Jogo da Morte escrita por Gaby Uchiha


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

"Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim?
Um capítulo fresquinho de uma fic pra ti" ♪

Woooooowwww!!! Volteeeeiii!
Ainda atolada com as atividades da facul, mas hoje acabei conseguindo escrever um pouquinho e o capítulo saiu *---*
O MANGAKÁ VOLTOU!
Eu gostaria de dizer que Jogo da Morte GANHOU SUA PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO!
E a pessoa da vez foi Pan Alban!
Muito obrigada Pan pelas suas doces palavras e que realmente me surpreenderam por ter aparecido logo no segundo capítulo (sou aquele tipo que acha cedo demais hihihi), fico feliz em saber que você gostou do tipo de enredo que estou metendo a cara pela primeira vez. Mas fanfics são divertimentos então vamos meter a cara mesmo para relaxar!

Muito obrigada pelos comentários, favoritos e novos acompanhamentos! Em breve terminarei de responder todo mundo nos dois sites (estava respondendo mas resolvi parar para postar logo porque não sei se conseguirei depois --'). Mesmo assim, já li todos e fiquei muito tocada por cada um.

Por isso, sem mais delongas vamos à mais um novo capítulo de Jogo da Morte!



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O click da arma fez os dedos ágeis do detetive pararem sobre o teclado e os olhos analíticos erguerem para a figura escondida na penumbra que apontava a arma em sua direção.

— Por que não vem para a luz? Faz alguma diferença eu ver o seu rosto se serei morto? – O homem questionou com tranquilidade, apesar de ser o provável próximo rosto riscado na lista de alguém.

A pessoa portadora da arma caminhou calmamente sobre os saltos denunciando que aquela pessoa tão soturna que o havia surpreendido pela habilidade de chegar até ali, era uma mulher.

Uma linda mulher – ele acrescentou em pensamentos; porém, aquele detetive sabia que apesar da beleza exótica que poderia atordoar muitos homens, aquela mulher destoava perigo puro apenas com um olhar.

— Sei que há muitos motivos para quererem minha morte, mas por qual deles você está aqui?

— Por nenhum deles, suponho.

A resposta fez uma única sobrancelha do homem se erguer com interesse para o jogo que se perpetuava à sua frente. Um jogo de incógnitas que ele sempre se dispunha a desvendar.

Ali estava mais uma e ele iria desvendar...

— Então por que?

— Porque preciso pegar de volta algo que você roubou de mim e não deixo negócios inacabados ou serviços mal feitos quando isso acontece.

— Posso pelo menos saber o seu nome?

Ela sorriu. Um sorriso traiçoeiro repleto de perigo.

— Pouco me importa um morto que sabe meu nome – disse calmamente antes de reiniciar: – Meu nome é Yo Hana.

— Yo Hana – ele repetiu alisando o queixo com a barba rala por fazer. – Interessante. Dê-me cinco minutos e eu a convenço a não disparar essa bala.

— Já dei a outros homens até mais do que isso e nenhum me convenceu do contrário do que eu iria fazer.

— Não sou um tolo iludido pela falsa ideia de que o dinheiro salvará minha vida.

— Então o que pode me dá em troca pela sua vida? – Ela não tinha pressa em disparar, era a dona da situação como todas as vezes, e naquele caso especial, em que estava de frente a um investigador incomum conhecido no submundo do crime, deixava tudo mais interessante.

— A sua – ele respondeu com um sorriso prepotente que fez a mulher, por mais que não aparentasse, se questionar o real significado que ele logo se prontificou a dizer em voz alta: – Se completar a missão para o qual aqueles russos te contrataram, nós dois estaremos mortos no final dessa história, Yo Hana...

 

 

Sasuke abriu os olhos lentamente antes de visualizar em seu colo a cena desenhada no mangá sobre o primeiro encontro do detetive Shou com Yo Hana, a mesma cena que ele havia presenciado em sua mente de escritor.

