Depois que Gale saiu furioso do ginásio fui a sua procura, eu ainda não tinha pedido um tempo a ele por falta de coragem, mas o que ele fez com Peeta foi o combustível ao qual estava precisando. O encontro sentado de cabeça baixa em uma das mesas do pátio e me aproximo.

— Gale. — chamo e ele ergue a cabeça fazendo seu olhar se prender no meu. Isso não vai ser nada fácil — A gente precisa conversar.

— Olha Katniss, eu preciso ficar sozinho, acabei de ser expulso do time. Minha cabeça está a mil, então acho melhor a gente conversar depois, não quero me estressar com você.

— Engraçado você dizer isso. Eu é que devia estar estressada com você depois do que fez com o Peeta. — digo sarcástica.

—Ah não! Lá vem você defendendo aquele merdinha de novo.

— Não fala assim do Peeta!

— Que foi katniss? Que diabos você tem com esse cara? Por que está sempre o defendendo?! — pergunta irritado enquanto se levanta e para em minha frente.

— Está vendo?! Aí está você mais uma vez insinuando coisas! Pra mim já deu Gale, não aguento mais! — exaspero enquanto passo minhas mãos por meus cabelos.

— O que você quer dizer com isso?

— Quero dizer que não aguento mais Gale. Todas essas nossas brigas, todas essas suas desconfianças me magoam muito. Eu acho melhor a gente dar um tempo. — digo o encarando, vejo passar por seus olhos culpa, arrependimento e surpresa.

— Você está terminando comigo é isso?

— Não Gale. Só estou te pedindo um tempo.

— Olha se isso é pelo que aconteceu com o Peeta eu...

— Não é por isso. — o interrompo — Bom, não exatamente. Confesso que o que aconteceu hoje me ajudou a tomar essa decisão, mas não é só por isso. Minha cabeça está uma completa confusão Gale, meus sentimentos também. Eu não sei o que aconteceu, mas nosso relacionamento está indo de mal a pior. Esses seus ataques de ciúmes sem fundamento que acontecem sempre que estou com Peeta, está me sufocando!

— Mas que droga Katniss! Meus ciúmes não são sem fundamento! Será que você não percebe?! Ele está querendo tirar tudo de mim! Primeiro meus amigos, depois o time e agora você! — diz raivoso.

— Você que não percebe Gale! Peeta não está tirando nada de você! Se estou te pedindo esse tempo é porque nossa relação chegou a um ponto em que, ou paramos para rever nossos atos ou colocamos um ponto final.

— Katniss você não pode fazer isso! Eu te amo! — diz e gruda seus lábios nos meus, mas o empurro.

— Não Gale! Isso vai fazer bem não só pra mim, mas como pra você também. Você precisa crescer, amadurecer, porque suas atitudes são as de um moleque.

— Mas eu não preciso de tempo, se você quer que eu mude eu vou mudar Kat, eu posso me tornar uma pessoa melhor, por você!

— Não Gale, mas que inferno! Não quero que você mude por mim, quero que mude por você! Esse tempo vai fazer bem para nós dois, por que do jeito que está indo a nossa relação só vamos nos machucar.

— Mas eu te amo! — diz desesperado.

— Eu sei, mas vai ser melhor assim. Acredite em mim. — dou um beijo em sua bochecha e saio.

— Katniss! Katniss! — ele continua me chamando, mas não ouso olhar para trás. As lágrimas começam a escorrer por minhas bochechas me fazendo correr para bem longe da li, para bem longe dele.

Dor. É isso que estou sentindo agora, não imaginei que fosse doer tanto. “Talvez se você realmente amasse Gale como diz, não estaria sentindo essas coisas por Peeta. Porque o verdadeiro amor é diferente. Você pode gostar de varias pessoas, mas amor, amor de verdade você só sente uma vez na vida e ele é pra sempre” as palavras de Madge veem em minha mente. Talvez ela esteja certa e o que sinto por Gale não seja amor. Talvez até tenha sido no começo, mas de uns tempos pra cá esse sentimento foi se dissipando. Já não sentia mais aquele frio na barriga sempre que o via, não sentia mais as pernas ficarem bambas sempre que ele me beijava, nossa relação foi do fogo ao gelo. Mas, são dois anos de relação, não posso joga-los fora assim, Gale fez muitas coisas erradas, mas não posso esquecer-me de todos os momentos bons que vivemos juntos ao longo desses dois anos, mesmo com as brigas. Talvez ele não seja o grande amor da minha vida, mas ainda sim, dói imaginar não ter ele ao meu lado.

