Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 26
Poha! Profecia Nova!


Notas iniciais do capítulo

novinho, tá pequeno, mas provavelmente amanhã vem outro.
quarto capítulo segunda temporada.



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Vamos combinar que ir para coordenação não era nada legal. Ainda mais com as suas amigas. Nessas horas que me perguntam “Você está indo para coordenação?” ai eu respondo: “Menor idéia.” É verdade, não sei nem por que estou indo ver o Quíron, muito menos o motivo da Clara e da Flávia estarem junto comigo... por outro lado era ótimo ter elas comigo eu ficava mais segura, com elas ali. Aproximamos da Casa Grande e Rachel estava sentada ali na varanda como sempre, mas estava mais séria que o normal.

- Eles estão na sala que tem a mesa de ping pong... - informou

Assentimos e entramos no corredor que continha inúmeras portas, fomos até o fim do corredor, na porta da direita. Paramos e a Flávia estendeu a mão para a maçaneta e a girou. Eu não esperava encontrar lá quem eu vi. Além da Luiza e do Quíron, Angelina, Molly e Miranda estavam ali. Não posso negar que fiquei surpresa, mas logo afastei qualquer coisa que eu pudesse estar me atrapalhando.

- Chamou, Quíron? – perguntei.

- Sim, por favor sentem. – sinalizou para as cadeiras envolta da mesa.

Fizemos o que ele mandou e sentamos ali.

- Aconteceu alguma coisa? – foi à vez da Flávia questionar.

- Infelizmente, sim. – disse sério. – Estamos com um novo problema.

- Nova missão? – desanimei-me.

- Sim. – respondeu. – Porém dessa vez, eu sei o que acontece. Primeiro vamos ouvir a profecia, só quem já a ouviu foi a Luiza, depois eu explicarei o que posso... – então pegou um papel em cima da mesa e entregou para Luiza. – Poderia?

- Claro. – soltou um pigarro e começou.

Algo importante é furtado

Sete guerreiras à sorte se jogarão

Um inocente será culpado

A viagem lhes reserva grande aflição

O reino dos mortos clamam por visitas

Duas ao chamado vão responder

Afinal nem todas podem viver.

 

- Um minuto. – disse a Flávia assim que a Luiza terminou. – Ela nos chamou para morrer?! – exasperou-se.

 

- Não é bem assim, Flávia. – tentou pacificar Quíron, vendo que a Luiza já assumia um tom vermelho de raiva. – Acreditamos que assim como a profecia de vocês não era bem ao pé da letra, esta também pode não ser...

 

- Calma Flávia. – pedi – Estamos ouvindo... – retomei ao assunto.

 

- Vocês podem ver que algo fora roubado. Porém desconheço o que seja, mas sei de quem foi. Foi furtado algo de Ártemis e algo de Apollo, eles disseram que notaram falta dos seus objetos quando voltaram do acampamento depois da noite de Ação de Graças. Os dois acreditam que tenha sido algum deus ou deusa, mas precisamente o culpado é Ares. Eles dizem que por ele ter roubado o elmo e o raio mestre de Zeus eles podem muito bem ter roubado o que seja, deles. Só que Ares afirma que não roubou nada, mas quando os gêmeos o perguntam onde estava quando voltaram ele diz não poder dizer...

 

- Certo, mas onde entramos? – pronunciou-se Miranda.

 

- Eu decidi dar esta missão ao filho de Ares assim que a ouvi. De consciência limpa, eu digo que Ares é o inocente culpado de quem a profecia fala, mas não posso colocar minhas mãos no fogo por ele... Acho que nada melhor que um filho de Ares defenda o pai. Voltando... só temos uma filha de Ares neste acampamento agora, é a Luiza. Ela aceitou a missão e pediu para escolher quem iria com ela, eu a permiti e vocês foram os escolhidos.

 

- Assim que sairmos daqui, vamos atrás de quem? A profecia não nos diz quem procurar... – comentou Clara.

 

- Na minha opinião, vocês deveriam ir até Ártemis e Apolo e descobrir o que foi roubado e depois ligar as futuras pistas que apareceram. Achá-los não é difícil, posso lhes dar algumas diretrizes.

 

- O nosso prazo? – perguntei.

 

- Até o solstício de inverno. 21 de dezembro. – respondeu.

 

- Por que nossos prazos sempre são até o solstício?! – exasperei-me. – Não que seja pouco tempo, temos uns vinte dias se partirmos amanhã, mas... vamos combinar... por que não até o Natal ou até o Ano Novo?!- disse irritada.