Aquele foi o encontro dos seus personagens, agora, erguendo o olhar para fora do carro, ele viu o beco escuro de um bairro suspeito comandado pelo tráfico onde ele, Itachi e Ino aguardavam a chegada de um agente da Divisão de Operações Especiais.

Toda aquela espera sob um silêncio infernal foi recompensado com o caminhar traiçoeiro de um homem magro de cabelos descoloridos sob a luz prateada da lua vindo em sua direção.

Sasuke estreitou o olhar com desconfiança, mas sabia que um agente da DOE não usaria roupas do serviço enquanto transitava por aqueles becos. Aquele homem de roupas suspeitas e caminhar despreocupado era na verdade um agente infiltrado que não se intimidou com os olhares dos três ocupantes do carro quando ele abriu a porta de trás e se acomodou calmamente ao lado de Ino.

— Vocês três só podem estar querendo morrer com essa ideia maluca de invadir o cassino em noite de festa do Chefe Hidan – o novato riu com escárnio antes de Itachi suspirar e se voltar para trás.

— Naruto já está em posição, agente Hozuki? – Foi direto ao ponto.

— Pronto e com seu Rifle Sniper apontando para a entrada daquele lugar – foi sarcástico. – Você sabe como ele é, Itachi – coçou a nuca não deixando de mostrar o sorriso debochador. – Ele até iria vim recebê-lo, mas Naruto preferiu ficar definindo a posição de cada integrante para que ele pudesse te dar 100% de cobertura e deixar para mim a tarefa de receber os convidados.

— Ótimo – o investigador foi lacônico antes de desviar o olhar para sua companheira de time: – Ino, você ficará com a equipe da DOE. Eu e o Sasuke vamos entrar em campo.

A agente assentiu sabendo que o trabalho em campo não era o seu local de trabalho.

— Não entrem com escutas ou distintivos – o agente da DOE voltou a avisar. – No máximo com armas escondidas; aqui não é incomum ter uma arma, mas um distintivo é passagem para o inferno – concluiu antes de sair do carro com a loira também disfarçada atrás de si para seguirem em direção a um dos armazéns abandonados que estavam servindo como esconderijo para os agentes comandados por Naruto.

— Confia neles? – Sasuke questionou frio enquanto via Itachi dirigir aquele carro estilizado como disfarce por alguns becos antes de ir para o lugar que funcionaria o cassino ilegal durante aquela noite.

— Digamos que precisamos deles. Naruto é um dos poucos agentes da DOE com quem a Divisão de Homicídios sabe que pode contar sem contratempos, enquanto os outros sempre querem o tramite legal ou não tem bons relacionamentos com os nossos agentes.

Sasuke assentiu concordando, pois sabia muito bem como as Divisões da Polícia não conviviam tão bem como deveriam.

— Ele é ex-militar de elite. Se tem alguém que sabe lidar com armas e ter uma equipe que o segue para qualquer missão que ele escolher seguir, esse é o agente Uzumaki – acrescentou Itachi sério vendo o aglomerado de carros de corrida ilegais e pessoas em frente à um estabelecimento não confiável cheio de refletores.

— Não gosto de saber que há alguém escondido em um desses prédios com um rifle que pode apontar para as minhas costas e eu nem ao menos poder me defender – o mais novo comentou com desgosto encarando as construções decrépitas com suspeita.

— Esse é o trabalho da polícia... correr riscos.

Com essa finalização, Itachi estacionou o carro e saiu usando seu disfarce, aparentando ser um típico gângster com um sorriso prepotente e disposto a uma noite de diversões em um cassino ilegal comandado por um grande traficante local.

Sasuke não esboçou sorrisos falsos ao sair do carro, mas seguiu um aparente Itachi convencido em direção à entrada guardada por dois seguranças corpulentos e armas pesadas.

