Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 27
Conheço a filha de Zeus.


Notas iniciais do capítulo

desculpa desculpa a demoora :/ eu prometi segunda e postei quinta as dez da noite. é foi mancada minha... mas o capítulo tá grandinho... ) aviso no fim!



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Eu acordei um pouco mais tarde, pela primeira vez eu não acordei com os galos. Eu me vesti com calma enquanto a Miranda tinha um ataque de nervos, aproveitei para tomar um banho antes, porque não tinha ideia de quando seria a próxima vez que poderia tomar um banho. Coloquei o arco dobrado no bolso frontal da minha calça. O batom-espada no outro bolso também frontal. Coloquei a bolsa atravessada.

 

- Vamos Miranda! – berrei.

 

- Lola! – apareceu ofegante. – Me espere.

 

- Pretendo... – disse irônica.

 

Ela pegou a bolsa e nos deixou sair. Fui em direção do acampamento dos deuses menores.

 

- A gente sai por aqui? – perguntou.

 

- Não, Miranda. – disse tentando achar minha paciência – Por favor se acalme! – quase implorei.

 

- Certo. – disse séria – Questão de curiosidade, por que viemos aqui? – apontou para o acampamento menor.

 

- Venha. – apenas respondi.

 

Caminhamos até o chalé de Íris. Tirei o mesmo saquinho da missão passada e enchi de Dracmas, puxei as cordinhas e o coloquei de volta na bolsa. Fui fazendo o caminho contrário enquanto Miranda vinha um pouco atrás perplexa pelos acontecimentos, pelo visto ela nunca ira ali.

 

- O que é isso? – perguntou agora que acabávamos de entrar no nosso acampamento.

 

- Um Dracma. – disse jogando uma que tinha na mão pra ela.

 

Sua cara foi impagável, ela olhou a moedinha umas três vezes, antes de pronunciar qualquer coisa.

 

- Irado! É ouro?

 

- Sim... A gente usa para pagar alguma coisa no mundo grego ou para se comunicar com alguém com mensagens de Íris. – expliquei.

 

- Fantástico! – foi a única coisa que ela disse.

 

Fomos até a colina e faltava ainda a Luiza e a Angelina. A Flávia, Clara e Molly já estavam lá.

 

- Fala galera. – cumprimentei colocando meus óculos escuros.

 

- Oi Lola, oi Miranda. – disse a Flavinha animada.

 

- E aí? – simplesmente a Clara disse.

 

A Molly preferiu ficar quieta. Na situação dela eu também ficaria. A querida tinha dado em cima do meu namorado. Ta certo... a gente não namorava ainda, mas porra, todo mundo sabia que a gente se gostava.

 

- Oi meninas. – disse o Quíron. – A Luiza me avisou que subiria com Angelina já. – explicou – Assim que elas chegarem, eu lhes digo o que será preciso para encontrar as primeiras pessoas.

 

As meninas demoraram para chegar, elas vinham com calma e sem pressa alguma. A Miranda quase teve um AVC pela demora delas, eu quase as empurrei morro acima para que elas caminhassem mais rápidas, acho que ansiedade é genético. Depois de uns dez minutos elas chegaram lá em cima.

 

- Então. Vocês saíram daqui e precisam chegar numa floresta há uns dez quilômetros oeste daqui. É lá que a Lady Ártemis vai passar a noite com as caçadoras e provavelmente ela conseguirá falar com Apolo. – comentou.

 

- Ok. Iremos para lá. – disse Luiza.

 

- Boa sorte. – Quíron disse antes de voltar galopando.

 

Ficamos ali paradas, todas esperando que a “líder da missão” falasse alguma coisa.

 

- O que estão esperando? – perguntou a mesma.

 

- Uma ordem... – disse parecendo obvia. – Precisamos de alguma ordem para fazer alguma coisa...

 

 -Precisamos ir para à dez quilômetros oeste daqui. – respondeu.

 

- Nadando? – ironizou Clara.

 

- Hm... acho que podemos pegar uma carona.

 

- Com quem? – falou Molly pela primeira vez. – Ninguém vem pra esse lado...

 

- Na verdade, - iniciei – podemos caminhar um pouco a oeste, e pegar uma carona – coisa que eu não queria –, tem uma estrada um pouco mais adiante é onde passa ônibus.

 

- Só que nós não vamos de ônibus, - me disse a Molly -, vamos pegar uma carona se não entendeu.

