Quem é você? escrita por SthefanieAngel


Capítulo 7
O desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Finalmente chegamos ao momento mais esperado da estória, daqui em diante espero que seja ainda mais cativante! ♥



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Um clarão incomodava a visão de Luna, tudo em volta ainda era mantido em silhuetas. Algo como uma onda de choque transitava pelo seu corpo a obrigando não se mover. Ruídos afiados machucavam os seus ouvidos, a fazendo contorcer seu rosto, irritada. Um borrão nevado se movia entre vários instrumentos. Luna piscava algumas vezes, tentando entender o que era e onde estava.

— Olá mocinha, bom ver que está se recuperando. — Assim que aquela voz estranha se pronunciou, tudo foi ficando claro e Luna pode ver que estava reclinada sobre uma cama de hospital. Seus pais, estavam sentados em um sofá à sua esquerda, preocupados.

—Como você está? — Sua mãe se aproximava delicadamente.

—Acho que bem... — Sua voz era fraca.

—Ela vai precisar de ficar em repouso. Creio que até amanhã terá alta. — A enfermeira responsável fazia seu relatório e informava os pais de Luna. No meio da conversa, ouvia-se que não havia faturações e seu estado era razoável. Luna se lembrava da gangue que a atacara, trazendo lembranças ruins consigo. Seus olhos levantaram em alerta e moveram em toda a extensão do cômodo.

—Você pode ficar tranquila... Suas amigas estão bem. Sofreram algumas faturações, mas estarão bem logo. — A ajudante tentava acalmar Luna, mas a deixava confusa.

A porta de entrada derrapava para a esquerda, revelando uma imagem conhecida. O cabelo escarlate entrava em contraste com tudo que existia de pálido. Em pouco tempo, ele estava ao lado de Luna, ofegante.

—Você está bem?! — Logo atrás, vinha Emy, com os olhos marejados.

—Ficamos preocupados! O que aconteceu com você?! — A voz de Emy voz era mais alta que o normal, como se quisesse dar uma bronca em Luna.

Sem como reagir, mantinha a boca entreaberta. O olhos de Saito eram sérios e atormentados, deixava suas mãos escorarem na beira da cama e sua respiração até então, era acelerada.

— Acho que agora ela precisa descansar, garotos... Assim que estiver melhor, irá nos contar o que aconteceu. —Akemi tentava acalma-los, mas os olhos de Saito não desapegavam de Luna, fato que a fez corar, mesmo naquele estado.

—Fique bem logo, estamos todos torcendo por você. — Um sorriso sincero vinha de Saito, que despedia bagunçando os cabelos de Luna com cuidado.

Todos se retiravam do quarto gradualmente, restando apenas sua mãe. Dois dias se passaram dolorosamente, Emy e Saito a visitavam durante seu repouso, trazendo merendas e flores. Permaneciam, também, algum tempo ao seu lado durante a tarde e lhe contavam estórias sobre o que acontecia do colégio. Luna não ouvia aquela voz ou se quer a sentia. Começava a refletir se as pancadas na cabeça à trouxera de volta ao normal. Tudo ocorreu de forma tranquila e positiva. No terceiro dia Luna já se despedia do hospital. Na porta de saída em frente ao balcão da recepção, um grupo de garotas caminhavam em conjunto, algumas com muletas, enfaixadas e com cadeira de rodas. Quando viram Luna, um burburinho se iniciou.

—M-me desculpe! Isso jamais irá acontecer novamente! — Em tom de desespero, sua líder, reclinava ao chão, implorando por perdão. As outras choramingavam, com medo e com dores.

Luna apenas observava ao lado de seus pais, sem entender. E antes que pudesse dizer algo, todas saiam do hospital apressadamente.

— Nossa... Parece que elas realmente se preocupam com você. — Seu pai comentava, impressionado com a ação de lealdade da garota.

Luna partiu para a casa, tentando se lembrar de algo que poderia ter acontecido antes de apagar, mas nada além dos chutes e socos apareciam em sua memória. Assim que chegaram em casa, a garota foi descansar em seu quarto enquanto sua mãe preparava uma sopa quente.

Mais um dia se foi e pela manhã, Luna se arrumava para ir à escola. Seus pais esperavam o momento certo para lhe perguntar sobre o ocorrido.

—Por favor, tome cuidado na hora de ir... — Akemi acariciava as mechas de Luna, relutante.

—Tudo bem, mãe... —Ao abrir a porta, defrontou-se com o garoto de cabelos ruivos, amparado ao lado de fora do portão de grades, olhando para o alto, entediado com o tempo.

"S-saito?!" Numa súbita emoção, voltou-se para dentro de casa, sem rumo.

—Olha! Parece aquele seu amigo, não é? — Akemi ia chama-lo quando foi impedida por Luna, que agarrava seu braço e lhe puxava para o interior.

—O que foi?! Porque está tão vermelha?!

Luna permanecia a olhando constrangida sem soltar-lhe o braço.

—Realmente, ele é bastante bonito... Mas, não precisa ser tão tímida, vai lá! — Sua mãe a pegava pelo braço e a empurrava para fora de casa, fechando a porta. O som da batida atraiu a atenção de Saito que estava se preparando para ir embora.

