Oliva estava se vestindo como podia ainda dentro do carro, estava pensativa, aquela situação "às escondidas" tinha que acabar, ou ela assumia o que tinha com Alejandro ou acabava tudo de uma vez, ela tinha uma família, quebrada, mas era sua família.

A: Em que pensas meu amor, está com o olhar longe.

O: Alejandro temos que conversar, isso assim, não pode mais acontecer. Ou somos um casal ou não seremos nada. – ele a segurou delicadamente pelo braço e puxando para ele. A beijou, nos lábios, na testa e sorriu.

A: Vamos ser mais que um casal, será minha esposa. – tirou do casaco que estava no banco de trás do carro, uma caixinha. – Era para ser na jantar, mas acho que provamos a sobremesa antes.

Olivia abriu, eram alianças de ouro branco, alianças de compromisso, ela sorriu, era uma dela e outra dele. Ele tirou uma e colocou no dedo dela e mostrou a mão pra ela.

O: Sabe se eu colocar ai, não terá quem tire!

A: Será para sempre, - ela colocou e sorriu.

Terminaram de se arrumar, ele colocou o carro em movimento e foram para a casa sede da fazenda, eles entraram Felipe estava no sofá adormecido com livros de veterinária no colo.

O: Meu amor vem vamos para cama. – ela tocava o braço do filho com amor.

F: Mãe deve ser muito tarde, Olá Alejandro. Que bom que minha mãe estava com você, fiquei para esperar ela.

A: Felipe, quero falar com você. – Olivia o olhou querendo que ele não tocasse no assunto. – Sei que está tarde, mas é muito importante.

F: Pode falar. Mas acho que preciso de um café. – sorriu

O: Alejandro agora não é a hora.

F: Mãe se for o que estou achando que é, bom Alejandro, vamos conversar. – mostrou o caminho da cozinha. – Sabe quando estava na faculdade, eu fazia mui café, minha mãe me ensinou, isso me mantinha acordado, as vezes.

A: Sei como é, também tinha uma rotina de estudo, intenso em semana de provas. Ainda penso em fazer um mestrado ou algo assim, mas dai lembro de tudo. –eles sorriam e Olivia observava os dois, era algo que não via muito com Gonzalo.

Os dois sentados na mesa, Olivia estava parada na porta, estava feliz, tinha o filho amado e adorado ali feliz conversando com o homem por que estava apaixonada, eles tinham uma afinidade, conversavam, trocavam experiências, mas o assunto principal era ela.

Gonzalo, sempre que podia, falava que as boas notas, o bom desempenho dos filhos na faculdade, na escola, e nos afazeres de casa e da fazenda, era a obrigação deles, nunca com palavras de carinho ou de amor. Era sempre duro e impunha respeito através de medo, e do fato dele ser o pai e senhor.

Alejandro e Felipe riam felizes, assim era o que Olivia sempre dia a Deus, uma família feliz de verdade, não o que tinham nos últimos 5 anos, um homem ao seu lado que a agredia verbalmente, e por vezes, sentia que ele o faria fisicamente, uma filha mimada, que mais parecia uma bomba que logo explodiria, Oliva fazia vista grossa, mas sabia, que Emily aprontava e muito na faculdade, com festas, abusando de bebidas, sabia também, do namorado bruto que ela tinha, que era praticamente a copia do marido, pois falava coisas que a feriam.

Oliva sabia que os filhos, um aprendeu com amor, amor de filho, amor pelo que fazia, pelos estudos, amor pela vida e pela família, e saberia que a filha tivera tudo igual, mas teria que aprender mais sobre a vida do jeito pior, pela dor, pela dor física, emocional, e sim a dor de verdade escondidas.

F: Mas vamos ao que interessa, o que precisa me falar que é importante. Mãe vem aqui. – esticou a mão e puxou a mãe para perto dele.

A: Bom Felipe, desde que conheci sua mãe, e vindo trabalhar aqui, fiz o melhor que como administrador, tenho ajuda, sua mãe e claro a fazenda, mas o que quero falar é que Amo sua mãe, amo, admiro, sinto algo por ela que não pensava sentir novamente, desde que perdi minha família, minha mulher e meu filho no acidente. Amo sua mãe e agora que ela esta legalmente livre. Quero saber por você se tenho seu consentimento em seguir como namorado de sua mãe.

Felipe se levantou, passou a mão nos cabelos, Alejandro nem Olivia sabiam o que vinha pela frete, ela tremia, se sentia apreensiva com o filho ali, parado de costas para eles. Felipe, respirou fundo e se virou, pegou a mão da mãe e a fez levantar, olhando-a nos olhos.

F: Mãe, minha mãezinha, vejo que desde que Alejandro entrou por aquela porta, seu rosto sereno voltou, seu sorriso mais lindo, esta de volta, e seus olhos que tanto amo, estão brilhando, já não via esse olhar há anos. E sei o motivo, Alejandro, minha mãe esta de volta, a felicidade dela está aqui. - apontou para Alejandro e o puxou colocando as mãos juntas dos três e sorriu. – Se minha mãe te ama, e esta feliz, eu estou aqui feliz também. Só te aviso uma coisa Alejandro, se a fizer sofre ou chorar um choro que não for esse. -apontou para o rosto da mãe que estava molhado de lágrimas de amor. – Eu vou te buscar e tirar seu coro.

Os três ficaram conversando por horas, quando Felipe levantou e foi deitar, Olivia e Alejandro sorriram, estavam felizes, Olivia levantou e pegou a mãe dele, o levando para a parte de cima da casa, entraram em um dos quartos, ficaram se beijando até que Alejandro olhou e volta e sorriu.

O: Não, aqui não é meu quarto, esse é o de hóspedes, mandarei fazer ajustes no meu, para receber você. Vou para o meu quarto tomar um banho e depois volto e dormimos ok. Ali tem roupão que pode usar. – o beijou e saiu.

Era quase 4 da manhã quando Alejandro sai do banho, estava de roupão, e viu que tinha um calça de pijama sobre a cama, ele vestiu, e ficou esperando Olivia voltar, ouviu algo do lado de fora e olhou pela janela.

Emily estava sendo carregada por duas pessoas, sua amiga Samila e um rapaz. Alejandro vestiu a camisa e desceu sem avisar Olivia. Ajudando os dois com Emily, que chorava e chamava alguém que ele não entendeu.

Em: Meu pai vai me matar. – chorava e ria a o mesmo tempo. – Minha mãe, ela me odeia, vai me matar também.

Samila: Fica quieta Emi, - ela estava brava, mas o cheiro de álcool era palpável.

A: O que foi que deu em vocês. – falou pegando Emily no colo e entrando na casa. – Você tomaram todo o bar. Menina vá na cozinha e tome um café forte, foi recém feito. E você rapaz vá junto.

Olivia ouviu o auê na sala ao sair do quarto e correu até as escadas, e vendo Emily, nos braços de Alejandro desorientada.

O: Emi, o que foi. – desceu rápido e o fez a deixar no sofá.- Minha filha, o que você esta fazendo, minha menina.

A: Livi, ela esta muito alcoolizada, pegue um café com muito açúcar, para ela ter glicose no sangue, ela deve ter bebido muito. – Olivia saiu e fez o que ele pediu.

Em: O que você faz aqui, está comendo minha mãe, está fudendo ela pra ter o dinheiro dela também.