Overcome escrita por Downpour


Capítulo 33
Capítulo 32 - In pieces




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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 32 - In pieces

  Respirei fundo enquanto tomava um chá que Chaeswa tinha feito para mim, era até estranho estar debaixo do teto dela, conversando com ela como se nada tivesse acontecido entre nós. Talvez fosse melhor assim, parando pra pensar, discutir sobre o nosso passado não nos levaria a lugar algum.

As lágrimas inundavam os meus olhos e eu sinceramente desejava que ninguém nunca me visse assim nesse estado tão deplorável. Mas justamente Chaeswa estava do meu lado neste momento, e isso machucava meu ego de tal maneira… Era como se ela não precisasse perguntar para ter entendido que de alguma forma, Park Jimin tinha me magoado.

Fechei meus olhos não querendo pensar em nada que me remetesse a esse nome, Park Jimin. O problema era justamente esse, ele estava sempre ela. Era próximo o suficiente para ser um grande amigo, e também para ser um inimigo. E aquilo doía muito, imaginar que aquele garoto sorridente que eu tinha confiado estava contra mim. As lágrimas começaram a descer sem a minha permissão, me surpreendia que depois de tudo que tinha acontecido eu ainda tinha lágrimas restando.

— Eu não sou a melhor pessoa com conselhos, — a garota sussurrou com receio — mas vai ficar tudo bem. Isso tem um motivo…

— Não vai ficar tudo bem. — sorri triste, eu merecia aquilo por ser tão estúpida por ter acreditado em um garoto novamente. Por que eu sempre caia nesse tipo de coisa? Eu era um alvo fácil ou algo do gênero? E por quê justamente ele? — Muito obrigada por ter me ajudado unnie, mas por agora eu só quero ir para casa. Depois resolverei isso.

E de alguma forma, depois de tanto hesitar ela me deixou ir.

Aquele dia parecia especialmente perfeito para me afundar na minha cama é fingir que nada daquilo existia, fingir que Park Jimin nunca tinha acontecido na minha vida e muito menos Kwon Moonseol. Imaginar a minha vida no exterior, sozinha, livre, independente e feliz. Seria tão bom tentar recomeçar novamente…

Com aqueles pensamentos eu voltei caminhando para casa, eu estava em condições de pegar um táxi ou algo do gênero, mas de alguma forma, andar sozinha me trazia um pouco de calmaria na minha mente tão barulhenta e cansada.

— Kim Eun Ji! — minha mãe gritou quando me viu entrando em casa, nunca tinha visto ela tão nervosa comigo. Mas eu não sentia medo, apenas dei de ombros indiferente para o sermão que eu receberia. — Você sabe como eu fiquei preocupada que você pudesse ter morrido lá dentro? Sabe como foi explicar para os convidados que a senhorita simplesmente deixou o edifício durante um jantar importante? Ou como foi para a sua pobre avó ser ignorada por sua neta que nunca vai visitá-lá?!

Hoseok e Suho me observavam de longe com a cabeça abaixada, eu tinha ignorado as ligações a manhã inteira.

— Você não vai me responder? — ela exclamou quando percebeu que eu a olhava parada sem expressão facial.

— Não eu não sei. — respondi audivelmente enquanto me dirigia para o meu quarto trancando a porta e me deitando na cama.

Podia ouvir a minha mãe nervosa exclamando enquanto Suho procurava acalmá-la.

Me encolhi na cama e fechei meus olhos, querendo fugir daquela realidade nem que por alguns segundos.

[...]

— Eunjinnie, posso entrar? — Suho perguntou encostando na porta do meu quarto.

Suspirei um “tudo bem” enquanto ele destrancava a porta, meu irmão fechou a porta assim que entrou e se sentou na ponta da cama.

— Eu devia saber que aquele jantar era demais para você, mas eu não podia permitir que você não fosse…

Balancei os ombros como se não me importasse, o que de fato era verdade.

— A mamãe está meio emocional, a nossa harmeoni se machucou durante o incêndio e ela está se sentindo culpada…

Um sorriso zombeteiro surgiu no meu rosto.

— É claro que ela se machucou, torna tudo mais fácil ainda. — revirei os meus olhos entendendo o porquê do jantar.

Meu irmão suspirou.

— Não tire conclusões precipitadas por favor.

— Eu não falei nada oppa. — disse com sacarsmo.