Quanto a Peeta, não tenho mais como negar, realmente estou apaixonada por ele. Só que... ele é tão misterioso, tão fechado, nunca me revelou seu passado, é como se não confiasse em mim e isso me machuca. Mas por outro lado, me vejo encantada por seu jeito simples, doce e gentil. Seus sorrisos - apesar de tristes - sempre tão verdadeiros. Seus olhos, que apesar de estarem sem brilho, são os mais perfeitos que já vi. E sua voz, doce e aveludada pode até ser comparada com a de um anjo.

Os dois são completamente o oposto um do outro. Enquanto Gale é o Badboy brigão, cheio de marra, que não tem papas na língua e adora baladas, Peeta é o cara charmoso, que se preocupa com o bem estar das pessoas, é apaixonado por música e dança, ama desenhar, cozinhar e adora um cineminha no fim de semana. Eles são como água e vinho. Agora só me resta saber qual dos dois é a água pela qual preciso para sobreviver. Ai senhor. Se apaixonar por um na adolescência já é difícil, você ainda me faz ficar apaixonada por dois?

Volto para a enfermaria, mas já é tarde. Peeta já havia ido embora com sua tia. O resto das aulas se passa como um flash pra mim, quando menos espero já estou entrando pela porta de minha casa.

— Nissssss! — Prim corre em minha direção e a pego no colo.

— Hey patinha. Como foi a aula hoje? — pergunto sentando-me com ela no sofá.

— Foi muito legal, aplendi varias coisas novas! — diz animada, fico um tempinho com ela e depois vou para meu quarto. Minha mãe me chama para o almoço, mas recuso. Minha cabeça está trabalhando a mil, sempre que fecho os olhos imagens de Peeta e Gale vêm em minha mente me fazendo suspirar.

Vou para a sala de música e me sento à frente do piano, mas nenhuma nota sai. Então pego o violão, mas também não consigo tocar nenhum acorde. Suspiro frustrada, mas que merda está acontecendo comigo?

— Sem inspiração? — me assusto quando a voz de meu pai ecoa pela sala, viro-me em direção a sua voz e o vejo encostado na porta.

— Parece que sim. — digo derrotada e ele vem até mim.

— Hey, por que essa carinha triste?

— Eu dei um tempo em meu namoro com Gale. — digo e ele arregala os olhos em surpresa.

— Vocês terminaram?

— Não exatamente. Nosso namoro estava indo de mal a pior, então resolvi pedir um tempo. Avaliar meus sentimentos. — digo deitando minha cabeça em seu ombro e ele me abraça.

— Você não o ama mais?

— Acho que não.

— Apareceu outra pessoa que fez você se questionar sobre seus sentimentos por Gale, não foi? E essa pessoa é o Peeta? — pergunta e ergo meus olhos o encarando surpresa, como ele sabe?

— Como você sabe? — dou voz aos meus pensamentos.

— Eu vi o jeito que você olhava pra ele naquele dia. Foi por isso que você pediu um tempo ao Gale?

— Sim. Meus sentimentos estão confusos, preciso descobrir de quem gosto de verdade. Mas a minha cabeça está uma confusão.

— Bom, já que a música não está te ajudando, você deveria caminhar um pouco. Talvez assim você consiga organizar seus pensamentos.

— Obrigada pai. É por isso que te amo. Você sempre me entende. — digo fazendo ele sorri, beijo sua bochecha e saio.

Vou até o parque, não há lugar melhor para organizar os pensamentos do que lá. Quando chego ao mesmo vejo varias famílias fazendo piqueniques, crianças correndo pra lá e pra cá, casais de jovens apaixonados passeando. É uma cena realmente linda de se ver. Mas uma coisa me chama atenção. Uma coisa não, uma pessoa. Mais afastado da movimentação das pessoas, próximo ao lago, encontra-se Peeta sentado no banco com um violão. Aproximo-me mais e posso ouvir seus dedos tocando as primeiras notas de uma música desconhecida por mim.

