Lost escrita por Gabs


Capítulo 16
XVI


Notas iniciais do capítulo

voltei, mas vou demorar pra postar o próximo, tenho 92734 trabalhos escolares pra fazer :( PORÉM já estou escrervendo e adianto que vai ser muito fofo e suave.
Hope you like it



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—Só mais uma vez, vai! -gritou Morgana agitando os braços acima da cabeça chamando minha atenção.

Ela continuava empolgada e mesmo depois de quase uma hora e meia de treino não mostrava nenhum sinal de cansaço. No começo estava sendo divertido treinar com ela, ela era muito habilidosa e demonstrava bem os golpes e onde eu errava e onde acertava, mas com toda sua animação a garota não percebia que eu ainda não conseguia seguir seu ritmo.

Seus movimentos ainda eram rápidos demais pra mim e eu já estava há algum tempo sem comer e havia dormido mal, estava consideravelmente indisposta.

Aliás, assim que saímos do colégio uma das primeiras coisas que passou pela minha cabeça era como vou me alimentar?, Morgana e Thomas não precisavam se preocupar com isso uma vez que eram caçadores e dependiam de alimento apenas após um longo tempo sem se alimentar, dias ou até semanas. Max era a única pessoa que eu já havia visto se alimentando, mas desde que saímos de lá eu não havia visto o garoto reclamar de fome uma vez sequer.

—Não sei se consigo. -exasperei já com as mãos nos joelhos, estava exausta.

—Claro que consegue! -gritou. Morgana estava a aproximadamente dois metros de mim num campo verde aberto que havíamos achado quando paramos de andar para descansar, exceto que Morgana não havia me deixado descansar desde então. -Se você continuar dizendo que não consegue, não vai conseguir. Você tem todo esse poder, Katherine. Ele é seu, não precisa ter medo de usá-lo.

—É difícil. -grunhi.

—Sei que é, é por isso que estou aqui. Vou ficar ao seu lado até você se tornar a feiticeira mais poderosa que todos já viram, mas primeiro precisa se esforçar no treino.

Apreciava o esforço da garota, mas não me sentia capaz de usar aqueles poderes, eu não era uma super heroína e não sabia usá-los apropriadamente, tinha medo do que podia acontecer.

Uma gota de suor escorreu até o meu queixo e respirei fundo, Morgana parecia saber do que falava e ela acreditava tanto em mim, eu precisava tentar mais uma vez.

—Tudo bem, vou tentar mais uma vez. -anunciei e vi Morgana se animar mais uma vez.

A garota se posicionou defensivamente e fiz uma posição de forma que caso soltasse um feitiço forte demais não me jogasse para longe.

Senti a inquietação no peito própria de quando fazia um feitiço e me concentrei em Morgana, e com as palavras dela em mente lancei o feitiço mais uma vez.

Aquele havia sido mais forte que os outros, com certeza. Meus feitiços haviam oscilado muito em potência até agora, alguns não haviam nem mesmo chego até a garota e alguns haviam ido longe demais sem nem mesmo atingi-la. Sem mencionar que a cor dos feitiços mudava conforme eu os lançava, o que era muito estranho para mim, mas decidi ignorar.

O feitiço voou de forma rotativa até a garota, como um pequeno furacão azul.

Ouvi a garota grunhir e se defender.

—Acertei? -estava receosa de tê-la machucado, mas também contia certa felicidade em minha voz por talvez tê-la acertado.

—Sim, Kate você foi ótima! -Morgana saiu de trás da fumaça que havia se formado após o feitiço ter sido defendido e pulava de animação.

—Sério?! -comemorei, estava incontrolavelmente feliz por ter finalmente conseguido. 

—Você melhorou bastante nesse último, tive que me esforçar para defendê-lo, foi forte. -sorriu para mim e passou a mão em meu ombro, me guiando de volta para onde o grupo estava reunido.

O local onde estávamos era longe do anterior, não havia lago por perto e o sol estava quente sob nossas cabeças, era quase aconchegante aquele calor na pele depois do frio que eu costumava sentir no internato. Longas colinas verdes não muito altas se estendiam até onde os olhos alcançavam, era reconfortante.

De volta ao nosso local de reagrupamento apenas Anastasia se encontrava lá, com algumas pedras que reconheci como pedras de recuperação e energia e segurava um livro nas mãos.

—Demoraram. -uma lufada de ar muito forte balançou as árvores então Max apareceu por entre as copas das árvores com as asas abertas.

