Beside You escrita por Louise K


Capítulo 4
Hey Girl


Notas iniciais do capítulo

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Eu sei que eu fiquei quase um ano sem atualizar essa fanfic e sei que, se é que ainda existe algum leitor por aí,vocês me odeiam por isso. Pois muito que bem, venho com esse capítulo fresquinho tentar recompensar por toda essa minha filhadaputice.

Bem, esse capítulo está muito musical e é um dos motivos que fazem dele o meu favorito até aqui :3 Apesar de eu citar muitas músicas nesse capítulo, eu não cito a que deu nome a ele: Hey Girl – Lady Gaga ft. FATM. Essa música foi o que inspirou esse capítulo e, mais ainda, inspirou essa fanfic. Então, se você nunca ouviu, deixo aqui minha sugestão.

Como sempre, vos desejo uma ótima leitura e espero do fundo do meu coração, que vocês gostem desse que é o penúltimo capítulo da fanfic.

OBS: Já vou logo pedindo desculpas pelos erros que vocês possam encontrar nesse cap.



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Patterson despertou e antes mesmo de abrir os olhos, soube que a cama no qual estava deitada não era a sua. O cheiro adocicado nos lençóis logo a fez perceber que estava no quarto e na cama de Tasha. Era impossível não reconhecer aquele cheiro marcante do perfume da latina. Ela respirou fundo o perfume e abriu os olhos a procura da origem do cheiro, mas quando o fez não encontrou Tasha deitada ao seu lado, mas sim em pé e de frente para seu guarda-roupa.

A boca da loira ficou seca quando percebeu que a latina estava apenas enrolada em uma toalha e que seus cabelos estavam soltos pingando sobre seus ombros. Patterson não conseguiu parar de olhar para sua amiga por alguns segundos e quando conseguiu, questionou-se mentalmente se ainda estava sob efeito do álcool da última noite.

Após encontrar o que procurava, a morena se retirou do quarto e Patterson respirou aliviada por Tasha não ter percebido que ela estava acordada. Só de pensar em quão constrangedora a situação seria, Patterson sentiu suas bochechas queimarem de leve. Tentando esquecer o que acabara de acontecer, a loira sentou-se na cama e se sentiu impressionada por não estar sentido a dor de cabeça que esperava sentir devido à bebedeira da noite passada. Ela precisava agradecer à Tasha pelas aspirinas e pela quantidade de água que a latina a fizera tomar na noite anterior.

Quando viu a hora no relógio digital na cabeceira da cama, Patterson percebera que não teria tempo de ir até seu apartamento, logo, teria que se arrumar por ali mesmo para ir trabalhar. Ela se levantou, foi até o guarda-roupa de Tasha e escolheu uma das peças de suas roupas que ela havia deixado lá para usar em casos como aquele. Enquanto ela fazia isso, Tasha saiu do banheiro, desta vez vestida e com os cabelos presos em um rabo de cavalo.

— Bom dia. — Patterson desejou com um pequeno sorriso.

— Bom dia. Como você está se sentindo?

— Bem. Graças a você. — a loira respondeu e foi vez da latina sorrir.

Tasha se retirou do quarto e Patterson entrou no banheiro para tomar um breve banho. Minutos depois, as duas estavam se direcionando para o escritório para mais um dia de trabalho.

••••

Patterson continuou a passar algumas noites no apartamento de Tasha. O apartamento de sua amiga estava se tornando uma espécie de refúgio para ela. Por mais que insistisse, a loira não conseguia se sentir segura e nem mesmo confortável em seu próprio apartamento. Passar as noites na mesma cama em que compartilhara com o homem que a enganara era uma tarefa um tanto difícil. Muitas vezes, com medo de estar incomodando a latina, Patterson passava algumas noites em hotéis. Ela queria estar em qualquer lugar, menos em sua própria casa. 

Após três meses passando noites em hotéis e na casa de Tasha, a agente resolvera se mudar. Ela havia chegado à conclusão de que aquela era sua melhor opção. Por mais que seu atual apartamento possuísse um vasto valor emotivo para Patterson, ele havia deixado de ser seu porto seguro. Logo, era hora de abrir mão dele.