Algumas palavras... um nome falso... um convite restrito... um suborno... e uma mala cheia de notas novas sendo trocadas por fichas para os jogos, foram a porta de entrada dos irmãos para dentro do grande ambiente escuro iluminado pelas luzes vermelhas enquanto pelo ar perpetuava o cheiro que Sasuke facilmente reconheceu como sendo uma mistura de narcóticos provenientes das tantas rodas e mesas onde as drogas eram oferecidas para os nomes mais perigosos no crime e seus convidados.

Havia roletas, caça níqueis coloridos e palcos onde mulheres seminuas dançavam eroticamente para os homens aos seus pés que se deleitavam com as curvas femininas ao mesmo tempo que depositavam notas nas lingeries delas, pagando-as pelo show e fazendo sua oferta para o depois.

Se havia algo em comum entre todos aqueles homens, mulheres e até entre os irmãos disfarçados, era o fato de todos estarem com máscaras, alguns escondendo completamente o rosto, outros, simples máscaras ocidentais e coloridas que pouco escondiam seus rostos que também eram presentes na ficha de procurados da polícia.

Uma festa infame, que saboreava a liberdade e zombava da ineficiência da polícia enquanto seus crimes se perpetuavam mais e mais.

E por mais estranho que fosse, era naquele antro da perversão que Sasuke buscava pela sua Yo Hana, não fazendo ideia de quem ela era no mundo real, apenas sabia que ele tinha que a encontrar, antes que os criminosos a tornassem a próxima vítima estirada sobre o metal frio do necrotério da polícia.

Os olhos negros do mangaká vagavam continuamente por todas as mulheres buscando pelos cabelos cor-de-rosa, mas por mais que muitas tivessem cabelos tingidos, nenhuma era da cor que ele tanto buscava até mesmo em sonhos.

A ideia de "tão perto e tão longe" começava a irritá-lo, mas com paciência ele respirou fundo tentando não levantar suspeitas enquanto seu irmão era recepcionado por uma mulher de olhar provocante e roupas de couro que deixavam completamente expostos os seios grandes como um convite para se perder em suas curvas durante aquela noite.

Ela o agarrou o investigador pelo braço, conduzindo-o entre risadas e carícias para uma roleta onde altas apostas transcorriam. Itachi disfarçado deixou-se ser levado, aceitou a proposta e entrou na roda de apostas enquanto sentia a mulher rodear seu pescoço por trás, comprimindo o corpo contra o seu enquanto a boca feminina brincava com seu pescoço.

Sasuke permaneceu parado aguardando de braços cruzados, tentando se manter no papel de um dos subordinados de Itachi que estava ali como seu segurança, mas sua mente não parava de se questionar onde encontraria o que tanto veio procurar.

Sabia que estava no local certo, mas sentia que estava deixando algo passar.

Voltou a observar o local até que seus olhos caíram no amontoado de homens que rondavam o bar onde se preparava as bebidas. Um show ali transcorria fazendo os espectadores vibrarem, assoviarem e aplaudirem, enquanto dali Sasuke só podia ver as garrafas sendo lançadas para o ar em forma de malabarismos.

Só foi despertado dos devaneios quando sentiu o toque do seu irmão, manchado pelo batom barato, chamar sua atenção para que seguissem em busca de uma bebida no bar, mas que Sasuke sabia que era para que vasculhassem com mais detalhes aquele lugar e buscassem informações entre bêbados e entorpecentes.

No entanto, não precisou de conversas ou subornos, pois assim que Sasuke, com o seu passo manco conseguiu se acomodar sobre o banco alto, ele pôde ver que do outro lado do balcão, uma das duas pessoas que faziam malabarismos com as bebidas e até usavam chamas, era a cópia exata de Yo Hana.

Itachi arregalou um pouco os olhos ao ver a mulher jovem que rodopiava e lançava os olhos verdes para o alto quando jogava uma bebida para o alto e pegava com precisão dançando ao som de uma batida qualquer e lançava um sorriso sarcástico ao cliente da vez.

