The Family of Darkness escrita por Caroline


Capítulo 3
O estranho tio dos irmãos




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O empurrei de cima de mim. Me levantei rápido da cama e o encarei incrédula do que ele tinha feito.

—Mas...o que você acha que tá fazendo?

—Ah, foi só pra te fazer calar a boca.

—Não, não mesmo. Eu posso até ser a comida preferida de vocês, mas eu não serei o seu brinquedinho sexual. Eu já tô descendo, mas agora eu vou me trocar. —Ele saiu do quarto acenando pra mim.

—Não demore ou eu venho te buscar.

Aqueles vampiros sem dúvida estavam me deixando louca! Peguei uma calça jeans rasgada, um moletom cinza alguns números acima do que eu deveria usar e um all star preto. Assim que cheguei ao jardim pude ver todos eles me encarando como se eu tivesse matado alguém só por me atrasar.

—Por que demorou tanto? —Perguntou Reiji impaciente.

—Deve ser porque todos vocês sugam o meu sangue o tempo todo, devo estar ficando anêmica. —Respondi ríspida.

—Eu não quero saber das suas desculpas. —Respondeu grosseiro. —Agora peça desculpas pelo atraso.

—Você disse que não queria saber das minhas desculpas. —Debochei.

—Se você não quiser morrer antes das outras, sugiro que dobre a sua língua. —Soou ameaçador.

—Por que estamos aqui? —Perguntei para tirar a tensão do ar.

—A partir de hoje à noite vocês irão frequentar a nossa escola. —Disse Ayato.

—Isso só pode ser piada de mau gosto. Eu não quero voltar pra escola, acho tudo isso um tédio. —Fui direta.

—Aiko eu nunca te pedi nada, quer calar a sua boca. —Disse Yumi.

—Só porque você desistiu d sua vida faz tempo e fica tentando se matar não quer dizer que você precise nos levar junto com você. —Disse Hana.

—Como vocês são chatas. —Respondi. —Tudo bem, eu não vou mais falar nada.

—Será melhor assim. —Disse Emi.

—Só acho que vocês estão mais abusadas que os vampiros desta casa. —Suspirei.

—Olha, Teddy ela não tem medo da morte. Eu gosto disso, você também gosta não é? Foi o que eu pensei. —Disse Kanato.

—Como você é barulhenta. —Disse Shu.

Eles nos liberaram. Me distanciei e fui tomar um ar puro pelo jardim. Me joguei na grama e fiquei observando o céu azul.

—Posso me sentar? —Kanato perguntou.

—Sim. —Me sentei na grama ao lado dele. —Você está aqui pelo sangue?

—Você é diferente das outras, em todos os aspectos. —Ele era muito vago com o que dizia.

—Isso é bom? —Perguntei.

—Isso é bom...mas também é ruim, muito ruim. O Teddy e eu gostamos de você, você não é como as outras humanas desta casa tem algo especial em você.

—É por isso que você está tentando ser legal comigo?

—Na verdade eu quero o seu sangue.

—Entendi, você é como os seus irmãos. Eu não vou perder o meu tempo fugindo de todos vocês todos os dias da minha vida. Se você quer tanto o meu sangue, apenas pegue. —Respondi voltando a deitar na grama.

—Sabe Aiko, nós drenamos o seu sangue quando você chegou nesta casa, mas você não morreu. Ficamos muito assustados com isso, você ficou desacordada por horas e então acordou você estranhamente acordou da morte. —Ele mordeu a minha mão.

—Espera, o que isso quer dizer? Isso é possível?

—Humanos não voltam da morte Aiko, é impossível!

—Por que vocês não me contaram isso antes? —Perguntei assustada.

—Reiji nos fez prometer que não falaríamos mais sobre isso, mas o Teddy gostou de você, você tem a beleza de ter escapado da morte. —Ele se levantou e saiu como se nada tivesse acontecido.

—Kanato! —Chamei-o.

—O que foi? —Ele se virou.

—O que isso quer dizer? —Perguntei curiosa.

—Não sabemos o que você é ainda, por isso contatamos o nosso pai. Você pode representar um perigo para nós Aiko, ou pode ser apenas suposições. Isso é tudo o que eu sei, não me pergunte mais nada eu não irei responder. —Ele continuou andando.

 Corri o olho ao redor da casa e nenhum vampiro estava por perto. O portão principal estava entreaberto. Pensei em ficar e descobrir o que eu era, mas então pensei em ignorar todas as suposições e ir embora, se o internato não tinha me mandado para esta casa então eles me aceitariam de volta. Mas por que eles mandaram as outras? Existiam muitas lacunas e Laito havia dito que o internato não tinha me mandado pra cá, isso quer dizer que outra pessoa queria que eu estivesse aqui, mas então quem seria essa terrível pessoa? Resolvi ignorar tudo isso e ir embora sem nada mesmo, sem malas, sem dinheiro e sem documentos. Tinha uma pessoa lá fora que precisava de mim, meu irmãozinho Izumi a pessoa mais importante do mundo pra mim.

