Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 28
Perdidos... Mas nem pertos de ser achados.


Notas iniciais do capítulo

mais um galera. e antes do prometidoo!



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Não que não tenha me permitido, mas não sonhei. Porém inúmeras vezes acordei do nada no meio da noite. Não foi uma boa noite de sono, mas também não foi das piores, foi apenas mal dormida. Pelas sete horas e o sol não tinha chegado ainda. Dei uns empurrões nas meninas e as fiz acordar. Saímos da barraca e ainda era frio, a neblina era grande. Algumas das Caçadoras já estavam acordadas e envolta da fogueira. Achei um espaço para mim e me sentei. Uma chaleira fumegava no centro da fogueira, apoiada em dois ferros, assim que nos sentamos uma menina de cabelos loiros se levantou e serviu o que fosse aquilo em três canecas e nos entregou. Chocolate quente. O cheiro era maravilhoso, inebriava e o calor que foi posto em minha garganta foi sem duvida essencial para suportar aquele frio.

 

Tivemos que recolher a nossa barraca, meio a contra gosto admito, afinal eu mal arrumava a minha cama, ter de recolher tudo era um saco. Assim que acabamos, Molly, Luiza, Angelina acordaram. Miranda já tinha levantando a um tempinho. Recolheram as barracas e ficamos esperando alguma coisa.

 

- Ele é profundamente irritante, por que é tão preguiçoso no inverno? – reclamou Ártemis.

 

Ninguém respondeu, todos se mantiveram no mesmo silêncio em que estavam. Era como se ela não tivesse falado nada. Ela olhou o minúsculo relógio, que trazia no pulso, repleto de engrenagens e significados que eu não sabia e olhou para o céu. As outras, inclusive eu e minhas amigas ficamos olhando para o lugar onde mirava. Aos poucos se distinguia uma sombra, que parecia vinda do sol. Se aproximando se via um Maserati vermelho, dentro um motorista de apenas dezessete anos, cabelos levantados com gel, óculos escuros, que me fizeram lembrar dos meus que eu estava usando. Jaqueta jeans aberta, seguida por uma blusa laranja, calças jeans escuras e justas. Sorria imensamente, era papai. Estacionou o maravilhoso carro e ouvi uns suspiros de algumas Caçadoras, imediatamente surpreendidas por Ártemis. O que o fez sorrir mais.

 

- Bom dia, irmãzinha! – escabelou o cabelo dela, impecavelmente arrumado.

 

- Sabes que sou mais velha que tu. – trincou os dentes.

 

- Aparência é o que importa. – piscou pra ela. – Então o que houve?

 

- Espero que tenhas total consciência do que acontece, irmão. – disse severa.

 

- Sei de muitas coisas... – debochou.

 

- Realmente, sabes muito de futilidades. Agora se permites vamos até a minha cabana. – realmente a barraca dela era quase um chalé, visto de fora.

 

- Você não faz o meu tipo. – negaceou com a cabeça.

 

- Agora! – apontou para a barraca.

 

- Está bem, está bem. – disse caminhando.

 

- Ladys, fiquem a vossa vontade. Poderiam me acompanhar, também? – se dirigiu a nós.

 

Assentimos e a seguimos até a barraca onde Apollo se encontrava. Por dentro era mais magicamente organizada do que por fora. Havia uma mesa no centro baixa e algumas almofadas espalhadas em volta. Sentamos de um lado da mesa de forma com que a Ártemis e Apollo sentassem lado a lado de frente para nós.

 

- Podemos agora conversar. O que necessitam? – perguntou educada.

 

- Lady. – iniciei – Estamos como sabes em missão. Devemos achar e retornar com os objetos roubados de vocês. – tentei soar o mais educada possível. – Mas, precisamos saber o que foi roubado...

 

- Ahhh! – disse Apollo, recém entendendo – É isso?

 

Lady lhe deu um olhar de censura e voltou para nós.

