Capítulo 24

Naruto analisava a cena que tinha diante dos olhos. Após tanto esforço para se concentrar e encontrar um ponto certo de meditação e fluência de chakra, todo processo parecia ter ido água abaixo quando um desconhecido vindo da floresta aparecera bem no meio exato do semicírculo que ele e seus clones faziam com Hinata. Hinata mantinha os olhos bem abertos, arregalados em susto ou surpresa, ele n sabia dizer. Poderia ser um inimigo?

Não, inimigos não mostram sua presença daquela maneira. Bem... Naruto se lembrou do primeiro teste que fez com Kakashi, onde ficou parado igual a um idiota sem ao menos esconder sua presença e tentar um ataque surpresa.

Bom, não podia descartar a possibilidade de inimigo. A mão de seus clones deslizou para o porta kunais. Um deles já estava preparado para levar Hinata dali. Tirou seus olhos da moça que ainda parecia paralisado e voltou a olhar pro estranho.

Em outra situação ele teria rido da expressão e forma de falar dele. Não tinha se enganado ao ouvir que a frase dita pelo desconhecido era quase uma rima e dita como um verso de rap barato. Usava óculos escuros, o cabelo era branco e curto. Sua roupa ninja só não chamava atenção pois dividia olhares com várias pontas de espadas que ele carregava nas costas. Seus braços estavam cruzados na frente do corpo e seus polegares levantados de um jeito que lembrava muito alguém que Naruto sempre admiraria : Maito Gai.

        Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa viu as mãos de Hinata se apoiarem no chão dando impulso para uma cambalhota que fez o corpo dela girar duas vezes no ar até que pousou alguns metros longe do estranho. Byakugan ativo, mãos em frente ao corpo, fazia tempo que ele não via uma luta dela.

—Naruto-kun, mexa-se. — Hinata mexeu os lábios levemente, torcendo para que ele fosse capaz de ler o que ela estava dizendo.

Naruto não perdeu tempo, com um movimento foi pra longe, a kunai em mãos e a adrenalina já percorrendo seu corpo pronto para iniciar sua defesa.

—Yo! Vamos abaixar as armas, não estou aqui pra lutar, como eu já disse só quero conversar.

Naruto teve que controlar o riso daquela vez, o cara era ridículo falando todas aquelas coisas rimadas.

—Quem é você? — Naruto ainda tinha a kunai na mão e observava Hinata que não saíra de sua posição de luta.

Bee esticou o braço para frente em direção a Naruto, o punho fechado ia em direção a ele como um soco.

— Vamos, encoste seu punho e você vai entender.

Naruto olhava para o estranho sem entender direito o que está acontecendo. Ele sempre foi conhecido por suas atitudes impulsivas, por isso Hinata não se surpreendeu quando viu o namorado erguendo o braço direito e fechando o punho na mesma posição que Bee mantinha seu braço. Devagar encostou  seu punho ao de Bee.

— Yo, sou Gyūki, ou Hachibi, ou Hachibi-sama como o Bee costuma a dizer.

Em um lugar profundo e escuro a Kyuuby grunhiu.

— Yo, Kyuuby, já faz muito tempo, não é mesmo?

— Você é um biju? - Naruto falou com seu costumeiro desespero na voz.

— Exatamente, Bee é meu jinchuuriki. Bom, até mais, Bee vai assumir daqui.

Naruto sentiu o punho de Bee se afastar e a imagem do Hachibi sumiu da sua cabeça aos poucos. Esse homem a sua frente era um jinchuriki, como ele.

—Eu disse que não precisava temer, eu só queria te conhecer. — Bee cruzou os braços sobre o peito e esperou a reação de Naruto.

—Você é amigo do seu biju?

—Ele não é meu, nós somos amigos. — Era a primeira vez que ele não tentava fazer rima — ele sentiu o seu logo quando nós chegamos — Bee ergueu um dedo e tocou na barriga de Naruto, o local do selo.

—Yooooooooh! Eles conseguem se falar? — Naruto parecia ter esquecido totalmente de como aquele encontro era anormal e já estava empolgado querendo extrair mais e mais informações sobre o cara que era um jinchuuriki, como ele.

