Meu Pecado escrita por Dálian Miller
Notas iniciais do capítulo
Confesso que fiquei com um pouco de receio de postar esse capítulo, mas deixei ele bem light, porque sei que nem todos que leem a história têm 16 anos kkk
No mais, boa leitura!
Passados alguns dias após a partida de Renan e Nick, o clima entre o ruivo e Arthur ainda permanecia como uma zona desconhecida, abrigando dois amigos como incógnitas. O hábito de realizarem as refeições juntos na cantina já não seguia roteiro algum, e apenas palavras de cumprimento eram trocadas.
O mais novo, por vezes tentava reanimar sua amizade aparentemente esquecida, no entanto, embora Renan sentisse a mesma vontade, seu orgulho feroz impedia qualquer rendimento de sua parte e tornava falhas todas as tentativas.
E por quase duas semanas permaneceram nesse impasse, até que Arthur decidiu quebrar o gelo e questioná-lo por qual motivo agira daquela forma com ele durante todos esses dias.
No mesmo cenário do primeiro encontro, ele seguiu ao vestiário do time de basquete, encontrando seu amigo sob o chuveiro. A fumaça formada no recinto pelo choque térmico entre a temperatura local e a sentida dentro do vestiário tornava a visão um pouco embaçada, mas era o suficiente para poder ver aqueles cabelos ruivos serem destacados pelo vermelho vívido refletido por feixes de luz que penetravam da pequena janela de vidro na parte superior da parede.
— Renan?! – Arthur o chamou parado em sua frente.
— Arthur?! Que diabos você faz aqui? Por que entrou sem me avisar? Queria me espiar? – Balbuciou enquanto se cobria com uma toalha e com a face rosada, não pela água morna do banho, mas por sua timidez.
Talvez eu quisesse mesmo espiá-lo, seu corpo é muito bonito, o cheiro de seu perfume é bom e ele é bem companheiro, ou pelo menos era, mas esse não é o foco. Pensou.
— Eu queria falar com você, está estranho comigo desde o jogo contra o time do Nick; mal fala comigo, não almoçamos juntos e não está me dando atenção agora, enquanto estou falando. – Reclamou.
— Não acho que esse seja o melhor lugar para conversarmos sobre isso. Me encontre na minha casa hoje à noite, às sete horas...e agora, podia me dar licença? – Redarguiu.
— Tudo bem. – Disse sorridente.
Um fio de esperança surgiu com o convite. Discretamente, Arthur soltou um sorriso de canto de boca carregado de satisfação.
Em sua mente ele deixou o local saltitando, mas não podia demonstrar seu lado infantil e sua fraqueza visível, então, optou por um simples e conveniente “até mais tarde então” e atravessou a porta do vestiário sem olhar para trás, quando bateu em um jovem de cabelos escuros que passava logo em frente. Ele pediu desculpas e continuou envergonhado.
Muitos eram os questionamentos de Renan. A mudança para Drit’Flig havia causado uma avalanche de conceitos e gostos, mudando todas as regras de sua vida. Conhecer Arthur foi apenas o gatilho para uma explosão de sentimentos alimentada pelo contraste que Nick lhe causava, assim como o oxigênio é fundamental para o fogo.
O dia passou tão rápido quanto a ansiedade do jovem de cabelos loiros aumentava. Ele mal podia esperar pela visita, seria sua primeira vez na casa do amigo em todo esses meses.
— Será que devo levar alguma coisa? Será que os pais dele são legais? Como devo me vestir? – Em seu quarto, ele se questionava enquanto sua mãe apenas dava boas risadas com o nervosismo do filho.
— Não precisa ficar tão nervoso, Tetsan. Vocês já se conhecem há quase um semestre e, não é querendo estragar seus planos, mas não é um encontro romântico para precisar se preocupar tanto. Garanto que ele gostará de você independente da forma que for vestido.
— Você tem razão, mãe. – Murmurou cabisbaixo ao sentar-se sobre a cama e tirar a gravata. – Estou criando expectativas demais não, né?
— Não fique assim, meu filho. Desculpa por te desanimar. Só não quero vê-lo triste depois. Renan é um bom rapaz, mas ainda me lembro muito bem do que aconteceu com você e Nick naquela época, não quero que se repita. – Sentou-se ao seu lado e o abraçou.
— Verdade. Então irei bem simples mesmo. – Sorriu. – Ainda bem que tenho a melhor mãe do mundo. – Retribuiu o abraço com mais intensidade.
— Acho que já pode me soltar, Tetsan, ou se atrasará. – Sussurrou sua mãe.
— Ainda não. – Brincou.
Mais tarde, às 6:59 da noite era a hora apontada no relógio do quarto de Renan, enquanto suas mãos tremiam e a única frase que gritava em sua mente insistia em dizer “ele não virá”. Seu quarto, com suas estruturas cobertas por um papel de parede verde claro e símbolos do basquete espalhados, também possuía uma cama de casal próxima à janela, uma espécie de closet em frente a sua cama e sobre o centro, um tapete redondo e laranja, assim como uma bola de seu esporte favorito.
