Kyoko, vendo de longe, pode presenciar a alegria da mãe de Corn, ao vê-lo salvo.

— Boa ação do dia, completada! - Ela sorriu e olhou para a pedra. - E agora, o que vou fazer com você? - Ela deu um longo suspiro. estava em outra rocha mais ao longe, deixando a pedra roxa nas pedras. Ela olhava fixamente a magia da pedra. - Corn. Este vai ser seu nome, mas, como te levar sem sugar sua magia e perder o contato? - Ela olhou ao redor, mas só tinha o mar e pedras. - Hum... eu não posso ficar muito tempo aqui em cima, já é quase manhã e mamãe acorda já, e eu tenho aula! Como fazer?

Ela olhou pros lados e sua resposta veio flutuando nas águas. Um pedaço de tecido rasgado, limpo de sangue, boiava com um pedaço de madeira. Kyoko se iluminou toda e trouxe com sua magia a madeira e o tecido para perto dela. Ela pegou o tecido, notando estar limpo de qualquer tipo de maldade, quebrou um pedaço da madeira, também limpa, e fez uma trouxinha, deixando a pedra totalmente escondida no pedaço de tecido e bem segura pela madeira. Sorrindo, Kyoko pegou a trouxinha pela madeira e nadou para o fundo das águas, até seu esconderijo secreto.

Precisava pegar algo para guardar mais escondido a pedra e lá ela tinha uma boa ideia de como guardar e onde levar. Chegou em seu lugar favorito de todo o mar, uma caverna subterrânea, onde ela guardava muitos e muitos objetos que ela mesma coletava em suas aventuras sozinha pelos mares, quando precisava fazer suas rondas.

Chegando lá, ela abriu uma gaveta, na qual continha uma pequena bolsinha de moeda esverdeada e sorriu. Ela percebeu que dentro da bolsinha sua trouxinha com o pedaço de madeira cabia perfeitamente. Agora só faltava uma bolsinha, e ela tinha a perfeita. Sorrindo, ela fechou a bolsa de moedas e nadou até outro cômodo dentro de seu esconderijo e pegou uma bolsinha azulada, exatamente da cor de sua cauda. transpassou em seu pescoço e ombro e guardou a bolsinha de moeda ali.

— Agora posso te levar para onde eu for, Corn. - Ela sorriu carinhosamente para a bolsa. Apesar dele ser humano, algo no coração de Kyoko batia forte. Ela sorria, tranquila, quando uma voz rouca lhe chegou ao ouvido.

— Andou aprontando, Hime?- Ela gritou se virou. O olhar púrpura dele zombava do grito que ela acabava de ter dado. Seus cabelos brancos longos, presos a um rabo de cavalo, emolduravam sua pele branca como a neve e dentes afiados. - Se fosse um inimigo estaria morta. Por que estava de guarda baixa? É atípico seu.

— Reino Onii-chan! - Ela colocava a mão no coração, que batia descompassado do susto. - Você chega completamente parecendo um fantasma! Como quer que eu perceba!? E por que diabos você sempre me assusta assim?

— Para onde foi? - Ignorou a pergunta da pequena. Ele estava a milímetros do corpo dela, e ela acabou sendo encostada na parede ao lado de sua cômoda. Kyoko corou. - Você não é madrugadora como eu, Nee-chan... O que aprontou?

— Não é da sua conta! - Resmungou Kyoko cruzando os braços, tentando uma distância, de seus corpos, agora quase colados. - E dá para afastar, niii-chan?

— Você foi a superfície de novo? - Reino novamente ignorou o que ela falou, e chegou próximo ao rosto dela. - Você sabe que nossos pais não gostam e já nos proibiram de voltar a superfície, Kyoko…

— Hai… Hai… Eu sei…- Ela afastou a mão dela e saiu da posição que Reino a colocou, nadando para a entrada. - Mas eu tinha que ir.

— Seu sexto sentido de novo? - Reino nadou atrás dela, até ficar de frente a ela, parando ela de fugir. - Kyoko, quantas vezes eu já disse para parar de usar este sexto sentido seu? Você ainda não pode usar tão livremente sua magia. - Disse segurando a mão dela e ela suspirou e pôs as mãos no rosto dele. Desta vez foi a vez dele corar um pouco.

— Hai, hai… Eu sei… E você fala como se fosse ruim. - Disse sorrindo vendo o rosto dele voltar a cor normal, ela continuou a nadar e ele a acompanhou. - Mas sempre salvei vidas com isso. Agora não foi diferente.