—Você diz Gyūki e a Kyuuby? — Naruto balançou a cabeça de forma efusiva em confirmação — Só quando nossos punhos se tocam, assim nossos chakras se tocam também.

Distante de toda aquela conversa, e ainda tentando entender alguma coisa, Hinata observava sem saber o que pensar. Ouvira as palavras biju e jinchuuriki algumas vezes e tentou interpretar se era algo positivo ou negativo ter alguém como Bee por perto. Com o byakugan ativo ela pode ver a massa de chakra concentrada na região do estomago de Bee, e quando o punho dele se encontrou com o de Naruto viu a corrente de chakra dos dois aumentarem, como se realmente estivessem conectando suas energias.

— Seus olhos são bons, garota. —  Bee levantou o polegar para Hinata e sorriu.

—Essa é Hyuuga Hinata, minha namorada, estamos aqui perto na casa da minha mãe.

— Olá, desculpe pela recepção, é instinto tentar se defender. — Hinata se desculpou desativando seu doujutsu e voltando para perto de Naruto.

Ela se perguntava como Naruto conseguia ficar tão a vontade, e tão rapidamente, com um completo estranho. Enquanto observava os dois conversarem conseguia se recordar perfeitamente da dificuldade que ele tinha para fazer novos amigos durante a época da academia. Era comum ver todos se afastando- ou mesmo fugindo- quando ele estava próximo. Hinata queria que por um minuto Naruto se observasse pelos olhos dela.

Queria que ele visse o quanto ele era incrível, que se tornara uma pessoa excepcional ao ultrapassar todas as barreiras que lhe foram impostas ao longo de sua vida. Se Naruto se visse pelos olhos dela veria o quanto uma pessoa como ele era rara, depois de tantos anos de solidão e abandono ele vivia como se nada importasse, como se toda dor que passara tivesse desaparecido. Ela sempre desejou ser como ele, nunca desistir e enfrentar tudo. Ele passara do garoto sem amigos para o homem que era capaz de fazer com que todos ao seu redor colocassem total confiança nele, apenas com sua atitude, ou como ele mesmo dizia: seu jeito ninja.

—Naruto, é o seu nome, certo? — Bee estava sentado frente a Naruto e Hinata —  E vocês são de Konoha. Eu nunca fiz um show em Konoha.

—Show? — Hinata, que até então estava em silêncio perguntou sem controlar a curiosidade.

— Eu sou um grande rapper — Gyūki ria dentro de bia daquela tremenda mentira — Viajo o mundo a pedido dos meus fãs. — Rindo Bee fazia poses espalhafatosas.

— Yoshi! Que legal. — Hinata pensava como Naruto conseguia acreditar naquilo, riu baixinho.

Eles conversaram um bom tempo sobre coisas engraçadas que envolviam rap e as viagens que Bee dizia ter feito. Hinata decidiu que era bom avisar a Kushina o que estava acontecendo, por isso se despediu dos dois e foi para a casa.

—Então, porque não me fala agora o que você está querendo perguntar desde que tocamos nossos punhos?

— Bem, — Naruto coçou a cabeça como sempre fazia quando não sabia por onde começar — Como você se tornou amigo de Gyūki?

— Você teve problema como um jinchuuriki, não é garoto?

— Sim, a Kyuuby sempre tentou sair, bom, ela não é muito feliz em estar presa dentro de mim, sabe? Foi sempre uma queda de braço, quem é o mais forte vence. Quando minhas emoções estavam bem controladas eu conseguia usar um pouco do chakra dela, quando eu deixava as coisas saírem do meu controle ela me dava seu chakra e levava minha consciência.

— Você chegou a liberar quantas caldas sem perder a consciência?

— Na quarta calda eu já não controlo nada. É apenas um borrão vermelho, quando volto a mim tudo está destruído. Eu machuquei duas pessoas importantes assim, não usei mais o chakra dela porque não quero machucar mais ninguém.

—E sobre ser amigo do Gyūki?

