Kiner Narrando

Chorando, os três entreolharam-se.

— Eu vou primeiro. – diz Kevin. – Lívia, tem algo que quero que diga ao Keneddy...Eu farei de tudo para proteger você e garantir que você dê o recado a ele.

— Nada disso...Eu vou primeiro! – Osana diz. – Eu sou culpada disso tudo.

— Kevin, o que acha de dar o recado a Keneddy pessoalmente¿

— Não...Você não percebe o quanto ele gosta de você, Lívia¿ Os olhos dele brilham quando se encontram com o seu. Creio que ele jamais fez isso com ninguém. Eu não gostaria nem um pouco de vê-lo triste. Você vai ficar viva. Ouviu¿

— Okay...Mas, Kevin...O que quer eu diga a ele¿ - Lívia diz, encarando Osana.

— Diga que dentro do clã, no meu quarto na terceira gaveta tem uma carta para ele...Diga que pra mim, que ele leia isso é muito importante.

— Tudo bem... Eu sinto muito mesmo...Se eu conseguisse me soltar, eu...

— Não sinta... – Lívia e Kevin fecham os olhos por um tempo e ficam se encarando, ambos evitando olhar a cara de Osana, que chorava desesperadamente.

— E então¿ Já decidiram¿ - O homem grande retorna.

***

Keneddy Narrando

Eu precisava de ajuda... E rápido. Meu Deus, como a Osana pode fazer aquilo¿ Ela não atirou uma bexiga d’água na Lívia...Ela encaminhou nós quatro para a própria morte.

Ao longe, avisto uma caverna fechada por uma rocha com alguns zumbis na porta.

— Eu dou conta. – repito para mim mesmo. Corro em direção aos zumbis e acerto um por um na cabeça. – Por favor, me deixa entrar.

— Quem é você¿ - Escuto uma voz frágil, presumo que seja uma garota, escuto gemidos de dor.

— Sou Keneddy, do clã Desu. Por favor, meus amigos estão em perigo.

— Empurre a rocha. – a Voz diz. Obedeço e logo posso ver uma garota de pele clara, cabelos longos castanhos ondulados, olhos castanho escuro, uma blusa de manga preta, e uma calça jeans. A mesma empunhava uma faca e apontava para mim, como se esperasse um ataque meu.

— Fica calma... – Ela suspira.

— Entra. – eu entro e ela empurra a rocha pro mesmo lugar de antes.

— Qual seu nome¿

— Eu sou Yoda. – Ela aperta minha mão e eu escuto outros gemidos.

— Quem é¿

— Ah, é Percy...Ele tropeçou e acabou torcendo o tornozelo.

— Eu...eu preciso de ajuda...! – exclamo, sem ar.

— O que¿ Ah, sim. Você disse que seus amigos estão ferrados. Como posso ajudar¿ - Meus olhos voltam-se para os de Yoda, meu coração parecia acelerado, não pela força que impus naquela rocha...Era outra coisa...

— Eles estão no meu clã! Todos eles foram pegos e amarrados por um grandalhão com um fuzil.

— Ele tem uma tatuagem na careca¿ - Yoda bota a língua pra fora, como se tentasse quebrar o clima tenso que criei.

— Isso... – digo, finalmente me acalmando.

— Ele matou o Marcos...

— Marcos¿

— Meu primo de segundo grau.

Yoda Narrando

*FLASHBACK*

— Senhor, nos ajude. – Digo

— Criança, já disse que esse abrigo tá lotado. Tem lugar pra mais ninguém.

— Qual seu nome, menina¿

—...Yoda... Esses são Marcos e Percy. Precisamos de um lugar pra ficar.

— Eu sou Larry. Eu tenho um lugar pra ficarmos.

— Puxa...Muito obrigado. – Percy diz.

— Mas lá só cabem 3. E eu não vou sair...

— Isso significa que...

— Isso mesmo. Um de vocês ficará para trás. Que tal este¿ Parece franzino e inútil. – Larry aponta o dedo na cara de Marcos, que se assusta.

— Ele não é nada disso!

— Mas vai morrer mesmo assim! – Larry pega sua faca e a crava na cabeça de Marcos. Que cai no chão, sem vida. – Vamos.

*FLAHSBACK END’S*

— Então...Esse cara gosta de fazer crianças escolherem que entre elas vai viver...

— Além disso, ele é um tarado.

— Um tarado¿

***

— Ninguém vai morrer! – Grita Kevin, em desespero.

— E então, já decidiram¿

—Sim... Eu vou!