 

- Lola, sente-se por favor. – eu nem havia percebido que tinha me levantado. – Natal é uma festa cristã e Ano Novo, não importa para quem tem centenas, mas o solstício é a reunião obrigatória entre os deuses. – explicou calmo.

 

- Então vocês estão dentro? – perguntou a Luiza.

 

Assentimos todas exceto por uma.

 

- Obvio. – disse a Angelina. OMG! Uma criança esta indo junto!

 

Eu já havia visto ela na sala, mas como ela tinha se mantido quieta, eu não tinha reparado a sina que ela estava tendo. Ela poderia ser uma das mortas...

 

- Vocês partem amanhã, estão dispensadas das aulas e de qualquer prova, se necessário prestaram os exames na volta. – “Quem voltar” acrescentei mentalmente.

 

Saímos da sala. Em direção aos respectivos chalés, arrumar as suas coisas.

 

- Vamos, Lola? – convidou Miranda.

 

- Vai na frente. Já to indo. – respondi.

 

Fiquei para trás e caminhei junto com a Luiza, nosso chalés eram lado a lado. Quando restou apenas nós duas eu me pronunciei.

 

- Pirou? Tu ta levando uma garota de onze anos para morte eminente?! – falei um pouco alto demais.

 

- Acho que ela sabe se defender, Lola. Além disso só me restou ela ou meninas mais novas... – disse me encarando. – Vá para o seu chalé e resolva o que tem que resolver, dessa vez a líder da missão sou eu. Não você ou um da sua turma. – retrucou séria.

 

Dei de ombros e fui até o meu Chalé, não podia responder nada, ela tinha razão. Eu não queria que essa missão fosse um inferno. Entrei no chalé e encontrei uma Miranda desesperada com as mãos na cabeça e um Benjamim deitado na cama lendo.

 

- O que eu preciso levar? PELO AMOR DE AFRODITE ME AJUDA! – gritou.

 

- Pelos meus ouvidos, Lola, faça ela parar de gritar. – pediu Benjamim sem tirar os olhos do livro.

 

- Mi. Calma ok? Vamos lá... – disse pensativa. – Precisa levar tudo que tu tem para ataque... roupas e algum objeto mágico se tiveres. – disse.

 

- Arco e Flecha, espada e roupas então. Que tipo de roupas? – disse preocupada.

 

- Faz assim, separa o que tu acha e depois eu vejo, está bem? – sentei na escrivaninha.

 

“Liam.

Não me mate está bem? Eu fui para uma missão.

Então provavelmente quando você encontrar essa carta, eu não vou estar no acampamento e você deve estar preocupado com a minha ausência. O que eu posso dizer... Não precisa se preocupar. Muito menos se culpar, nem que estivesse no acampamento, você poderia ir, de acordo com a profecia é uma missão só de garotas. Se der mando uma mensagem de Íris. Espero que dê...

Te amo.

Lola”

 

 

Ele tinha o direito de saber onde eu estaria. Então fechei o envelope e fui até o Chalé de Dionísio. Bati na porta e uma menina, mais ou menos da idade de Angelina atendeu.

 

- Oi? – disse insegura.

 

- Posso entrar? – pedi.

 

- Acho que sim. – disse me dando espaço para passar.

 

- Sabe quem eu sou? – ela negaceou – Sou Lola, filha de Apollo.

 

- Helena. – se apresentou.

 

- Onde fica a cama do Liam? Você o conhece? – afinal não sabia se ela o conhecia.

 

- Sei quem é... e essa. – apontou para uma cama arrumada e mais distante. – Eu vou tomar banho, já volto. – disse saindo.

 

A cama estava perfeitamente arrumada, os lençóis eram roxo escuro e o travesseiro totalmente branco. Na cabeceira tinha um livro e um porta-retrato com a mesma foto que eu tinha no meu medalhão, ao olhá-la, imediatamente minha mão foi para o meu peito. Ali estava o medalhão que ele tinha me dado de aniversário. Sorri instintivamente. Foi complicado para fazer o Liam tirar a maldita foto. Primeiro ele não queria e depois quando consegui que ele tirasse a foto, ele não queria nenhuma das que tiravam, ele ou as achava nada a vê, feias, estranhas e tremidas. Graças a deus ele deixou a última, na qual ele olhava para câmera sorrindo e eu dava um beijo na bochecha dele, ficou realmente uma foto fofa.

 

Peguei o envelope e coloquei em baixo do porta-retrato. Ele o veria cedo ou tarde. Sai dali, para ir de volta para o meu chalé. Encontrei Helena no caminho.

 

- Avisa ele que eu passei aí, está bem?- ela sorriu e assentiu.

 

Quando atravessei a porta dourada me deparei com uma cena meio cômica... Miranda tinha tirado todas as roupas do armário e as colocado em cima da cama dela e da minha.

