Namorado de Aluguel escrita por Ciin Smoak


Capítulo 9
Ele é diferente


Notas iniciais do capítulo

Como prometi nos comentários, aqui está o capitulo de domingo..Leiam as notas finais, tem um pequeno spoiler do próximo capitulo e um desafio pra vocês!!!



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—Simon?

Meu irmão se virou pra mim e sorriu.

—Oi maninha.

Atravessei a sala e abracei meu irmão.

—Estava com saudade ruivinha. –Sorri pra ele e nos sentamos no sofá. –Eu também estava com saudades, mas então, como anda a faculdade? –Ele olhou pra mim e me deu um sorriso culpado. –Está ótima, e falando de faculdade, Sebastian quer que você ligue pra ele. –Bufei e revirei os olhos. –Sério Simon? Por acaso ele não te contou o que ele fez comigo? –Ele deu de ombros. –Contar, ele contou. Embora eu tenha certeza de que a versão dele não é a verdade completa, mas se ele quer conversar, fala com ele, escuta o que ele tem pra falar, eu não tô pedindo pra vocês voltarem, Deus sabe o quanto eu fiquei feliz quando vocês terminaram, ele não é garoto pra você Clary.

Eu encolhi os ombros e Simon me deu um beijo na testa, logo em seguida ele se levantou.

—Eu vou subir e tomar um banho, quando descer nós vamos conversar direito, aproveita esse tempo pra ligar pra ele e esclarecer tudo de uma vez.

Eu apenas assenti e ele subiu as escadas. Respirei fundo e peguei o celular, mas parece que o destino não me queria falando com o Sebastian, liguei duas vezes e nada, ambas as ligações caíram na caixa postal, dei de ombros, se ele realmente quisesse falar comigo, me ligaria de volta. Guardei o celular no bolso novamente e fiquei apenas encarando o teto, logo as lembranças do beijo inundaram a minha mente, a boca de Jace na minha, as nossas respirações descompassadas, a mão dele na minha cintura, tudo tinha sido tão perfeito.

Eu estava cada vez mais confusa, aquele beijo tinha sido real? Tinha sido pura encenação? Ele queria me beijar? Ele ainda gosta da Camille? Só de pensar nessa vaca, meu sangue fervia de ódio, ela entrou na peça e deu um jeito de fazer par com ele só pra mostrar que estava por cima, eu não podia fazer nada agora, só rezar para o professor dele não escolher Romeu e Julieta.

—Clary, acordaaaaaa. –Pisquei confusa e encarei Simon. –Oi, desculpa. –Ele sorriu pra mim. –Em que mundo você tava? Eu te chamei um monte de vezes. –Sorri tristemente pra ele. –Em um mundo de fantasia.

Ele franziu o cenho pra mim e se sentou no sofá, segurou as minhas mãos e me encarou, ele sabia que tinha algo errado, ele sempre sabe.

—Eu sou seu irmão, eu te conheço melhor que os nossos pais e eu tô vendo que tem alguma coisa errada. Você quer me contar? Sabe, mesmo estando longe, eu ainda estou aqui por você. –Sorri pra ele e o abracei, eu não conseguia esconder nada do Simon, então comecei a contar a historia toda, desde o Sebastian me abandonando no baile, até o dia de hoje na sorveteria, Simon apenas me escutava. Quando terminei de contar tudo, foi como se um peso estivesse saindo das minhas costas.

—Clary, eu tô decepcionado, você não é de mentir e sabe que isso pode não acabar bem, mas eu também não vou ser hipócrita e te julgar, por que eu não sei o que faria estando na sua situação. -Sorri pro meu irmão, ele sempre me entendia, mesmo que não concordasse comigo. –Obrigada por me escutar e me entender. –Ele bagunçou os meus cabelos e me puxou pra perto. –Você sabe que eu te amo e me preocupo com você, por isso eu tô falando pra você dar um jeito nessa situação, porque você sabe que mentiras nunca acabam bem. Abaixei a cabeça e logo ele ergueu o meu queixo. –Eu confio em você baixinha, sei que você vai dar um jeito. –Ele piscou pra mim e sorriu.

Ficamos um tempo em silencio, quando de repente ele me olhou divertido.

—Foi por isso que você não queria ligar pro Sebastian, você tá apaixonada por esse garoto, não tá? –Eu confirmei com a cabeça. –Tô, eu sei que parece ridículo, porque eu conheço ele há tão pouco tempo, mas eu nunca senti nada parecido Simon, nem com o Sebastian, nem com ninguém, o pior de tudo é que eu nem sei se ele gosta de mim.

