Meu Pecado escrita por Dálian Miller


Capítulo 5
Capítulo 4 – Torça por mim


Notas iniciais do capítulo

A história já está quase na metade :D
Boa leitura!



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Uma semana havia se passado desde a última visita de Nick a Arthur, e o dia do novo jogo de Renan tinha chegado. Como de costume, o futuro professor acordava às 6 da matina, verificava se seu material estava na mochila e olhava as mensagens no celular antes de descer para tomar o café da manhã. 

Apanhando a pequena caixa térmica sobre o tapete, Arthur comentava em tom sarcástico até ler o que Nick o enviou. 

— Não me surpreenderia se tivesse um recado dele avisando que viria para cá... Hoje. – Soltou o material e sentou-se sobre a cama novamente ainda tentando acreditar na notícia. 

 

Ei baixinho, estou de saída para Drit’Flig e chegarei em algumas horas, mas não poderei passar por sua casa. Terei um jogo hoje e vou direto para lá. Estarei lhe esperando. 

Nick 

 

— E agora? Para qual irei primeiro? – Sem saber o que responder, ele respondeu que iria, no entanto, ambas as partidas corriam o risco de acontecerem simultaneamente. – Tenho que me apressar para a primeira aula. Pensarei o que fazer nesse tempo. 

Depois de alguns minutos, Arthur recolheu tudo que levaria consigo, terminou seu café da manhã e seguiu seu trajeto diário para a universidade. Chegando à sala do primeiro bloco, onde avistou algumas pinturas da turma de Arquitetura e design, ele continuava procurando alguma solução. 

— A partida de Renan será durante minha segunda aula, e como Nick veio tão cedo, a dele pode acontecer daqui a pouco, mas se eu for para a aula, não irei vê-lo e se eu for vê-lo, perderei a aula... Ahh! – Berrou. – Isso é demais para mim... 

— O que é demais para você, senhor Tetsan? – Indagou a professora em um tom de seriedade.

Sua feição de preocupação não disfarçava a falta de atenção no que ela falava. Sua mente viajava por outros lugares, entretanto, ele respondeu para amenizar o efeito da vergonha. 

— Era sobre isso aí. – Apontou para a lousa. – Fiquei um pouco confuso com essa parte das escolhas e esse diagrama com várias retas. Parece que aquilo quer me dizer algo

— Então preste mais atenção. Irei explicar outra vez. Como pudemos ver anteriormente, além da boa abordagem com seus alunos, pois serão crianças, e suas mentes estarão em desenvolvimento, vocês devem se adaptar às necessidades de cada um e escolher a melhor forma para ajudá-los. Infelizmente não poderão atender um a um na sala de aula, e é nesse momento que suas qualidades como professores serão ressaltadas, pois deverão escolher algo que atenda a todos ou à grande maioria de antemão. 

Ainda curioso sobre o gráfico, Arthur a questionou mais uma vez. 

— Professora, e essas retas? O que seria esse ponto onde quase todas se cruzam? 

— As retas representam cada necessidade dos alunos e o ponto central será a escolha que você deve tomar. Entendido, Tetsan?

— Sim, obrigado. – E se Renan e Nick fossem duas retas, qual seria o ponto onde elas se cruzaram? Subitamente, seu celular vibrou no bolso de sua calça. Era uma mensagem de seu amigo de sala.

 

 Baixinho, você vem né? Nem pense em faltar, ou irei dizer para todos do campus que você ficou me espiando tomar banho na festa de Boas-Vindas. Hahaha. Brincadeira, mas já estou esperando. Até mais tarde. 

— Então ele me viu naquele dia? E ainda zomba com minha altura. – Torceu a boca enquanto suas bochechas ficaram rosadas. Em seguida, chegou outra mensagem, mas dessa vez, de Nick.

 

Só para te lembrar que o jogo começa às 10:30 e será no ginásio, ou seja, durante sua segunda aula, mas você ainda virá né

 

— Ótimo, as partidas serão no mesmo horário. Eu devia não ir a nenhuma. – Reclamou baixinho.

O final da aula se aproximou a passos de tartaruga, o que aumentou ainda mais a indecisão de Arthur, todavia, o tempo havia acabado, forçando-o a tomar uma decisão urgentemente. 

— Já sei, irei primeiro ao encontro de Nick e explicarei meu probleminha com Renan, ele entenderá. 

O local não era tão longe, e no caminho, Arthur ia falando sozinho, ensaiando o que diria para ele. 

