♥ Quarto Capítulo ♥

Haviam se passado uma semana desde o acidente de Felipe e ele continuava na UTI, sem melhoras. Vitoria e Mario não sabia mais o que fazer, Vitoria toda vez que ia ver seu filho caia no chora segurando sua mãe e beijando sua testa. Não aguentava mais ver eu filho com aqueles montes de tubo. Mario por outro lado tentava ser forte por Felipe e por sua esposa.

Jessica não voltará mais ao hospital desde o acidente. Mario estranhou e comentou com Vitoria, mas ela gostando muito da namorada de seu filho apenas respondeu que ela deveria estar ocupada com alguma coisa.

Mais uma vez os pais de Felipe retornam pra casa, desanimados com o estado de saúde de seu filho.

Felipe:

“Há dias não venho sonhando com aquela linda mulher, fico me perguntando o porquê. Fecho os olhos novamente pra vê se ela aparece e em questões de segundo ela está na minha frente com aquele lindo sorriso. E fico horas admirando-a. Mas está na hora de levantar, tenho que ir pra Peripécia, tenho muito serviço lá. Vou tentando abrir meus olhos mas está um pouco difícil, tento passar as mãos neles, mas não consigo, o que está acontecendo?! Vou tentando até conseguir, olho para todos os lados com os olhos meio fechados acostumando-os com a claridade. Mas não reconheço esse lugar, não é o meu quarto e nem o da Jessica, apesar das pouquíssimas vezes que dormi em sua casa. Olho pra frente e vejo meu pai encostado na porta com a cabeça baixa, o que ele está fazendo aqui?! Olho pro meu lado e vejo minha mãe ao meu lado com a cabeça baixa segurando minha mão e com a outra mão segurando um terço. O que tá acontecendo? Tento me levantar mas não consigo. Meu Deus o que aconteceu comigo? Por que estou assim? Aonde estou? Tento mexer a mão, com sucesso, minha mãe levanta a cabeça e me olha assustada e começa a chorar e falar graças a deus eu estou vivo. Mas que diabos está acontecendo? Olho pra frente novamente e vejo meu pai saindo correndo e logo depois um monte de gente de branco entra e vem pra perto de mim. Espera, estou em um hospital?! Agora estou me lembrando, estava indo pro serviço mas no meio do caminho minha visão ficou toda escura e só ouvi um barulho.”

Após Mario chamar o médico, ele se aproxima de Felipe e pede pra Vitoria se afastar um pouco, pois precisa examinar Felipe.

            - Sr Felipe, está me ouvindo – pergunta o médico. Felipe balança a cabeça que sim. Então o medico retira todos aqueles tubos que estava em Felipe.

            - O que aconteceu? Onde estou? – Felipe começa a perguntar.

            - Sr Felipe, sou o Dr. Paulo. O senhor sofreu um acidente de moto e está no hospital. Não se recorda de nada? – o medico responde as perguntas de Felipe.

            - Me lembro de que está indo pra serviço... – Felipe contou ao medico o que se lembrava daquele dia.

            - Então, o senhor sofreu um acidente e está aqui no hospital há uma semana.. – mas antes de terminar Felipe questiona.

            - Uma semana? – pergunta incrédulo.

            - Sim, há uma semana. O senhor sofreu uma parada cardiorrespiratória e entrou em coma e ficou na UTI por sete dias. – o médico respondeu a Felipe.

Nesse momento Vitoria se aproxima de seu filho ainda com lágrimas nos olhos e beijando sua mão.

            - Graças a Deus você está bem meu filho, fiquei tão preocupada. – acariciando a mão de seu filho. Depois foi a vez de Mario se aproximar de Felipe, pela primeira vez Felipe viu seu pai chorar.

            - Pai, não chora. Estou bem. – Felipe pediu ao seu pai.

            - Oh meu filho, tive tanto medo de te perder. – disse ainda chorando.

            - Agora estou bem, não estou? Não precisam mais chorar. – disse olhando para seu pai e depois para sua mãe.

            - Doutor ele está bem mesmo? – perguntou vitória olhando para o medico.

            - Vou precisar fazer alguns exames nele pra ver se ficou alguma sequela do acidente.

E assim o médico fez, chamou alguns enfermeiros e levou Felipe para a sala de exames.

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Após aquela semana corrida de trabalho na cantina, Shirlei estava em seu quarto descansando, já tinha perdido as esperanças que alguém da Peripécia ligaria á ela para fazer a entrevista. Felipe não saia mais de seus pensamentos, agora que ela já tinha visto seu rosto, era só fechar os olhos que a imagem dele vinha em sua mente. Queria saber noticias dele, mas recorrer a quem? Decidiu deixar pra lá, pois imaginava que nunca viria aquele homem importante frente a frente.

Nesse exato momento seu telefone toca, o mesmo numero daquele dia, seu coração quase saiu pela boca e imediatamente ela atendeu a ligação.

            - Alô?! Sim, é ela.. Olá Marina.. Mas é claro.. Sim, lembro.. Combinado então, até amanha. – Shirlei abriu um sorriso até a orelha. Desceu as escadas correndo, querendo contar a noticia para sua mãe e para Tancinha.

            - Mãe, mãe, Tancinha! – saiu gritando pela casa.

            - Aqui na cozinha filha. – respondeu Francesca que prepara um lanche e Tancinha sentada á mesa.

            - Mãe, Tancinha, tenho uma entrevista amanhã. - disse toda sorridente.

