Bem, agora que descansei um pouco, terei que ajudar a minha mãe a preparar o jantar.

As nossas coisas, da outra casa, ainda não chegaram e o mais provável é só chegarem amanhã. Por isso, não me posso pôr a arrumar o que quer que seja (embora não ache que o fosse fazer mesmo que já estivesse tudo aqui. Gomem, Mamy!).

A minha mãe está a decidir se vai cozinhar alguma coisa ou vai encomendar, então posso falar-vos um pouco mais sobre mim.

Sou o Bryan, um simples jovem de 15 anos (penso que já tinha dito isto, mas é sempre bom relembrar!), que adora a cultura japonesa, ler, ouvir música, cantar, dançar (apenas quando estou sozinho) e ver (imensos) filmes.

Já visitei vários estados nos EUA e por isso penso que posso dizer que conheço bem o país onde vivi. Adorava ir ver o mar na cidade onde morava e adorava quando o sol se punha sobre este.

Nas férias de Verão ia sempre à casa de praia de uns amigos da minha mãe, precisamente para passar mais tempo perto do lugar que mais adorava (depois da minha casa) e conviver, é claro. Muitas vezes, saia para passear e aproveitava para andar de bicicleta e tirar algumas, isto é, muitas fotografias de tudo o que me rodeava. Lembro-me de alguns amigos de infância que conheci quando ainda era muito pequeno e que, hoje em dia, já andam na Universidade. Morei, portanto, por mais de uma década nos Estados Unidos e isso permitiu-me conhecer uma pequena parcela do grande e incrível mundo que nos rodeia.

Omg! Já estou a sentir saudades e só se passaram cerca de 27h desde que deixei de pisar em solo americano. No entanto, o Japão é mesmo fascinante, mesmo que ainda pouco tenha visto deste país.

Oh... a minha mãe está a chamar-me, talvez seja para decidir o que encomendar para o jantar. É melhor ir ver se é mesmo esse o motivo dela me estar a chamar.

—Sim, mãe? O que foi?- perguntei curioso ao chegar à sala/cozinha. A nossa nova casa era mesmo parecida com a "antiga".

—Vem ajudar-me a escolher o que vamos jantar, Bunny.- disse sorrindo por saber que eu não apreciava muito que (ainda) assim me chamasse. 

—Mãe… Eu sei que adoras chamar-me Bunny, mas eu já tenho 15 anos.- respondi-lhe nada chateado, embora o pudesse parecer por estar a fazer um beicinho meio à patinho (um velho e fofo, segundo a minha Mamy, hábito meu!).

—E depois? És o meu único filho, tive que te arranjar alguma alcunha que te "envergonhasse"...- afirmou, ainda sorrindo.

—Ahahah mãe o teu sentido de humor mata-me, até me esqueci de rir.- disse, sem pensar e talvez soando um pouco ríspido, o que fez com que me arrependesse logo a seguir de ter soado assim.

—Estava só a brincar. Escolhe lá o que vamos jantar. - retorquiu, gesticulando com a mão para que me chegasse mais perto dela. 

—E que tal se fosse sushi? Sabes… Para comemorar a chegada ao Japão.- perguntei-lhe, com a esperança e a quase certeza de que iria aceitar.

—Bem… Então vai-te lá preparar, porque mais vale ir a um restaurante.- respondeu-me feliz.

—Yey! Vou já, Mamy! - disse alegremente, dando-lhe, em seguida, um pequeno beijo na bochecha.

Hm… Não sei bem o que vestir. Acho que vou levar a minha camisola preta favorita (com "amazing" escrito em branco e em letras garrafais) e um par de calças de ganga. Talvez vá calçar as minhas Allstar pretas. Eu diria que este look é "o habitual". O meu habitual. Depois de me vestir, fui à casa de banho lavar os dentes e pentear-me, tudo, claro, num ápice, e quando fui para a sala a minha mãe já estava pronta. 

Ela estava deslumbrante, como sempre. Na verdade vestia uma simples blusa branca, um par de calças pretas e usava um casaco casual rosa, além de calçar umas Allstar pretas como as minhas, mas, mesmo assim, estava linda.

A minha mãe tem 37 anos, mas parece ter 27. Ela tem o cabelo negro, muito liso e curto, a pele bem pálida e os olhos castanhos. É simplesmente linda, pelo menos aos meus olhos, e eu adoro-a imenso.

Bem, agora estamos a sair de casa e vamos a pé até ao restaurante, porque não é muito longe da nossa casinha (quer dizer, apartamento) aconchegante. 

Não demorámos mais de 20 minutos a chegar ao restaurante. E o tempo pareceu passar ainda mais depressa tendo em conta a tagarelice infindável.

Chegámos e rapidamente fomos atendidos. Pedimos uma mesa perto da janela e o empregado que lá estava mostrou-nos onde nos poderíamos sentar. Não demorámos a sentar-nos e a começar a olhar para a ementa.

O lugar que nos fora sugerido não podia ser mais ideal do que já era. Eu gostava bastante de observar a cidade à noite nos Estados Unidos e, que se diga de passagem, fazia-o desde que era um pequeno "broto de feijão".

A cidade de Nagoia era tão diferente, mas ao mesmo tempo semelhante que chegava até a ser reconfortante, visto lembrar-me um pouco o local onde vivia. Este era realmente o lugar perfeito se estar sentado após as muitas horas de viagem realizadas. Além disso, durante todo o caminho feito até ao restaurante, apenas tinha conseguido reparar nas luzes da cidade, visto a conversa sem fim, que eram imensas e tão brilhantes que lembravam um espetáculo de fim de ano.

—Filho, estás na Lua, outra vez?- perguntou-me a minha mãe, com um sorriso no rosto e com as duas mãos a apoiar o queixo.

—Não, não. Apenas estava a olhar para a cidade.- respondi-lhe, virando-me para ela. - É mesmo incrível… - afirmei espreitando mais uma vez para a rua.

—Oh… Okay. - disse ainda sorrindo e provavelmente reparando no brilho que os meus olhos tinham devido à luzes que neles refletiam. - Então o que vamos pedir? - perguntou, esperando que eu também abrisse o menu.

Olhei para a carta e vi que havia uma variedade tão grande de sushi e outros pequenos pratos que se tornaria difícil fazer a escolha de algum. Pedi, então, à minha mãe que fizesse o pedido e acabei por me distrair, novamente, com as luzes da cidade. A minha Mamys acabou por fazer o pedido inteiramente sozinha. Eu apenas escolhi o que iria beber: um sumo natural de laranja.

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