—Bem, eu queria entender como você conseguiu amizade com algo que, pelo menos no meu caso, só trás sofrimento e afasta as pessoas?

— Sabe, não foi fácil. Tive os mesmo problemas que você. Eu cresci aqui perto, na Vila oculta da nuvem. Para todos somos armas, grandes monstros de chakra para fazer com que a vila se mantenha segura. Diferente de você eu só tive um irmão por algum tempo, minha   mãe eu não cheguei a conhecer, mas depois ele tinha coisas mais importantes pra fazer.

— Eu encontrei a minha mãe a pouco tempo, cresci sozinho. Tive Iruka-sensei e agora tenho outros amigos.

— Entendo, no final era apenas eu e o Gyuko. Foi bem difícil no começo, ele fazia a mesma coisa que a Kyuuby faz com você, mas depois de um tempo nós começamos a conversar as vezes, ele foi meu companheiro, e como você e eu sabemos dependemos da existência um do outro. 

— Ele deixa você usar o chakra dele?
— Sim, bem, não é preciso se tornar amigo para poder fazer isso. É quase como um acordo, ou explicando melhor, um novo tipo de selamento. Quem selou a Kyuuby em você?

— O meu pai - Naruto nem pensou no que respondeu - desculpe, você deve ter ouvido falar sobre ele pelo nome de Quarto Hokage.

— O lendário, hein? Basicamente, Naruto, controlar um biju é como refazer um selo, mas como é o próprio jinchuuriki que o faz, ele passar a ter controle sobre o selamento.

— Já está falando demais sobre o que não deve, Bee?

Saindo do meio das árvores Darui mantinha seu olhar cansado e seu andar vagaroso, como se fosse muito penoso fazer qualquer coisa. Bee arregalou os olhos e praguejou mentalmente. O Raikage já sabia de sua fuga, e provavelmente  foi quem mandara Darui até ali.

— Hã? — Naruto se levantou apontando para o novo estranho — É seu amigo , Bee-san?

— É mais como meu guarda-costas chato.

— Nossa você é muito importante. — Naruto falou admirado.

—Sim, sim , por isso vamos logo, o Raikage não quer você fora da vila. — Darui foi até onde Bee estava esperando que ele o acompanhasse.

— Diga ao meu irmão que estou muito ocupado no momento, tenho que ajudar esse novo amigo em algumas coisas.

— Você é o irmão do Raikage? — Naruto ficava cada vez mais impressionado com Bee. Rap, amigo de um biju, tinha espadas legais e ainda era irmão de alguém tão importante.

—Bee, você vai me causar um problemão se não for.  — Darui já imaginava a bronca que ia levar de seu líder por não voltar com Bee. Provavelmente o Raikage o arrastaria para ali novamente e levaria Bee com as próprias mãos.

— Porque não fica na minha viagem então? — Bee tentava , inutilmente, fazer Darui concordar com ele em algo, coisa que nunca acontecera.

— Me desculpe, Naruto, não é? — Naruto sorriu confirmando seu nome — Bee precisa voltar pra vila, o irmão dele está preocupado. E me desculpe mais uma vez, vocês tem autorização para estar no país do raio?

—Sim — Naruto assumiu um tom sério — A Hokage conseguiu autorização para entrarmos aqui e minha mãe tem autorização do próprio Raikage para morar aqui há muitos anos.

—Sinto muito, Darui, diga meu irmão que não posso voltar agora, mas não vou me meter em nada que ele considere perigoso, só quero ajudar um novo amigo. Diga a ele que é Naruto que está aqui, ele irá saber quem é.

Sim, todos os kages sabiam da existência dos bijus, era normal o controle que eles exerciam sobre informações sobre quem eram os recipientes do chakra das bijus.

— Ano, vou fazer o que posso. — Darui suspirou cansado — Voltem o que estavam fazendo, eu vou dormir por aqui até pensar em como vou fugir da bronca do Raikage. — Juntando a palavra a ação, Darui foi para baixo de uma árvore e encostou-se la, foi questão de segundos para fechar os olhos e dormir.