— Dois quartos, dois banheiros, uma ampla sala, cozinha e área. — Patterson leu em voz alta o folheto em suas mãos.

— Parece promissor. — Tasha disse.

Tasha ofereceu ajuda a Patterson em sua busca pelo novo apartamento e a loira logo aceitou. Por mais que estivesse ansiosa para deixar seu antigo lar, ela detestava mudanças.

— Espero que seja, porque esse já é o quinto apartamento que visitamos essa semana. — Patterson reclamou e fez a latina soltar uma risada da falta de paciência da cientista.

Lá estavam as duas, de frente para a porta daquele que poderia ser o próximo lar de Patterson.  A loira respirou fundo antes de dar leves batidas na porta de madeira do apartamento. Não demorou muito para que fossem atendidas por uma simpática corretora de imóveis que aguardava por elas. A mulher não perdeu tempo e logo tratou de apresentar os cômodos para as duas.

Tratava-se de um apartamento amplo e aconchegante. Tasha podia ver nos olhos da loira que ela havia gostado.  Nos dias anteriores nada parecia agradar Patterson. Em todos os apartamentos que haviam visitado, sempre tinha algum defeito. Ou se tratava de um apartamento ótimo em uma localização ruim, ou então era um apartamento ruim em uma ótima localização. Em uma das visitas, Patterson até pensou que havia encontrado um apartamento perfeito e chegou a cogitar comprar aquele local, mas nos poucos minutos que passara ali percebera o quão barulhentos seus possíveis vizinhos seriam e ela logo desistiu da compra.

— Eu acho que é esse. — Patterson anunciou entusiasmada para Tasha que sorriu em resposta.

— Ele é praticamente perfeito. — a morena encorajou.

— O último casal que morou aqui foi muito feliz. Aposto que com vocês não vai ser diferente. — a corretora falou enquanto se aproximava delas.

— O quê? — as duas perguntam ao mesmo tempo, trocaram olhares e caíram na risada, deixando a outra mulher sem entender.

— Nós somos apenas amigas. — Tasha explicou enquanto sentia uma sensação estranha correr pelo seu corpo com o que havia acabado de acontecer.

— Ah, mil perdões. Eu tenho essa mania de deduzir coisas. — a mulher se desculpou com as duas.

— Sem problemas. — Patterson respondeu. Ela estava sentindo seu rosto queimar e tinha certeza de que estava com a aparência semelhante à de um tomate por conta do que havia acabado de acontecer.

Antes que o silêncio constrangedor pudesse se instalar entre as três, o celular de Tasha tocou e ela se retirou para atender, deixando Patterson com a corretora que resolvera tratar de mais detalhes sobre o apartamento.

Alguns minutos depois, Tasha retornou para o interior do local. Patterson havia deixado seu contato com a corretora de imóveis e estava prestes a sair quando encontrou a morena.

— Era alguém do escritório? — ela perguntou com curiosidade.

— Não, era a Megan. — Tasha respondeu enquanto as duas se retiravam do lugar.

— Megan? A nova namorada do Reade?

— Sim. Aparentemente ela encontrou meu número no celular dele e me ligou para pedir ajuda para organizar uma festa para ele. — explicou.

— Que legal da parte dela. — Patterson comentou.— Quando é a festa?

— Sábado. Ela pediu para convidar você, Jane e Weller. — a latina explicou enquanto as duas deixavam o prédio. — Você vai?

— Claro.

— Que bom. — Tasha disse com uma pequena risada. — Por mais que Reade seja meu melhor amigo, eu tenho certeza de que vou ficar me sentindo um peixe fora do aquário se você não for.

••••

Na noite de sábado, todos se encontraram no lugar que Reade definia como o melhor lugar de Manhattan: um karaokê+bar especializado em frango frito, cerveja e, claro, pessoas embriagadas que não perdiam a oportunidade de arruinar músicas boas.

Todos estavam presentes. O Aniversariante, Megan, Patterson, Tasha, Jane, Kurt e até mesmo Rich. Todos estavam se divertindo. Após ingerir alguns litros de álcool, grande parte do grupo estava animada para o karaokê. Rich foi o primeiro a pegar no microfone, abrindo a noite com a clássica e irreverente Fu** You - Cee Lo Green. O motivo da escolha da música? O álcool havia tomado conta de seu organismo. O próximo a cantar foi Reade, que escolheu Puple Rain – Prince e acabou sua “apresentação” com um considerável número de aplausos da plateia ali presente. Após o Aniversariante, foi a vez de Patterson soltar a voz acompanhada de Rich com o clássico Take On Me – A-ha.

