Três amigas e o amor. escrita por calivillas


Capítulo 28
Raquel - Algo estava errado




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Então, Vitor viajou, Raquel ficou um tanto aborrecida por estar sozinha nesses vinte dias, mas por outro lado, sentiu um certo gosto de liberdade, quase como uma prisioneira que ganhou um induto por alguns dias, longe dos olhos vigilantes e das cobranças do amante. Assim, decidiu aproveitar fazendo coisas que não estava acostumada, como sair com amigos após o trabalho e ir a bares e boates, tudo o que nunca faria se Vitor estivesse aqui.

— O que houve para você estar aqui com a gente, Raquel? – Alguém perguntou, entre uma roda e outra em um bar badalado e bem frequentado.

— Tive vontade – respondia, dando de ombros com dissimulada indiferença.

Naquele sábado à noite, Raquel apenas queria se divertir, dançar e conversar com amigos, como há bom tempo não fazia, escolheram um lugar da moda, frequentado por gente famosa e bonita. Já no meio da noite, estava radiante, empolgada com a música alta, luzes piscando e, principalmente, porque havia tomado algumas doses de Martini de maçã. Sentindo-se extremamente sexy, enquanto, remexia sensualmente, na pista de dança, ao som do ritmo da música, sacudindo os cabelos e os quadris, provocante, percebeu quando um homem se aproximar por trás, ela não podia ver seu rosto, ele colocou as mãos na sua cintura, enquanto, acompanhava o ritmo do corpo dela. Raquel não o repeliu, até gostou, daquelas mãos firmes a segurando possessivas, porém, à medida que a música continuava, ele se aproximava cada vez mais, até ela sentir o corpo dele grudado ao seu, a rigidez dentro das suas calças, o toque mais audacioso, desciam e subiam pela lateral do corpo dela, enquanto se inclinava para beijar pescoço e os ombros dela, sentir o seu perfume.

— Otávio! – ela gemeu, excitada, arqueando seu corpo e encostado a cabeça no ombro dele.

— Não, Fernando – uma voz estranha vinda de atrás a corrigiu, como se despertasse de um transe, deu um passo para frente e virou, afastando-se, assustada, ao ver o homem alto e magro, a olhando e sorrindo como um bobo - O que foi, linda? – indagou, sem entender o que fez de errado, esticando os braços tentando alcançá-la. – Venha aqui, estava tão bom. Você é tão gostosa! – completou com a voz rouca.

— Não! – Raquel se afastou, ainda mais, balançando a cabeça, em negativa – Me deixa em paz!

— Vagabunda! – o homem exclamou, vendo que havia sido rejeitado, afastando- se para não ter encrenca.

Raquel ficou para ali, no meio da pista, sem entender o que aconteceu, porque imaginou que era Otávio, que a tocava daquela maneira, algo estava muito errado.

— Vou embora! – disse para uma das pessoas do seu grupo, que deu de ombros e continuou a dançar, enlouquecidamente.

Assim, Raquel pegou um táxi e foi para casa, ainda no corredor, ouviu a música que vinha atrás da porta do apartamento ao lado. A voz grave e forte de uma mulher cantava uma dolorosa canção sobre um amor perdido, teve vontade de tocar a campainha e pedir para escutar junto com ele, mas, depois do seu último encontro, não tinha coragem. Então, entrou em casa, sentou-se no sofá, onde continuou a ouvir, bem baixinho, a triste canção até adormecer.

No domingo, Raquel acordou com o toque do telefone, deitada no sofá da sala, e sua cabeça latejava com uma leve ressaca. Esticou o braço pegou a bolsa, e sacou o telefone de lá de dentro, imaginando que poderia ser Vitor, mas era Ana, angustiada.

— O que houve, Ana? Você está me deixando preocupada. – Raquel conhecia a bem, sempre tão equilibrada e dona da situação.

— Não é nada grave, Raquel. Só queria conversar com você, saber sua opinião de uma amiga.

— Você quer minha opinião? – Raquel ficou surpresa. – Já sei! É sobre o tal cara do encontro, que você não quer falar quem é – ela adivinhou.

— É isso mesmo, Raquel. Eu nunca me senti tão perdida em relação a um homem.

— Nossa é tão ruim assim?

— É ruim e, ao mesmo tempo, maravilhoso – Ana resumiu seus sentimentos.

— Isso é péssimo – Raquel refletiu. - Eu, também, estou precisando conversar com você.

— Algo grave? – Agora, era Ana que estava preocupada.

— Não, sobre alguns fatos da minha vida. Também, preciso dos seus conselhos e do seu bom senso, Ana.

 Então, Raquel consultou a sua agenda, descobrindo que só poderiam se encontrar no próximo sábado, porque estaria ocupada toda a semana, assim teriam mais tempo para conversar com calma, Ana precisaria segurar sua ansiedade até lá.


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