—Fazia tempo que não te via assim. -comentou Morgana sentando-se no chão.

—Já estava ficando louco, se mantivesse minhas asas contidas por mais tempo elas provavelmente se esqueceriam como voar. -fez uma expressão de dor lembrando-se do tempo em que manteve-as encolhidas, mas olhando-o agora ele parecia até rejuvenescido com as asas abertas. 

—Por algum tempo eu havia me esquecido que você é um anjo, Max. -murmurei andando em volta do garoto admirando suas asas.

—Suponho que seja normal, já que mantenho elas escondidas na maior parte do tempo. -deu de ombros logo em seguida dando um pulo repentino, comose tivesse se assustado com algo. -Eu vi vocês!

—Vocês quem?

—Você e Morgana, ora. Estavam ali treinando, vi como Morgana não te deu nenhuma brecha e depois você acabou com ela. -ele apontava para longe dali, muito além de onde estávamos, parecia animado com o que havia visto.

—Katherine melhora muito a cada dia que passa, mais um pouco e ela realmente teria acabado comigo. -riu Morgana.

—Kate, pode vir aqui um segundo? -Anastasia chamava.

—Claro. -pedi que os dois esperassem e fui até onde a garota estava sentada.

Do pequeno bolso que possuía em sua bota Anastasia tirou um colar com um pingente de uma pequena pedra lilás.

—Fiz isso para te proteger, cada dia você fica mais forte e Morgana está fazendo um ótimo trabalho com seu treinamento, você está lidando muito bem com seus poderes, ainda que não se sinta confiante com eles, você é ótima e sei que não vamos estar aqui sempre para te proteger e podem existir situações em que você não consiga se proteger, então fiz esse amuleto para te ajudar com isso. -ela sorria abertamente, Anastasia raramente mostrava os dentes, mas parecia estar tão satisfeita que não se importou.

Me senti muito querida, Anastasia era alguém que eu me inspirava muito e tê-la me ajudando e me apoiando importava muito mais do que ela podia imaginar, pensar que ela desejava o meu bem me fazia ter ainda mais vontade de me esforçar para me tornar o melhor que eu conseguisse ser.

—Muito obrigada mesmo, Anastasia. Tenho certeza que esse amuleto vai me proteger tanto quanto Thomas. -brinquei.

—Espero que sim, ele sempre irá te mostrar quando algo está errado. E não se esqueça, sempre confie nos seus instintos. -disse com firmeza, eu sentia muita intensidade em suas palavras.

Assenti com a cabeça e ela colocou o colar em mim, duvidava muito que fosse coisa da minha cabeça, mas eu podia jurar que senti aquela pedrinha esquentar ao tocar em meu peito.

—Obrigada.

—Não foi nada, adorei fazer isso para você. Aliás estive pensando em fazer para todos, o que você acha? -ela estava empolgada, era tão divertido vê-la daquele jeito.

—Acho que eles iriam gostar. Existe alguma diferença entre amuletos feitos para feiticeiros e para vampiros? 

—Sim, não é nada extremo, mas deve ser feito com atenção. Vampiros não podem tocar em nenhum símbolo religioso, então tenho que prestar atenção no que estou usando. -fez uma pausa e pareceu se lembrar de algo, sua face revelava certo ressentimento. -Os vampiros são criaturas que carregam muitos fardos, e esse é um deles. 

Por um segundo considerei perguntar a ela se havia alguém dessa espécie que fosse importante para ela, mas aquele não parecia ser o momento.

—Não estava achando vocês. -Thomas apareceu por entre as árvores.

Anastasia não o respondeu, parecia não ter notado sua chegada.

—Anastasia me fez um amuleto. -comentei, tentando quebrar o gelo.

—Que bom, toda ajuda é bem vinda. -deu um meio sorriso e olhou para Anastasia, cerrando as sobrancelhas logo em seguida. -Anastasia, tá tudo bem?

A garota pareceu tremer com seu toque, então olhou-o nos olhos e pude ver muita inquietação em seu olhar.

—Meus pensamentos estão nublados, preciso meditar. -respondeu. -Ficarei bem, não vou demorar muito.

Saiu sem nos deixar falar qualquer coisa, fiquei preocupada com a garota.

—Isso acontece, ás vezes. -explicou Thomas.

Eu achava fascinante que Thomas sempre julgava aceitável a forma sucinta com a que falava comigo, como se eu fosse entender completamente o que ele queria dizer sendo que eu não conseguiria de forma alguma saber do quê ele estava falando.

E eu sempre tinha que pedir por uma explicação mais detalhada.

