Meu Anjo Caído escrita por Lil Pound Cake


Capítulo 21
Reviravolta


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo



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Eu mal estava acreditando! O plano havia dado mesmo certo! Quando o Armin encarou a Charlotte falando que estava reunindo provas em outra sala, ela ficou pálida e foi embora sem olhar pra trás e acabou esquecendo a bolsa conosco. Pronto. Agora a Charlotte estava em minhas mãos. A bolsa, então, literalmente.

— Vamos abrir logo isso, não quero mais perder tempo.

— Castiel, espera... – Lysandre pegou meu braço. – Antes agradece a todo mundo, né? Eles fizeram um ótimo trabalho.

— Tá, você tem razão... – Olhei para todos que já se juntavam perto do laboratório. – Gente... É... Bom, vocês sabem que não sou muito de ficar agradecido, mas... Dessa vez é diferente. Valeu mesmo, galera. Valeu por me ajudarem a passar a limpo toda essa história com a minha namorada, e... Valeu por... Por estarem aqui, por fazerem isso acontecer. Esse plano nunca daria certo sem vocês. Muito obrigado. Muito obrigado por demonstrarem a amizade de vocês dessa forma.

— Quem diria... Castiel agradecendo? Nunca pensei... – O Nath começou.

— Ah, cala a boca, representante. Não me enche.

— Tô brincando. Mas, e aí? Não vai ver o que tem na bolsa da Charlotte?

— E você? Não vai abrir a biblioteca pra libertar sua irmã e o Kentin? Tô até sentindo pena dele por ter que aturar ela tanto tempo.

— Ah! É verdade! Queria poder deixar a Ambre lá só mais um pouquinho, mas... Eu vou lá.

Ele foi libertar os dois da biblioteca e a Priya foi tirar a Li do vestiário. Enquanto isso nós limpamos rápido o laboratório, abrindo as janelas e fazendo sair toda a fumaça. O Lysandre ainda me questionou numa coisa:

— Castiel, tem mais uma coisa que eu me esqueci de te perguntar...

— O que é que você não esquece, né, Lys? Fala.

— Você bolou todo esse plano e nem chamou a Rosalya e o Alexy. Eu tenho certeza que eles adorariam estar aqui ajudando.

Armin completou: - E tem mais, conhecendo a Rosalya e, principalmente, o meu irmão, acho que eles vão até ficar zangados quando souberem de tudo que a gente fez sem eles.

— Quem disse que a Rosa e o Alexy não estão ajudando?

— Eles estão? E o que estão fazendo se não estão aqui?

— Eles ficaram encarregados da melhor parte. E não teria ninguém melhor para fazer isso que aqueles dois. Mas, não fiquem me perguntando. Assim que sairmos daqui vocês descobrirão o que é.

Depois de limparmos o laboratório, o Nathaniel já tinha dado um jeito de convencer a chata da irmã a ir embora sem ele. Depois do perrengue que ela tinha passado na biblioteca com o Kentin ela não insistiu em ficar. A Li também foi embora assim que a Priya a liberou. Todos os outros que haviam participado do plano voltaram para a sala onde nos reunimos. Eu finalmente abri a bolsa da Charlotte, e...

...

...

...

Mais tarde, no hospital...

Eu havia recebido alta do hospital e estava prestes a ir embora com meus pais. Eu já me sentia muito melhor, mas me preocupava o fato do Castiel não ter ido mais me ver.

— Mãe... Tem certeza que vocês ligaram para ele avisando que eu vou sair?

— Filha, não duvide de nós. A não ser que você tenha me dado o número errado, eu liguei sim.

— Não, o número está certo, é esse mesmo. Eu só não entendo porque ele não atende, eu queria... Eu queria que ele estivesse aqui.

— Paula, se acalma, isso pode não te fazer bem.

— Eu estou bem, mãe. Só queria que o Castiel viesse ficar comigo.

— Eu sei, você já disse. Mas, nós estamos aqui com você, seu pai e eu. Além disso, o seu namorado deve ter mais o que fazer.