— Um Martini para o cliente número 72! – Anunciou depositando com força a taça sobre o balcão de mármore negro. O bêbado tentou tocar em sua mão, mas com um tapa e um olhar feroz ela desviou indo para o próximo com rudeza: – E você, o que vai querer para esta noite?

— Seu corpo todinho na minha cama, boneca – falou com aspereza deixando claro o quanto a desejava como todos os outros que não saiam daquele balcão; não por ela ser a mais bonita ou com roupas mais provocantes, longe disso, pois aquela barwoman tinha corpo mediano e suas roupas eram as mais comportadas do estabelecimento, o máximo que se mostrava eram as coxas expostas pelo short preto e colado que fazia conjunto com a camisa social branca, o suspensório e a gravata. O que chamava atenção nela era o veneno pronto a ser destilado sem dó para aqueles homens muito maiores e perigosos que ela, que riam e caçoavam de um e de outros quando ela dispensava mais um.

A mulher de cabelo rosa levou o indicador aos lábios como se pensasse no pedido, mas no final ela pôs as mãos na cintura e disse com confiança:

— Desculpe, mas não temos no cardápio essa bebida, senhor.

Sasuke viu ela dando as costas para os bêbados que riam do homem despachado antes da mulher ser cutucada no ombro pelo colega de trabalho e ele apontar na direção do mangaká.

Aquela foi a primeira vez em que ele viu aqueles grandes olhos verdes voltados para si fora dos sonhos e ele tinha certeza que aquela mulher que agora direcionava o caminhar e um sorriso profissional em sua direção, era a mesma que era dona de seus sonhos e até mesmo do seu trabalho, mas diferente de todas as possibilidades inóspitas de reencontro, Sasuke percebeu que ela não havia o reconhecido depois de tantos anos.

Aquilo o afetaria, mas a descoberta de que não eram delírios de uma mente perturbada e que ela existia no mundo real além do seu mangá, transpassava qualquer outro sentimento.

— E vocês cavalheiros? Pelo visto são novos por aqui. O que vão querer para começar a noite? – Ela perguntou desviando os olhos verdes contornados pela máscara simples preta entre os dois.

Itachi viu que seu irmão ainda estava estático encarando-a sem proferir alguma palavra sequer e a mulher já começava a estranhar, por isso, tomando partido da situação, começou o diálogo:

— Perdoe-o – bateu de leve no ombro do companheiro – ele não é muito bom com diálogos, ainda mais quando tem uma mulher bonita à sua frente – Itachi viu a barwoman rolar os olhos com a cantada barata e Sasuke praguejar baixo, lançando um olhar estreitado e repreendedor; mas o mais velho deu de ombros aos mais novos, tentando manter-se no papel de gângster atrás de divertimento. – Que tal fazermos assim, já que é a nossa primeira rodada, você escolhe a bebida – abriu as mãos para cima. – Qual a sua indicação para nós dois? – Apontou de si para o irmão enfatizando a situação.

Sasuke viu a mulher estreitar o olhar, mas logo deu de ombros voltando ao profissionalismo buscando os materiais para misturar as bebidas e começar o show de malabarismos, giros e dança diante dos dois, mas com um público fiel que batia palmas para ela mesmo depois da mulher tê-los dispensados várias vezes.

O mangaká acompanhou com atenção cada movimento e giro que ela fazia como se tentasse gravar cada detalhe. Ele viu que em algumas manobras mais difíceis ela mordia o lábio inferior com força, mas assim que conseguia completar acabava deixando escapar um olhar e um sorriso sincero fugaz que desaparecia para o sarcástico e desmerecedor para o público masculino.

Foi ali que ele percebeu porque ela chamava tanta atenção. Porque com seu jeito próprio, aquela mulher fazia parecer que eles não estavam mais em um cassino ilegal recheado de traficantes enquanto em algum lugar lá de fora, uma equipe especializada da DOE estava pronta para matar se fosse necessário.

