Segunda Chance escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 6
5- O seu jeito de me cativar


Notas iniciais do capítulo

Musica do capitulo:

https://www.youtube.com/watch?v=T-MtJ_5Hj3Y



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5 anos atrás...

—Tenho uma péssima noticia para lhe dá. - Felipe disse assim que entrou na minha sala após voltar da sala de café.

—Só um minuto. - disse para ele enquanto tentava falar em italiano com um representante de uma empresa de Roma que estava interessada em fazer negócios com uma empresa que era representada pela a Guerra e Paz.

E parecia que não estávamos nos entendendo. Como Márcia fazia falta numa hora dessas. Márcia era a intérprete oficial da empresa, mas ela teve que faltar hoje, pois sua filha estava doente e seu substituto ainda não havia chegado.

—Que dialeto é esse que você está falando?- Felipe questionou confuso e coloquei a mão no bocal do telefone antes de falar com ele.

—Estou tentando falar italiano.

—Está longe disso. Me dê aqui.- ele disse indicando o telefone e o olhei desconfiada.

—E você sabe falar italiano?

—Meu italiano está enferrujado, mas acho que consigo. O que tenho que dizer?

—Você tem que dizer que a proposta do negocio será enviada amanhã cedo, e aguardaremos a resposta deles para iniciarmos a fusão.- expliquei e ele concordou antes de colocar o telefone no ouvido.

— Proposta commerciale da inviare domani mattina, e attendere la loro risposta per iniziare la fusione. Buon pomeriggio e grazie.- Felipe disse em italiano e sorriu suave para o telefone antes de desligar.

—Como você sabe falar  italiano?- questionei chocada e ele revirou os olhos antes de sorrir.

—Você realmente esquece das minhas origens.- ele disse e pisquei confusa o que o fez suspirar.- Sou filho de um diplomata Valentina, sei todas as linguas oficiais do mundo. Quer dizer algumas, sou pessimo em russo e japones, então não tente telefonar para nenhum desses países por que não vou conseguir ajudá-la.

E aquele foi o momento em que realmente percebi que Felipe não era um rapaz comum. Como um rapaz de vinte e cinco anos sabia todas as linguas oficiais? Ele só podia ser de outro planeta.

—Você não quer saber o que ele disse?- ele questionou desconfortável enquanto olhava para ele ainda chocada com a sua desenvoltura lingüística.

—Sim, o que o representante disse?

—Que está tudo bem, e que assim que os documentos chegarem ele ligará avisando. E que apesar de você ter uma voz linda, não entende nada de italiano. - ele brincou e revirei os olhos.

—Não achei graça. O que você queria me contar, antes dessa confusão lingüística?

—A cafeteira da empresa pifou. Então, hoje você não vai poder passar a tarde toda se drogando.

—Você está tão engraçadinho hoje. - disse seria e gruni furiosa. - Como vou trabalhar sem o meu café?

—Se você quiser posso ir até uma cafeteria e comprar. - ele se ofereceu e sorri enquanto tinha uma idéia.

—Pegue seu notebook, vamos encerrar o expediente por hoje.- disse enquanto pegava minhas coisas.

—Você está bem?

—Estou, por que a pergunta?

—Porque são três é quinze da tarde de uma terça-feira. E você nunca sai antes das oito da noite.

—Vou abrir uma exceção hoje. Já que você me ajudou, vou ajudá-lo.

—Com o que?- ele questionou desconfiado.

—Você vive dizendo que sou difícil de ser lida, que lhe dou até dor de cabeça nesse processo, então vou te apresentar a única pessoa que me conhece de corpo e alma.

—É serio?

—Claro que é. Vamos logo.- disse incentivando-o a pegar suas coisas para sairmos.

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—Chegamos.- disse estacionando meu carro em frente a uma casa simples, mas muito aconchegante.

—Onde estamos?- Felipe questionou confuso, afinal durante essas quatro semanas em que ele virou minha sombra, jamais havíamos vindo aqui.

—Essa é a casa da minha avó. Ela é a única pessoa nesse mundo que me conhece. -disse antes de sairmos do carro.

—Vó?- chamei no portão e não demorou muito até que ela viesse abrir o portão para mim.

—É tão bom vê-la de novo querida. - ela disse amável enquanto a abraçava com carinho. -Senti sua falta.

—Também senti a sua vovó. - sussurrei com saudade.

—Mas quem é esse rapaz ao seu lado?- ela questionou assim que nos separamos.

—Esse é o Felipe, o primo da Laura. Lembra que lhe falei dele?

—Há sim, o escritor. - ela disse amorosa antes de sorrir para ele.

—Sou Felipe e é um prazer conhecê-la. - ele disse suave enquanto oferecia sua mão para minha avó.

—Sou Maria e é um prazer conhecê-lo. -ela disse amorosa e apertou sua mão de leve antes de puxá-lo para um abraço, o que deixou Felipe sem graça.

—Vamos entrar, acabei de fazer uma travessa de bolinho de chuva e um café fresquinho.- vovó nos convidou e sorri feliz.

—O que é bolinho de chuva?- Felipe questionou ao meu lado confuso enquanto seguíamos a minha avó.