—Isso o quê?

—Anastasia tem alguns flashbacks às vezes, e se desconecta da realidade e para de fazer qualquer coisa que esteja fazendo e fica num estado quase catatônico. -respirou fundo e deu de ombros. -Ela nunca disse pra ninguém o que é, só vai meditar e volta quando se sente melhor.

—Deve ser uma memória muito triste. -comentei.

De volta ao acampamento o assunto parecia encerrado, mas também não era algo a ser discutido uma vez que não tinha nada a ver conosco e se ela não falava sobre isso com ninguém, eu não queria ficar especulando.

Talvez em outro momento eu poderia tocar neste assunto com a garota.

—Trouxe algo pra você comer, fiquei surpreso que não reclamou de fome até agora, você costuma comer mais. -apontou para a carne que estava sendo assada de forma improvisada em cima da fogueira.

—O que é aquilo? -perguntei torcendo o nariz.

—Pato. -respondeu e em seguida riu da minha reação. -É tão ruim assim?

—Nunca comi, é o tipo de animal que eu costumo admirar de longe e não me alimentar dele. -expliquei.

Observei e vi que debaixo das unhas de Thomas havia um pouco de sangue seco, me perguntei como ele havia conseguido aquilo para mim.

Claro que eu sabia que ele havia caçado e matado o animal, mas esse tipo de pensamento ainda era muito complexo para minha mente ainda tão mundana.

—Me esforcei para pegar o melhor que consegui, já que tem algum tempo que não se alimenta. -comentou e senti meu peito se aquecer, havia certo carinho naquilo.

Max e Morgana pareciam discutir sobre algo como duas crianças que queriam ter razão.

—Kate, carne de pato é deliciosa. -assegurou Max.

—A sua opinião não conta, Max, você não é um caçador. -cortou Morgana.

—Isso significa que nunca comi carne de pato, por acaso? -debochou o garoto deitando-se no chão e se apoiando nos braços para encará-la.

—Isso significa que você não conhece a variedade, por isso diz essas coisas. Todo mundo sabe que existem poucas coisas no mundo melhores do que um cavalo. -explicou Morgana mordendo até o próprio lábio ao terminar a fala, parecia ter boas memórias com a degustação de carne de cavalo.

Dei risada dos dois e me sentei próximo a eles com Thomas ao meu lado.

—Acho que vou ter que provar ambos os tipos e contar pra vocês depois. -dei de ombros, brincando.

—Não falta muito para chegarmos lá, e quando isso acontecer você vai experimentar tantas coisas novas que seu cérebro vai girar, Kate. -Morgana estava sempre muito animada, ela parecia ter muitas expectativas com relação à minha estadia no castelo dos Collins.

—Vai ser muito divertido e bom pra você. -garantiu Max deitando-se no chão e encarando o céu.

A carne de pato estava gostosa, mas não conseguia dizer se era por conta da fome ou se ela era de fato saborosa, mas satisfez minha fome.

Anastasia não havia demorado muito em sua meditação e não comentou com ninguém o que havia acontecido ou aonde estava, sentou-se conosco em silêncio e assim ficou por algum tempo.

O resto daquela noite havia sido bem calma, Thomas discutia algo com Anastasia, havia algo que ela achava que não estava certo e Thomas tentava mostrar a ela que aquilo era assim mesmo e que ela não deveria se preocupar, não sabia sobre o que discutiam e estranhamente não desenvolvi nenhuma curiosidade para saber.

Morgana me ensinava alguns gestos com as mãos que poderiam me ajudar a potencializar meus feitiços conforme a forma que eu queria usá-los e me explicou porque meu último feitiço havia sido mais forte do que os anteriores sendo que, em teoria eu havia feito todos da mesma forma. Em suma, o conjunto físico-psicológico afetava cem por cento da eficácia dos meus feitiços, então toda vez que eu quisesse ter sucesso em qualquer feitiço que eu fosse fazer eu deveria prestar atenção no conjunto corpo e mente.

Morgana sempre fazia questão de salientar que eu deveria acreditar em mim mesma em primeiro lugar e que eu era muito poderosa, mesmo que eu muitas vezes não acreditasse nisso, eu sentia que se Morgana não estivesse ali sempre me lembrando disso, talvez eu já teria desistido daquilo tudo.

Dormi muito melhor naquela noite, o clima estava agradável e eu estava de barriga cheia. Daquela vez Thomas e Morgana ficaram de vigia, e tive que pedir a eles para que conversassem mais baixo já que Thomas continuava cutucando a garota, e Morgana impaciente sempre começava a discutir com ele em voz alta.