— Desta vez foi um humano. - Afirmou Reino suspirando. - Você não sabe que somos proibidos de falar com humanos por conta das intenções deles? É perigoso para alguém pura como você subir sem autorização, ou sem ter alguém mais preparado. E se fosse capturada?

— Às vezes sua conexão com o inferno me assusta… - Disse Kyoko rindo e Reino suspirou suavizando a face, enquanto nadavam. - Além de descobrir meu lugar secreto, descobre que eu fui salvar um humano. a bruxa do mar perde feio pra você. - Disse rindo e Reino a acompanhou.

— E quantas vezes eu tenho que lhe dizer que não tenho conexão com inferno nenhum? E é fácil lhe achar, já que de todos os irmãos, nós somos os que mais nos parecemos.

— Mesmo parecido, eu não tenho magia de fogo como você! Alias, só você tem magia deste gênero, e eu só tem essa explicação. Você tem conexão com o inferno que os livros de histórias dos humanos dizem! E você é um sereio que mora na água, ou seja, sua magia não serve aqui dentro.

— Eu não tenho só essa magia e você sabe. - disse segurando-a pela cintura e ela suspirou e se deixou ser abraçada.

— Sei, e sei muito bem que tipo de magia que você esconde do Tou-san e da Kaa-san, seu manipulador de coisas e pessoas…

— Nem todas consigo manipular, senão já teria lhe manipulado a se casar comigo.

— Magia de inferno não funciona comigo - Disse cruzando os braços mais firmes. - Será que ainda tenho seu silêncio, ou você quer que eu abra a boca que você tem as magias amaldiçoadas? Porque apenas a bruxa do mar tem este tipo de magia. Aliás, quando vai tomar a posição dela? Ia ser divertido ter um irmão com a magia de uma bruxa do mar. - Zombou Kyoko e Reino suspirou. Ambos chegaram no palácio e entraram se dirigindo para o quarto dela.

— Jez Kyoko. É por isso que quero que seja minha esposa. - Disse ele soltando a cintura dela quando chegaram na porta dela. Ela ria.

— Só por que não pode me manipular. - Disse irritando ele. - E alias, cadê sua namorada? Já terminou com ela?

— Depois eu que sou o que tem magia negra... Nee-chan adivinhando minhas coisas- Zombou Reino e Kyoko sorriu divertida, cruzando os braços.

— Mas é fácil adivinhar algo vindo de você. Vamos tentar mais... Ela era chata…

— Muito. Ninguém me diverte como você, Kyoko.

— Não vou ser sua esposa, Nii-chan. - Falou Kyoko firme. - Nosso parentesco é mais próximo e isso

— É abominável aos olhos de todos. Hai, hai, eu sei, tá. Mas não posso fazer nada se você é a que eu prefiro. - Disse suspirando.

— Se não fosse seu lado negro e seu lado fofo, juntos, você já estaria casado, Nii-chan. Seu hentaiyaro...

— Só por você. - Disse lançando um olhar sedutor.

— Urg! - Kyoko se arrepiou. - Boa noite.

— Bom dia… - Disse divertido. - Já vamos todos acordar.

— E você vai dormir. Depois não quer ser chamado de estranho.

— Mas você também vai, onee-chan… Boa noite. - Disse virando as costas a ela.

Kyoko suspirou e entrou no seu quarto, fechando a porta. Reino Onii-chan era o top da lista de estranho perto de Kyoko. Ok, só tinha ele mesmo. Apesar dessa obsessão por ela, Kyoko e Reino eram bem ligados. Reino havia nascido na mesma ninhada que Kyoko, basicamente, um ao lado do outro. As histórias que eram contada do nascimento de ambos era que ambos nasceram abraçados. Apesar de abominável aos olhos dos sereios, todos tinham a certeza que ambos iriam ser os mais fortes do reino. O que não era totalmente mentira.

Ela finalmente nadou para sua cama, colocou a bolsinha embaixo do travesseiro dela e sorriu.

"Como você conseguiu essa pedra, Corn?" - Ela olhou bem a bolsa, e sim, mesmo bem protegida de seu toque, Kyoko ainda podia sentir as emoções negativas que eram carregada pela pedra e quando menos percebeu notou suas lágrimas caindo ao redor da bolsa da pedra Corn.

Duas pequenas gotas se transformaram em dois minúsculos cristais. Kyoko sorriu, abriu a bolsinha e colocou dentro.

— Não posso lhe segurar muito, Corn. Senão você perderá a identidade de seu mestre. mas posso unir minhas lágrimas para lhe proteger ainda mais dos olhares ao redor.