Minutos mais tarde, enquanto descansavam suas vozes e davam espaço para o resto do público do bar utilizar o karaokê, Patterson resolveu ir ao encontro de Tasha que se encontrava jogando sinuca em uma parte mais reservada do bar.

— Boa tacada. — ela comentou enquanto se aproximava e a entregava uma das garrafas de cerveja que estavam em suas mãos.

— Você se dá bem com os jogos virtuais, enquanto eu prefiro esses aqui. — Tasha respondeu com um sorriso antes de levar a cerveja à boca.

— Sabe, até agora você foi a única que não colocou os pés naquele palco e eu acho isso muito injusto. — a loira reclamou enquanto Tasha entregava o taco que usava a ela.

— Eu ainda estou sóbria demais para isso. — ela respondeu e as duas riram. — Até o fim da noite eu me esforço para dar fim a essa injustiça. Prometo.

— Nos faça esse favor. — Patterson pediu enquanto se apoiava sobre a mesa de bilhar e se concentrava para uma jogada. Jogada esta que ela errou miseravelmente. — Meu Deus. — ela reclamou com certa frustração e fez com que Tasha risse.

— Você está segurando o taco do jeito errado. — a latina explicou enquanto se aproximava dela.

— Você está sendo boazinha. Eu sou péssima em bilhar mesmo.

As duas riram.

— Deixa eu te mostrar. — Tasha se aproximou mais da loira, passando um dos seus braços em volta dela, quase como um abraço, a ajudou a posicionar o taco de forma correta e ambas se inclinaram sobre a mesa.  As duas raramente ficavam próximas dessa maneira, então Tasha não perdeu a oportunidade de inalar a doce fragrância da mulher na sua frente. Aquele era definitivamente um dos seus aromas favoritos. — É como se estivesse deslizando pela água, certo? — ela perguntou assim que voltou a se concentrar.

— Certo. — ela respondeu e momentos depois soltou uma risada alta. — Nossa, essa cantada foi muito boa. Você aprendeu isso assistindo aquelas comédias românticas dos anos 90 que você gosta?

— Depende, a cantada funcionou? — Tasha perguntou sorrindo e logo sentiu um arrependimento por ter deixado aquelas palavras saírem de sua boca. Ela não pôde pedir desculpas pelo que disse, pois Patterson já havia formulado sua resposta.

— Apesar de brega, funcionou sim. — respondeu sem se importar com quão vermelho seu rosto estava prestes a ficar e soltou uma risada enquanto se aproximava da mulher a sua frente.

Patterson sabia que estava sendo influenciada pelo álcool, mas aquilo era bem mais do que o efeito do entorpecente em seu organismo. Ela estava fazendo o que, inconscientemente, queria fazer há mais de semanas.

Tasha, por outro lado, não sabia como reagir. A este ponto, por conta da curta distância em que Patterson se encontrava dela, seu corpo já não a obedecia mais. Ela só sentia seu corpo ficar cada vez mais quente a cada segundo a mais que a loira oscilava seu olhar entre seus olhos e lábios dela. Elas estavam tão próximas.

Antes que pudessem tomar qualquer atitude, uma voz familiar chamou por seus nomes. Era Jane as chamando para cantarem parabéns para Reade.  

Patterson se retirou em direção à mesa em que ela e o resto da equipe estavam sentados. Sem dizer uma única palavra, deixou uma Tasha completamente atônita tentando assimilar o que havia acabado de acontecer.

O coração da latina estava batendo com tanta intensidade, que parecia que ela havia acabado de sair de uma perseguição a um dos integrantes da lista de mais procurados pelo FBI. Tasha se apoiou na mesa de bilhar, pegou seu copo que estava em cima da mesma e bebeu todo o líquido que restava ali de uma só vez. Aquilo realmente tinha acontecido? Por alguns segundos ela chegou a acreditar que tudo havia sido efeito do álcool, que alguém poderia ter colocado drogas alucinógenas no copo dela, ou algo do tipo. Mas Tasha sabia que não era. Ela sabia que Patterson, a mulher pelo qual se sentia atraída fisicamente e cultivava sentimentos românticos, esteve com os lábios a poucos centímetros dos seus poucos momentos atrás.