A manhã do dia seguinte se revelou muito agradável embora eu sentisse um vento mais gelado do que gostaria em meus braços, todos pareciam dispostos.

—Não vamos demorar muito para chegar lá agora. -Thomas sussurrou em meu ouvido. 

—Que bom, tenho altas expectativas. -revelei com um sorriso brincalhão.

Creio que era algo óbvio para eles, mas meu âmago estava repleto de curiosidade sobre a espécie de Thomas, as pessoas que vivem lá, como vivem, como é o palácio da família de Thomas, todos aqueles questionamentos tumultuavam minha mente.

Eu havia desenvolvido muito bem meu físico após meus treinos começarem, Morgana fazia questão de fazer treinos que durassem horas, então na chuva ou no sol estávamos sempre treinando, o que se revelou algo muito bom, já estávamos andando há duas horas e eu não estava tão cansada quanto eu achava que ficaria.

As colinas verdes já haviam ficado para trás e agora caminhávamos numa pequena subida de grama escassa com muitas pedras no caminho, eu imaginava que se continuássemos nessa direção pudesse haver um deserto pouco além.

E mesmo com essa especulação quanto mais andávamos mais frio o ar ficava e mais rarefeito, o clima e a paisagem desse lugar mudam de forma tão brusca e repentina que eu ainda tinha certa dificuldade em acompanhar.

Completamente o oposto do que eu pensava uma floresta vasta se revelou a nossa frente, eu desisti de entender a geografia daquele lugar.

—Muda com tanta rapidez. -murmurei, incrédula.

—Cada ambiente é como um habitat de cada espécie, graças a magia cada um consegue ter o próprio espaço sem invadir o do outro, isso mantém a paz. -explicou Anastasia, orgulhosa.

Morgana estava à nossa frente e parecia tranquila enquanto caminhava balançando levemente os braços, quase como se saltitasse, e Max que nos seguia mal parecia prestar atenção nas conversas ao seu redor, absorto em seus pensamentos. Não ter mais aquela tensão e medo pairando sobre nós me tranquilizava muito, eu gostava de pensar só por alguns minutos que aquilo era uma viagem, não uma fuga.

—Não pensei que ficaria, mas estou ansioso. -murmurou Thomas, curvando-se de leve para que apenas eu o ouvisse e tinha um sorriso de canto ansioso, como se algo fosse acontecer.

—Ansioso? Tem medo que algo aconteça? -indaguei, não exatamente preocupada, mas ele dizer aquilo não me deixava tão calma.

—Não, sei que nada vai acontecer com você enquanto estiver lá, garanto. Quero saber o que você vai achar de lá, também estou me permitindo criar algumas expectativas, sabe. -sorriu de canto e deu uma curta risada parecia honestamente despreocupado.

Eu tinha a impressão de que agora que saímos do internato Thomas definitivamente parecia mais leve, como se estivesse mostrando suas verdadeiras cores só agora, é um pensamento que me deixa alegre.

Afinal, sempre fui a mais insistente entre nós dois para que ele fosse verdadeiro comigo.

—Que tipo de expectativas? -não era nenhuma novidade que eu era uma pessoa curiosa, mas Thomas dificilmente me contava o que estava sentindo ou o que pensava, e por mais que fosse algo pequeno parecia um grande passo para mim, gostava de me sentir próxima dele.

Ele ponderou por um segundo, me provocando e atiçando minha curiosidade.

—Coisas bobas, só espero que goste. Da experiência toda, sabe. -pausou mais uma vez, dava para perceber que ele não sabia direito expressar seus sentimentos, era uma mistura de adorável e engraçado observá-lo tentar. -Essa é sua primeira experiência verdadeira do lado de fora de um mundo completamente novo pra você, espero que não te decepcione, nem nada. Vou me esforçar para que isso não aconteça. -piscou para mim e quase pude ver gotas de pura confiança pingando de seu corpo, Thomas tinha esse jeito de falar das coisas que fazia soar como um decreto, como se só por ele ter dito que seria assim nenhuma força no mundo pudesse mudar aquilo.

—Você não precisa se esforçar sempre, se me proteger tanto eu nunca vou poder fazer nada. Não quero viver envolta em plástico bolha. -argumentei.

Gostava de forma com a qual ele se importava com meu bem-estar e que cuidava de mim, mas eu estava aprendendo todas aquelas coisas por um motivo.

