O Último Elo escrita por boaveis


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar, mas eu não consegui escrever até agora. Vou tentar postar um por semana de agora em diante.

De qualquer forma, nesse capítulo vocês conhecem um pouco mais sobre o vilão por quem Sherlock volta a Londres (muahahahaha), e temos John com ciúmes, também conhecido como a coisa mais fofa do mundo.

Espero que gostem!



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Uma semana depois da volta de Sherlock, o detetive e o médico estavam na sala, cada um em sua poltrona. Eles não conversavam. John já sabia dos detalhes da morte forjada do melhor amigo, e começava a entender seus motivos, apesar de ainda estar bravo. Dois anos, sem dar qualquer sinal ou notícia de que estava vivo. Uma mensagem, uma carta, qualquer coisa teria sido suficiente. O fato de que várias pessoas sabiam que ele estava vivo e John não também o irritava. Molly Hooper sabia! Molly Hooper! Desde quando ele se tornara menos importante que Molly Hooper?! John não entendia exatamente o que desencadeava esses sentimentos nele, então decidiu ignorá-los.

Sherlock precisava de ajuda, e John o ajudaria, só não sabia como. O detetive tinha certeza que o último elo da corrente de Moriarty estava em Londres, mas não sabia quem ele era. Tudo o que podiam fazer era esperar.

John olhou em volta, e se espantou ao perceber quanto a sala havia mudado naquela última semana. Ele havia feito algum esforço para limpar o apartamento, e até Sherlock havia ajudado um pouco, para o prazer de Mrs. Hudson. O ambiente mais limpo voltara a ser como nos velhos tempos, exceto pelos clientes: eles ainda não tinham nenhum.

Ele sorriu lembrando da reação de Lestrade à volta do detetive. A alegria do inspetor era visível, apesar dele tentar esconder.

Justamente quando pensava em Lestrade, o inspetor entrou no apartamento, seguido por Mrs. Hudson. Sherlock levantou uma sobrancelha, como se desafiasse o outro a falar.

“Sherlock, John. Temos um caso interessante para vocês. Um homem foi assassinado mais cedo.”

“Assassinado? Como?”

“Um tiro na cabeça. O homem estava em casa quando...”

“Um tiro na cabeça? Sério? A Scotland Yard não consegue mais investigar nem assassinatos simples?”

“Não é simples! Sherlock, eu admito que senti sua falta, mas, às vezes, você é muito irritante.”

“Então... vai me contar sobre o caso ou ficar reclamando da minha falta de boas maneiras?”

Respirando fundo, Lestrade respondeu.

“Como eu disse, o homem foi morto com um tiro na cabeça, em seu quarto. Analisando a bala, ela vem de uma arma de uso exclusivo militar. Até aí, é bem obvio. O que nos interessa é que esse é o terceiro crime nessas circunstâncias. Mesma bala, no mesmo lugar, e todas as vítimas foram mortas em suas casas.”

“Há algo em comum entre as vítimas?” John perguntou.

“Bem, todas elas têm ficha criminal. Foram dois homens e uma mulher. “

“Nada além disso?”

“Não, mas...”

“Mas?”

“Mas o assassino deixou um bilhete.”

“Que bilhete?!”

“Acho que seria melhor se vocês me acompanhassem até a cena do crime.”

“Vá na frente, eu e John pegaremos um táxi.”

Lestrade saiu do apartamento, deixando Sherlock e John sozinhos. O médico olhou para o detetive, e analisou suas feições: os olhos claros e profundos, que, naquele momento, não olhavam para nada; as sobrancelhas grossas e franzidas, como as de quem pensa muito sobre alguma coisa; a boca, contraída...

Sherlock pigarreou, e John percebeu que estava encarando. Sem graça, ele olhou para o outro lado da sala.

“Então...” John começou, “você acha que quem quer que você esteja perseguindo cometeu esses crimes? É, no mínimo, estranho.”

“Não sei, John, não sei. É possível, mas eu preciso de mais fatos. Poderia ser um serial killer qualquer, mas uma arma do exército? Isso não faz muito sentido.”

“Até faz. Depois que voltam da guerra, muitos não se recuperam. Viram violência demais, morte demais, e não conseguem lidar com aquilo. Têm pesadelos, monomania, e, lentamente, vão perdendo a sanidade, até que não reste mais nada.” Depois de uma pausa, John continuou. “Nosso assassino pode ser uma dessas pessoas, que nunca se recuperaram, e nunca irão.”