Ela sorriu para a pedra e a beijou, em cima da bolsa. Teria que ter muito cuidado ou purificaria a pedra e perderia Corn de verdade. Kyoko adormece pensando no pequeno garoto que havia salvado e é levada a um sono solto, onde ela e Corn se encontravam e brincavam, onde os sorrisos eram altos e a felicidade de ambos era bem vista.

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— MO! Até quando você vai ficar dormindo ai, Kyoko! - Gritou Kanae, sua irmã mais velha. - MO~! ACORDA! JÁ PASSA DO ALMOÇO!

— Gezz, não grita no meu ouvido! Eu dormi pouco!— Disse Kyoko que se encontrava acordada, mas não tinha notado a presença de Kanae, a não ser quando ela gritou. - Onee-sama porque está tão irritada? Geralmente você não briga comigo.

— MO! Você esqueceu da aula? Como eu não ficaria irritada! Na sua primeira aula de magia, você dorme! Onde estava para dormir até agora?

— Eu dormi quase agora, onee-sama! - Ela disse e pôs a mão na boca, depois de ter soltado.

— Não me diga que Reino veio te irritar e você passou a noite toda explorando de novo o oceano com ele!

— Não. Não passei a noite toda explorando. E Não estava com ele. Mas aquilo funcionou no meio da noite e eu precisei sair. - Disse Kyoko sentada na cama emburrada. Reino nii-chan sempre levava a culpa de seu sexto sentido maluco.

Kanae olhou pros lados e fechou a porta trancando.

— Aquilo de novo?— Kyoko afirmou com a cabeça. - Quem foi o resgatado da vez? Alguém que conheço?

— Não.

— MO! Desembucha! Quem?

— Você nunca o conheceria, Onee-sama.

— Eu conheço todo mundo, Kyoko! MO… - Kanae para e arregala os olhos para Kyoko. A linda cauda vermelha-azulada de Kanae ficou imóvel em pavor. - H-humanos?

— Sim.

— MO! VOCÊ NÃO DEVERIA IR NA SUPERFÍCIE! MO~! - Kyoko voa em cima de Kanae e põe a mão na boca dela, pedindo silêncio. Kanae se solta e a olha irritada. - Mo! Você sabe dos piratas!

— Hai, hai, eu sei. Não precisa gritar para todo mundo saber que eu quebrei uma regra e fui pra superfície, Onee-sama. - disse Kyoko cansada.

— Qual foi a história da vez? - Disse Kanae se soltando de Kyoko e se sentando na cama, Kyoko sentou na cama também.

— Salvei a vida de um barco quase todo de pessoas boas que estava lutando contra piratas.

— QUE!? VOCÊ É - Novamente a mão de Kyoko voa na boca de Kanae e a mesma tira, olhando duro para Kyoko - Você é burra?! Mo! Deixava eles morrerem!

— Como se minha consciência não fosse me martirizar depois. Não, eu salvei sim. eu tinha que ir e fazer o que meu dom me deu, ajudar! Só sei que eles venceram os piratas e teve um garoto...

— Garoto?

— Sim, foi por ele que meu sexto sentido me levou. Esse garoto quase morreu, mas eu o salvei. Todos os outros fora só consequências, já que vinha um cardume de tubarão.

— Eu tenho até medo de perguntar - disse Kanae pondo a mão nos olhos. - Ok... Ele viu você?

— Viu.

— Sua cauda?— Kanae a olhou incisiva. Kyoko se sentiu mal por mentir.

— N-não - Falou e Kanae se levantou de uma vez segurando os ombros dela e gritando

— KYOKO! - Kanae se irritou ao extremo - Eles vão te procurar! Você vai...

— Shi~ Onee-sama! Calma! - Kyoko se soltou de Kanae e ficou a distancia. - Corn não vai me procurar. Ele é bom.

— Corn?! - Ela o olhou com a sobrancelha arqueada e depois de um um longo suspiro. - enfim, depois não diga que eu não avisei, Kyoko!

— Quando você vai conseguir suas pernas?- disse mudando de assunto e Kanae a olhou irritada.

— Você ainda tá com essa ideia? Para que? procurar o humano?! Não me diga que se apaixonou por este traste! - disse irritada ao extremo e Kyoko suspirou

— Não. Não estou apaixonada. - Disse amuada e triste. - Eu sei bem o que acontece se entregarmos nosso coração a pessoa errada de outra espécie. E eu não quero terminar daquela forma não. - Disse triste, e depois se iluminou toda. - Mas é sua graduação! Claro que vou ficar torcendo!