            - Aonde filha? – pergunta Francesca.

            - Na Peripécia mãe. A secretária de lá me ligou agora remarcando a entrevista para amanhã as 09h00min. Já tinha até perdido as esperanças, mas graças a Deus ela me ligou né?! – respondeu ainda mais sorridente.

Tancinha e Francesca ficaram muito felizes por ela. E assim o dia passa voando e chega à noite. Shirlei foi dormir cedo contando os minutos para chegar o outro dia e ela poder ir pra Peripécia fazer sua entrevista, estava pensando se seria amanha que ela veria seu príncipe. Pensando no homem dos seus sonhos ela adormece.

Amanhece e Shirlei é acordada pelo seu despertador. Ela se levanta e vai direto para o banho, faz suas higienes pessoais e acaba de se arrumar. Escolhe uma saia lápis preta na altura do joelho, que definia ainda mais seu corpo, e uma camiseta branca, fez um rabo de cavalo, passou um rímel e por último optou apenas um gloss nos lábios. Olhou pela ultima vez no espelho e gostou do que viu, abriu um sorriso e saiu.

Chegando à cozinha, viu sua mãe preparando o café e aproximou dela lhe dando um beijo na bochecha. Sentou a mesa e tomou seu café o mais rápido que podia.

            - Filha toma seu café devagar se não vai se engasgar. – Francesca falou quando rindo do desespero de sua filha.

            - Tenho que tomar logo mãe, se não vou me atrasar para a entrevista, esqueceu que é hoje? – Shirlei respondeu já se levantando e indo para a porta. - Estou indo mãe, me deseje boa sorte.

            - Boa sorte minha filha, vai da tudo certo. - disse Francesca, mas sabendo que Shirlei não ouviu por que já tinha sumido de sua visão.

Shirlei novamente chegou antes do horário combinado para sua entrevista, chegando à Peripécia logo avistou Marina que estava sentada á sua mesa.

            - Bom dia, Marina? – perguntou Shirlei.

            - Sim, pois não? Bom dia, em que posso ajudar? – perguntou Marina, Shirlei estranhou a pergunta, mas logo imaginou que Marina não se lembrará dela.

            - Sou a Shirlei. Vim pra entrevista de emprego. – disse Shirlei sorrindo.

            - Ah, claro. Só um minuto. Vou avisar ao Sr Rodrigo que você já chegou. – disse Marina já se levantando e saindo para outra sala.

Shirlei ficou pensando quem era esse Rodrigo, e porque não o Sr Felipe que iria entrevista-la. Será que ele morreu? Seu coração gelou com aquele pensamento. Foi tirada de seus pensamentos com Marina á chamando para acompanhá-la. E assim Shirlei fez.

Marina abriu uma porta a sua frente e disse que podia entrar. Shirlei entrou e viu um homem moreno de costas para ela, logo pensou que podia ser Felipe, mas assim que ele virou para ela, seu coração entristeceu por não ser Felipe em sua frente.

            - Prazer, Rodrigo. Você é a Shirlei né?! – Rodrigo perguntou.

            - O prazer é todo meu. Sim, sou eu mesma Sr Rodrigo. – respondeu com um singelo sorriso em seus lábios.

            - Você deve saber que quem faria sua entrevista era o Felipe, mas aconteceu um acidente com ele e essa responsabilidade ficou para mim.

            - Sim, claro. Fiquei sabendo sim. E como ele está? – Shirlei só se deu conta da pergunta que fez depois de ver a reação de Rodrigo.

            - Está bem dentro do possível, mas o melhor de tudo é que ele acordou do como. Mas vamos ao que interessa. Você é formada em administração... – e assim seguiu a entrevista de Shirlei, depois de uma hora de entrevista.

            - Bom Shirlei, gostei muito do seu currículo e da nossa conversa. Vou conversar com o pessoal do RH e qualquer coisa entramos em contado com a senhorita de novo. – Rodrigo disse abrindo um sorriso para Shirlei.

            - Claro, fico no aguardo. – disse Shirlei se levantando para ir embora.

Rodrigo a acompanhou até a porta e se despediram. Shirlei passou pela recepção e se despediu de Marina com um acesso de mão. Shirlei então se lembrou do que Rodrigo havia falado de Felipe, e seu coração se iluminou mais uma vez em saber que o homem de seus sonhos estava bem. Foi o caminho todo até sua casa pensando em Felipe.

Chegou em casa e encontrou sua mãe e Tancinha na sala conversando, e assim que viram Shirlei logo perguntaram se havia conseguido o emprego.

            - O Sr Rodrigo ficou de acabar de analisar meu currículo e conversar com o RH para se decidirem. Logo depois as três foram para a cantina, pois já estava na hora do almoço, onde dava muito movimento.

No final da tarde o telefone de Shirlei toca e ela logo abre um sorriso de orelha a orelha, pois reconhecerá o numero da Peripécia. E sem pensar muito atendeu a ligação.

            - Alo? Olá Sr Rodrigo.. Não, não pode falar.. Serio?! Não acredito.. Posso sim, combinado então.. Até.. Muito obrigada. – e desligou.

            - Mãe, Tancinha! Tenho uma ótima noticia. Consegui o emprego. – disse pulando de alegria.

            -Parabéns minha filha, sabia que você conseguiria. – disse Francesca indo abraçá-la.

            - Parabéns irmã. Agora vamos comemorar. – disse Tancinha indo abraçá-la também.

E as três seguiram comemorando até o final do expediente.