No entanto, ao mesmo tempo Sasuke se lembrava que ela estava em perigo e qualquer um dali poderia ser um assassino.

Foi com esse pensamento que seus traços se tornaram sombrios e nem as bebidas que ela colocava diante dos irmãos com um sorriso profissional o fez suavizar, pois ele sentia que havia um alvo em suas costas e naquela mulher aparentemente inerte ao perigo que os rondava ou o que os interligava naquele momento.

Itachi como um calculista, provou a bebida e aprovou brindando-a com um sorriso que ela dispensou com um fugaz antes de voltar a encher um balde com gelo diante dos irmãos; e ele sabia que ela permanecia ali para não ter que atender os outros bêbados que eram servidos por um barman.

Quando estava terminando a dose, ele arriscou voltar a conversar:

— Sabe, estamos procurando uma pessoa – comentou fazendo a mulher observá-lo de canto. – Na verdade, só queremos entregar algo que talvez ela perdeu – terminou de falar focando o olhar nos verdes cheios de desconfiança.

— Não sei sobre o que senhor está falando. Se me derem licença... – ela recuou pronta para se afastar de seres que ela provavelmente tinha certeza serem de alguma organização criminosa, mas a mão grande que segurou o seu pulso com rapidez fez com que os olhos verdes se tornassem evidentes para o moreno calado que o olhava de maneira fria.

— Só queremos saber se você sabe a quem pertence essa máscara – Sasuke disse por fim, depositando a máscara de renda negra que eles haviam encontrado há poucas horas com um fio de cabelo cor-de-rosa.

Ele não precisou de uma resposta em palavras, pois apenas o olhar fugaz surpreso que ela mostrou, deixava em evidência que aquela máscara era de seu conhecimento.

O mangaká sentiu a resistência dela cair e por isso a libertou vendo como a mulher disfarçou os sentimentos com um sorriso falso enquanto retirava lentamente a máscara simples para colocar a que os irmãos haviam trago para a festa.

Os olhos verdes reabriram com um brilho que era uma incógnita para os olhos de Sasuke.

— Onde foi que vocês a acharam? Pensava que havia perdido! Estava louca atrás dela – apoiou em seus antebraços para aproximar o seu rosto dos deles, falando em um tom mais baixo: – Se o chefe do estabelecimento me visse sem a máscara eu estaria morta no final da noite – reiterou passando o indicador na garganta em sinal de morte.

— Ficamos felizes então de ter salvo sua linda garganta – Itachi brincou e viu ela sorri, mas os dois irmãos sabiam que não era um sorriso sincero.

— Como posso agradecer aos dois? – Os verdes dançaram entre os dois esperando a resposta que Itachi ofertou com um sorriso torto enquanto aproximava o rosto do dela:

— Que tal uma conversa particular com nós dois? – Estreitou o olhar em desafio, analisando-a, mas como supunha, ela não se acovardaria.

— Claro – ela deu de ombros se afastando para dizer algo no ouvido do barman que lançou um olhar para os irmãos de maneira desconfiada antes da mulher voltar com um sorriso seguro no rosto. – Vamos! – Ofereceu. – Conheço um lugar onde podemos conversar melhor.

Ela saiu de trás do balcão ao som dos protestos dos outros clientes, abrindo uma porta de ferro vermelha que dava passagem à um corredor, chamando-os mais uma vez com um largo sorriso.

Os irmãos se entreolharam com um olhar mútuo de entendimento, ambos sabiam que aquela história estava estranha, mas precisavam arriscar para tirá-la dali e explicar a verdade para a estranha mulher. Por isso, erguendo-se, eles seguiram em direção à porta e Sasuke viu o momento que a mulher estreitou o olhar para o seu andar manco como se o estudasse.