— O que deve ser tão importante assim para ele não vir me ver?

— Sei lá... Talvez ele esteja estudando...

— Essa hora, mãe? Duvido!

— Ah, eu não sei! Você o conhece melhor que eu. Como que eu vou saber?

— O que estão discutindo? – Meu pai entrou no quarto para me levar.

— Nada, pai.

— Nada não, querido. Ela está preocupada porque o namorado não veio mais nem atende o telefone, é isso. – Minha mãe foi logo dando explicações.

— Não fique chateada, filha. Tenho certeza que ele deve ter boas razões para não ter vindo.

— Oi? - Estranhei completamente a atitude do meu pai. – Você... Defendendo o Castiel?

— O quê que tem?

— Não, peraí... Tem alguma coisa muito errada. Eu estou delirando, por acaso?

— Não. Você já está muito bem.

— Então... Não entendo mais nada. O que houve enquanto eu estava mal para você agora defender o Castiel.

— Não o estou defendendo, minha filha, apenas tentando justificá-lo por ele estar ausente.

— Pior ainda! Pai, eu te conheço. Você não aceitou bem o fato de eu ter um namorado, e agora você está achando normal ele nem ter vindo me ver aqui no hospital? Em outra ocasião você aproveitaria para me dar mil e um motivos para me convencer a terminar com ele.

— Se você quiser que eu dê todos os motivos, eu dou.

— Ah, ah, claro que não, não vai funcionar. Eu não terminaria mesmo. Nem que você quisesse. Mas, confesse que é estranho. Hum... Tem algo que vocês não querem me dizer?

— Filha, vem cá... Me diz uma coisa. Você gosta mesmo tanto assim desse rapaz?

— Pai... – Apesar da minha desconfiança, eu fui sincera. Fui totalmente sincera, mais do que nunca. Depois de tudo que eu havia passado eu precisava dizer a meus pais tudo que eu sentia. Eu precisava falar com o meu coração. – Pai, eu amo o Castiel.

— Ama mesmo?

— Amo. Eu nunca imaginei que o primeiro amor pudesse ser assim tão... Tão arrebatador, sabe?... Mas é. Talvez não seja sempre assim para todo mundo, mas para mim foi assim. E vocês podem dizer que eu sou muito jovem para saber se é amor de verdade, mas... Como eu vou saber se eu não viver esse amor plenamente?

Minha mãe sentou ao meu lado com um sorriso compreensivo.

— Você está certa, filha. Está certíssima em querer viver esse amor plenamente. Porque eu vejo nos seus olhinhos o quanto esse sentimento te faz bem, te preenche, te completa. Esse um momento todo especial na sua vida e você tem que dar todo sentido a ele. Por isso, viva esse amor, aproveite ao máximo. Mas, não se esqueça de que para dar sentido a algo, mesmo a um sentimento, é preciso pensar antes de agir. E que antes de amar alguém, devemos amar a nós mesmos. Ok?

— Ok, mãe. Eu entendi.

Nós nos abraçamos e meu pai também me abraçou. Eu percebi que, a partir daquele dia, tudo seria diferente entre nós. Eu estava crescendo, me tornando uma mulher, e eles compreendiam isso. E o melhor: eles confiavam em mim. A confiança e o amor entre minha família jamais seria abalado, porque nos respeitávamos, e isso fazia tudo dar certo.

Alguns minutos depois eu estava voltando para casa. Feliz por sair do hospital e por todo aquele estresse ter acabado, mas decepcionada por não estar ao lado do meu amor, o meu namorado.

Onde ele poderia estar? E o que estaria fazendo?

...

...

...

— Mas que... Nada?! Não tem nada!

— Como assim nada?

— Nada! Não tem nada aqui!

— Você procurou direito?...

— Não tem nada nessa porcaria de bolsa! – Joguei a bolsa da Charlotte no chão com raiva por não ter encontrado a maldita droga nem nenhum indício dela.

