Meu Pecado escrita por Dálian Miller


Capítulo 3
Capítulo 2 – Erro 10! Cor Errada


Notas iniciais do capítulo

Até terça posto o próximo!

Boa leitura! :D



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Como prometido, não demorou muito para Nick iniciar seus programas de diversão na casa do amigo, futuro professor de jardim de infância. Apesar da exigência do seu curso, Dailos não se importava em sacrificar alguns dias por seu divertimento. Era nítido que Direito não o encantava tanto quanto a carreira de um policial ou de um militar. Defender sua nação era o que o jovem de cabelos negros mais queria, ao contrário do pai, que optou por uma profissão relativamente tranquila. 

Ainda dentro do carro, ele apertava o botão da buzina freneticamente e pronunciava um nome familiar em conjunto até atrair alguém. 

— Arthur Tetsan! Arthur Tetsan! – Ao notar a porta da residência se abrir, cessou seu apelo por atenção. 

Ainda de pijamas e pantufas, Arthur desceu os três degraus da porta e seguiu ao veículo de seu amigo. 

— Nick? O que você está fazendo aqui no meio da semana? E suas aulas? 

— Não esquenta com isso, estou livre por três dias, então resolvi vir passar um tempo por aqui. Quem sabe conhecer a cidade... alguém... – Em risadas, ele agarrou umas mochilas no banco de trás e jogou nos braços de Tetsan. – Segure firme, podem estar pesadas. – Saiu do carro, andou em direção ao porta-malas, de onde retirou mais uma bolsa e seguiu para a casa. 

***

Da cozinha, a mãe de Arthur, que preparava o café da manhã para o filho, cumprimentou o garoto enquanto suas mochilas eram jogadas sobre o sofá da sala.  

— Bom dia, Nick! Já fazia um tempo que você não vinha aqui. Não se esqueça da sua segunda mãe, senhorzinho. – Brincou. 

— Jamais, senhorita Tetsan, ops! Mãe. Mas a faculdade exige um pouco mais das minhas capacidades. – Disse ao juntar-se à mesa de refeição. 

Também sentado, Arthur o interroga sobre a viagem e o porquê dos dois nomes na chegada. 

— É estranho te ver aqui... Essa hora, deve ter saído muito cedo de lá. E que história era aquela de me chamar por Arthur Tetsan? Nem minha mãe se refere a mim dessa forma, pelo menos, não em estado normal. – Deu algumas risadas disfarçadas. 

— Cuidado, moço. – Pôs a bandeja de pães sobre a mesa.

— Nada demais, só estava com saudade de pronunciar seus dois nomes. Sei o quanto gosta desse tratamento. – Ironizou. – Sobre o tempo, sai um pouco cedo sim. Não estava conseguindo dormir direito, então pensei em vir para cá e te encontrar antes de ir para suas aulas matinais. Deixei um bilhete preso na luminária da minha escrivaninha. Acho que meu pai entenderá. 

“Fui para a casa de um velho amigo em Drit’Flig, então, não me enche o saco durante esses dias. Boas bebedeiras!

Nick Dailos” 

Sorriu e arrumou a camisa logo em seguida, tentando disfarçar. 

— Você é muito louco. 

Em um salto, e deslizando levemente sobre a borda da mesa, Nick se dirigiu à mãe de Arthur, colocou o braço sobre seu ombro e agarrou o copo com leite na mão da mulher enquanto lhe fazia um pedido: 

— Mãe, ficarei aqui por três dias. Sem problemas né? 

— Não me importo. Troquei suas fraldas muitas vezes. Como eu disse, sou sua segunda mãe. Só não aceito o título totalmente por conta daquele advogado folgado. Não aguentaria um bafo de cebola com cachaça ao meu lado e aquele bigode arranhando meus lábios diariamente. Sou muito diva para ele, meu bem. – Todos riram. Em seguida, ela seguiu com sua ordem. – Arthur, não demore muito, ou se atrasará. Será possível que precisarei puxar suas orelhas todo dia? Sempre tenho que avisar esse menino sobre o horário!

— É melhor eu ir logo. Você a ouviu. Vem comigo? 

— Claro. Não teria muito o que fazer aqui, sozinho. Aproveitarei para conhecer a cidade, o campus onde você estuda e outras coisas.

— Então vamos! Tchau, mãe! 

— Até mais, senhorita... – Foi interrompido. 

— Vão logo! 

A caminho da universidade, Arthur contava suas novidades enquanto Nick dava uma carona. Desde as facilidades no curso aos meninos que também jogam basquete. 

— Então, você conheceu alguém tão bom quanto eu? Quero conhecê-lo e testar seu talento. 

— Ele veio de Banotown, no Norte de Parlahir, por isso sabe muito sobre o esporte. Pronto, chegamos! 

Estacionaram o veículo e seguiram para o primeiro bloco. Arthur logo notou que Renan não estava na sala, como de costume, então lembrou-se do jogo no ginásio. 