Ela entrou no corredor escuro que fazia uma curva no final antes que eles a alcançassem.

Os homens entraram e assim que alcançaram a mulher que os aguardava, foram surpreendidos por um golpe rápido e forte com o cabo de uma arma que acertou o rosto de Itachi derrubando-o.

Sasuke virou surpreso para o mais velho tentando ajudá-lo, enquanto via pelo canto do olho a mulher correr pelo corredor, fugindo dali ao mesmo tempo que proferia um frio:

— Idiotas.

— Corre Sasuke! – Sasuke foi chamado atenção pelo irmão que tinha a boca cortada que sangrava pelo golpe. – Temos que pegá-la!

Sasuke assentiu ajudando-o a se erguer antes de começarem a percorrer o corredor cheio de salas por onde ela havia ido, mas o som das trincas, risadas e passos pesados advertiu que alguém vinha atrás deles.

— Onde está aqueles caras que estão importunando a nossa boneca? – Um homem disse alto fazendo os outros rirem.

Os irmãos pararam e com um só olhar souberam que aquela mulher havia os colocado em uma armadilha, fazendo o colega de trabalho coagir os bêbados à irem atrás dos caras que estavam tentando "tocar" na companhia deles.

— Droga! – Itachi xingou entrando em uma sala onde havia uma escada para o andar superior. – Você precisa ir e achar essa mulher. Eu vou tentar segurar eles para te dar tempo!

— Ficou louco? – O mais novo o repreendeu entrando em um quarto escuro no andar superior sabendo que o bando de criminosos estava ainda no andar inferior. – Mal consigo andar, imagina correr atrás daquela mulher. Você tem que ir atrás dela, Itachi. Eu fico segurando eles, assim teremos mais chance.

— Posso ser o mais rápido, mas só você pôde convencê-la de que queremos protegê-la. Só você pode fazer ela escutar, Sasuke.

O mangaká se calou, tentando imaginar como faria uma mulher que fugia de si e portava uma arma de fogo, fazê-lo escutar, mas o empurrão de Itachi para que ele se apressasse para a saída de emergência na janela, foi o suficiente para que o mangaká subisse no parapeito e pulasse na estrutura de ferro.

— Tome cuidado – ele disse ao irmão que ficava para trás.

— E você pegue aquela mulher nem que você tenha que usar isso – retirou do cós uma algema que escondia com a blusa de cetim roxa, oferecendo ao irmão que entortava a boca, mas que aceitou a oferta.

Sasuke ia dar as costas, mas foi surpreendido com um toque suave do dedo indicador e médio do irmão tocando na sua testa, fazendo-o parar se lembrando do constante toque amoroso que o mais velho fazia quando eles eram pequenos, mas agora, ali, no meio de toda aquela história e afastamentos devido ao isolamento de Sasuke, fazia parecer tão distante como um sonho bom.

— É bom passar um tempo com você depois de todo esse tempo – Itachi comentou com um meio sorriso se afastando lentamente da janela.

Sasuke assentiu não sabendo o que dizer, mas apenas fez a promessa vaga de um:

— Até mais tarde.

Antes de pular tentando alcançar a escada de ferro que estava emperrada um pouco acima e a frente de si. Ele conseguiu alcançar a última barra vendo que mesmo com o seu peso, a escada não cedeu abrindo.

Forçou o peso com mais força ouvindo o ferro antigo ranger antes da escada ceder abrindo suas três partes de uma só vez, terminando a poucos metros do chão, mas que Sasuke pode alcançar soltando a barra em uma queda não muito grande, mas que o fez desequilibrar por conta da prótese direita.

Ele grunhiu com um pouco de dor na parte que restara da sua perna direita, mas com persistência, se ergueu pegando a Glock* que ele carregava no cós da calça.

Fazia anos que ele não fazia aquilo como um agente, mas foi com uma inspiração profunda que Sasuke entrou em posição antes de correr de maneira manca prestando atenção em cada ruído que denunciasse a presença daquela estranha mulher naquele emaranhado de becos e vielas.