— Nick, desculpa, mas não poderei assistir sua partida, recebi um convite antes... não, não! Ele me encheria de perguntas. Talvez se eu disser: Nick, vim só te ver, pois terei que ir ficar com o Renan... Não, essa também não. Ele ficaria decepcionado comigo. Hum... e se eu falasse que não poderei ir porque o Renan sabe que eu o espiei no banheiro e está me chantageando? Não, Nick me chamaria de tarado e iria brigar com ele na certa. Não sei o que falar. Acho que preciso de um picolé. 

Como de costume, o ginásio estava lotado, não por ser um clássico de Humanas vs. Exatas, mas por se tratar da disputa entre os dois campus de Humanas, e decidir qual o melhor dos dois era questão de honra. 

Não tardou para que Nick avistasse o garoto de cabelos dourados no portão de entrada. Suas expressões de confusão e seus olhos a vagarem na procura de rostos conhecidos o entregavam. 

— Ei Tetsan! Tetsan! – Ainda da quadra ele berrava. Correu até onde Arthur permanecia parado e o abordou com um grande sorriso. – Sabia que você viria. Bem, o jogo ainda não começou. O pessoal estava se aquecendo ali e o vi assim que chegou. 

— Nick, preciso te dizer algo, mas antes farei uma pergunta: Já sabem como será o time rival? 

Balançando a cabeça de um lado para o outro, ele informou que a equipe não havia se apresentado ainda. 

— Não exatamente. O que estou sabendo é que será o time do seu campus, mas não sei a composição deles ainda. Será que seu amigo jogará hoje?

Surpreso pelo o que acabou de ouvir, Arthur finalmente entendeu o seria o ponto de encontro caso seus amigos fossem as retas. 

— Vocês estarão no mesmo jogo. Então era isso o tempo todo. Por que não pensei antes? – Balbuciou. 

— Tetsan? Você não respondeu a minha pergunta. Sabe se Renan jogará hoje? – Insistiu. 

— Sim, sim. Com certeza ele estará aqui. 

— Então testarei suas habilidades pessoalmente. – Mudando o foco do diálogo, Nick o questionou sobre o que ele queria dizer antes. – Você ia me contar algo, o que era? 

O problema que perturbou o garoto durante quase 4 horas já não trazia mais preocupação, pois a solução saltou em sua frente com uma pele morena, cabelo escuro, vestida com um uniforme preto e segurando uma bola de basquete. 

— Deixa para lá... – Inesperadamente uma mão repousa sobre o ombro de Arthur. Renan, que acabara de retornar de uma lanchonete próxima dali, surpreendeu os dois. 

— Ainda bem que você veio... e trouxe seu amigo. Mas por que ele está de uniforme? Não me diga que é do outro time? – Berrou surpreso. – Pena que perderá hoje. – Aos poucos ele ia provocando Nick, que não deixou passar. 

— Se está tão interessado, devia direcionar as perguntas a mim, não ao Tetsan. – Um olhar de rivalidade foi lançado por ambos os lados.

O clima logo ficou pesado e Arthur precisou intervir. 

— Vocês precisam se esfriar. – Apesar de menor, sua falta de presença sempre o ajudava. Agilmente ele retirou dois picolés da pequena caixa térmica em sua mochila e jogou dentro da blusa dos dois, que se contorceram freneticamente ao sentirem. 

— Arthur Tetsan, seu maldito! – Ambos gritaram em sintonia e continuaram. – Onde você conseguiu isso? Pare de me imitar! – Disseram entre si. 

Tentando sair da situação, o baixinho comentou: 

— Ei, não é por nada, mas acho que a partida de vocês vai já começar. 

Eles correram para a quadra, seguiram para o lado dos seus respectivos times, enquanto o outro se sentava na arquibancada. Antes de iniciarem a partida, voltaram a olhar na direção do amigo e berraram juntos. 

— Arthur, torça por mim! – Pela última vez falaram igualmente. Em seguida, Nick estendeu a mão para cumprimentar Renan e deixou escapar um sorriso de canto de boca ao lhe desejar boa sorte. 

— Boa sorte para você também. Que vença o melhor jogador. – O ruivo retribuiu ao ver o sorriso. De mãos dadas, eles marcaram o início da disputa, embora um deles rapidamente tenha puxado a mão ao sentir algo estranho e ficar corado. 


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Notas finais do capítulo

Até mais!



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