 

- Fofa. – começou a Miranda. – Ela disse que passa o ônibus, não que vamos pegar um ônibus.

 

Isso fez a Molly ficar quieta por um tempo. Começamos a caminhar, em completo silencio, ninguém ousava falar mais que o necessário. Era sem duvida melhor uma missão com os meus amigos onde eu ria, e quase morria. Do que uma missão séria, onde nada tinha graça, que o perigo era zero. Além do mais, missão são feitas para isso certo? Para lutarmos e tal. Seguimos caminhando até que chegamos na bendita rodoviária. Para nossa sorte ou azar, não tinha ninguém ali, exceto uma mulher e um senhor que vendia o ticket do ônibus. Paramos na frente da cabine dele e deixamos a Flá falar.

 

- Oi. – disse meiga – Gostaria de saber quando é o próximo ônibus...

 

- Hm... – passou a mão nos bigodes. – Daqui há umas duas horas. Podem esperar se quiser.

 

- Vou falar com as minhas amigas, obrigada. – abriu o seu sorriso mais puro.

 

Ela se virou para onde estávamos e nos afastamos um pouco.

 

- Eu não quero ficar... – gemi.

 

- Por que não, Lola? – perguntou a Angelina.

 

- Vai que aquele cara abuse de mim. – fiz cara de horror.

 

- Me poupe. – falou Luiza. – Vamos esperar até o próximo ônibus chegar... temos vinte dias, não me parece ser tão complicado.

 

Então sentamos naquelas cadeiras de plástico desconfortável. Mas não é? Se você senta um pouquinho inclinado você escorrega, por que o trumbiço é liso. E se você senta reto... ah fala sério ninguém senta reto numa cadeira de rodoviária, é contra os instintos de qualquer ser humano. Não tem lugar pra por as mãos. E te lembra hospital... Pois então, depois de meia hora pra mim, e cinco minutos no relógio da rodoviária eu já não agüentava mais as cadeiras.

 

- Vou ao banheiro. – decidi.

 

- Vou contigo. – disse a Flávia.

 

A Clara se pôs de pé logo em seguida sem dizer nada. Olhei para as outras, nenhum tinha feito qualquer indicio de movimento. Perguntei onde era o banheiro para o senhor que agora lia o jornal, ele apenas disse ali... Restou a mim e as gurias sairmos por dedução lógica até uma das portas que achávamos a mais provável para ser um ali... ERA! Achamos o banheiro. Ele era limpinho até, mas parecia ter sido feito há décadas atrás...

 

- Sério essa missão ta sendo um porre! – me queixei.

 

- Concordo! Nunca pensei que ia dizer isso... mas cadê aqueles idiotas? – disse a Clara.

 

- Deuses, ninguém merece! Primeiro, aquela Molly é uma samambaia, depois a Luiza que manda e desmanda, pra completar a gente carrega uma menina de onze anos junto. A Miranda é legal até. – comentou a Flávia.

 

- Nem me fale. – disse indo até o espelho e me olhando.

 

A Flávia deu uma passada com o dedo envolta dos lábios como se o batom dela estivesse borrado. Eu dei uma pequena puxada no meu moletom para baixo.

 

- Vamos? Elas vão sentir nossa falta se sumirmos... – disse Flávia.

 

- Até que não era uma péssima ideia... – fiz graça enquanto me dirigia para porta.

 

Elas passaram e eu passei por ultimo. Retornamos ao misero espaço onde elas esperavam e agora todas estavam em pé.

 

- Podem sentar não sou o presidente – falou a Clara séria.

 

- Nós conseguimos uma carona... Lembram afinal o plano era irmos de carona. – comentou Luiza.

 

- Eu achei que estávamos esperando o ônibus... – comentou a Flávia.

 

- Para ver se alguém poderia nos dar carona – falou a miss obvio, leia-se Molly.

 

- Por que alguém em sã consciência vai pegar um ônibus se ta com o carro aí?! – avancei um passo em direção a ela.

 

- Vamos me bata... sei que você quer isso há um tempo – me desafiou.

 

- Achei que estávamos saindo? – disse Flávia. – Vamos Lola, não vale a pena... – me arrastou

 

A valia, valia um monte à pena, mas simplesmente não podia. Fomos até a frente da rodoviária.

 

- Quem decidiu nos dar carona? – questionou Clara.

 

- Uma mulher que tava na rodoviária, ela disse que estava esperando uma irmã, mas pelo visto ela vai chegar mais tarde então podia nos levar até o nosso paradeiro por que era no caminho. – desembuchou Miranda.