— Ele não está aqui. Outro dia me convidou para assistir um jogo que aconteceria hoje pela manhã e... não lembrei disso! Puta merda! – Exclamou.

***

Alguns dias antes

Sentados na cantina, Renan e Arthur conversavam e lanchavam antes da segunda aula do dia começar. – Hey baixinho, você disse que gostava de basquete, né? 

— Sim. – Respondeu Arthur.

— Na quinta-feira, o time daqui jogará numa partida amistosa contra a equipe do campus das engenharias, e eu participarei como titular. Talvez... – Gaguejou. – Se não estiver muito ocupado, podia ir me ver jogar? – Deslocou a mão por entre os fios ruivos como sempre fazia quando estava nervoso. 

— Claro que irei. – Sorriu ao aceitar o pedido.

***

— Como pude esquecer? – Queixou-se como quem perdeu algo de grande valor. – Vamos! 

— E a aula? – Nick o questionou. 

— Esquece. Vamos!

Rapidamente retornaram para o carro e Arthur o guiou, indicando por quais ruas seguir. Em alguns minutos chegaram. Apesar de ser uma partida amistosa, já havia um número considerável de espectadores, todos movidos pela rivalidade entre as áreas de humana e exatas, o que distinguia um campus do outro. 

Ainda guiado pelo amigo, Nick seguiu aqueles cabelos dourados pelas arquibancadas do ginásio até um local alto o suficiente para ter uma boa visão sobre toda a quadra, onde se sentaram. 

— Quem é o seu “novo amigo”? – Interrogou um pouco curioso e fazendo aspas com os dedos.

Notando o fio de ciúme de Dailos, Arthur resolveu brincar um pouco com ele. 

— É aquele de cabelos vermelhos, o camisa 10. O que achou dele? Lindo né? – Sorriu maliciosamente. 

— Você está afim dele? – Desta vez, as palavras saíram em tom de seriedade. 

— Por que me perguntou isso? Não estou gostando dele. Somos apenas amigos, e... nem sei se ele é... como nós dois. 

— Ele sabe sobre você? Sabe de mim? Da gente? – Pareceu mais nervoso em suas indagações.

Arthur desferiu duas leves tapas na face de Nick na tentativa de tranquilizá-lo, e voltou a olhar para a quadra logo em seguida. 

— Não se preocupe com isso. Ele sabe de mim, contei no primeiro dia que comemos juntos na cantina, mas não me repudiou como você suspeita. Até que ele é legal. – Neste momento, Renan notou o amigo esperando o início da partida e acenou com um sorriso no rosto. Também percebeu que alguém ao seu lado o observava atentamente. Renan o cumprimentou de longe, e o encarou por mais alguns segundos, até ser retribuído com um balançar de mão. – Viu? Eu disse que ele era legal. 

Após quase uma hora observando a vitória do time de Renan, Nick comentou sobre o que achou do desempenho da equipe. 

— Eles jogaram razoavelmente bem, mas ainda são um pouco amadores, e jamais venceriam a geração milagrosa, jamais nos vencerá. Seu amigo, Renan Taimi, talvez possa chegar ao meu nível algum dia. Ele é um tanto diferente também. Tem certeza que...? – Suas expressões e palavras mudaram rapidamente. Em movimentos longos, Nick se contorcia procurando uma maneira de retirar o picolé de suas calças. – onde você arranja esses picolés malditos, Arthur? 

Inocentemente, ele apontou para o vendedor que passava próximo a eles. – Eu queria algo para me refrescar, mas alguém estava falando demais e...

— Em qual momento você saiu para comprar? Seu estranho! – Resmungou ao retirar a mistura gelada e jogar fora. 

— Vamos falar com ele, tá chamando a gente, e quero parabenizá-lo. – Desceram até as proximidades da quadra, porém, ao chegar no piso, o ruivo já não estava mais o aguardando. Seus olhos vagaram por todo o espaço, quando Dailos o interrompeu. 

— É melhor... irmos. Não entendi o que ele quis te chamando e ficando com essa aí, eu até já estava começando a concordar com você, Arthur. – Comentou ao ver uma menina loira agarrá-lo pelo pescoço e beijá-lo. 

— É, tem razão, não precisamos ficar aqui, já vimos o jogo. 

Afastado alguns metros da saída, Taimi vê os dois saírem, e empurra a maníaca que o atacou. 

— Você é louca, garota? – Deu três passos acelerados na direção da saída, mas não teve coragem de prosseguir ao ver o jovem de cabelos escuros com o braço sobre o ombro de Arthur. – Não... vá! Eu ainda queria... conhecer o amigo do qual tanto fala. – Pronunciou cabisbaixo, mas não ouviram. Esfregou o rosto ligeiramente. – Droga! 


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Notas finais do capítulo

Xiii! E agora, o que acontecerá entre Renan e Arthur?



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