Além de mim escrita por Lara Queen


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Hellooo!! Cheguei com mais um novo capítulo, só que dessa vez vai ser narrado pelo ponto de vista do Adrien. Vamos ver o que ele está achando disso tudo.
Quero fazer um agradecimento especial à Raquel moreno, que fez a primeira recomendação da fic!!! Sim, gente, eu estou muuuitíssimo feliz!! Não há palavras para descrever o tamanho da alegria, só sei sentir.
De início, a ideia era para ser um short fic. Uma coisinha pequena que comecei a escrever pelas notas do celular. Comecei a ter novas ideias e decidi prolongar a fic. Não sei até onde isso irá durar, mas já tenho tudo planejado. Agora é só escrever.
Espero que gostem do cap e boa leitura.



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Capítulo 5

O GATO

Desde aquela noite na Torre Eiffel, era evidente que meu relacionamento com a Ladybug tinha mudado. Mesmo sem saber as nossas identidades, éramos uma dupla que trabalhava em sincronia perfeita. Eu a considerava muito mais do que apenas uma amiga. Mas não sabia qual era seu pensamento em relação a mim. Éramos só parceiros, colegas de equipe? Ela me considerava somente um amigo? As dúvidas cessaram assim que fomos fazer nossa habitual patrulha.

Quando cheguei, encontrei-a sentada na beirada da borda de metal. Seus olhos estavam perdidos admirando as luzes da cidade, mas era possível notar um resquício de mágoa. Mesmo que tenha dado um pequeno sorriso para disfarçar seus sentimentos, eu sabia que ela não estava bem.

Chamei-a para que se sentasse ao meu lado e que pudéssemos conversar. No início ela hesitou, mas logo concordou. Compartilhamos nossos problemas pessoais, evitando falar mais do que deveríamos. Descobri que tínhamos algo em comum. Vivíamos na sombra de nossos alter egos. Quer dizer... Ela se sentia na sombra da Ladybug.

Meu caso era bem diferente. Eu adorava minha identidade de super-herói. Não conseguia ser eu mesmo sendo Adrien Agreste. Sempre seguindo as ordens de meu pai, nunca tendo a liberdade que gostaria sendo um garoto normal, essa fama estúpida de modelo com sorrisos falsos e amizades por interesse.

Como Chat Noir, eu poderia fazer o que bem entendesse. Saltar pelos telhados das casas, escalar a Torre Eiffel e contemplar a melhor vista da cidade, lutar contra vilões, que era algo que eu adorava fazer e principalmente ter a companhia da garota mais incrível do mundo. Eu considerava esses poderes como uma benção, pois chegou bem na hora que eu mais precisava.

Ladybug chorou diante de mim, deixando-me angustiado. Ela gostava de um rapaz da sua vida comum, e o mesmo partiu o coração da minha joaninha. Seu amor não era correspondido assim como o meu. Eu entendia muito bem o que se passava com ela.

Começou como uma atração. Quando nos conhecemos, ela me encantou com sua coragem e otimismo, e aos poucos, sem que eu percebesse, me vi amando aquela garota. Desejei tanto conhecê-la e conquistá-la, mas ela se desviava de qualquer tentativa minha de aproximação.

Agora eu finalmente entendia o motivo.

Ela estava tão frágil, que eu queria abraçá-la e protegê-la de qualquer mal. Ouvi-la dizer que era apaixonada por outro me quebrava. Eu estava muito enciumado, mas não deixava transparecer. A raiva que sentia pelo tal garoto por tê-la deixado naquele estado era ilimitável. Se eu o conhecesse, lhe daria uma bela surra.

Enxuguei cada lágrima de seu rosto e a envolvi em um abraço para confortá-la de toda dor em seu coração. Seu corpo tremia com os soluços, camuflando as batidas fortes em meu peito por tocá-la com tanto afeto. Inspirei o aroma de seus cabelos para memorizar aquele cheiro de flor. Tão cheirosa, minha joaninha...

Fiz com que ela olhasse para mim. Queria mais que tudo ser o seu suporte. Se ela queria superá-lo, eu a ajudaria. Olhei para o horizonte, refletindo sobre minha decisão, e em seguida para ela. Nem eu esperava tamanha coragem para fazer aquela proposta.

Ela me olhou confusa e surpresa. Gaguejou, constrangida, sem saber o que responder. Interrompi-a dizendo que lhe daria todo o tempo que precisasse para pensar. Ela concordou, com o rosto corado, causando-me satisfação e ansiedade.