 

Clara me olhou como se soubesse o que pensava. Era extremamente arriscado pegar carona com a primeira pessoa que víssemos, da ultima vez encontramos ciclopes num ônibus comum. Imagina o que essa mulher poderia ser?

 

- Eu acho que não devemos ir. – opinei.

 

- Pois fique então e volte para o acampamento. – disse Molly

 

Fechei meus olhos com força e me obriguei a contar até dez. No fim mandaram a mim, a Flávia, Clara e a Miranda na caçamba da picape. Molly, Luiza e Angelina foram na frente ao lado da mulher. Andamos por um tempo em uma estrada. Não sabia ao certo se íamos para o lugar onde planejávamos, mas a direção estava certa. Eu torcia para que fosse uma humana honesta, sem problemas psicológicos. Eu estava sem relógio, mas creio que passou um dez minutos até que ela parou e saiu da cabine da picape.

 

- Chegamos. – disse abrindo a caçamba para descermos.

 

- Obrigada – agradeceu a Luiza. – Valeu mesmo.

 

A mulher ficou ali parada nos olhando. Medo. Seus braços se alongaram e se transformaram em asas, ela perdeu um pouco de altura assim que seus pés viraram, patas de aves.

 

- Curiosidade, qual o nome dela mesmo? – perguntei.

 

- Era Har Piah – falou Molly inocentemente.

 

A Clara olhou pra ela com uma cara de “fala sério é tão burra assim?”. Era por que tanto ela quanto a Luiza, aceitaram a carona de uma Harpia. No mínimo são malucas. Não posso culpar a Miranda por que ela é meio burrinha mesmo, e na animação nem deve ter perguntado o nome da criatura. Já a Angelina era novinha demais então... então nada! Tem uma ave rapina com partes de mulher me encarando... Nesse momento não pude evitar um pensamento. “Espero não parecer uma minhoca.”  

 

- Oh! – foi a única coisa que a monossilábica da Molly falou.

 

Eu e minhas duas melhores amigas tivemos a mesma reação.

 

- Para trás! – gritamos enquanto tomávamos a frente de todos.

 

Não daria tempo de desdobrar o meu arco e pegar alguma flecha. Apenas consegui sacar o batom e ativar a espada. Flávia apertou um bracelete de coração que ela tinha e a Clara a caveira que ela tinha na pulseira. A Harpia soltou o barulho típico das águias e avançou para nós. A Flávia precipitou a espada em sua direção. Enquanto isso as quatro estavam paradas atrás de nós. Pelo menos assim elas não nos atrapalhavam.  Novamente veio na nossa direção dessa vez recuamos. Não podíamos continuar assim, íamos acabar entrando na floresta, ela provavelmente conhecia a floresta e daí estaríamos perdidas.

 

- Meninas! – berrei – Vamos ter de nos separar, senão vamos acabar entrando na floresta...

 

- Sem problemas. – respondeu a Clara.

 

- Vamos precisar delas. – acenei com a cabeça para trás.

 

- ANDEM LOGO, INUTEIS! – gritou a Clara.

 

Graças aos deuses, elas decidiram fazer alguma coisa. Não que fosse útil mas antes elas armadas do que qualquer coisa. A Harpia se defendia bem, seus movimentos eram rápidos, e não tínhamos como fazer contato muito de perto. Por sorte, no ultimo ataque frontal que ela deu a Clara acertou as suas costas em cheio. Fazendo a Harpia se dissipar em cinzas, que com uma rajada de vendo vinda do nada as levou para longe.

 

- O que eu posso dizer... – disse com falsa cara de pensativa – Descubram tudo. Quase morremos agora, por sorte éramos mais que ela.

 

- Vamos combinar vocês deixaram passar algo obvio. – Flá disse ajeitando os cabelos.

 

Aproximei-me perto dela e falei no seu ouvido.

 

- Idi Otas. Quiseram se fazer de as fodásticas. – sussurrei.

 

- Nem me fale. Só nós podemos isso, mais precisamente eu.

 

Revirei os olhos.

 

- Mata adentro garotas! – apontei para uma trilha que iniciava alguns metros de onde estávamos.