—Ele não vai embora — Bee comentou com Naruto— vai ficar até eu terminar, receber uma bronca do meu irmão é bem ruim.

—Não tem problema pra você, Bee-san? — Naruto queria mesmo alguém com quem treinar, mas não queria ocasionar nada ruim para Bee.

—Corta essa, Naruto. Vamos deixar de papo, tenho muita coisa pra te falar. Tem muita coisa pra você aprender, então vamo deixar disso e vamos logo nos mexer.

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Naquela noite Naruto dormiu sob as estrelas. Depois de voltar para a casa e comer voltou para onde Bee e Darui estavam. Os dois estavam comendo alguma coisa parecida com batatas fritas, tinham recusado o convite de Naruto para o jantar. Eles conversaram por tanto tempo e sobre tantas coisas que quando percebeu a madrugada já tinha chego. Resolveu ficar por ali, precisava pensar um pouco, quem sabe o vento da noite ajudasse a clarear seus pensamentos.

Ao sair da vila tinha um objetivo: treinar. Treinar e controlar a kyuuby. Ele resolveu agradecer a quem quer que seja que resolvera ajuda-lo naquele momento enviando uma pessoa que sabia exatamente o que ele precisava até ele. Poucas foram as vezes que algo dava tão certo na sua vida, assim do nada. Na verdade, a única coisa que ele não precisou se esforçar para conseguir foi o amor de Hinata, ele só precisou ser ele mesmo e ela o amou com todo o coração. Esse era um dos motivos para ter certeza que a cada dia amaria aquela garota cada vez mais.

Tudo parecia estar contribuindo para que as coisas se acertassem um pouco em sua vida, a única coisa que estava incomodando eram as palavras de Bee. Pelo que entendeu ele não precisava de uma laço de amizade com a Kyuuby, bastava controlar o jutsu e todos os seus problemas acabariam. Aquilo seria o suficiente? Quando tocou o punho de Bee e encontrou o Hachibi foi capaz de sentir a ligação que existia entre os dois, aquilo era mesmo amizade e fez com que ele pensasse se uma relação daquelas com a Kyuuby seria possível.

“Não faço amizade com humanos, pirralho”, em sua prisão a kyuuby ouvia os pensamentos de Naruto.

”Você se lembra? Eu falei que ia dar um jeito em todo esse ódio que você tem. Está na hora de começar a fazer isso”.

”Naruto... Se você conseguir dominar o jutsu do oito caldas, eu lhe digo meu nome”. A Kyuuby se recolheu e permaneceu em silêncio enquanto Naruto continuava repassando seus pensamentos sobre tudo aquilo.

Saber o nome da Kyuuby era um passo para o inicio de algo além da relação de ódio e sofrimento? Apertou com força a cabeça, parecia que ia explodir a qualquer momento com aquele monte de informação se encontrando, se interligando.

Ele tinha outra opção: continuar procurando a pessoa que poderia lhe ajudar com o selamento, seguir as instruções deixadas nos pergaminhos de seu pai e encontrar o antigo clã. Aquilo significava abrir mão de uma oportunidade que parecia ser a melhor no momento. A questão é que não sabia se estava pronto para enfrentar todas as lembranças dolorosas que faziam parte do seu relacionamento de anos com a Kyuuby.

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Hinata estava no lado de fora da casa que já ocupava há quase um mês inteiro. Desde que Bee apareceu as coisas tomaram um rumo diferente, ela não treinava mais com Naruto, passava seus dias em companhia de Kushina fazendo alguma coisa como conversar sobre sua mãe ou treinar seu controle de chakra.

Naruto ficava horas fora com Bee, quando aparecia em casa ele só conseguia dormir, muitas vezes estava tão exausto que mal comia. Ela sabia que isso acabaria acontecendo, ela vira acontecer aquilo várias vezes durante o tempo em que apenas o observava de longe em Konoha. Ela voltou àquela posição, todo o dia passava cerca de duas horas sentada sobre o galho de uma árvore a cerca de duzentos metros de onde ele treinava.