 

- Certamente. Bem, me foi roubado o meu arco e flecha. Isso é realmente importante para mim, por que era feito de prata além do mais, é necessário para minha caça.

 

- Não está caçando atualmente? – perguntou Clara.

 

- Sim, porém arcos normais, não me dão o mesmo desempenho do que aquele. – respondeu simplesmente.

 

- Certo. E do senhor, Apollo, o que foi roubado? – perguntou Molly.

 

Ele ia falar algo antes mas balançou a cabeça como se afastasse o pensamento.

 

- Minha lira.

 

- Prata? Bronze? – perguntou Luiza.

 

- Ouro. – respondeu simplesmente. – O deus da música precisa de sua lira. – as palavras saiam de sua boca, mas parecia estar pensando em outra coisa.

 

- Existe algo que possamos identificá-los, dos demais? – perguntou Angelina.

 

- Certamente. Meu arco e minha flecha possuem um “L.A” gravado.

 

- Vocês não conseguiram tocar minha lira, ela é sólida demais para vocês. – respondeu Apollo – Suas cordas não se mexeram e nem produziram musica.

 

- Isso basta. – refletiu Luiza.

 

- Mais uma coisa... Poderia nos contar o desenrolar dos fatos? – pediu Miranda.

 

- Ártemis. – pediu Apollo.

 

- Claro. Estávamos no acampamento por que o Apollo queria ficar mais tempo. Decidi ficar, Zeus não permitiria Apollo ficar sozinho e eu não via problema em ficar por um pouco mais de tempo. Porém assim que retornamos, nossos tronos estavam vazios. Tínhamos deixado tanto a lira quanto o meu arco e a flecha em cima deles. Estava me preparando para caçar e Apollo estava tocando. A sala de tronos estava vazia, então era impossível saber quem faltava. Mais tarde, fomos informados que os únicos que não estavam presentes eram Hera, Afrodite, Ares e Hefesto além de nós. Hera estava na Grécia, revendo algumas amigas. Afrodite disse que estava com alguém, não precisei de mais explicações depois. Hefesto nas forjas e Ares disse que estava por aí, mas quanto mais pressionei mais ele gaguejava e me ameaçava. Conclui que ele seria o mais adepto para isso.

“Vendo que ele já tinha roubado anteriormente o elmo e o raio mestre em busca de uma guerra de deuses. Zeus pediu paciência disse que não podíamos acusá-lo tão cedo... Pedimos, na verdade eu pedi, Apollo estava lendo alguma coisa que parecia mais importante e não deu bola, um prazo. Foi nos dado o solstício de inverno, da mesma forma que foi prometido que meio-sangues sairiam atrás das coisas roubadas.”

 

- O que o Apollo estava lendo? – minha pergunta era pra ela, mas ele se sobressaltou.

 

- Desconheço. – respondeu se virando para ele.

 

Antes que perguntássemos, ele tomou a frente e respondeu.

 

- Um bilhete. Eu não entendi sobre o que se referia. – tirou o bilhete do bolso frontal das calças e entregou a Ártemis.

 

- Por que não me constaste? – reprimiu-o

 

- Não perguntou. – deu de ombros.

 

Ela examinou o papel, meticulosamente quadrado e de pequeno porte. Inclinou a cabeça para o lado e seu rosto inflamou de ódio.

 

- Poderia?- perguntei esticando a mão.

 

Sua mão estava fria, assim que ela depositou o papel na minha. Seu rosto agora retomava a cor inicial, me pai parecia indiferente a tudo. Não tão indiferente. Respondeu na minha mente assim que esse pensamento a preencheu. Antes de ler o papel olhei para ele e ele se mantinha olhando pelo vão de tecido que fazia lugar de porta o sol.

 

“Isto foi um aviso. Peguem suas coisas e vão embora” Era lido. Não era uma caligrafia bonita. Parecia que ao ter escrito a pessoa tomou cuidado para disfarçá-la ao máximo.

 

- Houve brigas? Seja quem for não parecia muito satisfeito com a presença de vocês. – entreguei o papel a Clara.

