Don't bless me father escrita por Undisclosed Desires


Capítulo 7
Capítulo seis: Primeiro diédro.


Notas iniciais do capítulo

XABLAU



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Residência dos Parker - 6:35 am - Sala de estar. 

Emma e Mike estavam tomando café da manhã na mesa farta e bem posta quando Clary desceu as escadas, uniformizada. Terminava de apertar o rabo de cavalo e esticar a meia. Quase caiu da escada ao fazer ambos ao mesmo tempo, mas conseguiu se segurar. Mike riu.

— Bom dia. - Ela desejou, pegando maçãs da mesa e enfiando-as na mochila. - Estou atrasada.

— Sente-se e coma, menina. Mike te leva à escola daqui a pouco. 

— Não precisa, vou pegar o ônibus. - Clary respondeu, mordendo uma panqueca e tomando um gole do copo de suco de laranja. - Isso está ótimo. Muito obrigada. Até mais. 

Ela saiu em disparada para a esquina - onde o ônibus passava. Alec e Izzy já estavam lá. Bufou e virou-se para o outro lado. Não tardou muito para sentir uma mão em seu ombro. 

— Escuta, Clary, eu... - Era a voz de Isabelle. Clary virou-se de supetão. 

— Você só pode estar brincando! Ah, não, já sei! Você gostou da marca e quer outra pra fazer par. 

Isabelle cobriu as bochechas com as mãos e deu um passo para trás. - Alec! Ela vai me bater! 

Alec correu para se por à frente. - Ei, Christal, escuta...

— Clary! - Clary berrou, irritada. Sabia que estava reagindo muito mal, mas não ligava. 

— Não me bate! - Ele gritou, se escondendo atrás de Izzy. Clary ficou olhando para aquele ridículo, embasbacada. 

— Ótimo, Alec, agora ela vai bater em nós dois. 

— Ela não pode bater em nós dois, porque obviamente somos dois. Um apanha enquanto o outro derruba ela. 

— Ok, eu derrubo. 

— Nem a pau eu vou apanhar. Sou bonito demais pra sofrer. 

E então, Clary começou a rir. Ou melhor, a gargalhar. Eles olharam para ela, assobrados, enquanto ela tossia de tanto rir e enxugava as lágrimas. Depois de alguns instantes, ela parou e respirou fundo. - Eu não vou bater em vocês, eu hein. Mas fiquem longe de mim!

— Você nem nos dá a chance de nos explicarmos! - Alec disse. 

— Nós? Então você também estava envolvido naquela brincadeirinha idiota? Bom saber. 

— Não foi isso o que eu quis dizer! Céus, só nos deixe explicar. 

— Tá. Vocês têm duas frases para me explicar. 

— Ok, vamos lá.

— Primeira frase!

— Não, mas isso não valeu!

— Segunda frase! Acabou. Eu não entendi. Vocês falharam. Fiquem longe de mim!

— Christal, você está sendo injusta! - Alec chiou, possesso. O ônibus escolar amarelo abarrotado de adolescentes berrando chegou.

— Oh, eu não me importo, realmente. - Ela respondeu, subindo no ônibus. Jace já estava lá dentro e sorriu quando a viu caminhar para sentar-se ao lado dele. - Bom dia. 

— Bom dia, flor do dia. - Ele cumprimentou. - Que cara de irritada é essa?

— Seus primos me importunando antes das sete da manhã.

— Caramba. 

— Sim. Mas não quero pensar nisso. - Ela disse e então se calou. O caminho para a escola foi repleto de silêncio. Chegando lá, ela pediu para Jace guardar lugar para ela na primeira aula e seguiu para seu armário, pronta para dividir o peso da mochila. Pôs a senha e o abriu, pondo livros de outros períodos ali dentro e o fechando. 

— Sai da frente! - Ela ouviu uma voz masculina grave antes de ser jogada bruscamente contra seu armário. Sentiu uma dor lancinante queimar seu braço e costelas. 

— Ai! - Ela reclamou. Ouviu a risada maligna do outro lado do corredor. Ali estava Sebastian, apoiado em um dos armários em frente ao dela. Outro garoto com jaqueta de futebol chegou perto dele e ambos trocaram tapinhas de cumprimento. 

— Essa foi boa! - O garoto disse e logo Clary reconheceu a voz. 