A latina não teve muito tempo para processar o ocorrido, porque chamaram por ela novamente. Mas aquela noite dificilmente seria esquecida.

Momentos mais tarde naquela mesma noite, a equipe resolvera que deviam cantar juntos uma música para encerrar a comemoração.  Reade escolheu We Are The Champions - Queen e todos aprovaram. Inclusive Tasha. Todos subiram pequeno palco do bar, e por serem muitos para um número reduzido de microfones, alguns tiveram que dividir. O grupo passou mais tempo rindo um do outro do que cantando, mas no fim, todos se divertiram. Aquela noite ficaria marcada na mente de cada um. De alguns mais do que de outros.

— Você estava certo. — Patterson admitiu enquanto dava um abraço de despedida em Reade. — Esse é definitivamente o melhor lugar de Manhattan. — ela falou com o tom de voz levemente alterado e todos riram.

— Você nunca deve dizer para o Reade que ele está certo, Patterson. — Tasha disse também com uma risada antes de se despedir dele com um abraço apertado. — Eu sei que já passou da meia noite, mas feliz aniversário de novo.

Reade agradeceu e Tasha se moveu para se despedir do resto do grupo. Jane, Reade, Megan e Rich iriam pegar carona no carro de Kurt. Tasha e Patterson, que moravam no sentido oposto da ilha, decidiram que pegariam o metrô de volta para casa, já que passavam das 2 horas da manhã e seria difícil encontrar um taxi naquela região.

Após se despedirem de todos, as duas começaram a caminhar em sentido a estação de metrô mais próxima. Quando deixaram o bar, o tempo havia mudado completamente em comparação a como estava quando chegaram ao local. Antes a noite estava limpa, agora o céu estava repleto de nuvens carregadas e uma delas estava começando a despejar chuva sobre as ruas da cidade.

— Se quisermos chegar secas em casa, precisamos correr. — Tasha sugeriu quando sentiu as gélidas gotas de água caindo sobre sua pele.

Assim fizeram. Correram por dois quarteirões, enquanto a chuva continuava a se intensificar. Ainda faltavam algumas quadras até a estação quando Patterson parou repentinamente na calçada da rua deserta e começou a tirar seus sapatos de salto alto.

— Você tem certeza que quer fazer isso?

— Sim, vai me ajudar a andar mais rápido. — a loira respondeu apoiada em um poste para não se desequilibrar.

Tasha não pensou duas vezes e resolveu fazer o mesmo. Ela não estava de salto tão alto como os que a loira usava, mas decidiu fazer aquilo por solidariedade a Patterson.

Enquanto esperava a latina se descalçar, Patterson começou a dar voltas no poste em que antes estava apoiada enquanto segurava nele com uma mão.

Singing in the rain. Just singing in the rain. — ela começou a cantar em um tom alto e desafinado quando a chuva aumentou ainda mais. Tasha não pode conter a crise de risos.

— Você está no lugar errado. Seu lugar é na Broadway. — a morena comentou e as duas soltaram gargalhadas altas.

Elas tornaram a andar e Tasha se juntou a Patterson na cantoria.

Singing in the rain. Just singing in the rain. — as duas cantaram enquanto tomavam banho na chuva.

Qualquer pessoa que passasse por elas naquele momento diria que eram duas jovens de no máximo 17 anos, bêbadas, tomando banho de chuva. Ali, enquanto se banhavam na chuva, cantando desafinadamente e até dançavam, elas pareciam qualquer coisa, menos agentes especiais do FBI.

Durante o momento de empolgação e embriaguez das duas, Patterson acabou saindo da calçada e foi surpreendida por um carro que entrou pela pequena rua em alta velocidade. Tasha não teve outra reação sem ser a de puxar a loira desajeitadamente pela mão, de volta para a calçada. O carro passou buzinando, deixando para trás as duas mulheres que estavam pálidas e com seus corações quase saltando para fora da caixa torácica, por conta do susto.