—Ele seria um idiota se não gostasse e pelo pouco que você me contou dele, deu pra perceber que ele é diferente do Sebastian e só esse fato já me deixa feliz. –Com essa, não teve como não dar risada. –Eu pensei que vocês fossem amigos. –Ele me encarou e virou os olhos. –E nós somos, só que conheço muito bem a peça e é exatamente por isso que eu quero ele longe da minha irmãzinha.

Nesse momento nossos pais entraram em casa e foram rapidamente abraçar o meu irmão, em seguida os três foram pra cozinha fazer o jantar, eu preferi subir e me deitar um pouco. Tentei cochilar, mas não deu certo, a frase do Simon ficava voltando na minha mente.

“Pelo pouco que você me contou dele, deu pra perceber que ele é diferente do Sebastian.”

Sorri pro nada, sim, ele era. Completamente diferente.

Sebastian não gostava que eu usasse salto alto, não entendia o meu gosto musical e muito menos a minha paixão por literatura, nas poucas vezes em que nos encontramos pessoalmente ele chegou atrasado, não puxava a cadeira pra mim e nunca ria das minhas piadas. Eu tinha que ser outra pessoa perto dele, uma Clary totalmente madura e descolada, eu não gostava de ser assim. Mas com o Jace não, com ele era diferente, ele amava ler assim como eu, tinha o mesmo gosto musical que o meu e ria das minhas piadas, por mais idiotas que elas fossem. Hoje no IHOPE, ele pegou na minha mão e me colocou sentada do lado dele, como um cavalheiro, ele nem percebeu o quanto isso foi legal, mas eu sim, porque ninguém nunca fez isso comigo antes.

E o beijo de hoje, talvez não tenha significado nada pra ele, mas significou muito pra mim, uma mudança, eu gostava do Sebastian, mas não o amava, por mais que eu tivesse crescido vendo o quanto os meus pais eram um casal feliz, eu nunca consegui acreditar no amor, eu passei a vida inteira acreditando que tudo o que o amor fazia era partir, queimar e acabar. Mas hoje, numa sexta feira, em uma lanchonete, eu vi tudo recomeçar.

Com esses pensamentos eu finalmente consegui adormecer.

...

—Olha que arraso aquela bolsa ali meninas. –Logo, as três saíram correndo em direção à loja. Eu suspirei e fui atrás delas a passos lentos.

Ontem eu estava tão cansada que quando acordei, comi rapidamente e voltei a dormir. Fui acordada hoje com a ligação da Maia me chamando pra ir ao shopping, eu aceitei e quando me levantei vi que meu irmão tinha saído, provavelmente pra encontrar os amigos que ainda moravam aqui.

Não preciso nem dizer o quão desagradável foi quando eu entrei no carro da Maia e me deparei com Emma e o anticristo sentadas no banco de trás. Sim, Aline tinha voltado e as meninas não tinham me avisado.

Agora aqui estávamos, andando de um lado pro outro, entrando em todas as lojas desse shopping, eu estava realmente espantada com a quantidade de coisas que as meninas estavam comprando, elas não precisavam de nada daquilo, provavelmente nem chegariam a usar.

—Clary, esse vestido não é lindo? –Emma estava provando o oitavo vestido. –Sim, ficou lindo em você. –Emma bufou. –Você disse isso pra todos os outros. –Eu sorri pra ela. –É porque todos ficaram bonitos.

—Você não vai comprar nada Clary? –Olhei pra Maia e decidi fazer algo que eu não fazia junto com elas. –Vou sim, podem ir provando as roupas que eu vou à livraria, daqui a pouco eu volto.

—Nossa, a gente se divertindo e ela se preocupando com ler, coisa mais chata. –É claro que quem disse isso foi a vaca, minhas amigas ficaram em silencio, mas eu via nos olhos delas que elas concordavam com o que a Aline tinha dito. Eu apenas me levantei e murmurei. –Cada um tem a diversão que acha adequada.

Dizendo isso saí de lá, eu nunca comprava livros quando estava com elas, justamente por causa desses comentários, mas hoje por algum motivo eu não estava ligando nem um pouco pra eles.

Escolhi calmamente alguns livros que me chamaram atenção e quando estava na fila do caixa, recebi uma mensagem da Maia dizendo que elas estavam na praça de alimentação. Paguei pelos livros e segui pra lá. Assim que me sentei com as meninas, vi pelo canto do olho uma morena alta, com um grupo de pessoas que pareciam um pouco góticas, logo vi que a tal morena era a Isabelle. As meninas seguiram o meu olhar e começaram a rir, olhei pra elas sem entender nada, mas antes que eu pudesse perguntar, Isabelle apareceu atrás da gente.