— Maldito bastardo! - Ela berrou e ele ficou ereto, caminhando em sua direção. 

— Oh, vai chorar, tampinha?

— Eu vou é quebrar a sua cara, loiro de farmácia. 

Aquele parecia ser o ponto fraco dele. Ficou possesso, aproximando-se tanto dela que a mesma podia sentir sua respiração bufante na cara. Claro que ele teve que abaixar-se para poder berrar com ela. 

— Escuta aqui, goleira de totó, acho melhor você não ousar falar do meu cabelo. 

— Uh, por quê? A Cruela deve estar irritada por você roubar o estilo dela. 

Ele bufou, mas então sorriu. - Oh, querida, me perdoe. Agora eu vejo o quão ridículo eu estou sendo! - Ele afastou-se dela. - Você mal chegou e eu já estou aqui, arrumando confusão. Não queremos isso. Me perdoe. - Estendeu a mão. - Vamos começar com o pé direito? 

Ela desconfiou muito, mas ele tinha razão. Estavam sendo crianças. - Uh, que maduro de sua parte! - Estendeu a mão para encontrar a dele, mas ela já não estava mais lá. Estava mais abaixo, levantando a sua saia. Num corredor lotado. De alunos. 

Ele começou a se afastar, rindo como um idiota, enquanto ela segurava a própria saia contra as pernas, mortificada. As outras crianças riram também. 

— Seja bem-vinda, otária!. - Ele desejou, mas ela não iria deixar barato. Ele parou um pouco mais à frente no corredor para chavecar uma menina. Clary seguiu andando até onde ele estava. Parou bem atrás dele. 

— Ahm-hãm. - Ela pigarreou. 

— Cara... - O amigo dele murmurou.

— Que foi? - Ele virou-se de supetão. - Cai fora, idio- Ele parou de falar quando recebeu o golpe, bem no nariz, forte. Caiu para trás, batendo no armário, e então foi pro chão, desnorteado, com um filete de sangue escorrendo por uma das narinas. Ele lambeu os lábios, consequentemente levando um pouco de sangue para dentro da boca, enquanto ela sacudia a mão. Fora um golpe forte, forte o suficiente para machucá-la. Ele apertou a ponte do nariz e gemeu de dor, limpando então o sangue e o espalhando pela bochecha. 

— Cruzes! - A garota que estava sendo chavecada soltou. - Como você ousa bater nele, sua anãzinha violenta? - Foi então ajudar Sebastian. - Sebs, você está bem? Eu vou matar você, sua idiota!

— Camille! - Sebastian disse, a voz comedida. - Guarde sua ferocidade para outra hora, gata. - Ele levantou-se e parou em frente à Clary. Ela deveria sair correndo, sabia, pois geralmente aquele era o momento em que a outra pessoa revida. Mas ela não seria covarde. Ele levantou a mão e ela fechou os olhos, esperando, mas apenas recebeu duas batidinhas na cabeça. Não abriu os olhos quando sentiu a boca dele bem próxima de seu ouvido. - Belo soco, tampinha. Mas não pense que vou deixar essa passar. 

Ela abriu os olhos com raiva, pronta para responder alguma coisa, mas ele já havia se virado e caminhado para longe com seu amigo e sua paquera. 

— Maldito bastardo! - Ela chiou novamente, seguindo para a sala. Sentou-se ao lado de Jace assim que entrou. Ele reparou o estado de sua mão. 

— O que houve com a sua mão? - Ele questionou, pegando para avaliá-la. Ela tirou a mão das dele. 

— Soquei o nariz do seu irmão. Peça desculpas à sua mãe pelo sangue na camisa. - Ela disse, séria. 

— Uau. - Ele soltou. - O que aconteceu? 

— Ele. Ele aconteceu. - Ela suspirou. - Primeiro, fez o amigo neandertal me jogar contra o armário. Depois, levantou minha saia no meio do corredor lotado. Eu sei que é seu irmão, mas se ele não parar de me perturbar, serei obrigada a dar a terceira porrada nessa escola. 

— Terceira? Você já bateu nele antes?

— Não. Em Isabelle. Longa história. - Ela revirou os olhos. - Eu sei que pareço violenta, mas...

— Sim, você parece bem, bem violenta. E violência nunca é a solução. Devemos perdoar nossos inimigos e amá-los como amamos a nós mesmos, para que não haja mais conflitos. 

