Eu estava caminhando com o meu único amigo Ewock chamado Yucket pela cidade quando vi algo comum mais no meu ver é algo absurdo.

Vi um dos maiores bandidos de Allyndea quase passando por cima de filhotes de Wonkiees. Era um dos maiores chefes Hutts que existem na galáxia e por isso deve-se achar no direito de pisar em outras espécies.

Mais que forma de vida patética, está na hora de alguém colocá-lo no seu devido lugar.

Eu corro até lá ignorando os protestos de Yucket que nervoso tentava zelar pela minha segurança.

Eu entro na frente do speeder, que de repente parou de funcionar e digo o enfrentando:

—Se eu fosse rica como você teria um pouco mais de educação.

Os filhotes correram e um dos capangas do Hutt apontou um blaster para mim, eu estava com tanta raiva, que olhei fixamente e para o blaster, que de repente do nada explodiu em milhares de pedacinhos no chão.

Eu continuo:

—Olha Yucket não é todo dia que vemos um Chefe Hutt, se escondendo atrás de capangas.

O Hutt se irritou e com as mãos gordas e nojentas segurou o meu braço e me empurrou para o solo enlameado no chão.

Pela primeira vez ele disse na língua dos Hutts:

—Rydych yn unig amddifad unig. Cawsoch eich geni ac ni fydd neb yn marw heb neb a dim ond eu aberration gyda'r ewyllys gwaedd

Tradução : Você não passa de uma órfã sozinha. Você nasceu sem ninguém e vai morrer sem ninguém e só a sua aberração com pelos vai chorar( Tava se referindo ao Yucket)

Eu me levantei mas quando estava de pé o Hutt já havia ido embora, não que aquilo era novidade para mim.

Humilhação é algo que fêmeas humanas passam diariamente, é só que as palavras eram tão verdadeiras e diretas que machucavam.

Perseguida assim. Por que?

Eu não sou má. Pois eu na realidade não sou só a pobre Ava.

Hão de ver que há bem mais em mim.

Eu caminhei o meio do caminho toda em silêncio com o Yucket me seguindo até que eu vi o rio que separa essa ilha da ilha proibida (Lembre-se Allyndea é um planeta composto por ilhas). Eu sempre tive curiosidade de viajar até a Ilha Proibida, onde ninguém vai por dizerem que é cheio de criaturas selvagens e não civilizadas.

Loucura? Muita. Eu só não consigo explicar esse desejo que eu tenho de ir para a frente do perigo.

Não consigo resistir e vou me aproximando do rio, e Yuccket pergunta preocupado aonde eu estava indo,

Eu respondo:

—Está tudo bem, eu serei rápida.

Eu sentei perto da borda e toquei a água gelada, refletindo sobre o que todos esperam de mim.

Os responsáveis pelo Orfanato em que vivo esperam que eu seja mais estável, assim como esse rio.

Mas ele não é tão estável assim.

Mesmo sabendo que eu vou me encrecar, eu pego um speeder aquático que tem aqui pelo simples fato de que anos atrás as corridas de pods eram realizadas aqui, antes de mudarem porque neste local havia muitas criaturas perigosas.

Eu entrei no speeder e deu a partida nos controles. Isso é algo que eu faço sempre que preciso pensar, voar nestas águas sempre me ajuda e eu sou tão boa piloto que faço por instinto enquanto reflito.

Oque eu mais amo no rio mais é que ele nunca está igual.

Você não pode pisar no mesmo rio duas vezes

A água está sempre mudando, e fluindo.

Mas não podemos viver assim e esse é o nosso mal.

E o pior é que todos nós temos que pagar um preço

Para estramos seguros, perdemos nossa chance de algumas vez saber

o que está além do rio.

esperando logo depois da curva do rio

Olho mais uma vez

Logo depois da curva do rio

além da costa

Onde as criaturas aladas voam livres

Não sei por que sinto que, as respostas estão lá.

Quero saber, o meu sonho o que que diz?

Que mudança está chegando ?

Para mim

Vindo para mim

Eu sinto isso aqui, atrás dessas árvores

Ou bem atrás dessas cachoeiras.

E não me canso em procurar, eu sei que um dia eu vou ouvir.

Alguma Força estranha que me chame.

Poderei ignorar isso por uma família que me acolha?

E nunca sonhar que algo pode estar vindo?

Quero liberdade ou alguém que me ame?

Eu percebo que cheguei perto da curva de uma cachoeira e se eu avançasse mais um pouco iria cruza-la ganhando uma viagem de ida á Ilha aonde ninguém vai.

Olho mais uma vez parada com o speeder

Logo depois da curva do rio

Que caminho vou seguir qual a melhor solução?

Eu quero mais do que essa vida solitária.

Quero viver num mundo bem mais amplo sem ninguém para me dizer o que fazer.

Até parece um sonho

E o que eu mais desejo ter é alguém para me entender.

Há tantas coisas que eu desejo realizar

Devo fugir ou só sentir que o meu sonho vive depois da curva?

Quando me dei conta estava de volta com o speeder parado perto da borda do lago, e o Yucket estava tremendo agarrado na minha perna.

Pobre Ewock, ele não aguenta o meu voo errático na agua feito apenas com os meus instintos.