— Sete horas, é acho que ele... – Foi interrompido pelo tocar da campainha. – Virá! – Terminou a frase sorridente, saltando da cama e descendo as escadas até a sala. – Pensei que não viria mais.
— Não poderia deixar de vir. Posso entrar?
— Ah sim, fique à vontade. – Afastou-se e o deixou passar.
— Como não sabia se morava só ou com seus pais, não trouxe nada. – Disse Arthur.
— Não esquenta com isso, não moro com meus pais, e além do mais, comprei pizza para a gente, deve chegar a qualquer momento.
— Amo pizzas! – Ressaltou sorridente. – Sua casa é bem grande para alguém que mora sozinho.
— Minha mãe exagerou um pouco. Vem, vamos lá para o quarto. Pela janela dá para ver quando o entregador chegar e lá é mais confortável também.
E assim seguiram até o pedido chegar. Embora Arthur permanecesse meio envergonhado, aos poucos foi se soltando e recuperando a sintonia que o fez se tornar amigo de Renan. Por outro lado, desde a chegada, o ruivo tentava não transparecer seu nervosismo, sempre encontrando novos assuntos para conversarem durante a refeição, característica que ele nunca demonstrou; falar muito não era seu forte.
— É impressão minha ou você está andando em círculos com suas palavras, omitindo o principal motivo de ter me chamado? – O garoto o pressionou.
Uma pausa foi feita. Ele havia notado a única coisa que seu amigo tentou mascarar por quase duas horas.
— Você tem razão, não lhe chamei aqui para falarmos sobre assuntos aleatórios. Há algo que vem me tirando o sono com muita frequência, mas não sei como te contar isso... na verdade é a primeira vez que sinto isso tão forte... como se tentasse romper uma barreira que eu mesmo construí em meu peito e procurasse a liberdade, sabe?! – Murmurou sentado sobre a cama, com as pernas dobradas e uma almofada entre elas.
Acomodado em uma poltrona ao lado da cama, o jovem de cabelos dourados levantou-se e sentou-se próximo ao amigo.
— Acho que sei do que está falando. Não precisa ficar assim, tão isolado. Somos amigos, e você pode confiar em mim. Você sabia que os melhores momentos de nossas vidas vivemos durante o período em que estamos na universidade, ao lado de nossos novos ou velhos amigos?
— Já ouvi algo do tipo... Arthur, você me acharia estranho se eu contasse que tenho sonhos diferentes... um tanto eróticos e ao mesmo tempo bizarros? – Passou as mãos sobre o cabelo como sempre fazia quando estava nervoso e as deixou na parte de trás da cabeça enquanto mantinha o olhar sobre os desenhos da almofada.
— Não, claro que não. Mas como são esses sonhos?
— Geralmente estou na universidade, como de costume, mas seu amigo aparece repentinamente, se aproxima de mim... e... me abraça na frente de todos ou.... – Fez uma longa pausa. – Me beija e me toca. Acordo logo em seguida. Às vezes também te vejo em meus sonhos, mas é bem diferente, pois sempre ficamos juntos no campus, meio que já temos mais intimidade, então... com você acabo deixando acontecer algo, mas o que me deixa assim é, como posso dizer... quando olho para o cara comigo de novo, não é mais você, e sim ele... e eu gosto disso, nos sonhos, claro! – Balbuciou preocupado, como se tentasse amenizar seu depoimento.
— Renan, você é gay? – Perguntou diretamente.
— Você acha que sou? – Rebateu o questionamento com outra indagação.
— Posso fazer um teste? – Disse se aproximando de Renan, que se afastou em seguida.
— Depende do teste.
— Deixe-me tirar isso daqui. – Arthur se aproximou novamente e, desta vez, puxou a almofada sobre o colo do amigo e tocou suas partes, sentindo sua excitação pulsante. – Como suspeitei! No mínimo você gosta de algumas brincadeiras com alguém do mesmo sexo.
— Então, isso também me torna gay? – Insistiu na dúvida, ainda com as bochechas rosadas.
— O que acha disso? – Arthur agarrou sua mão e a guiou até seu corpo. Renan logo notou que ele também estava excitado e retirou a mão rapidamente.
— Não precisa ter receio, já sei de seu segredo. Posso te ajudar e... – Friccionando a mão contra a elevação no short preto do ruivo, ele a conduziu, tocando seu abdômen definido e, em seguida, a desceu por dentro da peça íntima, intensificando a sensação de ambos através de seu toque. – Podemos fazer algo a mais, se quiser. – Sussurrou em seu ouvido.
— Acho que não seria uma boa... ideia! – Redarguiu, mas permitiu que Arthur retirasse sua blusa e o beijasse em seguida. – Espero não me arrepender... disso... depois. – Falou entre beijos e carícias trocadas.
— Não vai. – Arthur, já sem blusa também, agilmente puxou o short de Renan, descendo a roupa até passar por seus pés e a jogou no chão.
Após alguns minutos, durante seu ápice de prazer, Renan quase deixou escapar um nome despercebidamente.
— Isso até que foi bom, poderíamos fazer outra vez, Ni-Arthur! – Murmurou ao deitar-se para o lado.
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O que acharam? *-*