Meu Pecado escrita por Dálian Miller


Capítulo 8
Capítulo 7 – Missão Cupido


Notas iniciais do capítulo

As pontas soltas finalmente começam a se encontrar e a história entra em seu rumo final.

Boa leitura!



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O cantar dos pássaros parecia mais bonito naquela manhã de sábado. O Sol brilhava forte depois da noite de chuva; o clima estava agradavelmente frio e aconchegante. Confortável entre os fortes braços de Renan, um travesseiro branco onde seus cabelos se espalharam de forma aleatória, e coberto por um lençol laranja, Arthur ainda se perdia em belos sonhos. 

Eram 8:00 hs da manhã, e como de costume, o relógio natural do jogador despertava cada parte de seu corpo para um novo dia – Todas as partes mesmo. – Opa! Tenho que tomar cuidado para isso não acordar ele... disse a si mesmo enquanto olhava para a parte de baixo do lençol que os cobria e notar a elevação no tecido. 

Tomando cuidado para não acordar seu amigo, ele lentamente arrastou-se até a ponta da cama e levantou-se sem fazer muito barulho ou alvoroço. Vestido apenas com uma cueca samba canção de cor azul, ele calçou suas pantufas pretas e desceu as escadas, parando na cozinha. 

O que será que o Arthur gosta de comer no café da manhã? Indagou-se. Acho que farei café com torradas mesmo, todo mundo gosta de café com torradas! Concluiu.

O cheiro da bebida logo se espalhou pela casa como borboletas a voar entre as gramíneas. Tocando todos os cômodos acessíveis, aquela fragrância rapidamente chegou ao olfato apurado daquele que ainda repousava no andar de cima. 

Tão manhoso quanto um gato, Arthur espreguiçou-se enquanto bocejava e sentia um pouco de dificuldade em abrir os olhos, olhou a sua volta e viu que estava sozinho. Suas mãos deslizaram pela região onde Renan havia dormido, ainda estava quente. Com força ele agarrou o tecido e o levou a altura de seu nariz, sentindo o cheiro doce de seu perfume. 

— Apesar de grande, ele gosta de perfumes doces? Ai ai Renan... ontem foi tão bom... uma pena você gostar de outra pessoa, mas tudo bem, também já gostei dele, te entendo... 

Interrompendo-o, Renan bateu na porta e avisou que o café da manhã estava pronto. 

— O que você entende? – Riu. – Vem logo, senão vou comer tudo sozinho. 

— Espera, deixa eu me vestir...

— Vem de cueca mesmo, deixa de besteira. Moro sozinho, esqueceu? Não vem ninguém para cá a não ser que eu chame, vamos. – Chamou-o com a mão. 

— Não me sinto tão bem com pouca roupa no dia-a-dia. – Redarguiu. 

— Se vier assim, te leva nas costas, topa? – Fez uma nova proposta. 

Observando-o parado na porta apenas de samba canção, Arthur sorriu. 

— Tudo bem, eu topo. – Levantou-se e seguiu em sua direção. – Ainda não acredito no que estou vendo... você tá muito diferente do garoto de ontem e que conheci, sério, jamais imaginei que eu estaria em um momento desses com alguém legal, na verdade, já imaginei, mas sabe aquelas coisas que você só deseja, mas no fundo não acha que é capaz de conseguir?! 

— Acho que sei sim, também estou feliz, me sinto mais leve, sei lá. – Disse ao sentir um beijo molhado em sua nuca. – Se segura, vou descer correndo... e coloca o amiguinho aí para dormir, ainda é cedo. 

— Idiota! Culpa sua. – Riram juntos. 

***

Sentados em volta da mesa redonda de vidro, onde realizavam a primeira refeição do dia, o momento parecia perfeito para um casal recém-formado, senão por um dos garotos tocar em um assunto mais delicado. 

— Renan...

— Hum? – Respondeu de boca cheia. 

— Ontem... Você ia dizer o nome do Nick durante... bem, você sabe. – Tomou um gole de café. 

Ele engoliu o que estava mastigando e parou por um instante. Estava pensativo. 