Ergueu a arma quando alguns gatos apareceram em sua frente e até mesmo escutou o som de trocas de tiros a distância – na qual ele desejava que a DOE tivesse chegado a tempo de ajudar o seu irmão que ele sabia bem que era capaz de se proteger ou planejar alguma fuga, mas a vida naquele ofício sempre o deixava alerta para todas as possibilidades que ele já teve o desprazer de viver um dos piores.

Foi só na quinta curva que ele ouviu um som além do rastro que ele seguia, sabendo que a mulher estava perto.

Ele ergueu a arma e andou lentamente em direção a entrada da direita, sabendo que a barwoman estaria ali, mas ela foi mais esperta esperando-o na curva, tendo a oportunidade de apontar a arma para a sua cabeça antes que ele a visse.

— Largue a arma, afaste-a para longe e erga as mãos onde eu posso vê-las – a mulher disse com um tom autoritário sem qualquer traço de receptividade que ela demonstrava antes no cassino ilegal.

Sasuke assentiu sabendo que teria que obedecer para que pelo menos houvesse uma chance dela o escutar.

Sua arma caiu ao chão antes de afastá-la com o pé e erguer os braços.

A situação o fez sorrir lembrando-se de como Shou e Yo Hana se conheceram, com ela apontando uma arma para sua cabeça, pronta para executá-lo.

— É tão seguro de si que rir quando alguém aponta uma arma em sua direção? – Ela questionou estreitando o olhar verde.

— Apenas tive uma sensação de dejá vù – justificou-se, mas isso não a convenceu.

— Por que está atrás de mim? Alguém o enviou? Eu não perdi aquela máscara. Ela estava na minha casa! Alguém a pegou e pelo visto foi você.

— Estou aqui porque quero proteger você – foi direto e sério, fazendo a mulher demonstrar um sorriso desacreditado.

— Está mentindo.

— Eu queria que estivesse, mas se você não escutar, nós dois acabaremos mortos...

— Cale-se!

— Desculpe-me por isso.

Ele se desculpou antes de segurar os pulsos dela fazendo a bala disparar para o alto.

A mulher grunhiu com a dor em seus pulsos fazendo-a soltar a arma, dando a oportunidade do homem de derrubá-la ao chão.

Ele tentou prendê-la, mas com um golpe com os antebraços e a pressão certa, ela conseguiu inverter as posições ficando por cima, pronta para deferir um golpe de direita no rosto do moreno, mas ele também era esperto e conseguiu bloquear o ataque com um braço e com o outro fazer um lado das algemas se prender no pulso que o golpeava.

— O quê? – Ela olhou surpresa para a algema antes de grunhir com o sorriso satisfeito que Sasuke lançava para si.

Ela tentou outro golpe, mas o moreno conseguiu empurrá-la para fora de si, fazendo com que o corpo feminino deslizasse pelo chão antes de conseguir impulso para se erguer, mas foi lenta demais pois com a velocidade que ela não esperava que algum usuário de prótese tivesse, ele estava diante dela pressionando o antebraço forte e masculino contra o pescoço feminino, sufocando-a.

— Você precisa me escutar.

— Não confio em você – ela destilou a verdade, tentando se desprender do corpo pesado que a comprimia.

Sasuke aproximou mais do rosto do feminino, com seus narizes quase se tocando. O moreno mostrou a seriedade em seu olhar negro, vendo que os verdes firmes não se intimidavam diante dele como se houvesse algo naquela mulher que não temia o que estava à sua frente.

— Você precisa – ele sussurrou vendo que ela tinha parado de tentar escapar, mas mantinha a segurança no olhar.

— E se eu não confiar?

A resposta veio com o click da destrava de uma arma atrás de ambos.