— Não consigo entender... – Nathaniel falou. – Quando eu mandei a mensagem fingindo ser a Ambre, a Charlotte me garantiu que ainda tinha a droga na bolsa para dar a Paula.

— Mas, não tá aqui! Será que não entende? Ela só pode ter mentido! Aquela...

— Castiel, não fique assim. Vamos pensar em alguma coisa...

— Pensar em quê, Lysandre? Pensar em quê? Eu pensei nessa merda toda desse plano para não dar em nada!

— Vamos encontrar alguma coisa, mas ficar assim não vai resolver nada.

— Ah, vai. Vai sim. Vai sim, sabe por quê? Porque eu vou agora mesmo atrás daquela desgraçada da Charlotte e vou arrancar a verdade dela nem que seja pelas tripas.

— Castiel!

Aproveitei que eu estava com o sangue fervendo para descer as escadarias correndo e ir atrás da Charlotte. Eu sabia que os outros estavam vindo atrás de mim, mas eu já não me importava com mais nada. Eu tinha que fazer a maldita da Charlotte pagar pelo que ela tinha feito.

Porém, quando cheguei à frente da escola... Uma visita nada agradável estava por lá.

— Ei, rapaz! Você estuda aqui?

— Sim... – Eram policiais. Pareciam procurar alguém. Logo os outros chegaram atrás de mim e, claro, também se surpreenderam.

— Seu nome. – Um policial pediu.

— É... Castiel...

— Não é ele. – Disse outro.

— Sabe onde podemos encontrar um estudante chamado Armin?

O Armin saiu da escola com cara de assustado. Por que será que estavam procurando por ele?

— Err... S-Sou eu o Armin. P-Por quê? – Ele se apresentou e logo um dos policiais foi pegando em seu ombro.

— Venha conosco, rapaz. Você tem que nos acompanhar.

— Para quê?!

— Recebemos uma denúncia. Venha. Vamos apenas conversar. Seus pais já foram informados.

— Mas... Mas...

Nathaniel, Lysandre e todos os outros começaram a perguntar por que o estavam levando, o que ele tinha feito, mas os policiais não queriam responder, até que um deles contou: o Armin tinha sido denunciado por invasão de contas privadas na internet.

Ficamos chocados. O Armin tinha mesmo feito isso, mas apenas para investigar as chantagens que a Íris estava recebendo. Quando ela percebeu o que estava acontecendo, começou a chorar descontroladamente.

— Íris, calma!... – A Priya tentou tranquilizá-la, mas não adiantou.

— Não, eu não posso me acalmar! Por minha culpa estão levando o Armin preso!

— Não, eles não podem prender o Armin assim, ele é menor de idade. Eles só vão averiguar a denúncia, tudo vai ser esclarecido, calma...

— Vai... Vai sim. Tudo vai ser esclarecido. – A Íris saiu do meio de nós com uma determinação incrível e foi até os policiais.

— Não podem levá-lo! Se ele invadiu a conta de alguém foi para me ajudar.

— Como é, garota?

— É isso que eu estou dizendo. O Armin não tem culpa de nada. Ele fez isso por mim.

— Ah, é? Então, venha. Você também vai conosco falar sobre isso.

Os problemas só aumentavam. Eu parei de pensar um pouquinho só no que eu queria e me ofereci para acompanhar a Íris. Ela estava muito abalada, coitada.

No final, todos nós acabamos na delegacia.

Como o Nath e eu somos emancipados, pedimos para não se comunicarem com nossos pais. Mas, com os outros foi diferente. Chamaram o Leigh por causa do Lysandre e também um dos pais ou responsável pelos outros. Logo o circo estava armado. Todo mundo queria saber o que aconteceu para irmos parar numa delegacia e ninguém entendia nada muito bem. E nessa hora tudo que eu conseguia pensar era em estar com a minha namorada. Eu havia pedido para a mãe dela me avisar se ela saísse do hospital. Ela já havia me deixado um recado dizendo que estavam chegando em casa, mas eu estava lá no meio daquela confusão toda sem poder sair. Não teve jeito, eu tive que pôr ordem.