 

 Sem duvida a trilha era de quilômetros, não sabíamos onde a Lady ia ficar com suas caçadoras mas supomos algo como uma clareira ou com água por perto. Caminhamos por metros e metros, mais ou menos uns dois quilômetros, eu estava começando a ficar entediada. A Molly reclamava de cansaço, a Luiza carregava a Angel nas costas. Miranda queria comer. Flávia me olhava como se perguntasse “Ignore é o que estou fazendo” e a Clara me olhava dizendo “EU MATO! DEIIXA!!” Por fim, acabamos chegando antes que eu esperava era uma cachoeira com uma clareira legal para acampar, decidimos que esperaríamos ali, se não fosse iríamos descobrir logo. Era seis da tarde. Logo Lady Ártemis apareceria.

 

Estávamos certas, aquela era a clareira, já estavam com acampamento montado quando quinze meninas, relativamente jovens apareceram ali.

 

- Olá Ladys. – disse uma menina, de idade por volta de quinze anos, cabelos ruivos e extremamente bonita. – Sei o que vos traz aqui, e lhes ajudarei no que me é possível. Porém acredito que se não for incomodo a vós, prefiro conversar na presença de meu irmão. Ele chegará ao amanhecer. – explicou.

 

- Certamente, esperaremos. Precisamos de sua ajuda, Lady. – falei.

 

- Lhes auxiliarei no possível. – se mostrou prestativa. – São apenas vocês?

 

- Sim, Lady, apenas nós. – respondeu a Flá.

 

- Vejo que minhas Caçadoras e eu poderemos ficar mais acomodadas com apenas mulheres. – virou-se para as mesmas Caçadoras. – Montem o nosso acampamento.

 

- Precisam de ajuda? – perguntou Miranda.

 

- Gostariam? – perguntou uma menina.

 

- Por que não? – disse sorridente a minha irmã

 

Depois de ajudarmos as Caçadoras e a Lady Ártemis a montarem o acampamento, providenciamos uma fogueira e nos sentamos em alguns panos que elas tinha ali para podermos jantar. Achei a Giovanna junto com as Caçadoras ela parecia feliz e conversava com uma menina de cabelos escuros e olhos tempestuosos.

 

- Oi. – falei enquanto me aproximava.

 

- Lola! – disse me dando um abraço. – Vejo que está viva! Isto é ótimo, é uma pena que tenha ido embora antes de voltares. Mas estou extremamente feliz aqui, era algo que eu já gostava.

 

- Prazer sou Thalia. – disse à menina que conversava com ela.

 

- Lola. – apresentei-me. – Filha de Apollo. – sorri.

 

- Sabe até que vocês se parecem, pelo menos o mesmo sorriso. – comentou. – Sou de Zeus.

 

- Você... é um dos três filhos impróprios? – perguntei receosa.

 

- São três?! – questionou espantada.

 

- A minha amiga. – apontei pra Clara – É de Hades.

 

- Oh! Pelos deuses. Isso deve ter dado uma grande confusão. – disse mais para si mesma.

 

- Então agora estão atrás do quê? – perguntou a Gi.

 

- Objetos perdidos. – disse simplesmente.

 

- Boa sorte. – disse Thalia – Sinceramente você vai precisar, raio de sol. – disse com um pingo de deboche.

 

Comemos salsichas assadas na fogueira mesmo. As Caçadoras se recolheram logo em seguida para barracas prateadas com luas e estrelas. As nossas eram beges sem nada de mais. A Luiza trouxera na mochila. Ela e Angelina ficaram em uma. Miranda e Molly. Eu, Clara e Flávia nos apertamos em outra por vontade nossa mesmo. As Caçadoras chegaram a oferecer uma outra barraca, ou espaço numa que elas já tinham montado. Elas eram bastante prestativas mas uma das meninas, disse que era por que não tinha nenhum menino por perto, senão a Lady ficava brava e às vezes antipática. Não gostava de falar muito e não gostava que elas falassem muito. Ela me explicou que era apenas proteção, que a Lady se preocupava com elas e eu acreditei. Por fim peguei no sono, sem qualquer dificuldade, estava frio mas não impossível de suportar.   


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Notas finais do capítulo

Gostaria que todos aqueles que querem o meu pancreas, esperasse mais um pouquinho. Não vou prometer data alguma, mas lá por terça deve estar estorando um novo capítulo. Talvez segunda mesmo. Sexta eu sou voluntária e tenho voluntariado, então só a noite. Sábado eu vou para uma formatura e não vou poder escrever sábado o dia inteirinho. Domingo eu escrevo e segunda só de tarde... então acho que por terça eu posto. Beijinhos. REVIEWS GALERA? deixei tudo explicado pra continuar com meu pancreas