Sasuke desviou o olhar para a entrada do beco, encontrando ali sob a luz do luar a figura totalmente negra e encapuzada que erguia uma M4 em sua direção.

Ele soube na hora que o estranho era um dos assassinos que estavam causando os assassinatos e agora vinham atrás da Yo Hana.

O moreno não pensou duas vezes antes abraçá-la contra si para que ele fosse um escudo humano que receberia a bala primeiro.

Ele fixou o olhar na parede gasta e sem reboco esperando pela bala sem medo.

Escutou o som do tiro, mas não sentiu a dor e o impacto que já havia experimentado anos antes, por isso, confuso, ele voltou a olhar para trás juntamente com a mulher, encontrando o encapuzado caído no chão em meio à uma poça do seu próprio sangue.

Pouco metros dali estava um homem com uma calça militar, camisa branca e um coldre axilar que comportava duas pistolas além do rifle que ele carregava. Seu cabelo era louro por mais que à luz da lua parecesse prateado, enquanto os olhos claros mostravam o perigo que emanava de um agente da Divisão de Operações Especiais.

O salvador abaixou o rifle antes de sorrir em uma tentativa de acalmar o aparente casal à sua frente.

— Desculpem a bagunça. Você deve ser irmão do investigador Uchiha, não é? Uchiha Sasuke, estou certo?

Sasuke assentiu sem proferir qualquer palavra enquanto via o agente se aproximar do corpo desfalecido.

— Aliás, sou o Naruto, acho que ouviu Itachi falar de mim.

— Sim.

Naruto assentiu sorrindo antes de apoiar o rifle em uma mão e com a outra retirar o capuz do mascarado, revelando o homem jovem de cabelos ruivos agora com os olhos fechados e sem sinais vitais.

— Antes que eu me esqueça, não se preocupe, meus agentes conseguiram ajudar Itachi bem a tempo, estão esperando por nós no ponto de encontro. – Os olhos claros desviaram para a mulher por um instante antes de voltar ao moreno em um questionamento: – É quem vocês procuravam?

— Sim – respondeu sentindo a mulher tentar fugir de si, mas com um giro rápido Sasuke a derrubou com o rosto contra o chão, dando-lhe a oportunidade de prender ambos os pulsos da mulher de cabelos rosas com as algemas.

Naruto tinha os olhos arregalados para a cena antes de comentar:

— Pelo visto vocês não começaram bem.

— Você nem imagina – o moreno murmurou vendo dois agentes com armas se aproximarem correndo do superior deles, sendo um o estranho homem de cabelos descoloridos de mais cedo que havia servido como porta-voz de Naruto.

— Que droga, pensei que finalmente teríamos um criminoso para arrancar uma pista – o agente Hozuki resmungou observando o morto.

— Ele iria atirar, precisava salvar aqueles dois – Naruto apontou com o queixo para o moreno que prendia a mulher no chão.

— Ok, eu cuido disso – a ruiva com um andar seguro se aproximou de Sasuke antes de pegar no braço da mulher algemada no chão.

O moreno permitiu que a levassem sabendo que aquele era o trabalho da polícia, mesmo assim, ele viu a barwoman lançar um olhar frio em sua direção enquanto ela se afastava.

O homem de cabelos descoloridos assoviou enquanto Naruto comentava com um sorriso torto:

— Parece ser do tipo complicada.

— Não sabe o quanto – Sasuke murmurou antes de seguir as mulheres sabendo que eles tinham que sair logo daquele local antes que se deparassem com outros criminosos e as coisas se complicassem ainda mais.


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Notas finais do capítulo

Eitaaaa!!! E aí? Teorias permaneceram? Caíram? Novas surgiram? Tô curiosa hein!
Muito obrigada por terem lido mais esse capítulo pessoal! Espero voltar em breve com mais um capítulo! Estou enrolada no momento com a faculdade, mas qualquer novidade estarei informando aqui:

https://www.facebook.com/gabyfanfiction/