 

- Nunca. Nunca tivemos problema algum com alguém. – respondeu Apollo. – Sempre fomos muito, como posso dizer, parciais. Nunca nos metemos em briga de qualquer um.

 

- Vamos ver... – murmurou a Clara. – Ares é inocente. – disse convincente.

 

- Como? – sobressaltou Ártemis.

 

- Simples, Lady Ártemis. Não teria tamanha inteligência, ele não teria se preocupado em fazer uma letra diferente. – pausou – Mas é possível. – recebeu um olhar inquisidor de Ártemis -Mas o que me faz acreditar na sua inocência, é que ele não quereria que fossem embora, gostaria que ficassem e guerreassem. Seria inútil para o bel prazer dele.

 

- Sua consciência, ainda me transparece um pouco de razão. Porém, receio, que preciso de fundamentos mais sólidos. Necessito do delituoso. – disse sabiamente.

 

Não nos restava muito a fazer. Não sabíamos nem para onde ir. Na verdade eu parecia não saber.

 

- Precisamos ir para Grécia. – respondeu convicta a loira, baixinha e equivocada.

 

Não fui só eu que a olhei buscando explicações.

 

- Vamos ver com quem Hera conversava. Depois investigaremos Hefesto e por fim Afrodite, se ainda for necessário iremos até Ares. – explicou. Olhamos agora para Luiza a líder da missão era ela.

 

- Façam o que ela diz. – retrucou um tanto irritadiça.

 

O problema era como chegar à Grécia, não tínhamos como pegar um avião e um barco demoraria tempo demais. Então minha mente voou para uma das histórias que Percy comentara comigo, ele voara no maserati de Apollo. Meus olhos faiscaram na direção do meu pai. Ele continuava a olhar para o céu, mas vi que em alguns momentos olhou de esgueira para mim, enquanto os outros pensavam. Se aquela vez que meus pensamentos foram diretamente para ele, poderia tentar de novo. Pai, pensei testando. Seus olhos focaram um pouco em mim e desviaram.  Certamente sabia que era eu e não Miranda. Por favor, você nunca me levou a festas nem deu carona a qualquer uma de minhas amigas... soltei um muxoxo pelos pensamentos. Como se eu quisesse um bando de adolescentes no meu conversível reclamou. Paiiizinho? Amado... implorei.

 

- Está bem! – disse um tanto alto, sabia que aquilo era para mim. – Eu levo vocês, cuidado com o meu carro pelo amor de Afrodite.  Eu dirijo.

 

- Com sua licença. – pedi a Lady, juntamente com Flávia, Clara e Angelina.

 

- Toda. – assentiu.

 

Chegamos na volta no conversível e meu pai parecia deprimido. Seu carro foi alongando e ficando mais alto assim que um teto se formou. Seu belíssimo carro agora era uma mini-van. Revirou os olhos e abriu a porta que corria. Sentamos nos bancos de couro, característica mantida do Maserati assim como a cor vermelha. Deu a volta na frente do carro, quem o via assim nessa situação parecia que ele levava a irmã mais nova para uma festa, sua aparência ainda era de dezessete anos. Com um simples estalos dos dedos, os cintos se encaixaram a nossa volta protetoramente. Suas mãos atingiram o volante e simultaneamente o carro atingira uma velocidade exorbitante, que fomos jogadas contra o banco durante a “decolagem”. Durante a viagem me mantive olhando pela janela, alguns pássaros passavam pelo volta da mini-van meio atordoados, não tiro a razão deles aquilo era terrivelmente confuso.

 

(...)