—Luna! — Ele acenava alegremente.

Quando o alcançou, seguiu em frente sem o esperar.

—Nem um "bom dia"? — Ele se punha ao lado de Luna, caminhando na sua velocidade.

—Como conseguiu meu endereço?! Meu telefone?... —Sua fala soava zangada.

—Eu tenho meus contatos, além do mais... Não quero que algo como aquilo aconteça novamente com você. — Ele bagunçava o cabelo de Luna, brincalhão, o gesto já estava se tornando um hábito.

Suas palavras aqueciam o coração de Luna e seus pensamentos foram de encontro com a voz estranha que havia se apagado da sua mente.

Ao chegarem na escola, andando um ao lado do outro, começaram a atrair olhares e rumores. As pessoas confirmavam seus boatos e cochichavam entre si. Saito aproveitava o momento em que eram tratados com tantos afrontamentos e levava seu braço em volta do pescoço de Luna. Ela pegava sua mochila e colocava em frente ao seu rosto, acelerando seus passos para se livrar de Saito.

— Boa aula, na-mo-ra-da! — Ele ria e acenava para Luna, que entrava em sua sala e rastejava até o fundo. Ainda mantendo a mochila em frente ao seu semblante, sentia que não era o suficiente para não ser atingida pelos vários julgamentos. Todos no colégio pareciam ter parado para comentar sobre a novata, que passou vários dias no hospital e acabara de voltar namorando o garoto mais cobiçado do ginásio. Luna olhava para o acento de Emy como um pedido de ajuda, mas ela não lhe virava as costas. Pensava se ainda estava irritada por tê-la causado preocupação.

—Luna? — Uma moça de sua idade e cabelos curvos de fios dourados arruivados, aproximava de seu rosto. Seus olhos eram brilhantes índigos, maiores que o normal, junto de cílios graciosos e volumosos. Suas bochechas levemente rosadas, relevando sua boa saúde, junta de uma pele limpa e radiante. Seus traços eram estrangeiros e todo o conjunto de sua aparência, a fazia parecer uma boneca de porcelana. — Prazer em conhece-la, me chamo Mei. — Ela se sentava ao seu lado, sorridente.

—E-eu sou Luna. — Toda sua beleza, a deixava sem jeito.

—Espero que possamos ser amigas. — Ela se voltava para seus afazeres, gentilmente.

As aulas se passaram como as outras e logo o sinal para o intervalo ressoou. Mei puxou sua cadeira para perto de Luna.

—Você não possui nenhuma amiga, ainda? — Luna olhava para Emy, que ainda a ignorava.

—Oh... Você diz a Emy? Soube que ela tem uma queda pelo seu namorado. Vocês namoram, não é? Você e Saito... — Seus olhos fitavam os de Luna, curiosa. Ela gostaria de dizer que sim, mas hesitou.

—Pelo visto, parece que sim. —Mei sorria graciosamente, demonstrando uma áurea amigável.

Elas deram um passeio em volta da escola e não havia sinais de Saito. Luna começava a desconfiar que ele havia matado aula novamente, já que não tinha o visto durante o dia inteiro.

Os portões eram abertos para que os alunos fossem finalmente para casa. Emy saia apressadamente da sala e seguia desacompanhada até a saída. Mei se despedia de Luna e ia para um caminho oposto. Ao chegar em casa, corria para seu quarto, os livros agora eram substituídos pelas mensagens de texto e as novelas eram adiadas. Seus pais apreciavam a mudança em sua filha, ela se mostrava mais disposta, sociável e feliz. Luna havia enviado várias mensagens para Emy antes de se deitar, que não respondia.

Quando foi-se dormir, agradecia pelo dia maravilhoso que havia sido hoje. A vida que sonhava todos os dias em ter, estava se aproximando pouco a pouco, deixando Luna ansiosa pelos acontecimentos que viriam nos dias seguintes. Sua noite havia sido agradável e confortável, dormia pesadamente e tinha sonhos prazerosos.

Quando a manhã se arrastou ao seu quarto, a casa era silenciosa e os pássaros pousavam em sua janela assoviando. Se virava para o lado, preguiçosa, deixando que seu braço caísse para fora da cama. Sua mão apalpava uma superfície quente e macia que a fez estranhar. Um pouco sonambula esticou seu pescoço para longe dos cobertores em direção ao chão. A cena que presenciava fazia seu rosto empalidecer e seu corpo gelar. Sem nem pensar se afastou sobressaltada, manifestando um grito que foi capaz de afastar até as aves que repousavam pacificamente nas árvores de sua rua. Um corpo masculino se levantava do chão, seus ombros eram largos e seus músculos eram definidos, junto de uma estatura franzina. Os cabelos possuíam fios prateados e alvos, que caíam sobre seu rosto em desordem. O rosto por sua vez era angelical, contudo seu maxilar desenhava traços fortes de um homem robusto. Seu corpo parecia ter sido perfeitamente esculturado por uma mão divina. Sua pele parda e pouco pálida, fazia suas mechas terem aspectos mais cintilantes. Ele mantinha os ombros caídos e a feição quebrantada.

— Q-QUEM É VOCÊ?! — Ela tampava os olhos com as mãos, pois o homem estava completamente nu.

 


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