— Desculpa! – Baixou o olhar. – Na verdade nem eu sei por que chamei pelo nome dele, acho que distração mesmo. Você é um cara super legal, nos damos bem... gosto de você... 

Interrompendo-o, Arthur continuou.

— Mas seu coração parece gostar de outra pessoa. Tudo bem, também já amei ele um dia, embora hoje sejamos apenas bons amigos. – Arthur tomou outro gole de café. 

— Do que está falando? Não estou apaixonado pelo Nick... não sei, ah! – Berrou. – Que droga de mente bagunçada, não entendo mais nada que se passa na minha cabeça. Você deve tá com ódio de mim e não quer dizer. 

— Relaxa, Renan. Se ficamos ontem à noite, foi coisa do acaso. Nunca alimentei sentimentos entre a gente de toda forma. É melhor deixarmos tudo isso na amizade mesmo. Acho que vou só terminar a refeição e ir para casa, minha mãe deve estar pensando onde estarei nesse exato momento. – Riu. 

— De qualquer forma, desculpa por essa situação... e obrigado por ter me ajudado com aquilo. Vou tentar ser mais mente aberta e me aceitar também. – Renan levantou-se, caminhou até o outro lado da mesa e pediu um abraço antes que ele fosse. 

***

No caminho de volta para casa, seu corpo seguia uma direção, mas seus pensamentos viajam a grandes altitudes e para vários sentidos. A cada passo dado pela praça por onde passava, seus olhos captavam sinais que remetiam a parceiros, duplas ou casais. 

Onde eu estava com a cabeça? Claro que o Renan gostaria mais dele; ambos são excelentes jogadores de basquete, são bonitos, querem carreiras grandiosas no futuro. – Riu. – Eles têm mais coisas em comum entre si do que comigo. Pensou enquanto um fio de lágrima escorria por sua face rosada. Então sentou-se em um banco e pôs-se a observar as árvores em volta, quando avistou dois pardais aconchegados em um galho e, próximo a eles, um pássaro menor, de cor branca, tentava aproximar-se, embora fosse repudiado com ferocidade. Não muito distante, em outra árvore, um segundo pássaro branco parecia tremer pelo frio matinal, sozinho. 

— E se eu for como aquele passarinho branco? Será que estou ignorando alguém parecido comigo para tentar me encaixar onde não me cabe? – Refletiu. – Já sei! Vou ligar para o Nick, a única coisa que posso fazer é juntar esses dois de uma vez. – Enxugando as lágrimas com a ponta da manga de sua camisa branca, Arthur levantou-se e seguiu correndo para casa. Desta vez, sorridente. 

Passando depressa por sua mãe, que o indagou sobre a noite, ele apenas respondeu que foi perfeita, e subiu para seu quarto, onde agarrou o celular deixado sobre a cama e ligou para seu amigo. 

— Atende, atende... alô! Nick? 

E quem mais seria nesse número? Riu. Sim, o que aconteceu para você me ligar tão cedo? Questionou-o.

— Nada demais... na verdade, é sim. Descobri que o Renan gosta de você... 

Oi? Gargalhou. Como assim? 

— É muita coisa para falar por celular – Prosseguiu em tom de sussurro. – Minha mãe vai fazer um passeio com uns amigos dela do trabalho no próximo final de semana, e eu estava pensando em fazer uma “festinha” aqui em casa, assim você conversaria com ele também, se conheciam melhor e tudo mais. Você gosta dele, né? 

Ah, sei lá… ele é um cara interessante, talentoso, mas nunca conversamos muito, ainda mais sobre isso e… pensei que você gostasse dele. Respondeu bocejando. 

— Enfim, depois conversamos melhor. Tchau. – Disse animado. 

Ok! Beijos. Tchau. Desligou

— Acho que já tenho um ótimo programa para o próximo final de semana. – Cerrou uma mão na outra e jogou-se sobre a cama, respirando fundo em seguida. 


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Notas finais do capítulo

Então, estou pensando em postar os próximos (capítulos 8 e 9) juntos, pois... Digamos que o maior problema da história está nesses dois, o que acham? Até mais!



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