No es dificil de entender  (Não é difícil de entender)
Que alguien pueda enamorarse de ti  (Que alguém possa se apaixonar por você)
No es dificil de creer  (Não é difícil de acreditar)
Que yo queira tenerte solo para mí.  (Que eu queira ter você só para mim)

Y poder hablarte un poco a solas  (E poder falar um pouco a sós)
Y saber que tu tambien sientes así  (E saber que você também se sente assim)

Paro próxima a ele e presto bastante atenção na letra da música.

Que no haria por tenerte  (O que não faria para ter você)
Que no haria por llegar al fondo de tu corazón  (O que não faria para chegar ao fundo do seu coração)
Y empezar a conocerte y descobrir en te el amor  (E começar a te conhecer e descobri em você o amor)
Que sone alguma vez para los dos.  (Que sonhei alguma vez para nós dois)

Yo quisiera pronunciar las palabras para  (Eu queria pronunciar as palavras para)
Poder describir  (Poder descobri)
Lo que siento sin dudar  (O que sinto sem duvidar)
Pero no alcanza  (Mas não alcanço)
Nunca te llego a decir  (Nunca chego a te dizer)

Que por tu amor  (Que por seu amor)
Sere capaz de darte el corazón  (Serei capaz de te dar o coração)
Si tu tambien dices que si  (Se você também disser que sim)

A melodia da música é linda assim como a letra, ele canta passando tanta verdade, que chego a me questionar se ele está passando pelo que diz na letra da música.

Que no haria por tenerte  (O que não faria para ter você)
Que no haria por llegar al fondo de tu corazón  (O que não faria para chegar ao fundo do seu coração)
Y empezar a conocerte y descobrir en te el amor  (E começar a te conhecer e descobri em você o amor)
Que sone alguma vez para los dos.  (Que sonhei alguma vez para nós dois)

Ele termina de cantar e me aproximo mais, ficando a sua frente, ele está de olhos fechados.

— Amei a música. Foi você que a compôs? — pergunto e ele abre os olhos assustado, mas sorri quando me vê. Sento-me ao seu lado.

— Fui eu sim. Compus quando tinha 15 anos. — diz ajeitando-se no banco para ficar de frente pra mim.

— Uau, já faz um tempinho hein? — digo e ele ri — Você fez para alguém em especial? — arrisco perguntar.

— Sim. Fiz para Delly. Na época eu era apaixonado por ela, mas não tinha coragem de me declarar. Então quando completamos 16, cantei essa música pra ela e a pedi em namoro. — revela e sinto uma coisa estanha em meu interior, Delly é o mesmo nome da garota ao qual ele revelou há uns meses atrás quando estávamos jogando na casa da Johanna.

— E vocês não estão mais juntos?

— Não. — sinto um alivio passar por meu corpo com sua resposta, mas percebo seu olhar distante no horizonte.

— Por quê? — pergunto e ele volta a me encarar.

— Ainda não estou pronto para falar disso.

— Tudo bem. Eu entendo. — digo desviando meus olhos do seu.

— Hey Niss. — chama colocando seus dedos em meu queixo, fazendo-me olhar em seus olhos novamente — Não pense que não confio em você, é só que... esse é um assunto ao qual não me sinto preparado para falar. Tudo bem? — assinto.

— Você me chamou de Niss. — digo sorrindo

— Sim. Eu gostei do apelido. Posso lhe chamar assim? — pergunta sorrindo também.

— Sempre. — respondo — Ah! Já ia me esquecendo. Como você está? Quando fui te ver você já tinha ido embora.

— Estou bem, não foi nada. — responde em um dar de ombros.

— Gale foi um completo imbecil.

— Está tudo bem Niss. — sorri de forma doce.

— Eu pedi um tempo a ele. — revelo e seu sorriso aos poucos vai se desfazendo e seu rosto fica serio.

— Katniss você não fez isso só por causa do que aconteceu hoje, fez?

— Também. Mas o que aconteceu hoje foi só a gota d’água que estava faltando para transbordar o copo. Meu relacionamento com Gale já não andava muito bem fazia um tempo, vivíamos brigando, ele com seus ciúmes possessivos. Achei melhor pedir esse tempo para por meus sentimentos em ordem. — declaro e seu rosto volta à expressão suave de antes.

— Você está bem com isso? — pergunta apertando minha mão levemente tentando me passar conforto.

— Não muito. Posso te pedir uma coisa?

— Claro.

— Me abraça? — peço e ele não pensa duas vezes antes de me abraçar apertado, encaixo meu rosto na curva de seu pescoço e inalo seu cheiro.