Eu o pego no colo e coloco fora do speeder, nessa hora o Jail chegou correndo e entrou no speeder dizendo:

—Eu sabia que você estaria aqui.

Eu pergunto:

—Oque foi ? O Cool tá furioso porque eu larguei o trabalho?

Ele responde:

—Não, ele conseguiu...

Neste momento o Yucket empurrou o speeder com uma vareta o fazendo virar.  Com certeza uma pequena vingança por eu tê-lo o aterrorizado com o meu voo errático.

Nós dois caímos na água e ainda bem que sabíamos nadar, eu desci até o fundo do rio e fiquei esperando Jail começar a se desesperar.

È uma brincadeira demasiada infantil, mas eu só tenho 6 anos mesmo.

Ele começa a me chamar:

—Ava, Ava para com isso eu sei que você sabe nadar. Ou será que você não sabe, Ava, Ava!

Eu nado rápido para cima e apareço por trás do Jail dizendo:

—Boooo!

Ele se virou para trás com certeza impressionado comigo fazendo alguma coisa típica da minha idade e diz nem um pouco irritado:

—Você consegue ser uma criança quando você quer.

Eu vejo que o Uycket estava correndo para longe e digo:

—Mas que bola de pelos mais danada.

Ele diz:

—Foi você que se tornou amiga dele, lembra?

Eu digo voltando ao assunto principal:

—O que você queria me dizer mesmo?

Ele diz:

—È mesmo, você precisa correr. O Cool está lá com um casal que está procurando uma menina humana da sua idade.

Essa foi a primeira vez em muitos anos que isso acontece, e eu não posso facilitar as coisas para o Chefe Cool que quer desesperadamente me manter aonde eu estou.

Eu e o Jail corremos de volta e eu inevitavelmente me encho novamente de esperança.

—---------------------------------------------ALGUMAS HORAS DEPOIS-----------------------------------

Eu olhei sentindo as lágrimas começando a se formar nos meus olhos, e o Chefe Cool sussurrou no meu ouvido:

—Eu te disse, você é minha e nunca irá sair daqui.

O Yucket bateu uma coisa na perna do Cehefe Cool fazendo-o liberar o meu braço e eu comecei a correr desesperadamente, olhei para o céu e vi nuvens se formando.

No meio do caminho á medida que eu chorava, chovia uma tempestade com raios e relâmpagos nem um pouco naturais.

Era assim que eu me sentia por dentro, uma tempestade de emoções ruins.

A Esperança havia morrido, não acreditava mais em mais nada. Tudo o que eu quero neste momento é sumir, ninguém iria sentir a minha falta mesmo, todos me odeiam exceto Uycket e Jail.

Quando reparei estava perto do Rio novamente, é impressionante como tudo me leva de volta á esse lugar.

Eu me sentei na borda do Rio e comecei a olhar o meu reflexo na água. E vi que as minhas lágrimas estavam caindo no rio junto com a água da chuva.

Patético.

Olhe bem a perfeita órfã jamais vou ser ou perfeita filha.

Talvez eu não tenha nascido para nenhum desses papéis.

Eu talvez tenha que me transformar, mas mesmo usando uma máscara eu poderia enganar o mundo mas nunca poderia enganar o meu coração

Quem é esta garota que eu vejo em meu ser?

È a minha imagem? Eu não sei dizer.

Por que o meu reflexo mostra alguém que eu não conheço?

De alguma forma, eu não consigo esconder.

Tenho mesmo que começar a fingir ser outra pessoa o tempo todo? Serei forçada a me esconder?

Será que existe uma eu secreto? Quem eu realmente sou por dentro? Também não sei dizer.

Como vou desvendar quem sou eu? Vou tentar

Quando o meu reflexo irá revelar quem eu realmente sou por dentro?

Eu estou cansada desse lugar.

Cansada de chorar.

Eu só quero sumir.

Não importa para onde qualquer lugar é melhor do que aqui.

Eu ouvi passos familiares e nem me movi porque sabia que eram de alguém amigável.

Yucket se sentou no meu lado e eu o abracei. Apesar de ele não ser da mesma espécie que a minha.

È o único que eu tenho certeza que sempre vai ficar ao meu lado.

Ele me entrega a chave dos controles do speeder em que ele veio, e eu resolvo ajusta-lo para atravessar a curva do rio para a ilha proibida.

Apesar de ser um speeder terrestre com as peças certas e as minhas habilidades em mecânica, em poucos minutos eu consegui transforma-lo em um speeder aquático.

Entrei nele e ajustei os controles, na hora vi que Yucket iria entrar, então protestei:

—Não você não vai, a Ilha Proibida, não é chamada assim á toa. È perigoso.

Ele diz firmemente que vai e sobe. Eu já estava prestes a começar uma discussão quando ouvi passos: Era o Cool, ele estava atrás de mim, sua escrava.

Aceitei que o Yucket visse comigo sem outra opção, peguei nos controles firmemente e em poucos segundos começamos a voar na agua com velocidade máxima.

Eu estava prestes a deixar que conhecia e me fazia tanto mal para trás.

E eu não estava preocupada, pelo contrário é uma sensação incrivelmente boa. Como se tudo finalmente iria mudar para melhor na minha vida.

Como se eu finalmente estivesse no caminho para conseguir o que eu sempre sonhei.

Eu me sentia como uma escrava que finalmente ganhou a liberdade.