Namorado de Aluguel escrita por Ciin Smoak


Capítulo 8
Seja minha Julieta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura minhas lindas!!!



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Estou apaixonada pelo Jace, estou apaixonada pelo Jace. Meu Deus, o que eu faço?

—Clary?                                 

Virei-me e dei de cara com Jace me olhando confuso.

—Ahn, oi.

—Onde você tava indo? O IHOP é aqui. –Ele sorriu pra mim e piscou, eu estava tão distraída que passei por ele e pela lanchonete sem perceber. –Desculpa, eu tava distraída com umas coisas da escola. –Ele me estendeu a mão e me puxou pra sentar do lado dele. –Sem problemas, vamos começar?

Eu apenas assenti e ele me entregou um maço de folhas, eu percebi que eram dois roteiros: Romeu e Julieta e Hamlet. Sorri, eu amava essas duas historias. Acho que ele percebeu o meu sorriso, pois perguntou.

—Gostou dos roteiros? –Eu apenas olhei e assenti. Ele continuou. –Você provavelmente leu uma versão pocket que é a mais famosa, certo? Deveria ler a versão original, é maravilhosa. –Eu apenas dei risada. –Pra sua informação eu li as versões originais da maioria dos livros de Shakespeare, inclusive tenho essas duas aqui na estante do meu quarto. –Ele parecia impressionado. –Uau, nunca conheci ninguém antes que também tivesse lido as versões originais, a linguagem delas é muito mais complexa, por isso as pessoas evitam. –Resolvi fazer um pouco de charme. –Bem, logo se vê que você nunca conheceu uma Clary antes, não sou como a maioria. –Ele segurou a minha mão por cima da mesa. –Não, você é única.

Ele me olhou tão fixamente que me deixou desconcertada, sem saber o que fazer optei por soltar minha mão e mudar de assunto. –Bom, por que os dois roteiros? Você vai fazer as duas peças?

—Na verdade não, o professor vai escolher uma só, ele simplesmente quer que a gente ensaie e faça um teste, porque segundo ele, o teste em que os alunos demonstrarem mais emoção será o escolhido. Eu acho a ideia do teste ridícula, uma vez que ele já definiu os papeis de todos em cada uma das peças.

—E quem você seria nas duas?

—Bem, em Hamlet eu seria o Horácio e em Romeu e Julieta, eu seria o Romeu.

—Huum, e quem seria a Julieta? –Ele pareceu meio desconcertado, abaixou os olhos antes de falar. –Camille. –Respira Clary, respira. Não surta. –O queeeeee?

Ele me olhou assustado pela minha reação. Droga Clarissa, agora dá um jeito. Eu me remexi e apoiei os braços na mesa calmamente. –Quero dizer, ela também está na peça? Você não comentou que ela também era atriz, lembro-me de você dizendo que era o único dos seus amigos que gostava de teatro. –Jace pareceu acreditar na minha pergunta. Graças a deus. –Bem, sim. Camille nunca participou do teatro, ela entrou hoje cedo e o professor deu a ela o papel da Julieta, não me pergunte como.

Então a Isabelle estava certa, a vaca realmente estava tentando se aproximar dele pra mostrar que estava por cima. Por favor meu deus, que o professor dele escolha Hamlet.

—Tudo bem, vamos ensaiar então?

—Ahn claro, vamos começar com Hamlet, tudo bem?

Eu apenas assenti e começamos, estávamos em uma mesa mais afastada justamente pra ninguém ficar reparando na gente. Eu não era atriz, então apenas lia as falas, Jace era quem fazia toda a dramatização, entonando a voz nos momentos certos. Não pude evitar ficar admirada.

Ficamos assim por um tempo, até que ele se deu por satisfeito, decidimos pedir um sorvete pra relaxar antes de começar Romeu e Julieta.

—Então, a Isabelle te importunou muito hoje na escola? –Eu quase engasguei com o sorvete, quase. Vi que ele ainda estava chateado pela intromissão da irmã, então decidi aliviar a barra dela. –Não, na verdade eu nem a vi na escola hoje, a única aula que temos juntas é economia.

Jace pareceu meio desconfiado, mas assentiu. Logo ele decidiu mudar de assunto.

—Então senhorita que lê os originais de Shakespeare, posso dizer que temos aqui uma amante da leitura? –Eu apenas sorri pra ele. –Sim, é a minha paixão, embora quase ninguém saiba. –Ele pareceu confuso. –Por que quase ninguém sabe? –Eu fiquei um pouco desconcertada com a pergunta tão direta. –Bem, minhas amigas acham que gente que lê demais é taxada como nerd na escola, fora que elas não são nem um pouco adeptas da leitura, e como presidente do conselho estudantil, eu tenho que tentar ser popular. –Ele me olhou mais confuso ainda. –Bem, ler é uma coisa incrível e não te faz uma nerd. Se você precisa esconder isso das pessoas, o problema está nelas e não em você.