— SILÊNCIO!

Gritei bem alto. Não só todo mundo olhou para mim como também os policias, que fizeram cara feia. Mas, agora que eu tinha a atenção e uma ideia na cabeça, eu precisava falar.

— Olha só... Foi mal o grito, mas era necessário. Peço apenas que me escutem, eu posso explicar tudo que tá acontecendo...

Eles já iam começar a falar todos ao mesmo tempo de novo e outra vez eu gritei:

— Dá pra calarem a boca! Cassete, me deixem falar, porra! – Recebi novamente a atenção mesmo com as caras feias, e aproveitei. – Muito bem, o negócio é o seguinte... Eu posso não ser o que tem mais cara de confiável aqui, mas se eu sei de uma coisa é que esse cara não fez nada de mal para ser punido. – Apontei para o Armin e expliquei: - Ele hackeou uma conta de e-mail? Sim. Mas, foi por uma boa causa, e além do que, a dona do e-mail hackeado já sabe de tudo, e para ela está tudo bem. Não é, Íris?

— É, é sim. Eu nunca denunciaria o Armin por isso, ele entrou na minha conta para me ajudar.

— É isso! – Continuei. – Uma garota que estuda com a gente, ela se chama Charlotte, ela estava chantageando a Íris. Ela... Bem, ela achou que a Íris tinha feito algo de propósito que ela não gostou, mas a verdade é que a Íris não tinha culpa de nada, ela era também uma vítima das circunstâncias. Só que essa desgraçada da Charlotte é muito vingativa e armou um planinho sórdido para fazer mal a Íris. Ela estava fazendo tudo por e-mails anônimos, mandando mensagens ofensivas e até chegou a pedir dinheiro, só para não mostrar umas coisas pessoais da Íris que ela não queria que soubessem. Daí que entra o Armin. Ele é muito bom em informática e usou seus conhecimentos para ajudar a Íris a descobrir quem a estava chantageando.

— E o que você tem a ver com isso, rapaz? – O delegado perguntou.

— Pra começar eu sou amigo da Íris, ela contou a mim e a minha namorada o que estava acontecendo e nós decidimos ajudar. O Armin entrou nessa com a gente.

— E quem é sua namorada para ela confirmar?

— Ela não está aqui, ela estava internada no hospital e recebeu alta só há algumas horas. Aliás, ela estar internada é outro ponto dessa história.

— Como assim?

— A Charlotte, a mesma que chantageava a Íris, também fez muito mal a minha namorada. Ela deu uma espécie de droga para ela.

— Uma droga? Explique melhor.

— A minha namorada começou a passar mal há alguns dias. Pensamos que... Que era outra coisa, sei lá, que estivesse doente. Mas, há dois dias ela foi parar no hospital e o médico disse que ela havia sido infectada por umas drogas, uns componentes utilizados em remédios, mas que da forma como foram dados a ela podem fazer muito mal... Até matar.

— Você tem noção da gravidade dessa denúncia, rapaz?

— Tenho. E tenho mais noção ainda da gravidade do que essa infeliz da Charlotte fez, tanto com a minha namorada quanto com a minha amiga.

— Parece que temos alguns crimes aqui. Você tem como provar o que diz?

Respirei fundo inconformado de não termos achado nada na bolsa da Charlotte, mas mesmo assim eu a entreguei.

— Não, não temos como provar. Infelizmente. Eu... Eu bolei um plano com os meus amigos para pegar a bolsa dela, para procurar uma prova que fosse da culpa dela, por isso todos nós estávamos na escola agora há pouco... Mas, não achamos nada. A hora que vocês chegaram a Charlotte devia ter acabado de sair.

Um dos policiais se pronunciou: - Hum... Eu estava chegando quando vi três garotas saindo da escola antes de vocês. A primeira eu achei que tinha uma atitude um tanto suspeita. Ela pareceu se assustar quando viu a viatura. Ela tinha cabelos castanhos, amarrados num rabo de cavalo...