Logo depois, despedimo-nos. Cada um seguiu um lado para patrulhar. Fiquei andando na beirada de um muro, pensando nos acontecimentos do dia.

Lembrei-me de mais cedo, quando algo inesperado aconteceu.

***

Estava saindo da biblioteca com o Nino, quando vi Marinette aproximar-se de nós. Ela não parecia estar bem. Seu corpo tremia e o rosto estava muito vermelho. Coloquei a mão na sua testa para checar sua temperatura, mas ela confirmou que não estava com febre. Disse que precisava falar comigo a sós, então Nino deu uma desculpa esfarrapada sobre fazer um trabalho de geografia com a Alya e se retirou.

Ela estava muito tensa, deixando-me ainda mais preocupado. Andamos pelo corredor procurando por uma sala para que pudéssemos conversar a sós. Ficamos por um tempo nos encarando em silêncio, sentindo-me desconfortável por ninguém falar nada.

— Adrien... Você se lembra do nosso primeiro dia de aula há um ano? Naquela tarde de chuva... Quando me emprestou seu guarda-chuva.

Como eu poderia esquecer? Minha primeira vez em uma escola, foi o dia em que recebi meus poderes, fiz novos amigos e...

— Você estava brava comigo porque pensou que eu tinha colado chiclete na sua cadeira quando na verdade tinha sido a Chloe.

Dei uma risadinha e ela sorriu, relaxando sua postura.

Eu não falava muito com as garotas naquela época, por isso fiquei meio assustado quando pensei que Marinette me odiava. Chloe foi minha única amiga por muito tempo, então eu não sabia lidar muito bem com a situação. A loira poderia até ser egoísta, egocêntrica, mimada, mas eu não queria perder minha única amizade. Foi por isso que Nino decidiu se apresentar para mim. Quanto a Marinette... Ela achava que eu era igual a todos os outros garotos metidos.

Quando a vi parada em frente ao portão da escola, achei que seria a oportunidade perfeita para seguir o conselho do Nino e explicar que tudo fora um mal entendido. Ela não disse nada, só ficou me olhando surpresa. Como sabia que a chuva demoraria a passar, com hesitação, ela pegou o guarda-chuva que fiz questão de emprestar. O carro que me levaria para casa já estava me esperando, então não vi problema algum em emprestá-lo.

A partir daquele dia nos tornamos amigos. Mas eu não esperava que isso me causasse um problemão logo em seguida.

— Naquela tarde, mesmo eu ainda estando brava com você, ainda teve coragem de olhar nos meus olhos e dizer a verdade. Foi generoso e emprestou seu guarda-chuva para mim, e esboçou um leve e encantador sorriso. E eu me apaixonei... por você.

Eu gostava de Marinette. Ela era especial, uma amiga, alguém que eu poderia confiar. Eu não queria vê-la triste, não queria que ela me odiasse, mas tinha que falar a verdade.

Não poderia retribuí-la.

— Marinette... Eu já amo outra pessoa.

E vê-la daquele jeito após a minha resposta, doeu meu coração. Ela segurava o choro. Claro que não choraria na minha frente porque não queria me preocupar. Como sempre, ela pensava mais nos outros do que em si mesma. Sentia-me tão péssimo por ser o causador de seu sofrimento.

Ela disse que entendia, que se sentia uma boba por ter dito aquelas coisas e se desculpava comigo. Tentei tranquilizá-la e perguntei se ficaria bem. Ela concordou e disse que precisava ficar sozinha.

Então ela correu para longe. Gritei seu nome, mas a mesma nem sequer olhou para trás.

Marinette havia sumido completamente. Procurei-a por toda a escola, preocupado e querendo esclarecer as coisas. Assim que a aula começou, fiquei na expectativa de que ela ainda estava na escola. Suas coisas ainda estavam na mesa e Alya estava ao lado da cadeira vazia, me olhando e perguntando por onde a Marinette se meteu. Só abaixei a cabeça e fiquei isolado com o meu silêncio.

Não consegui mais prestar atenção na aula. Nem Nino e nem Alya ousaram em dizer alguma coisa. Provavelmente ela falaria com Marinette mais tarde. Assim que a aula acabou, fiquei esperando o Gorila me buscar na frente da escola. Nino apareceu dando uma cotovelada no meu ombro.

— Como foi a conversa com Marinette?

— Cara... Ela se declarou para mim. Tive que dizer a verdade para ela.