— Você está bem? — Tasha questionou preocupada.

— Claro, foi só um susto. — a nerd respondeu. — Você salvou minha vida, Tash.

— É, eu salvei. — as duas riram. — E salvaria mais vezes se fosse preciso.

Elas trocaram olhares por mais tempo do que o normal e depois tornaram a caminhar. Tasha não largou a mão de Patterson e só se deu conta disso um tempo depois. Quando ela tentou o fazer, sentiu a mão da loira segurar a sua com mais força. Tasha sorriu e elas seguiram andando de mãos dadas pela rua sob a forte chuva.

Depois de pisarem em muitas poças d’água com os pés descalços e terem diversas crises de riso no trajeto, as duas finalmente chegaram ao destino e tiveram a sorte de encontrar o metrô que deveriam pegar parado na estação, prestes a partir. Após uma leve corrida, conseguiram passar pelas portas automáticas que estavam quase se fechando e entraram no grande transporte subterrâneo. Elas estavam praticamente sozinhas no vagão, com a exceção de outra mulher que havia entrado junto delas.

Após terem se sentado, as duas ficaram em silêncio por um momento, enquanto recuperavam o fôlego. Durante esse curto tempo Tasha tornou a pensar sobre o que havia ocorrido entre elas, horas atrás enquanto ainda estavam no bar. Embora quisesse muito saber o que havia sido aquilo, ela se conteve. Decidiu que só falaria sobre aquilo se Patterson o fizesse. E, aparentemente não seria tão cedo, porque parecia que a loira já nem mesmo se lembrava do ocorrido.

— Eu me diverti bem mais do que eu pensei que me divertiria hoje. — Patterson quebrou o silêncio. — 80% disso são graças a você.

Tasha não pode evitar o sorriso que se formou em seus lábios.

— Eu estou feliz por ver você se divertindo de novo. De verdade.

Patterson respondeu com um sorriso antes de repousar sua cabeça nos ombros molhados da latina. Tasha congelou com aquela atitude inesperada e não soube como agir. O caos em seu interior aumentou dez vezes mais quando a loira tocou uma das mãos de Tasha, que repousava sobre seu próprio colo, e depois entrelaçou seus dedos com os dela. Após controlar a euforia que preenchia seu interior, sua única ação foi encostar sua cabeça sobre a de Patterson e fechar os olhos.

A latina focou em apenas aproveitar aquele momento e não pensar em outras coisas. Ela temia as possíveis atitudes que poderia tomar se pensasse muito, por isso preferiu se distrair com um pensamento aleatório qualquer. Momentos depois seus devaneios foram interrompidos pela voz robótica vinda dos alto-falantes do metrô, anunciando a próxima estação. O anúncio fez com que Tasha lembrasse que falavam poucas estações para a que ela deveria saltar.

— Você tem certeza que está bem para chegar em casa sozinha? — perguntou

Patterson levantou a cabeça para encara-la antes de responder:

— Sim. Você não precisa se preocupar. — ela disse e soube pelo olhar da morena que aquilo não havia a convencido. — Eu sei que não estou sóbria, mas eu sei me cuidar, Tash.

— Eu sei que é. Eu só estou dizendo que se você quiser, seu lugar na minha cama está sempre disponível.

Patterson riu.

— Eu agradeço, mas já chega de te dar trabalho. Você deve estar cansada de ter essa hospede parasita na sua casa.

A latina revirou os olhos.

— Você é mais do que bem vinda em minha casa. Falo com sinceridade. — ela esclareceu. — Eu nunca vou me cansar de você.

Após a fala da latina, o que antes havia acontecido no bar se repetira. As duas tornaram a se encarar, com os rostos extremamente próximos um do outro, completamente perdidas uma na outra, por um momento que pareceu eterno. Tasha estava incerta sobre qual atitude deveria tomar, mas decidiu assim que Patterson desviou o olhar para seus lábios e tornou a encarar seus olhos.

— Dane-se. — Tasha disse para si mesma antes de se inclinar para juntar seus lábios com o da cientista, sem se importar com as consequências.