— Hai, hai… Graduação ou não eu não vou na superfície. Não gosto dos humanos e só vou pra lá porque tenho que fazer este serviço quando me graduar! Se não eu deixaria outro ir. Odeio humanos com todas as forças. - Disse cruzando os braços.

— E se você gostasse? - Tentou Kyoko sorrindo malvada.

Kanae não respondeu e Kyoko riu vendo a bochecha de Kanae ficar pouco corada. Era tão difícil deixá-la envergonhada, e com isso ela se dirige ao armário, para se arrumar. Mesmo dormindo pouco, ela pode sonhar com um certo príncipe humano.

Kanae suspira cansada e sai do quarto, gritando que se ela se atrasasse amanhã, ela mesma contaria a verdade para sua mãe, e Kyoko tremeu. Apesar de Saena ser uma boa mãe, quando ela ficava fria, era realmente algo para se ter muito medo.

— Kyoko! Filha? - Saena a chamou quando Kyoko passava para o salão principal. - Que estranho de você dormir até agora. O que houve?

— Nada, Okaa-san. Dormi tarde. Só isso. - disse coçando a cabeça, tentando disfarçar um pouco a mentira.

— Hum. Você estava tão animada para entrar na sua primeira aula de magia.

— Er… Por isso que não consegui dormir. Quando dormi… Acordei tarde... - Kyoko coçou o queixo. Ela odiava mentir para sua mãe. - Gomen.

— Tudo bem, amanhã você começa, ok?

— Por que ela não começa agora a tarde? - Perguntou Kazuki E Kyoko ficou rígida. Sempre seu pai pegava mentiras, e ela não estava afim.

— Otou-san está certo! E-eu vou pegar as aulas da tarde! - E com isso ela nadou o mais rápido possível para longe deles.

— Por acaso virei algum tipo de monstro marinho e não to sabendo, Sae-chan? - Perguntou Kazuki sorrindo, abraçando sua esposa. A mesma retribuiu o abraço.

— Você é um monstro marinho, que assusta a nossa filha mais nova, ou não sabe que com sua facilidade de ver mentiras a assusta?

— Kyoko-chan estava mentindo?

— Sim.

— Reino?

— Não vou por a culpa nele, totalmente, mas um pouco.

— O que aconteceu? Quer que eu vá atrás? Ou teve alguma visão?

— Eles são ligados, mas não a ponto de fazerem uma ligação errada. Kyoko e Reino mesmo irmãos eu sei que não é ele o destinado a minha filha. - Disse olhando por onde Kyoko havia ido. - Minha filha tem outro destino, ainda incerto pelo que já vi. - Disse desconversando.

— Nossa… - Riu Kazuki puxando o rosto para lhe dar um selinho.

— Hai…Hai… - disse Saena, se o abraçando.

— Você ainda não conseguiu ver o futuro dela completo?

— Vi alguns fragmentos, Zuki-kun. O que mais me assusta e ver-la com os seres da superfície.

— O que viu? - Saena balançou a cabeça.

— Não sei explicar. Mas a vi com eles, em especial com um ser da superfície de cabelos dourado iguais ao dela atualmente. Não só ela, mas Kanae-chan e Reino-kun. O destino destes três está entrelaçado, mas eu não consigo ver muito mais que isso.

— É meio complicado ver o destino de 3 ao mesmo tempo.

— Só os vejo assim quando tento ver o dela... Quando tento ver o de Kanae, não vejo nada em relação a humanos. Já o de Reino-kun... Sinceramente, eu não consigo ver nada. A unica coisa que pude ver é o tipo de graduação ele poderá seguir. Mas até isso é incerto. O dele é mais escuro que o dela, e não há nada definido. - Ela disse encostando a cabeça no ombro dele, suspirando cansada. - Até pensar nisso me deixa insegura e com medo do destino de ambos, Zuki..

— Kyoko-chan e Reino-kun são mais forte que imaginamos. - Disse fazendo sua esposa ficar a vontade em seu ombro, beijando o topo da cabeça dela. - Se algo der problema, podemos sempre interferir.

— Hai... - Disse Saena fechando os olhos.

— Agora seria melhor dormir, não? Você acordou cedo e não dormiu muito.

— Tive que acompanhar mais uma aventura de minha filha travessa. - Disse sorrindo.

— Nossa, Sae-chan... nossa... - Diz Kazuki sorrindo e rolando os olhos.

— Hai~