—Não sei o que é plástico bolha. -foi tudo o que disse e por alguns segundos ficamos em silêncio, aquele foi o meu primeiro choque de realidade desde que cheguei ali, eu vinha de fora, mas todos sempre sabiam do que eu estava falando. Thomas era a última pessoa dali que eu imaginava que não saberia algo assim. -Mas acho que tem razão, não acho que você seja incapaz de se defender, especialmente agora que usa o que sabe tão bem, mas acho que me apeguei demais na versão vulnerável de você, desculpe.

—Não, não precisa pedir desculpas! Não é como se tivesse me ofendido ou algo assim, eu só…-dei uma pausa porque não sabia como completar a frase, queria tê-lo ali, mas ao mesmo tempo não achava mais que fosse algo tão necessário. 

—Não precisa se explicar. -ele ria. - Acho que entendi o que quis dizer.

Suspirei, afinal como ele podia entender algo se eu mesma não sabia o que queria dizer?

—Entendeu?

—Sim, não vou ser superprotetor com você. 

Ele não estava errado, aquilo era mesmo o que eu tinha dito, entretanto não era o que eu queria dizer.

A última coisa que eu precisava agora era ficar confusa mais uma vez, decidi que só por enquanto deixaria esse assunto de lado.

—Obrigada. -foi tudo que consegui responder para dar um ponto final naquele assunto, eu queria continuar conversando, mas não conseguia verbalizar exatamente aquilo que eu estava pensando.

Estávamos praticamente dentro da floresta, era muito densa e quase não era possível enxergar o céu de tão espessas que eram as copas das árvores, o chão era trilhado por raízes e folhas secas e para uma floresta ali havia um silêncio profundo demais, era muito estranho que ali não houvessem grilos, pássaros ou pequenos animais tendo em conta a grandiosidade do lugar.

—Esse é o último pedaço, mais um pouco e estamos lá. -Morgana murmurou baixinho no meu ouvido, sorri.

—Que bom ouvir isso, estou tão cansada. Não imaginava que o internato pudesse ser tão longe.

—Também estou cansada. -balançou o corpo todo para me mostrar quão mole de cansaço estava, mas acabou sendo apenas muito engraçado e parecido com um boneco de posto.

Creio que naquele ponto todos estavam exaustos demais para conversar, depois dali nenhum de nós disse mais nenhuma palavra e continuamos caminhando pacientemente até chegarmos a um portão de ferro muito parecido com o do internato, porém uma dezena de vezes maior.

—É enorme. -exclamei e vi Morgana rir e Thomas dar um sorriso leve, todas as minhas reações pareciam curiosas para eles, ambos pareciam estar empolgados.

—Por favor Collins, vá logo com isso, não aguento mais estar do lado de fora. -pediu Max, que parecia acabado e impaciente.

Apesar do pedido de Max, a pessoa que abriu o portão foi Morgana, a garota segurou uma barra só com uma mão e a empurrou como se não pesasse nada.

—É tão leve assim? -indaguei incrédula no que ela tinha acabado de fazer, rodeando o portão procurando algum tipo de alavanca ou botão.

—Apenas vampiros podem abrir, querida. -Morgana riu balançando a enorme porta de ferro de um lado para o outro.

—Essa é a única ocasião na minha vida que eu preciso que Thomas faça algo para mim. -ironizou Max atrás de mim dei risada tanto do que ele acabara de dizer como o drama que ele estava fazendo fingindo estar cansado demais.

Quem sentia ansiedade e a pressão das próprias expectativas agora era eu, não conseguia ver o palácio de onde estávamos, mas tudo ali era tão majestoso, fazia com que eu me sentisse inofensiva em comparação com aquele enorme portão e o gigantesco muro que se estendia quilômetros além do que eu podia ver, se o palácio fosse assim tão grande eu não saberia o que fazer, e se eu me perdesse? E se precisasse de algo no meio da noite?

A dúvida crescia junto da empolgação e alívio que sentia por finalmente ter chego ali, Morgana e Thomas tinham expectativas, Anastasia tinha coisas importantes a fazer, Max muito provavelmente apenas precisava de uma boa noite de sono para recuperar seu bom espírito e eu sentia uma enorme vontade de explorar o jardim enorme que se estendia à nossa frente, o caminho de pedras nos guiava a partir dali e eu mal podia esperar para descobrir o que encontraria no final.


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Notas finais do capítulo

eu amo a Morgana e a Anastasia com todas as minhas forças, fico emo demais nessas duas, meu deuuussssss



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