Tasha teve uma surpresa. Surpresa essa que no futuro ela viria a descrever e considerar como uma das melhores já vividas por ela. Um misto de surpresa e felicidade tomou conta de seu interior quando ela percebeu que Patterson estava retribuindo o beijo e até mesmo sorria. A latina interrompeu o beijo e recuou alguns centímetros para admirar o rosto da mulher que esteve em seus sonhos por tanto tempo. Ela não acreditava que havia acabado de fazer aquilo. Nada parecia real.

Após passar alguns segundos completamente perdida na imensidão dos olhos e do sorriso cativante que enfeiravam o rosto de Patterson, ela foi surpreendida quando sentiu as mãos da loira em seu pescoço a puxando para mais um beijo. Aquele beijo fora completamente diferente do primeiro, que havia sido mais delicado. Desta vez as duas mulheres estavam completamente despreocupadas com o perigo da rejeição. Durante o beijo, ambas buscavam atenuar o desejo que consumia seus corpos há tempos. 

Mais uma vez, as duas tiveram seus momentos interrompidos pela voz robótica que anunciava que a estação em que Tasha deveria descer estava se aproximando. Após hesitarem, elas encerraram aquele beijo com um selinho.

Tasha decidiu que seria melhor partir sem dizer nada. Ela sabia que a sua feição exprimia mais do que ela poderia com palavras. A latina não conseguia conter o sorriso que insistia em se formar em seus lábios.

Ela se levantou de seu assento e só teve tempo de depositar um leve beijo nos lábios de Patterson, pois o metrô já havia parado e as portas do vagão estavam começando a se abrir.

— Tome cuidado e não se esqueça de me ligar quando chegar em casa. — Tasha pediu.

— Digo o mesmo. — ela desejou com um enorme sorriso enfeitando seu rosto. — Boa noite.

— Boa noite. — a latina disse e saltou do vagão.

A morena ouviu as portas se fecharem e não pôde evitar o impulso de olhar para trás no desejo de ver para Patterson pela última vez. Pelas janelas de vidro do metrô, Tasha assistiu a cientista sorrindo para ela com uma das mãos tocando próprios lábios enquanto o metrô partia.

••••

Quando a segunda feira chegara, Patterson já estava completamente recuperada da bebedeira e da ressaca que teve que aguentar no domingo.

Para sua surpresa, ela se lembrava de absolutamente tudo o que havia acontecido duas noites atrás. Ela não sabia explicar a emoção que sentiu quando as memórias da madrugada de domingo foram trazidas a sua mente. Agora, mais do que nunca, Patterson queria conversar sobre o ocorrido.  Por conta disto, a cientista fora a primeira da equipe a chegar ao laboratório. Ela estava mais do que ansiosa para saber como Tasha estava reagindo àquilo após o efeito do álcool.

No dia anterior, Patterson se sentiu tentada a ligar para a latina. Mas conseguiu conter seus impulsos e enviou por mensagem algumas fotos que haviam tirado e perguntou como ela estava. Um nó se formou em seu estômago quando o fim do domingo chegou e ela não recebera sequer uma resposta de Tasha.

Patterson tentou não se precipitar e deixar que pensamentos como “ela odiou o que aconteceu e está arrependida” tomassem conta de sua mente (embora eles estivessem lá). Decidiu acreditar que Tasha também estava de ressaca como ela e que havia passado o dia dormindo.

Entretanto, um medo maior tomou conta dela quando o resto da equipe chegou ao escritório, com a exceção de Tasha. Todos da equipe tentaram entrar em contato com ela e não obtiveram sequer uma resposta. Patterson contou sobre a última vez que tivera contato com a latina e Weller achou que seria melhor ir até o apartamento dela para checar se estava tudo bem.

Quando chegaram lá, não haviam vestígios de que Tasha estivera em casa nas últimas 30hrs. 

Tasha Zapata havia desaparecido.


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Notas finais do capítulo

Eu AMO cliffhangers e estou ansiosa para saber a opinião de vocês, pessoinhas maravilhosas ♥
Não esqueçam de comentar.
Lembrando que: todos os tipos de comentários são bem vindos nessa fanfic. Seja eles críticas positivas ou negativas.
Muito obrigada por chegarem até aqui. Nos vemos no próximo capítulo (5x5)



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