— É essa! É a Charlotte. – Eu disse e vi o delegado pedindo para outro encontrá-la. O que estava falando continuou:

— Alguns minutos depois quem saiu foi uma garota loira e logo em seguida uma aparentemente chinesa.

— São a Ambre e a Li, as amigas da Charlotte. – Eu informei.

— E quais as razões que essa tal de Charlotte teria para fazer tudo isso contra essas duas garotas, sua namorada e a senhorita aqui presente?

Ela apontou para a Íris que olhou para todos, muito envergonhada, mas a vi respirar profundamente e tomar coragem para dizer:

— E-Eu estava namorando um garoto que conheci no Beelove, um aplicativo de encontros. Bom... Eu não sabia que ele estava saindo comigo e com a Charlotte ao mesmo tempo... Mas, a Charlotte descobriu. E resolveu se vingar de mim! Achou que o namorado dela tinha traído ela comigo. Foi isso.

— Entendi. E aí ela começou a te chantagear. – Concluiu o delegado.

— Foi sim. Como eu não queria que ninguém soubesse, ela se aproveitou para fazer o que fez.

— Ok. – O delegado olhou para mim. – E quanto a sua namorada. Por que essa moça a drogou?

— Porque... É... É uma razão bem... Infantil. – A história era tão boba que tive receio de que ele não acreditasse. Eu não sabia em como dizer os motivos que levaram a Charlotte a fazer o que fez, porque não dava nem pra eu entender direito. Ainda bem que o Nathaniel se pronunciou pra me salvar.

— Senhor delegado, eu acho que posso dar uma explicação para essa questão. Eu tenho uma irmã, a garota loira que o policial disse que viu saindo da escola antes de nós. O nome dela é Ambre. Bem, ela é a melhor amiga da Charlotte e ela... Ela sempre foi apaixonada pelo Castiel. – Ele apontou para mim. – Bem, o que soubemos é que a Charlotte contou para a minha irmã que o Castiel estava namorando e convenceu a minha irmã a se vingar da namorada dele, que inclusive é uma colega nossa e as duas não se dão muito bem.

— Então, deixa eu ver se eu entendi, jovem... A tal da Charlotte e a sua irmã tramaram contra a namorada dele apenas por uma vingança boba de adolescentes e que, no entanto, acabou numa tentativa de envenenamento por drogas?

— É... S-Sim, mas... Senhor, não é porque a Ambre é minha irmã que eu vou defendê-la, mas... Eu posso garantir para o senhor que ela não sabia exatamente do que se tratava a tal vingança que a Charlotte propôs.

— Hum... Veremos. Terei que chamá-la para ver o que ela vai falar.

— Quando ela falar o senhor verá que ela não sabia no que estava se metendo. A Ambre não é tão... Perspicaz, entende? A cabeça de tudo é a Charlotte. Ela fez mal a duas pessoas que gostamos e queremos que a justiça seja feita. E quanto ao Armin aqui, todos nós podemos garantir que o que ele fez foi só para ajudar.

O Armin olhou para a gente com olhar agradecido, mas permaneceu calado enquanto o delegado dizia: - De qualquer maneira, o que ele fez foi errado. Quem comunicou o fato foi justamente o dono da conta Beelove que teve a conta invadida.

— O meu ex? – A Íris indagou.

— Creio que sim, pelo que acabaram de me contar. Mas, disso falaremos depois. Vamos agora nos ater aos fatos mais importantes, ou seja, a denúncia que fizeram contra essa garota chamada Charlotte. Ela já está sendo procurada. Digam-me... Vocês têm alguma coisa para que eu possa interrogá-la? Pois, sem uma pista sequer de que ela tenha cometido essas faltas que me contaram, eu não poderei fazer nada.

O Armin se pronunciou. – Eu tenho provas do que ela fez contra a Íris. Eu sei que isso só vai me queimar mais, mas eu tenho tudo num pen-drive. – Ele tirou o pen-drive do bolso e entregou. – Aqui está. Eu sei que não deveria ter ido tão longe invadindo as contas, mas... Se eu vou me dar mal, a Charlotte também vai.

