Três amigas e o amor. escrita por calivillas


Capítulo 16
Raquel – Louco de ciúmes.




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No decorrer daquela semana, haveria mais um grande evento da editora onde Raquel trabalhava, antes ela gostava muito dessas festas, que acontecia em lugares descolados e da moda, cheio de gente bonita e interessante, onde podia encontrar com os bons amigos e ferrenhos concorrentes, conversar e flertar à vontade, sem compromisso. Então, depois que começou o seu caso com Vitor tudo mudou. Essas festas se tornaram uma prova da sua habilidade como atriz, de não demonstrar seu ciúme e insegurança, por encontrar Vitor acompanhado da esposa Vera, no mínimo, uma situação bem desagradável para Raquel.

Nessas ocasiões públicas, Vitor demonstrava ser sempre bastante atencioso com a esposa, pareciam um casal perfeito, e mal falava com Raquel, mas ele a observava de longe com bastante atenção, assim, o que ela poderia fazer era ficar simplesmente deslumbrante. Portanto, para aquela noite, escolheu um lindo vestido preto, com um vertiginoso decote que deixava suas costas nuas, prendeu o cabelo com um coque frouxo com finos cachos dourados, caindo envolta do seu rosto e completou com lindos brincos pingentes de esmeraldas, outro presente de Vitor, que realçavam seus olhos, sapatos de saltos altíssimos, para finalizar uma pequena bolsa de pedrarias. Gosto do seu visual, mas saiu de casa sozinha, esperou o elevador e quando a porta se abriu, Otávio estava lá dentro.

— Raquel, você está linda!

— Obrigada! – Raquel agradeceu, sem falsa modéstia, já entrando no elevador.

Como de costume, chegou ao local de táxi, um antigo armazém em uma outrora área abandonada da cidade, que foi revitalizada, tornando se um lugar da moda. Ao entrar no local do evento, notou as cabeças se entortarem e os olhares se voltarem para ela, alguns com cobiçosos e outros de inveja. Andou pelo meio dos convidados, falando, superficialmente, com um ou com outro, pois estava à procura de alguém especial, queria que Vitor a visse, assim daquela maneira. Ao encontrar com Vitor, percebeu o misto de orgulho e ciúmes na sua expressão, então, reparou em Vera ao lado dele, foi como um balde de água fria na sua confiança, porém respirou fundo e foi em frente para cumprimentá-los com um sorriso dissimuladamente simpático. Vera não era uma mulher bonita, porém, muito bem cuidada e produzida, tinha mesma idade do marido, muito magra e com seus cabelos louros com corte no estilo clássico, usavam roupas e joias caras, emanava uma etérea aura de superioridade, como se soubesse muito bem o seu lugar no mundo.

— Boa noite, Vitor. Vera, que bom a rever — Raquel disse de um jeito jovial, já recomposta e vestindo sua máscara sorridente.

— É bom vê-la também, Rachel. Maravilhosa, como sempre. Não é mesmo, Vitor? — Vera era muito educada.

— Sim, com certeza. Realmente, você está muito bonita, Raquel – Vitor respondeu, fingindo indiferença, mas com um sútil brilho de cobiça no olhar. Raquel adorava isso, a fazia se sentir poderosa, mesmo assim, continuaria solitária pelo resto da noite.

— Obrigada, Vitor. Vocês são muito gentis. Com licença, vou falar com os outros convidados — Raquel não se sentia bem naquela situação e afastou-se do casal, desfilou de grupo em grupo, conversando e rindo, fingindo estar feliz.

— Oi — Um belo e jovem homem que não conhecia se aproximou, em um dos raros momentos que estava sozinha.

— Oi – Raquel respondeu, já no meio da festa, estava um tanto alegre pela bebida e sentia-se um tanto entediada.

— Eu estive observando você e me perguntando porque uma mulher tão bonita estaria sozinha.

— Acho que você poderia ser um pouco mais original – ela riu divertida, achando que poderia passar um pouco o seu tempo, estava gostando da atenção daquele homem jovem, alto, bonito, de cabelos negros e pele morena. Quem não gostaria?

— Não importa porque consegui o me objetivo de falar com você. Sou Lucas.

— Raquel. Como você sabe que eu estou sozinha?

— Por que nenhum homem esperto o bastante, deixaria uma mulher bonita como você muito tempo longe dos seus olhos.

— Talvez, estejamos sendo observados. Quem sabe, haja alguém nos olhando nesse momento – ela segredou perto do ouvido dele.

— Se houve, ele estaria aqui agora, arrastando você para longe de mim – ele lhe deu um sorriso malicioso, ela pensou em Vitor, caso ele estivesse vendo aquela cena estaria se corroendo de ciúmes, então, sorriu para si mesma.

— Talvez, eu seja uma mulher difícil.

— Eu gosto de desafios, como escalar montanhas, fazer expedições submarinas, conquistar mulheres difíceis.

— Espera aí?! Você é Lucas Fergus, repórter aventureiro da série de TV.

— Sim, sou eu mesmo – ele sorriu vitorioso.