— Os sentimentos dela por você eram tão óbvios, que fico surpreso por você nunca ter notado.

Arregalei os olhos.

— Até você sabia?! Por que não me contou? Eu poderia ter esclarecido isso antes. Talvez minha situação não estivesse tão complicada.

Ele suspirou e pôs a mão no meu ombro.

— Eu nunca te contaria. Aliás, eu não deveria me meter nisso. Ela quem deveria falar sobre o que sente por você, não eu. E você é muito lerdo para se tocar.

— Obrigado pela sinceridade. – Falei com ironia.

— De nada – ele disse, rindo da minha desgraça.

Grande amigo...

O carro já me esperava buzinando com Nathalie parada ali na frente olhando para mim. Despedi-me de Nino e entrei. No meio do caminho para casa, decidi mandar uma mensagem para Marinette. Pensei em tantas coisas para dizer a ela, mas no final só consegui digitar:

Eu sinto muito.

Guardei o celular e encostei a cabeça na janela, querendo esquecer os problemas e desejando que a noite chegasse.

Assim que vestisse aquela máscara, eu esqueceria tudo. Ansiava, contando as horas, para ver a minha joaninha.

A minha Ladybug.

***

Após a patrulha, entrei silenciosamente pela janela de meu quarto.  Desfiz minha transformação e fui para a cozinha procurar um queijo para Plagg. No meio do caminho, passei em frente ao quarto de meu pai e ouvi alguns murmúrios.

Sentia-me um intrometido por estar parado em frente à porta tentando ouvir conversa alheia. Só consegui escutar tudo pela metade. Meu pai parecia estar falando no telefone.

— Pretendo sair amanhã de manhã. Acho que encontrei uma pista de onde Clary possa estar.

Fiquei estático. Os olhos arregalados e os lábios entreabertos. Meu coração falhou uma batida pelo choque que as palavras de meu pai me causaram.

Seria possível minha mãe estar viva?

Queria muito abrir a porta e tirar satisfações, saber que pista era aquela e se eu poderia ajudar. Não a via tinha quase dois anos e a saudade me inundava. Desde seu desaparecimento repentino, meu pai mudou completamente. De um homem que costumava sorrir para um cara chato, sério e controlador.

Não sabia ao certo o motivo de ela ter sumido. Lembro-me de chegar em casa após um sessão de fotos e encontrar meu pai sentado no sofá com um olhar desolado. Ele segurava um pequeno pedaço de papel rasgado. Peguei-o de sua mão e o mesmo nem sequer se mexeu. Ele estava tão imóvel, o olhar tão vazio que eu estava preocupado pensando apenas no pior. Foi então que li a carta.

A carta que fez minha vida mudar e tudo desmoronar.

Gabriel, estou partindo. Cuide do Adrien por mim. Ele precisa de você, agora mais do que nunca. Sinto muito por não poder explicar. Que um dia nos encontremos. Amo vocês.

Com amor,

Clary

 Ela tinha nos deixado.

E eu queria entender o motivo.

A partir daquele momento meu pai não foi mais o mesmo homem. Não ter a mulher que ama o fez sofrer muito. Colocou a polícia para investigar seu paradeiro. Aguardamos por meses na esperança de que ela voltaria, mas depois um ano meu pai havia desistido de esperar.

Talvez esteja morta. Era o que ele dizia, pois não havia mais nenhum rastro de onde ela poderia estar. Como se tivesse sumido da face da Terra.

Agora, depois de tanto tempo, finalmente tínhamos uma pista. Um fio de esperança para que a nossa família se reunisse novamente.

***

Após pegar um pedaço de queijo para Plagg, fui para o meu quarto. Meu kwami havia caído no sono enquanto eu estava deitado na cama, olhando para o teto, com os braços cruzados na nuca. Dei um suspiro e fechei os olhos.

As coisas poderiam melhorar.

Minha mãe poderia voltar para casa e nossa família estaria completa e feliz assim que ela nos desse uma explicação pelo seu desaparecimento repentino; e ainda tinha a possibilidade de me aproximar cada vez mais de minha Lady assim que ela me desse a resposta de minha proposta.

Sorri alegremente, relaxando o corpo para cair no sono.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi importante porque temos sinais do segundo plot da fic. Eu não tinha ideia de que nome eu daria para a mãe do Adrien, pois infelizmente na série não fala :v Espero que seja revelado logo, não é?
Então, galera... É isso. Até a próxima segunda.
Kisses :*