—Não tem como eu explicar, você tem que experimentar.- assegurei e ele concordou enquanto entravamos.

Enquanto minha avó arrumava a mesa fui até o armário onde ela guardava todos os CDs que ouvia. Eu sabia cada música afinal elas foram a trilha sonora da minha infância.

—Espera, eu conheço essa musica. - Felipe disse assim que voltei para a cozinha.

—Pensei que você tivesse nascido nos Estados Unidos. - minha avó disse confusa enquanto nos servia.

—Nasci e fui criado lá, mas meu pai jamais deixou suas raízes de lado. Sei reconhecer Ivan Lins de ouvido. - Felipe explicou antes de começar a cantar, nos surpreendendo por ele saber a letra toda.

—Minha filha, esse é o seu homem. Não o deixe escapar. - minha avó sussurrou para mim enquanto colocava alguns bolinhos em meu pires, e seu comentário me fez engasgar com o café.

—Tudo bem, Valentina?- Felipe questionou preocupado enquanto eu tossia e olhava para a minha avó.

—Tudo.- assegurei antes de tossir mais um pouco.

—Ela está bem. E como está o bolinho de chuva, meu querido?- minha avó questionou para Felipe que logo voltou a comer.

—Está um manjar. Nunca havia comido algo tão bom. - ele sussurrou deliciado antes de voltar a comer e gemer de satisfação o que nos fez rir.

—Isso meu caro, se chama comida de vó. E é a melhor iguaria de todos os tempos. - disse e ele concordou antes de voltar a comer.

Assim que terminamos de comer ajudamos minha avó a arrumar tudo antes dela subir para descansar um pouco.

—Tem certeza que você está bem?- questionei para Felipe que estava praticamente jogado no sofá da minha avó.

Ele realmente havia levado ao pé da letra, quando minha avó disse para que se sentisse a vontade.

—Acho que não. Nunca havia comido tanto na vida.- ele disse fraco e sorri.

—Eu percebi. Em meia hora você esqueceu anos de aula de etiqueta. - brinquei e sorrimos enquanto me sentava no tapete da sala me encostando no sofá em que ele estava.

—Isso é verdade. Tem certeza que não quer se sentar ao meu lado?

—Não, acho que você precisa mais do sofá do que eu. - disse e ele concordou enquanto sorriamos.

—Sua avó é uma pessoa maravilhosa. Tem sorte em tê-la ao seu lado.

—Agradeço a Deus todos os dias por tê-la.

—E ela vive aqui sozinha?

—Não, ela vive com a minha tia, a irmã do meu pai. Mas à uma hora dessas ela está no trabalho.Sempre venho visitar a minha avó as terças, só ainda não tinha vindo por que não sabia se você era digno de conhecê-la.

—Puxa, isso quer dizer que me tornei digno. Você é difícil de ser conquistada.

—Você não sabe o quanto. - disse e bocejei de leve.

—Vem, esse sofá é grande o suficiente para nós dois. - ele disse enquanto me oferecia sua mão.

—Só vou dividir o sofá da minha avó com você, por que estou cansada. Por que jamais aceitei dividi-lo com ninguém, nem com o meu irmão. - sussurrei enquanto me deitava no sofá.

—Você está dividindo muitas coisas comigo. - ele sussurrou acariciando meu cabelo de leve enquanto estava de costas para ele.

—É verdade, e isso é estranho. - sussurrei sonolenta enquanto Felipe acariciava meu cabelo que estava acima dos ombros.

Não demorou muito até que eu caísse rapidamente em sono profundo.

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—Fiquei surpresa quando ela me disse que você iria acompanhá-la para cima e para baixo.- ouvi a voz da minha avó dizer, rompendo a barreira profunda do meu sono.

—Também fiquei surpreso dela ter aceitado. - ouvi a voz de Felipe dizer em seguida.

—Fiquei mais surpresa ainda em vê-la dividindo o sofá com você. Valentina não dividia aquele sofá nem com Daniel, por mais que ele chorasse.

—Ela me disse isso.

—Você gosta dela, não é?- ouvi vovó questionar suave e me forcei a acordar desse sonho maluco.

—Valentina é preciosa demais para mim.- ouvi Felipe dizer assim que abrir os olhos totalmente desperta.

O que ele queria dizer com aquilo?

—Há você está aqui. - minha tia Lucia disse amorosa assim que entrou na casa da minha avó e me viu acordada.

—Oi tia. - sussurrei antes de ser abraçada por ela.

Não demoramos muito após a chegada da minha tia, afinal já eram cinco horas da tarde.  Me despedi das duas antes de deixar Felipe na casa de seus tios, onde ele estava hospedado.

—Obrigado pela tarde maravilhosa. - ele agradeceu e sorri nervosa ainda pensando no que ele havia dito a minha avó.

—De nada.- disse suave antes de nos despedirmos e ele sair do carro.

Enquanto dirigia para a minha casa, não pode evitar pensar no que Felipe queria dizer com eu ser preciosa demais para ele. Talvez, eu jamais soubesse o que ele queria dizer com isso.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Estou apaixonada pela Vovó Maria.
Melhor pessoa do mundo.