— Eu não reconheci você com essas roupas tão comportada.

— Às vezes, é preciso parecer mais civilizado, principalmente, para impressionar alguém como você – ele declarou e Raquel riu, jogando a cabeça para trás.

— Você é persistente, mas eu gosto disso.

— Se eu não fosse persistente não escalaria o Everest.

— Com certeza, isso foi impressionante.

— Mas, foi essa a minha intenção, impressionar você. Agora, falarei como mergulhei com os tubarões para mostrar como sou corajoso, e como salvei uma família de tigres para demostrar como sou bonzinho – ele disse em tom de brincadeira, e, perigosamente, ela estava gostando dele.

Foi nesse instante, que seus olhos cruzaram com o de Vitor, frios e afiados como facas, sentiu-se perturbada.

— Preciso ir! – Raquel disse, de repente.

— Como assim? – Lucas a fitou confuso, porém ela seguiu em direção a porta, ele a seguiu. – Foi algo que eu disse?

— Não, Lucas. Juro, que eu gostaria que minha vida fosse diferente, para nos conhecermos melhor, mas não posso. Eu lamento! — Raquel respondeu, antes de entrar em um carro, olhando direto para os olhos dele.

Ele tirou do bolso um cartão de visita e entregou para ela.

— Aqui, se por acaso mudar de ideia ou se sua vida se descomplicar, me liga.

Raquel concordou com a cabeça e entrou no táxi, jogando o cartão dele, displicentemente dentro da bolsa. Pensando que, pelo menos, havia sido divertido conhecer Lucas, voltou um pouco mais satisfeita para casa. Primeiro, porque não precisou ver Vitor bajulando a esposa durante toda a festa e, depois, seu ego estava em alta. Mesmo assim, ficou com um gosto amargo na boca, pois, quem sabe, sua história poderia ser diferente, talvez pudesse conhecer Lucas melhor.

Chegando no seu apartamento vazio, onde passaria mais uma noite solitária, foi direto para o quarto, começou a tirar os sapatos, então ouviu a porta da frente abrir, assustou-se, porém, encheu-se de coragem e foi até a sala.

— Vitor, o que você está fazendo aqui? E a festa? E Vera? — Raquel perguntou, atônita, pois, nunca imaginaria que ele deixasse a mulher sozinha, em uma festa.

— Ela foi para casa com o motorista – Vitor respondeu e continuou em um tom agressivo e alto, aproximando-se dela – Eu vim aqui para saber o que significou aquilo?

— Aquilo o quê? — Raquel não sabia sobre o que Vitor estava falando.

— O que? Você com aquele homem durante toda noite! O que estava pretendendo, Raquel? — A voz dele estava em um tom muito alto e muito zangado.

— Eu não estava pretendendo nada, Vitor! Nós só estávamos conversando! – Ela também falava alto, querendo se justificar, pois não gostava de ser acusada ser razão.

— Não parecia! Eu vi o que ele queria, levar você para cama. E você parecia estar gostando da ideia — ele continuou acusando, aproximando-se mais dela.

— Não acredito que você veio aqui, a essa hora, para ver se eu estava sozinha? Como se atreve? Quer ir até o quarto para ver se ele está na nossa cama? – perguntou, indignada.

— Você sabe que eu não gosto de dividir nada! — gritou, irritado, segurando-a pelos ombros e a sacudindo com força – Está entendendo, Raquel!

— Se não gosta de dividir por que não fica só comigo?

— Porque não posso. Não posso jogar fora tudo que conquistei, eu ressuscitei aquela empresa que estava falida e a transformei em um sucesso. Você sabe se eu me divorciar de Vera, perderei tudo!

— Então confiei em mim! — Raquel se sentia ofendida, porque ela nunca havia dado motivos para aquele tipo de atitude, livrando-se das mãos dele.

— Eu fico confuso. Você é tão bonita. Fico inseguro só de pensar em outro homem tirando você de mim — Vitor replicou, passando a mão nos cabelos.

— Não acredito! Eu nunca lhe dei motivo para você desconfiar de mim, Vitor! Você estava na festa com a sua mulher, e eu não posso falar com ninguém? — Raquel argumentou bastante magoada, tinha que lutar com as lágrimas que teimavam a descer pelo seu rosto, manchando a sua maquiagem. 

Quando vi o estado dela, Vitor respirou fundo, parecia estar voltando a razão, e abrandou a voz.

— Não, querida!  Eu acredito em você – ele falou suavemente e a abraçou – Mas não gosto de pensar, que alguém possa tirar você de mim.

No primeiro momento, Raquel tentou afastá-lo, entretanto, deixou-se envolver pelo seu abraço. Ele beijou seu rosto e, delicadamente, limpou as lágrimas dela com os polegares.

— Fico louco, só de pensar em outro homem tocando, beijando, fazendo amor com você, Raquel. Você é linda, estava tão deslumbrante – e a beijou primeiro com ternura e depois com paixão – Raquel, não quero dividir você com ninguém, entendeu? – determinou, antes de beijá-la, mais uma vez.


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