— Ah, valeu, Jesus Cristo. - Ela murmurou. - Eu sei que esse lance de paz é muito legal, mas tem que ser uma via de mão dupla, ok?

— Gentileza gera gentileza. 

— Que ótimo então que eu não sou um gerador. - Ela disse e ele bufou. - Relaxa, Jesus, eu não vou mais socar ninguém. 

— Promete? - Ele perguntou com os olhos sinceros. 

— Não posso prometer, porque pretendo socar seu irmão novamente se ele atentar contra mim, mas tentarei. 

Ele sorriu. - Então isso basta. 

                                   * * * * * * * * * *

Residência dos Herondale - 15:30 pm - Quarto de Sebastian. 

Sebastian estava jogando videogame jogado em um puff quando seu irmão adentrou o quarto num rompante. 

— Você me faria um grande favor se parasse de implicar com a Clary, Sebastian. - Ele disse, naquele tom condescendente de quem estava falando com uma criança de seis anos. Isso irritava tanto, tanto, Sebastian. 

— E você me faria um grande favor se não se metesse com o que não te diz respeito. - Ele retrucou. 

— Ela me diz respeito. - Ele disse, irritado. - Muito mais do que a você. 

— Ah, eu esqueci que ela é seu novo bichinho de estimação. Vai ficar correndo atrás de você, mendigando atenção, só pra ver que você só tem olhos pra uma pessoa e ela está pregada numa cruz. 

— Isso é totalmente injusto e você sabe.

— Sei? Então diga que é mentira. 

— É mentira. - Jace engoliu em seco. - Eu e a Clary, nós, quero dizer... Nós saímos e tudo mais. 

— Eu vi o vídeo de Isabelle. Vocês não fizeram nada além de assistir um filme. Era o que eu esperava de você mesmo. 

— Há! Ela me beijou no carro!

— Ela te beijou?

— Nós nos beijamos, na verdade. Porque nós somos... - Que Deus o perdoasse depois, pois ele estava prestes a mentir. Não sabia bem o porquê, mas queria Sebastian longe de Clary. O mais longe possível. Não gostava dela ser a única garota com quem ele implicava na escola toda. -... namorados. Sim. Eu perguntei se ela queria ser minha namorada e ela aceitou. 

— Namorados? — Sebastian riu. - Arrã. Acredito muito em você.

— Que bom então. Estamos resolvidos. Fique longe da minha garota. 

— EU ESTAVA SENDO IRÔNICO, SEU IDIOTA! - Berrou. 

— Não grite comigo, Sebastian. - Jace soltou, ainda condescendete. 

— VÁ À MERDA! 

— O que é que está havendo aqui? - Celine adentrou o quarto, preocupada.

— É esse teu filho, idiota, que se mete onde não é chamado. - Sebastian berrou. 

— Olhe a boca, Sebastian! - Jace o repreendeu. Sebastian estava a ponto de gritar novamente. 

— O que aconteceu?

— A amiguinha do Jonathan me bateu. 

— E por quê?

— Porque ele fez um amigo dele empurrar ela contra o armário e depois levantou a saia dela. - Jace respondeu. - E ela não é minha amiga. É a minha namorada. 

— Ora, Sebastian, para de atentar a... Espera! Eu ouvi direito? Namorada?

— Sim. - Jace revirou os olhos. Ele estava mentindo para sua mãe. - Eu arrumei uma namorada. Não era isso que a senhora queria?

— AAAAAAAAAAA!!!! DEIXA SÓ O STEPHEN SABER DISSO! Namorando? Quem diria! Meu filhinho está namorando! - Ela irrompeu em alegria. - Quando vamos conhecê-la? Mas Sebastian! Amanhã mesmo você vai pedir desculpas para a namorada do seu irmão! Onde já se viu? Venha, filho, venha me contar mais sobre ela. E você, seu brutamontes, desliga esse videogame e vá estudar! Meu filhinho namorando... 

Quando os dois saíram do quarto, Sebastian jogou-se novamente contra o puff e bufou. - Que mundo injusto!


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Notas finais do capítulo

Gostou? Comente!
Não gostou? Comente para que eu possa melhorar!
Tá indiferente? Comenta uma coisa aleatória.
Mas por favor, comente!
Z, você já sabe, não leia minha fic. Te amo.
XoXo
Undisclosed Desires.