Abri os olhos lentamente, estava deitada em uma cama e ao julgar pela escuridão lá fora, já era noite. Estava morta de fome e cansaço. Me levantei e percebi que aquele pesadelo era real. Tentei abri a porta lentamente para não chamar a atenção dos vampiros.

—Você não precisa ser tão cautelosa. —Laito estava deitado na cama me olhando.

—C-como você entrou aqui? —Perguntei assustada.

—Pela janela. —Ele se levantou ainda sorrindo maliciosamente.

—Qual é a de vocês? Por que o internato nos mandou para este lugar com vocês? —Perguntei  soltando a maçaneta da porta.

—O internato não mandou você para cá. —Ele ajeitou o meu cabelo que estava bagunçado.

—O quê? Mas então por que eu e aquelas idiotas estamos aqui? —Estava confusa.

—Eu disse que você não está aqui por causa do internato, mas não disse nada sobre “aquelas idiotas”, elas estão aqui por causa do internato.

Fiquei em silêncio.

—Está assustada ou quer saber quem te mandou pra cá?

—Na verdade eu tô com fome. —Ele ficou surpreso.

 Abri a porta e sai do quarto. Desci as escadas, os outros irmãos estavam na sala, as garotas estavam sentadas e ainda assustadas com tudo isso. Fui para a cozinha, a garota loira estava comendo algo na cozinha.

—Você está bem? —Ela perguntou preocupada.

—Sim. Você não se apresentou ainda. —Eu disse.

—Meu nome é Yui, Yui Komori.

—Você também é como eles? —Perguntei.

—Não. Na verdade eu sou como vocês. —Ela desviou o olhar para o chão.

—Faz muito tempo que você está presa aqui nesta casa?

—Um ano.

—Então é impossível fugir deles? —Suspirei.

—Sim.

Peguei a primeira coisa q achei na geladeira. Ouvi vozes se aproximando da cozinha, eram as garotas, elas estavam muito assustadas.

—Ei, como você pode ficar tão tranquila? —Hana perguntou para mim.

—Não fale comigo. —Respondi.

—Você sabia que o internato estava nos mandando para a morte? —Perguntou Emi.

—Claro que eu sabia daí eu trouxe vocês junto comigo para uma viagem suicida. Idiotas! Eu prefiro morrer bem longe de vocês.

—E quanto a você? —Yumi estava interessada em Yui.

—Quanto a mim? —Yui estava confusa.

—Você está com eles não está? —Perguntou Yumi.

—E-eu...

—Deixa ela em paz! —Eu disse. —Ela é tão vítima quanto todas nós.

—Falando em vítima, quem será a vítima dessa vez? —Ayato entrou na cozinha sorrindo.

As garotas correm para trás de mim. Elas estavam com medo.

—Iiih, nem vem, dessa vez não vai ser eu não, tem mais cinco garotas nessa droga de casa. Agora eu tô passando a vez . —Disse enquanto mordia uma maçã.

Sai da cozinha antes que eu fosse a azarada. Os outros irmãos já não estavam mais na sala já que estava tudo muito silencioso. Olhei ao redor e pensei em tomar um ar fresco no jardim. Caminhei até a porta e assim que eu a abri a mesma se fechou brutamente, me virei para ver quem estava me impedindo de sair. Era o Laito.

—Onde você estava indo? —Ele perguntou.

—Eu tava indo plantar um pouco de alho e quem sabe buscar água benta, crucifixos, essas coisas. Sabe como que é ne, eu realmente me arrependo de não ter andado com essas coisas na minha mala. —Disse e ele sorriu me cercando na porta que já estava fechada.

—Você realmente acredita nessas baboseiras que os humanos escreveram?!

—Na verdade eu não acreditava em vampiros até poucas horas atrás.

—Você é uma garota bastante interessante Aiko-chan. —Ele me soltou.