Eu não sabia o que dizer, simples assim. Ele estava certo, eu me sentia presa dentro de mim mesma, sem poder mostrar quem eu era de verdade. Sempre tendo que ser um exemplo pra todos. Mas incrivelmente eu não me sentia assim com Jace, com ele eu podia ser quem eu era.

—Você tem razão, mas isso é algo a se trabalhar. Vamos pra Romeu e Julieta agora? –Ele apenas assentiu e começamos.

Depois de certo tempo, Jace mudou de lugar e se sentou ao meu lado.

—Clary, o papel do Romeu é mais complexo, então eu preciso de ajuda. Você pode fazer a Julieta? –Ai meu Deeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeus, como assim ser a Julieta? A cena do beijo estava chegando, mas ele não ia me beijar certo? Ele estava pedindo ajuda com as falas, só isso. Sussurrei fraquinho. –Ok, tudo bem.

Começamos então, a cada frase em que chegávamos mais perto da cena do beijo meu coração se apertava. Meu Deus Clarissa, ele não vai te beijar, por que você está desse jeito?

Faltavam apenas algumas frases e Jace parecia compenetrado em seu papel, ele parecia ter decorado as falas, pois nem olhava mais pro roteiro e falava tudo com perfeição. Eu como leitora ávida de Shakespeare já conhecia aquela cena de cabo a rabo, era a minha preferida. Jace olhou pra mim e se aproximou levemente.

—Os santos e os devotos não tem boca?

—Sim peregrino, só pra orações.

—Deixai, então, ó santa! Que esta boca mostre o caminho certo aos corações. –Ele se aproximou ainda mais, meu coração estava pra sair pela boca.

—Sem se mexer, o santo exalça o voto. –Sussurrei fraquinho, eu mal conseguia achar a minha voz.

— Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados.

Dizendo isso ele se aproximou rapidamente de mim e encostou os seus lábios no meu, eu fiquei paralisada por um segundo, mas logo retribui, passei a mão pelos seus ombros e me aproximei mais ainda. Isso nada mais era do que um selinho, mas a sensação que eu tinha era de beijar o próprio fogo. Ele se afastou minimamente, com as mãos ainda na minha cintura, mesmo sem perceber continuei a cena.

—Pecados que se passaram assim, para os meus lábios.

— Pecados meus? Oh! Quero-os retornados. Devolve-mos. –Jace me beijou novamente, mas dessa vez ele pediu passagem com a  língua e eu prontamente cedi, começamos uma batalha em que ninguém sairia vencedor. Ele apertou ainda mais a minha cintura e eu arranhei a sua nuca. Assim que nos afastamos por falta de ar, eu terminei a cena.

—Beijais tal qual os sábios.

Ele sorriu minimamente e ficamos nos encarando, presos em nossa própria bolha, de repente um som nos tirou do momento. Nos afastamos rapidamente, Jace procurando o celular. Assim que o achou se afastou um pouco pra atender.

Meu Deus, o que tinha acontecido? Era pra ser apenas uma cena, mas porque eu sentia que tinha sido tão real? Ele não gostava da Camille? Meu Deus que confusão...

Percebi Jace se aproximando e me endireitei na cadeira, ele parecia meio acanhado.

—Era a Izzy, ela disse que nosso irmão acabou de chegar de viagem. Tenho que ir. –Tentei parecer o mais natural possível e sorri pra ele. –Ok, eu não sabia que você tinha outro irmão. –Ele sorriu, isso pareceu acalma-lo. –Tenho, o Alec, ele é nosso irmão mais velho, já tá na faculdade. –Eu apenas assenti e me levantei.

—Bom, então eu também vou indo, tenho umas coisas pra fazer em casa.

—Deixa que eu te levo. –Eu dentro de um carro com ele nesse momento? Não seria uma boa ideia.

—Não precisa, minha casa é perto daqui e eu ainda tenho que passar na lavanderia pra pegar uns ternos do meu pai. –Eu disse a primeira coisa que me veio na cabeça. Ele apenas assentiu e se aproximou de mim, deixou um leve beijo na minha testa. –Tchau Clary, obrigada pela ajuda.

—Tchau Jace, da próxima vez eu cobrar. –Deu certo, ele riu, eu apenas sorri e comecei a me afastar, não olhei pra trás.

Fiz o caminho pra casa lentamente, eu ainda estava tentando entender o que tinha acontecido. Eu juro que podia sentir os meus lábios formigarem, esse foi o melhor beijo da minha vida.

Assim que cheguei em casa, tirei a chave do bolso e abri a porta distraidamente, demorei alguns segundos pra notar que tinha alguém de costas pra mim na sala.

—Simon?

Meu irmão se virou pra mim e sorriu.

—Oi maninha.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaaaaaaaleluia, finalmente esse beijo saiu em kkkkkkkkkkkkk...
E ai gatas, mereço comentários? A fic está com 30 acompanhamentos(estou imensamente feliz por isso) e só teve 7 comentários no ultimo capitulo, leitores fantasmas vamos aparecer né? Por favooooor!!!
XoXo...