Ela observava o quanto ele suava sem fazer esforço algum. Ele fica apenas sentado tendo Bee a sua frente , as mãos cruzadas sobre as pernas parecendo fazer um esforço mental absurdo. Hinata podia se lembrar quantas vezes fez aquilo quando crianças, muitos foram os dias em que aproveitava seu horário livre para correr até o campo onde sabia que o time de Naruto treinava. Ficava escondida atrás de uma arvore ou pedra, o byakugan sempre ativo para ver melhor.

Kakashi lhe viu uma vez, Hinata ficou em pânico ao ver que seu segredo tinha se revelado, mas diferente do que ela esperava o sensei de Naruto não disse a ninguém o que vira, ele apenas sorriu e continuou seu caminho. Anos depois Hinata percebeu que ele sempre tinha a consciência que ela estava ali, afinal, ele era um ninja muito bom. No dia seguinte , ao chegar no seu local de observação, Hinata encontrou uma pequena vasilha com doces. Ela agradeceu mentalmente a Kakashi e comeu os doces enquanto via Naruto se esforçar.

La estava ela novamente, assumindo aquele papel que por tanto tempo desejou não ter, o de só observar. As coisas tinham que ser diferentes agora, ela e Naruto tinham sentimentos um pelo outro e ela não deixaria que ele passasse por tudo sozinho novamente. Decidida a não permitir que ele continuasse a se esforçar só levantou enquanto retirava a camada de poeira das suas roupas, mas antes que pudesse dar um passo em direção a ele, viu a pessoa de seus pensamentos em sua frente.

—Hina, podemos conversar? — Naruto estava parado a sua frente, a roupa parecia desgastada e o cabelo mais embolado do que o de costume.

—Você está bem, Naruto-kun? — Em um gesto quase que natural à mão dela foi direto pro rosto dela, estava com tantas saudades — Vamos conversar.

Naruto sentou-se a onde Hinata estava, o mesmo galho que ela tinha utilizado por todos aqueles dias para observar. Muito cansado encostou seu corpo ao tronco da árvore e esticou braços e pernas para conseguir relaxar um pouco.

—Vem aqui mais perto. — Naruto sorria enquanto estendia os braços esperando que ela entendesse que ele queria estar perto dela. Hinata se aconchegou o melhor que pode a ele, Sua cabeça repousou perto do ombro e suas mãos descansaram na altura do pescoço de Naruto. — Me desculpe.

— Do que você está falando?

— Eu não estou passando nenhum tempo com você ultimamente, quando o dia acaba eu estou tão cansado que eu mal tenho forças pra me mexer. — Ele riu do falou, era tão complicado não saber explicar o que sentia, ao mesmo tempo em que queria estar vinte e quatro horas com ela sabia que deveria se dedicar ao treinamento para que estar com ela se tornasse possível no futuro.

—Se alguém tem que pedir desculpas sou eu. Eu nunca consigo te ajudar em nada, queria fazer mais do que te observar. — As mãos dela seguravam o casaco dele com força.

—Saber que você está aqui é ajuda suficiente. — Naruto colocou sua cabeça sobre o ombro dela — Eu já te disse, só preciso que você esteja perto. O que está acontecendo no treinamento é algo que preciso fazer sozinho. Pode até parecer confuso, mas você me amar é a maior ajuda que eu posso ter.

Hinata se aconchegou mais a ele. Naruto parecia tão triste naquele momento e ela teve vontade de agarrar todo aquele sentimento estranho que parecia estar nele e guardar em si, para que ele não sentisse dor alguma. Quando ela o beijou teve certeza que existiam mais coisas que ele não estava contando, e sabia que ele escondia por medo de lhe ferir de alguma maneira.

Foi depois daquilo que ela teve certeza do que estava fazendo. No dia seguinte, durante o treinamento ela apareceu, e não ficou longe como de costume. Naquele dia ela estava ao lado dele, mesmo que em silêncio, ela estava ali, e para ele, foi o suficiente para motivar cada vez mais a sua vontade de aceitar a si próprio e assim conseguir entender o jutsu de Bee e fazer amizade com alguém que nunca imaginou que faria aquilo. Em breve ele com certeza descobriria o nome da kyuuby.