que tive.

—Por que não me disse isso antes de tudo?- Felipe questionou perturbado.

—Acho que tive, que experimentar a sensação de te perder para admitir o que sinto.

—Sua avó tinha realmente razão. - ele disse suave e pisquei confusa.

—Do que você está falando?

—Sua avó me disse certa vez, que você havia construído um muro para se isolar dos outros. Mas no dia em que um homem fosse forte e teimoso o bastante para derrubar esse muro, seria amado por você ate o fim da sua vida.

—Acho que ela tinha razão.

—É ela tinha. - ele sussurrou suave e beijou minha testa com carinho. - Durma bem.

—Vou tentar. E obrigada por tudo.

—Não precisa agradecer. - ele sussurrou antes de se despedir e sair do meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Como esses dois podem estar se separando?
Só consigo sentir amor entre eles