 

- Então? O que acha? – sinalizou paras pilhas.

 

- Sinceramente? – ela assentiu – Desnecessário.

 

- Ponha umas três mudas de roupa e deu. Não temos como trocar de roupa sempre, e nem sei se vai usar tudo isso... – avisei.

 

- Hm... vou ver o que posso fazer. – disse pensativa.

 

- Além disso, não vamos te levar junto com uma mala tamanho família, leve o que pode carregar... – avisei.

 

- Certo.

 

Fui até meu baú tirei aquilo que tinha dito para ela e coloquei na bolsa que o Dan tinha me dado. Ela era grande e usaria atravessada, então seria perfeita para usar. Tirei do meu bolso o arco dobrável e o desdobrei ele estava em perfeitas condições então iria para viagem. Deixei em cima da cabeceira da cama para que pudesse pegá-lo na saída. Me toquei que estava sem minhas flechas. Corri até o galpão. Sétima fila de armários. Nº 78. Não que eu tivesse 78 irmãos, não, o meu armário era o número 8. O 7 na frente representava o número da fila. Abri e lá estava minhas flechas mágicas que desapareciam e apareciam. Corri de volta e agora Miranda tinha tirado metade.

 

- As saias e os vestidos não precisam ir. – avisei.

 

Lá se foram mais algumas peças... Forcei minhas flechas a entrarem na mochila e vasculhei a antiga bolsa que tinha usado na missão passada. Tinha meus óculos, que coloquei na cabeceira ao lado do arco. E o apito que coloquei no bolso mais externo na nova bolsa. Coloquei o broche de sol que tinha na outra bolsa nessa. Peguei o batom-espada que a Flávia me dera e coloquei ao lado das outras coisas.

 

- Pronto. – suspirei aliviada.

 

- Ainda não... – soltou um muxoxo Miranda.

 

Fui até ela e comecei a vasculhar as coisas.

 

- Não vai precisar disso. – entreguei uns 5 mini-shorts. Isso me fez me livrar de uma pilha. – Nem disso – entreguei casacos grossos.

 

No fim de tudo tínhamos as exatas mudas de roupas que precisávamos.

 

- Agora vamos jantar. – disse para ela.

 

Saímos dali e andamos até o refeitório. Na real, eu andei, a Miranda andava um pouquinho e saltitava. Ela estava muito animada, mal ela sabia que a missão para qual partiríamos não era das mais fáceis. Pior ainda, teríamos que lidar com o nosso pai. Não sei o que poderia acontecer se não conseguíssemos recuperar o maldito objeto. Nos sentamos bem no meio da mesa dessa vez. Benjamim sentou logo em seguida na nossa frente. Fomos servidos com um risoto. Fomos os três até a tocha, jogamos um pouco da comida e voltamos.

 

- Sabe pode parecer drama e tudo mais. Mas vocês vão fazer uma falta... – começou Benjamim

 

- Own, a gente vai sentir tua falta, seu chato. – Miranda apertou a bochecha dele.

 

- Não vou ter mais os berros de vocês... Isso eu ainda não decidi se é bom ou ruim... – disse pensativo e sério.

 

- Fala sério! – revirei os olhos e me pus a comer.

 

- Não vamos morrer seu bobo, promessa. – disse amarando o dedo mindinho com o dele.

 

Eu continuei comendo, não sei bem porque, mas não tinha mais nada para falar naquele momento. Saí um pouco antes que eles com a desculpa de ir tomar banho, eu ia tomar banho mesmo, mas não estava mais a fim de ficar ali. Peguei minha roupa e me dirigi ao banheiro.  A água escorrendo no meu corpo me dava sensação de calmaria, não a mesma sensação que ver o nascer do sol ou o por do mesmo, mas me deixava aliviada a sua maneira. Parecia que todo o peso de minhas costas tinha saído. Eu tinha medo, medo por a Clara ou a Flávia morrerem, medo de levar a Angelina numa missão e não der tudo certo, medo de acabar com algum sonho da Miranda que ela tinha pro futuro. Infelizmente eu tinha a pior sensação do mundo naquela hora... Não podia evitar nada. Voltei para o chalé e tudo estava apagado. Deitei na minha cama e logo em seguida Miranda e Benjamim entraram no chalé.

 

- Acho que ela está dormindo. – ele falou num sussurro.

 

Eu não estava, mas não queria conversar. Pode parecer rude, mas não saberia o que dizer... por isso acabei me virando para o outro lado sem dizer absolutamente nada. Apenas torcendo para que amanhã chegasse logo.


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Notas finais do capítulo

Reviiiews? beijoquinhas