Mesmo não sabendo, era dele que eu precisava, do seu cheiro, seus braços, o doce som de sua voz. Ele era a melodia tranquila que eu estava precisando naquele momento. Nos separamos do tão confortável abraço e sorrimos um para o outro.

— Vem, quero te levar a um lugar. — diz se levantando.

— Que lugar? — pergunto curiosa me pondo de pé ao seu lado.

— É surpresa mocinha. — diz tocando a ponta de meu nariz com seu indicador — Mas antes precisamos passar na minha casa para deixar o violão. Então, vamos?

— Vamos. — respondo com um enorme sorriso no rosto e seguimos lado a lado até sairmos do parque.

Fomos até sua casa deixar o violão e finalmente conheci sua tia Effie, que por sinal é um amor de pessoa. E Peeta tinha razão, ela é realmente muito fã de minha mãe, tem todos os CDs, DVDs e muito mais.

Depois Peeta me levou em sua moto para o lugar onde disse ser surpresa. E realmente foi uma surpresa. Ele me levou para um Parque de Diversões, que até então nem sabia que tinha na cidade. O lugar era magnífico, estava lotado de gente. Pais com crianças, casais de namorados, grupos de amigos, todos pareciam se divertir bastante naquele lugar, era visível a felicidade estampada no rosto de cada um que estava ali.

Andamos pelo meio das pessoas e fomos em direção a alguns brinquedos. Começamos pelos Carrinhos de Bate-Bate, depois fomos para a Casa dos Espelhos e depois o Trem Fantasma, foi quando vi a barraquinha de tiro ao alvo e arrastei Peeta até lá.

— Que tal uma aposta? — proponho a ele enquanto avalio a arma de brinquedo em minhas mãos.

— Que tipo de aposta? — pergunta interessado.

— Se eu ganhar você me ensina a andar de moto. E se você ganhar pode escolher qualquer coisa. — digo o encarando. Ele fica quieto por um tempo analisando minha proposta e então sorri de lado.

— Qualquer coisa?

— Qualquer coisa. — afirmo.

— Ok. Se você ganhar eu te ensino a andar de moto e se eu ganhar quero sua coleção de discos dos Beatles.

— Minha coleção de discos dos Beatles?! — pergunto indignada.

— Sim. É isso ou nada de aposta. — diz me encarando. A coleção de discos dos Beatles é como um tesouro pra mim, minha mãe me deu quando eu tinha sete anos, eu amo aqueles discos como amo minha vida. Mas por outro lado quero muito aprender a andar de moto.

— Tudo bem eu aceito. — digo estendendo-lhe a mão. Eu preciso ganhar essa aposta, não posso perder meus bebes.

— Prepare-se para perder Sta.Everdeen. — declara apertando minha mão.

— Veremos Sr. Mellark. — sorrio pra ele e nos posicionamos para começar a atirar.

Tínhamos cinco chances para acertar os alvos a nossa frente. Então começamos a atirar, um de cada vez e no final eu estava comemorando horrores. Peeta acertou três alvos e errou dois, quanto a mim acertei quatro e só errei um.

— Ah que droga! Não acredito que eu perdi. — diz fazendo uma carinha triste, a coisa mais fofa.

— Sinto muito Sr.Mellark, mas estou nesse ramo há muito tempo. Meu pai me ensinou a atirar muito bem. — revelo com um enorme sorriso no rosto. Além de continuar com minha coleção de discos ainda vou aprender a andar de moto!

Sua face muda de triste para indignada.

— Hey! Assim não vale! Isso é roubo! — exclama me fazendo gargalhar.

— Aceite sua derrota Mellark. Agora vamos. Quero comer alguma coisa. — digo e o arrasto pela mão até a barraquinha de cachorro-quente. E mesmo depois de ter comido ele continuava emburrado.

— Ah vamos lá Peeta. Desfaz essa carranca e dá um sorriso vai.

— Não, estou chateado com você por ter roubado. — diz fazendo um biquinho. Então me aproximo dele e começo a distribuir vários beijinhos por todo seu rosto o fazendo gargalhar.

— Então, ainda está chateado comigo? — pergunto com uma carinha de cachorro que caiu da mudança.

— Não. Não tem como ficar chateado com você, pelo menos não quando você faz essa carinha fofa que da vontade de apertar. — diz sorrindo e retribuo seu sorriso.