Pronto. O caso da Íris estava praticamente resolvido, mas faltava o meu, ou melhor, o da minha namorada. Como provar o que a Charlotte tinha feito contra a Paula se eu não tinha achado nada na bolsa dela no final.

Depois de mais algum tempo o delegado nos liberou e eu fui para casa, acompanhado pelo Lysandre e pelo Leigh. Eles foram porque tinham que buscar a Rosalya que estava na minha casa arrumando a festa surpresa que havíamos pensado para a Paula. O Alexy havia ajudado, mas tinha ido embora quando soube sobre o Armin. O triste foi que ficou muito tarde e minha surpresa tinha ido por água abaixo.

—... Quando o Leigh ligou para me dizer o que estava havendo com vocês eu quase caí pra trás. – A Rosa foi logo dizendo enquanto abraçava o namorado. Aquela cena deles dois não estava me ajudando nem um pouco.

— Deu tudo errado. – Falei. – Eu pedi pra vocês arrumarem minha casa pra uma festa surpresa, e olha só. Acabei nem mesmo indo buscar a Paula no hospital. Ela deve estar achando que eu tenho coisa mais importante pra fazer do que ficar com ela.

— Não fica triste, Castiel. – O Lysandre, como sempre, tentou me acalentar. – Olha, a Rosa e o Alexy fizeram um ótimo trabalho. Nós podemos fazer a festa amanhã, que tal?

— Não sei... Vou pensar. E ver se a Paula não está me odiando por eu não ter ido mais vê-la.

— Imagina... Ela te ama. Ela vai te perdoar, você vai ver, ainda mais quando souber tudo que você fez hoje. Aliás... – Ele reparou numa coisa. – Você acabou ficando com a bolsa da Charlotte?

— Foi. Depois eu jogo isso no lixo.

Eu entrei na minha casa depois de me despedir deles. Vendo como tudo estava bonito para a surpresa para a Paula não pude deixar de ficar triste por meu plano ter dado errado no final.

Eu joguei a porcaria da bolsa da Charlotte no chão e me joguei na minha poltrona, muito cansado. Peguei o celular para ligar para a Paula quando o Dragon chegou perto de mim se esfregando em meus pés.

— Oi, campeão! Sentiu saudade de mim, não foi? Mas eu não te deixei sozinho muito tempo. A Rosa e o Alexy cuidaram bem de você, hein? – Fiz um carinho no meu cachorro e antes de telefonar, resolvi agradá-lo. – Eu vou buscar uma coisa pra você comer, tá? Também tô morrendo de fome...

Levantei para pegar a ração dele e quando voltei o Dragon estava mexendo na bolsa da Charlotte, quase rasgando, como se alguma coisa o incomodasse e ele estivesse procurando.

— Ei! O que foi, cara? Tá mexendo aí por quê? O que você achou?

Comecei a pensar que ele devia ter sentido algum cheiro estranho dentro da bolsa e por isso havia ficado agitado. Peguei e tirei de novo todas as coisas de dentro, jogando tudo no chão mesmo.

— Aí só tem coisa de mulher, Dragon. O que você quer?

Ele começou a farejar as coisas que haviam caído no chão, mas depois de uns segundos voltou a atenção novamente para a bolsa. Comecei a desconfiar...

— Cheira mais, garoto. Vai. Me mostra o que você achou.

Entreguei a bolsa para ele. Ele pegou com a boca, sacudiu e jogou no chão. Quando ele jogou a bolsa vazia, ouvi um barulho como estranho. Foi bem baixinho, mas foi um barulho de plástico, sendo que a bolsa era de couro. Peguei de novo e apalpei a bolsa inteira até que minha mão tocou em algo diferente, que não deveria estar ali. Descobri que naquele cantinho, por dentro, havia um compartimento secreto, escondido pelo forro da bolsa. Compartimento esse que, quando abri...

— A droga! Não acredito! Dragon! Você achou a droga que a Charlotte deu a Paula!

...


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Notas finais do capítulo

Continua...