Foi a vez de Sherlock encarar John. O moreno não disse nada, apenas ficou olhando, como se tentasse decifrar um enigma. Finalmente, o detetive, ainda sem falar nada, abriu a porta e desceu as escadas, com John atrás. Cada um pôs seu casaco, e Sherlock, é claro, vestiu seu cachecol. Abrindo a porta da frente, o moreno olhou para trás, dizendo:

“Vamos, John. O jogo começou.”

Já era tarde da noite, e conseguir um táxi não foi fácil, mas, por volta das 23h, eles estavam a caminho da cena do crime, cujo endereço Lestrade havia mandado por mensagem de texto. Estavam num bairro suburbano de Londres, com casas de um ou dois andares e jardins amplos.

Chegando perto do endereço, ouviram as sirenes de polícia e viram as luzes azuis e vermelhas, que piscavam sem parar.

A casa em si era parecida com todas as outras casas do bairro. Branca, tinha dois andares. Uma grande árvore, solitária, estendia sua sombra pelo gramado, iluminada pelos carros de polícia. Era uma casa tão comum, tinha até a cerca branca com a qual muitos sonham. John podia imaginar uma família qualquer vivendo ali, sendo feliz ali, brigando ali. Mas a mesma casa era um cenário sombrio.

“Acha que Donovan estará aí?” perguntou o médico.

“Provavelmente” veio a resposta. John não conseguiu perceber nenhuma emoção em Sherlock, e se perguntou como Donovan agiria agora. É claro que ela sabia da volta do detetive, todos sabiam, seu rosto não saia dos principais veículos de comunicação do país há uma semana. Eles pagaram o táxi e saíram. Passando pelo cordão de isolamento amarelo, eles caminharam para mais perto da casa, e avistaram Donovan próxima a um carro de polícia. O detetive não parou para falar com ela, e John apenas a cumprimentou com um “boa noite” sem-graça, ao que ela assentiu.

Lestrade estava na porta, e parecia aliviado por poder contar novamente com Sherlock Holmes. Sem dizer nada, o inspetor entrou na casa, seguido pelos dois. Todas as luzes estavam ligadas, e havia policiais por todo lado, procurando por qualquer tipo de evidência. Eles subiram as escadas, e chegaram ao quarto da vítima. No chão, jazia um corpo, que parecia intacto exceto pelo tiro. Bem no meio da testa, havia sangue por todo lado. A bala ficara presa à cabeça do morto.

“Frederick Thorley,” começou Lestrade. “32 anos, solteiro, preso uma vez por roubo. Inglês, seus pais eram alemães. Era contador.”

“Morto por um militar, com cerca de 1,70m, pego de surpresa. Quem quer que tenha atirado é bom, deixou poucos rastros. Lestrade, você mencionou um bilhete. Onde está?”

Mexendo na escrivaninha do morto, Lestrade pegou um saco plástico, dentro do qual havia um cartão de visitas manchado de sangue.

“Quando chegamos, estava ao lado do corpo.”

Sherlock pegou o cartão, e ele e John o analisaram. Escrito à mão de um lado, lia-se:

Ex. 21, 23-25

“O que isso significa?” perguntou John.

“Êxodo, capítulo 21, versículos 23 ao 25.” Vendo que a expressão de confusão não deixara o rosto de John, Sherlock acrescentou “Mas se houver morte, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.”

“Acha que isso tem alguma coisa a ver com vingança?”

“Não é provável. O homem que escreveu isso provavelmente só quer nos distrair.”

Virando o cartão, Sherlock olhou para o papel e sua expressão manifestava choque, o que raramente acontecia. Curioso e preocupado quando ao que teria desencadeado aquela reação no amigo, John olhou para o cartão, e compreendeu tudo. Do lado manchado de sangue, havia apenas uma letra.

M


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Amaram, odiaram, ficou ok, querem me matar? Comentem!

Não sei se vocês perceberam, mas escrevi esse capítulo inteiro apenas com o ponto de vista de John, ao contrário do primeiro. Como preferem, com um ponto de vista por capítulo ou com mais de um?

Até o próximo capítulo (se tudo der certo, final de semana que vem).



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