—Me sinto lisonjeada. —Me distanciei. —Eu tenho que pedi permissão pra ir ao jardim agora?! Eu só quero tomar um pouco de ar caramba!

—Você está brava?

—Não. Eu tô enfurecida!

—Isso é tão interessante. Não é comum os humanos demonstrarem raiva para os vampiros, me sinto excitado.

—O quê?! —Senti o meu rosto queimar.

—Sua pele está ficando vermelha. Quando os humanos ficam vermelhos é sinal de que estão envergonhados. Talvez você esteja excitada também, só não quer admitir que gosta do perigo. —Ele se aproximou de mim e eu recuei.

—Esquece o ar fresco. Vou dormir. —Corri em direção às escadas.

—Quer que eu te acompanhe?

—Não precisa.

Entrei no meu quarto rápido e tranquei a porta assustada.

—Muito lenta. —Ouvi alguém falando e me virei assustada para ver quem era.

—Subaru?! O que você está fazendo no meu quarto?

—O que você acha? —Ele me olhou sem esperar uma resposta.

—Eu acho que eu tô com sono, é melhor você voltar outra hora, melhor ainda nem volta. —Disse tentando abrir a porta que eu mesmo havia trancado.

Ele me imprensou na parede. Tentei me soltar, mas era inútil. Ele cravou suas presas no meu pescoço. Aquilo já estava começando a me revoltar. Quem são eles pra ficarem machucando  o meu corpo daquele jeito, eu nem tinha me recuperado das últimas mordidas. Ele me soltou e terminou de abrir a porta para que ele pudesse sair.

—Na boa, vocês só podem ter sérios problemas mentais.

—Você disse alguma coisa? —Ele perguntou.

—Vocês podiam ser mais hospitaleiros, desse jeito ninguém vai querer voltar pra essa mansão.  —Ele sorriu friamente.

—Vocês nunca sairão desta casa, então não vão precisar voltar a lugar algum. —Dizendo isso ele me deixou sozinha.

Olhei o quarto inteiro antes de trancar a porta para me certificar de que não seria atacada de novo por um deles. Entrei na suíte e tomei um banho, me troquei e então adormeci. Acordei no dia seguinte, mas não quis me levantar. Era melhor eu ficar ali mesmo, dormindo, assim eles não me atacariam. Esse era o plano, porém ouvi batidas na porta.

—Aiko-san está acordada? —Era a voz da Yui.

Me levantei e abri a porta do quarto.

—O que você quer? —Perguntei.

—Os irmãos Sakamaki estão exigindo a nossa presença no jardim, eu acho que eles vão nos dizer alguma regra nova.

—Exigindo? Quem eles pensam que são para exigir algo da minha pessoa, eu não estou disponível no momento. A casa pode até ser deles, mas eu estou apta a sair no momento em que eles quiserem.

—Aiko-san não faz isso, se você os contrariar eles vão ficar zangados. —Ela parecia se preocupar.

—Tô pagando pra ver isso.

—Eles podem te matar se você não obedecer as ordens deles.

—Algum problema cachorrinha? —Laito chegou entrando.

—Já estávamos indo. —Disse Yui se retirando do quarto.

—Eu não vou descer. —Disse me sentando na cama.

—Você disse que precisa de ajuda para se trocar? —Laito perguntou.

—Você é assim com as outras garotas também ou você só tá perseguindo a mim?

—Você sabe o significado da palavra pertencer? —Ele ficou serio de repente.

—Sei. —Respondi.

—Eu disse que você pertence a mim! Se você não comparecer ao jardim os outros vão dizer que eu estou pegando leve com você.

—Que tal mandar todos eles explodirem. Vocês podem estar condenados a viver eternamente, mas os seres humanos só possuem uma vida, e uma vida relativamente curta. Eu tinha uma vida lá fora sabia? Somos apenas comida pra vocês. Vocês nem ao menos sem import...

Ele me jogou na cama e me beijou.