See Our Love escrita por darksblue


Capítulo 2
Zoom Into Me




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Estávamos deitados no tapete verde-oliva da sala, o filme que estávamos assistindo havia terminado fazia algum tempo, e nenhum de nós teve vontade de sair de baixo das cobertas, de se desprender daquele abraço aconchegante e estender o corpo até o controle remoto no sofá ao lado de nós.

Parecia fazer anos que eu não assistia filmes com Bill, de certa forma até havia esquecido o quão irritante ele era quando começava a falar como pensaria que seria o fim. Mas naquela tarde nem isso me irritou.

Joguei para longe o travesseiro que servia de apoio para minhas costas, e deitei completamente sobre o tapete, Bill fez o mesmo, virando seu rosto em minha direção, fechando os olhos.

Olhei para seu rosto, era tão conhecido para mim, e mesmo assim eu ainda conseguia me surpreender com sua beleza única. Foi então que lembrei dos sentimentos que eu estava ignorando. Resolvi perguntar.

- Então, o que o trouxe de volta?
Ele sorriu e virou seus olhos em minha direção.
- Você. - Como se não pudesse existir outra resposta.

Aquilo não fazia sentido, e ao mesmo tempo fazia todo sentido do mundo.

- Não consigo entender, Bill.

Acariciou minhas bochechas com sua mão direita e sorriu levemente.

- Eu não consegui me sentir bem perto de Strify depois do que aconteceu naquela noite. – Eu já estava abrindo a boca para interrompê-lo, mas ele colocou o dedo indicador na frente de meus lábios. – Espere, deixe-me terminar. Fiquei imaginando porque você foi embora, você não queria que eu lembrasse, não é? Você deveria ter me desprezado, eu entenderia Amy. Uma parte de mim me dizia que você foi embora antes que eu acordasse por isso, porque não queria que eu lembrasse do que aconteceu, porque não queria que eu pensasse que você gostava de mim. E a outra parte me dizia que não, que você apenas saiu porque não queria que eu sentisse culpa por trair Strify, mas que no fundo me amava.

- A segunda parte de você está certa. Eu te amo.

- Eu sei, pude ter certeza disso assim que vi você de novo. Eu te amo Amelie, mais do que uma amiga. E não foi a culpa por ter traído Strify que me fez largar tudo que havíamos planejado juntos e voltar para cá. Mas sim as lembranças de ter provado estar em braços mais aconchegantes, sentindo um cheiro mais quente, uma pele mais macia. Essas lembranças surgiam todas as vezes que eu estava nos braços dele e não nos seus.

Eu não consigo descrever a expressão facial que meu rosto demonstrou, mas senti minhas bochechas corarem. Ele lembrava de tudo, e ele também me amava. Eu não esperava por isso, nem estava pronta para algo tão, tão perfeito. Levantei meu corpo puxando-o para meus braços.

- Eu não quero me separar de você nunca, porque você é meu melhor amigo, minha infância, minha adolescência, minha vida. Não consigo lembrar de alguma memória sem você, de algum dia que eu não pensei “Eu poderia estar brincando com Bill, mas droga, ele viajou” ou coisas assim. Eu não seria eu sem você, os cheiros, as memórias, não seriam tão boas sem você. Elas seriam boas, eu sei que seriam. Mas você faz delas perfeitas. Você faz tudo ser melhor do que deveria ser. – Meus olhos estavam molhando seus cabelos. – Desculpe, eu estou molhando você.

Ele se afastou um pouco e me puxou para seu colo, acariciando meu rosto e secando minhas lágrimas. Gostaria de ficar a tarde toda em seus abraços, declarando e confessando todas as coisas que sentia.

- Você lembra daquela vez que o Tom contou para todo mundo que amava você? Eu fiquei tão bravo com ele, você era a minha Amelie. Ainda é. E nós tínhamos seis anos, e ele dizia para todo mundo “nós vamos casar em uma igreja azul, e ela vai usar um vestido verde”.

- E todos riam porque ele dizia que meu vestido seria tão verde quanto esse tapete.

Bill olhou para o tapete e sorriu ao perceber uma mancha escura.

- Você derrubou calda quente aqui, e ficou desesperada. Eu lembro de você correndo de um lado para o outro da casa procurando por algo que limpasse isso. Mas nunca mais saiu. Você usava umas jardineiras de jeans que iam até seu joelho, e vivia com os cabelos pretos presos em duas tranças.

- E você era loiro, eu amava seu cabelo, era o cabelo mais lindo que eu já tinha visto. Talvez eu pensasse isso porque você ainda não tinha crescido e se tornado um adulto mais bonito ainda, mais perfeito.

Seu rosto corou.

- E suas bochechas sempre coravam quando eu subia na casa da árvore e gritava “Bill, você vai ser meu marido.” E ficava fazendo comidinhas para você e te cobrindo de beijos nas bochechas.

Ele deu um sorriso levemente safado.

- Não lembro disso, me ajude a lembrar.

Automaticamente comecei a cobrir suas bochechas com meus beijos.

- Ah, acho que estou começando a lembrar. – E virou o rosto fazendo nossos lábios se encostarem. Afastei-me por impulso, mas logo senti suas mãos segurarem meu queixo e me puxarem para um beijo doce.

- Eu esperei tanto por isso. Eu queria que meu primeiro beijo fosse com você.

- Eu também queria que o meu tivesse sido. Mas eu gostava tanto de você, tinha tanto medo de não ser recíproco. – suspirou perto de meus lábios e me calou.

Passado alguns minutos Bill se afastou e levantou, oferecendo sua mão direita para me ajudar a levantar.

- Quero te levar até um sonho meu.

 Não entendi o que ele queria dizer com aquilo, mas eu estava com Bill, e eu iria a qualquer lugar com ele.

 


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Notas finais do capítulo

Ainda não terminei.