Assim que saí pelo portão eu me senti livre novamente, sem obrigações, sem ameaças, sem perigos, eu era apenas eu mesmo. Tive vontade de sair gritando e dançando por aí, mas eu não fiz isso, me preparei para sair correndo quando escutei alguém falando comigo.

—Você veio daquela casa? —Ele apontou para a mansão Sakamaki.

Era um homem de cabelos verde escuro que terminava em seu peito e olhos vermelhos escuros. Ele usava roupas escuras.

—N-não. Eu só estava de passagem mesmo. —Me virei para o outro lado pronta para correr como eu nunca havia corrido na vida, mas dei de cara com Laito antes disso.

 —Estava indo a algum lugar? —Laito parecia irritado.

—Eu não acredito que você estava tentando fugir. —Disse Ayato sério.

—Você sabe que será punida por isso. —Disse Reiji endireitando os óculos.

—Eu não estava tentando fugir, eu apenas vi este homem suspeito e vim investigar mais sobre ele. —Apontei para o homem ao meu lado.

—Richter. O que você está fazendo aqui? —perguntou Shu.

O foco tinha mudado de repente. Eu joguei uma pessoa que eu nem sequer sabia se tinha algo haver com vampiros no fogo para me livrar da punição pela tentativa de fuga, sem dúvidas eu estava decaindo cada vez mais.

O clima estava muito tenso, ninguém se dispunha a dizer algo, eles apenas se encaravam com um ódio ameaçador. Pela primeira vez eu senti medo dos irmãos Sakamaki, mas senti mais medo deles perceberem que eu estava com medo.

—É melhor você entrar. —Disse Kanato e eu mais que depressa obedeci correndo de volta para a mansão.

Subi para o meu quarto e me tranquei. Será que eles iriam me punir depois da conversa com Richter? Preparei um banho de espumas, se eles iriam me matar então pelo menos eu iria aproveitar meus últimos momentos em uma banheira quente. Fiquei preocupada e não consegui me acalmar, a porta foi aberta abruptamente.

—Ah, mas o que é isso?! —Afundei totalmente na banheira.

—Você é uma boa mentirosa Aiko-chan, mas eu não acreditei em uma palavra que você disse.

—Ok. Você pode me repreender depois do meu banho?! —Ele sorriu maliciosamente

—Por que você está sorrindo desse jeito?

—Sabe a minha ideia de punição é diferente da do Reiji. —Ele tentou me tirar da banheira puxando o meu braço.

—Laito me solta! —Tentei impedi-lo de me tirar da banheira, mas ele acabou caindo dentro da mesma.

Ficamos nos encarando por alguns segundos e ele tornou a me beijar. Dessa vez eu não o empurrei, fiquei com medo de que ele voltasse a querer me tirar da banheira então nem aceitei o beijo e nem recusei. Senti sua mão deslizar em minha coxa, então o empurrei rápido.

—Faça isso quando eu estiver de roupa pelo menos, seu idiota. —Me irritei.

—Você ao menos sabe o quanto você fica sexy irritada? —Ele não esperou uma resposta minha e desapareceu do banheiro com o mesmo sorriso malicioso de sempre.

Me enrolei na toalha e me troquei às pressas antes que outro irmão aparecesse. Assim que saí do banheiro vi que tinha alguém a minha espera.

—Subaru?! Deixa adivinhar você veio pelo meu sangue de novo?

—Pelo que mais eu viria até o seu quarto? —Ele me jogou na cama e eu percebi que os meus cabelos ainda estavam molhados.

Olhei bem no fundo de seus olhos e pude perceber o quanto ele odiava tudo aquilo, talvez ele não quisesse ser o que ele era.

—Você... —Pensei em perguntar isso a ele, mas ele certamente não me responderia então desisti.

Senti suas presas furarem o meu pescoço, ele só parou que beber o meu sangue quando se deu por satisfeito, então me soltou e se direcionou a porta como se nada tivesse acontecido.

—Subaru. —Chamei-o.

Ele me olhou pelo canto do olho sem se virar.

—Quem é aquele homem? Richter?! —Perguntei.

Aquele cara é o nosso tio. —Ele respondeu com ressentimento no tom de voz.

—E o que ele queria? —Perguntei.

—Isso você não precisa saber! —Ele continuou andando.

—Sabe, você acabou de beber o meu sangue. Você sabe o que é dar e receber? —Resmunguei.

—Ele veio trazer um recado do outro cara. —Ele respondeu após socar a parede, não sabia de quem ele tinha mais raiva do Richter, do outro cara ou de mim. —Não me pergunte mais nada se não quiser morrer.

—Você seria capaz de matar quem te alimenta? —Debochei, mas me arrependi em seguida.

Ele me jogou novamente contra a cama e eu percebi o quanto ele estava irritado com o meu comentário de deboche. Pensei que ele me mataria ali mesmo, mas ao invés disso ele apenas me beijou. Com certeza havia algo de errado com os vampiros desta casa. Eles não estavam apaixonados por mim, mas mesmo assim procuravam me seduzir, será que tinha algo a ver com a pessoa que me mandou para esta casa, eu com certeza iria perguntar isso a ele assim que ele me soltasse, não. Eu com certeza perguntaria a outro irmão.


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