—Acharam alguma coisa engraçada? Ninguém ensinou pra vocês que é feio ficar encarando? –Ela ergueu as sobrancelhas perfeitas e nos encarou. –Ensinaram, mas não dá pra evitar quando somos obrigadas a ver pessoas tão esquisitas em local publico. Você e os seus amiguinhos das trevas não deveriam estar sei lá, em um cemitério? –Não preciso nem dizer quem fez esse lindo comentário, as meninas começaram a rir mais ainda, eu apenas as encarava, aquilo não tinha nenhuma graça.

Isabelle sorriu falsamente pra ela e se aproximou um pouco mais. –Talvez sim, talvez não. Mas o mais provável é que eu mande você pra um cemitério se não começar a ficar de boca fechada. –As três olharam incrédulas pra ela e se levantaram ao mesmo tempo, Aline estava quase espumando. –Escuta aqui seu projeto de p...

—Chega Aline. –Eu a interrompi antes que ela falasse alguma besteira e piorasse a situação, as três me olharam espantada. –Escuta aqui Fray, quem você pensa que é pra. –Eu a interrompi novamente. –Eu já disse, chega Aline. Vamos pro carro agora, já deu.

Saí sem olhar pra Isabelle, eu estava envergonhada pela atitude das meninas, logo percebi que elas me seguiam e todas entraram no carro em silencio, a viagem foi desconfortável e assim que paramos na porta da minha casa, eu tirei o cinto e abri a porta, mas fui impedida por Maia segurando o meu braço.

—O que aconteceu lá Clary? –Aline não perdeu a chance de destilar o veneno dela. –O que você acha Maia, ela quis me envergonhar, foi isso que aconteceu. –Emma me olhava decepcionada. –É Clary, não precisava ter falado daquele jeito.

—Vocês é que não precisavam ficar rindo das pessoas assim. –Aline me deu uma risada sarcástica. –Ai meu Deus, ela quer começar a defender os fracos e oprimidos agora.

—Sempre fizemos piada com esse tipo de gente Clary e você nunca se importou. –Eu apenas olhei pra elas e saí do carro.

Emma estava errada, ela disse que eu nunca me importei, mas não é verdade, eu sempre odiei isso, elas tinham essa mania de rir e debochar de quem elas não gostavam ou de quem elas achavam ser inferior, eu nunca concordei com aquilo, mas ficava quieta, porque elas eram minhas amigas.

Eu não entrei em casa, assim que o carro da Maia virou a esquina, eu fui em direção ao parquinho que ficava no meu bairro, aquele lugar era lotado de crianças, mas hoje estava vazio. Sentei-me em um dos balanços e apenas aproveitei o momento, perdida nos meus pensamentos. Uma vontade absurda de falar com o Jace me atingiu e eu decidi mandar uma mensagem.

“Ei, o teste é amanho certo? Boa sorte, espero que corra tudo bem.”

Logo senti o celular vibrando.

“Sim, obrigada. Acho que eu decorei as falas de todo mundo kkkkkk.”

Eu apenas sorri para o celular e voltei os olhos em direção ao parquinho. Acho que já tinham se passado uns 10 minutos quando senti o celular vibrando de novo.

“Ei, o teste é depois da escola, você poderia ir, seria legal ver você lá. Meus irmãos vão também, se você quiser eles passam na sua casa pra te buscar.”

“Huum, e será que a sua irmã não ficaria brava? Ela meio que me odeia.”

Ainda mais depois de hoje.

“Fica tranquila, ela não vai falar nada. Você vai? Por favooooor.”

Sorri pra tela, eu realmente era uma idiota.

“Ok, assim que chegar da escola, eu me arrumo e fico esperando eles.”

Ri comigo mesma, a minha vida tinha virado uma tremenda bagunça. Eu só esperava não me perder no meio disso tudo.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que não teve Clace, mas confiem em mim, esse capitulo é de extrema importância pra fic...
O desafio que vou propor é o seguinte, fiz isso na minha outra fic e deu certo, se esse capitulo chegar a 12 comentários, eu posto o próximo na quarta feira...
E pra animar vocês: próximo capitulo vai ser POV Jace, vamos ter a Izzy sendo Izzy e alguém vai ter uma pequena crise de ciumes( não falei quem)...
Vamos lá! Go,go,go...