 

 

Fomos deixadas na cidade de Atenas, com a justificativa que fora ali que Hera tinha dito que iria rever alguém. Apolo deixou um bracelete maravilhoso de ouro e pedras de um tom único escarlate, era para que avisássemos quando deveria ir nos buscar, porém só poderia ser utilizada uma única vez. Ficamos no próprio Partenon. Algo ali não estava certo. Não sabia o que mas não estava tudo no seu devido lugar. Havia um ciclope para cada uma de nós. Saquei o meu arco e uma das flechas que estavam em minha mochila. Fiz pontaria e o acertei na perna de um. Seu olho grande e nojento focalizou em mim. Seus dentes se arreganharam em satisfação. A mão que deveria ser do tamanho de minha cabeça atingiu a flecha, que parecia um lápis agora. Quebrou-a. Deixando parte dela dentro ainda de sua carne que não sangrava. Para matá-lo precisava de um ferimento em um ponto estratégico. Inspirei fundo. Dei um passo em sua direção. A minha volta algumas batalhas mais sangrentas desatavam-se, estávamos a três metros. Peguei outra flecha, uma fora desfalcada, quando quebrada demoravam horas para retornar. Ele avançou contra mim. E uma de minhas flechas atingiu seu olho, agora ele soltou um urro de dor. Mesmo assim ele conseguia me localizar. Resolvi por uma aproximação, saquei a espada que carregava. Avancei e suas mãos instintivamente foram para o lugar onde meu pescoço acabara de estar. A espada raspou pelo seu braço, ao mesmo tempo em que suas pernas me derrubaram. Cai de joelhos e logo me pus de pé, havia uma dormência em meus joelhos. Segurei a espada agora com mais força. Impossibilitando qualquer ataque a acertei no peito. Seus pés foram se desfazendo e sua altura diminuindo logo restara o pó, pelo qual tinha afeição.

 

No mesmo instante que meu suspiro foi de alivio. Ouvia fungadas altas demais. Olhei para trás e vi que a Luiza, Angel e Miranda estavam perto de alguém que estava deitada. Meus pensamentos voaram em direção as minhas amigas, porém Flávia estava sentada na grama e Clara em pé um pouco mais longe dela. Era Molly. Molly que estava estendida. Corri até onde ela estava. Minhas amigas que estavam distantes não eram insensíveis, Flávia deixava lagrimas caírem em alguns momentos e Clara digitava alguma coisa em um blackbarry escuro. Aproximei-me do corpo, um grande corte atingira sua garganta. O local onde ela caíra e seu pescoço eram machados de sangue. Aproximei minha mão do ferimento e repeti o meu ritual. De nada adiantava, ela já... porém não podia deixá-la sangrando. Da mesma fora que lhe cicatrizei o corte. Luiza tirou Angelina dali. Flávia voltou pouco depois com um pano úmido, molhado em uma fonte que ali estava. Ela passava na extensão do pescoço onde tinha sangue. Enquanto fazíamos isso, um medo me aflorou e minhas lagrimas agora jorravam com força dos meus olhos. Molly, agora estava ali, estática, impossibilitada de qualquer defesa e eu me sentia culpada. Motivo inútil mas parecia que eu tinha lhe colocado naquela morte inevitável, parecia que eu podia ter evitado e não quis.

 

Então alguns minutos depois. Vindo das sobras, Nico apareceu. Estava vestido todo de preto e isso me dava sensação de velório. Aproximou-se de onde o corpo estava e o pegou no colo. Olhou para a Clara e essa apenas assentiu. Não falando nenhuma palavra, voltou para sombras. Deveria a levar ao mundo inferior.

 

- Ele cuidará de tudo que for necessário. – explicou.

 

 

Depois disso o silêncio. Luiza se sentia culpada, Miranda chorava compulsivamente e grandes soluços vinham dela. Angelina estava abatida, era chocante demais para sua idade. Clara não fazia sequer piada ou comentário, sua mente estava limpa demais. Flávia deveria estar sentido tudo o que sentíamos, era muito perceptiva. Alguns turistas passavam por onde estavam e nos ignoravam. Meu único pensamento era abandonar a missão e voltar para casa, infantilidade eu sei, mas era como me sentia.

 

- Vamos continuar. – Luiza disse – Por ela.


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Notas finais do capítulo

valeu! indo ver TCA. beijo beijo

reeeviiews?