Rodamos o Parque praticamente inteiro, estávamos nos divertindo como nunca, era possível ouvir nossas gargalhadas do outro lado do Parque. Até eu dar de cara com o brinquedo que me encarava tanto quanto eu o fazia, já podia até sentir meu estômago embrulhar.

— Hey. — senti um aperto em meu pulso, o que me fez desviar os olhos do brinquedo — Esquece isso por enquanto, ok?

— O quê? — pergunto meio lerda, acho que o medo está afetando meu raciocínio.

— A Montanha-Russa — ele ri — Pensa que não reparei na sua cara enquanto estávamos vindo? — foi minha vez de rir — Vem. Eu quero ver você sorrindo muito hoje.

Dessa vez é ele quem sai me arrastando pela mão e vamos a alguns brinquedos que envolvem água. Depois de quase secos o chamo para ir ao Kamikaze e ele me olha com a expressão mais indignada do mundo.

— Você tem meto de Montanha-Russa, mas vai ao Kamikaze numa boa?

— Meus problemas com Montanha-Russa são particulares. — digo em tom misterioso.

— Humm... Vou querer saber desses seus “problemas particulares” depois. — diz em tom brincalhão enquanto faz aspas com as mãos e acabo rindo. Quando o sol estava começando a dar indícios de que ia se por, nós subimos na Roda Gigante.

Quando a mesma já está alta o suficiente, tenho uma visão privilegiada do mar. E quando estamos no topo, ela para e ficamos obsevando o sol deslizar pelo céu até tocar o mar, escondendo-se finalmente por trás do horizonte e a pintura laranja começa a sumir de cima de nossas cabeças. A imagem é magnífica, é quase inexplicável a sensação de ver tantas cores juntas. Olho para Peeta e pela primeira vez, dês de que o conheci, vejo seus olhos brilhando, um brilho tão intenso que faz o azul de seus olhos ultrapassarem a beleza do céu. 

Com o cair dá noite decidimos ir embora do Parque.

— Pronto. Está entregue. — diz ao estacionar a moto em frente a minha casa.

— Obrigada Peeta. Eu havia começado meu dia com o pé esquerdo, mas você o fez um dos mais divertidos de minha vida. — agradeço.

— Não precisa agradecer Niss. Fui um dia muito divertido pra mim também. Fazia tempo que não me sentia tão... Vivo. — revela sorrindo — Bom, o que acha de eu começar a te ensinar a andar de moto amanhã?

— Por mim está perfeito.

— Então, até amanha Niss. — se despede.

— Até amanha Peeta. — beijo sua bochecha e ele da partida em sua moto, sumindo pela rua.

Quando entro em casa encontro meus pais e minha irmãzinha assistindo TV. Os três me encaram com olhares curiosos, dou um beijo na testa de cada um e me jogo no sofá, estou acabada.

 — Acho que a caminhada foi boa, já que você está com um sorriso de orelha a orelha. — constata meu pai sorrindo.

— Você não faz ideia pai.

— E eu posso saber onde a senhorita estava até agora? Porque tenho certeza de que não era caminhando. — minha mãe pergunta tentando parecer seria, mas vejo que está se segurando para não sorri.

— Eu fui caminhar um pouco e acabei encontrando com Peeta. Ele me levou a um Parque de Diversões e passamos a tarde nos divertindo. — explico e os dois me encaram com um enorme sorriso. Levanto-me e sigo em direção as escadas, mas paro no meio do caminho e me viro para os três.

— Ah! Já ia me esquecendo. Peeta vai me ensinar a andar de moto.

— Ele vai o quê?! — pergunta minha mãe alarmada enquanto meu pai gargalha de sua reação.

— E a primeira aula começa amanhã. Boa noite família.

— Katniss Everdeen volte já aqui! — minha mãe diz me fazendo acompanhar meu pai nas gargalhadas.

Tomo um banho e me jogo em minha cama. Meu dia apesar de ter começado ruim, terminou da melhor forma possível. Nunca tinha me divertido tanto quanto me divertir hoje com Peeta. E pela primeira vez dês de que o conheci vi seus olhos brilharem, brilharem como nunca vi nenhum outro brilhar antes e aquilo me fez perceber, que não importa o que tenha acontecido com ele no passado, vou fazer de tudo para ver seus olhos brilharem novamente, não só por um momento e sim para sempre.