— Posso saber o por que de você estar com o rosto inchado? — ele perguntou acariciando os meus cabelos, eu sabia que de alguma maneira ele se culpava por ter me levado ao jantar. Só ele sabia o quão eu odiava quando o assunto Kwon Moonseol surgia numa conversa em família.

— Nada muito preocupante. — resmunguei tornando a me encolher na cama.

— Eu espero que você não esteja chorando por nenhum garoto. — disse fazendo com que eu sorrisse do seu tom ciumento.

— Claro que não. — menti descaradamente, coisa que não o convenceu completamente, Suho era uma pessoa qual eu nunca conseguiria mentir por tanto tempo. Não sei como eu consegui engolir tudo aquilo que eu guardava, não queria sobrecarregar ele com tudo que eu sabia, o momento certo estava chegando, eu podia sentir isso. Eu iria me vingar dela, e todos poderiam a ver no seu estado mais miserável.

Assim que Suho saiu do meu quarto, eu percebi a presença de Minjoo. Ela me olhava como se não devesse estar verdadeiramente ali, mas seus impulsos fizessem com que ela viesse falar comigo.

— Hey — ela sussurrou ao ver como eu estava acabada tanto fisicamente quanto psicologicamente.

Acenei com a cabeça enquanto me sentava na cama me cobrindo com as cobertas.

— Você desapareceu por alguns momentos, — sussurrei, não queria que minha mãe me ouvisse conversar sozinha — o quê aconteceu?

— Aish — ela deu um longo suspiro, como se fosse errado o que ela viria a me falar agora. — lembra de quando eu te falei que nem tudo é?

— Hm? — perguntei dando de ombros.

— Eu estava me referindo a Jimin. — ela disse lentamente.

Para a sua surpresa, aquela fala não surtiu efeito algum em mim, quer dizer, eu mantive a minha pose de indestrutível, por mais que eu já estivesse destruída. Dei de ombros enquanto prendia o meu cabelo em um coque.

— E? — perguntei arrumando algumas mechas que caíam sobre os meus olhos.

— Eu não posso falar, não posso interferir no destino. — ela suspirou — Só...por favor…

Cheongwa, 2012

Park Jimin

Ele fechou os olhos lentamente enquanto um outro tapa era desferido em seu rosto.

Quando aquilo ia acabar de uma vez por todas?

— Vamos lá, — Kwon Moonseol sussurrou para ele — é a sua última tarefa, depois disso eu te darei Moonsuk e vocês poderão conseguir uma vaga em uma ótima faculdade na Inglaterra juntos.

Jimin queria gritar, dizer o quanto ele a abominava, o quanto ele odiava aquele plano. O quanto aquilo não lhe acrescentava em nada para ele, o quanto não mudava em nada, o quanto ele a odiava tanto como odiava Moonsuk.

Ela sorriu ao ver que ele ainda continuava lutando, deu um gole na sua terceira garrafa de soju. O plano na Empresa Kwon quase tinha dado errado por completo, não estava nos planos que sua mãe se queimasse durante o acidente e fosse parar no hospital, mas ela tinha conseguido usar aquilo a seu favor.

Só esperava que sua não estragasse tudo, se comovendo com a filhinha perfeita dela.

Talvez fosse por isso que Kwon Moonseol já estivesse na sua quarta garrafa de soju naquela noite, porque ela não aguentava que sua mãe estivesse fragilizada em território inimigo, fazendo com que seu plano enfraquecesse cada vez mais. Não conseguia imaginar aquilo tudo se seu plano não desse certo.

Tinha gasto dinheiro demais tentando subornar pessoas.

— Sabe, a sua tia era uma inútil como você — dizia chorando de raiva, enquanto as lágrimas salgadas desciam lhe pela face, borrando a sua maquiagem — sempre boa demais, querendo ajudar todo mundo. Uma pena que ela também quis me ajudar, e terminou enterrada a sete palmos…

— Cale a boca. — Jimin gritou, ansiando por se soltar daquelas amarras. Ansiando por mostrar para aquela mulher como aquilo doía nele.

— Sabe, depois disso tudo, você terá perdido Eunji, para sempre. Assim como eu perdi Daniel para a minha irmãzinha.

— A única tola aqui é você por ter sempre desejado algo que nunca seria seu. — Jimin cuspia as palavras, não se importava de receber outro tapa. De alguma maneira, precisava lidar com toda a raiva que estava se acumulando em seu peito.

— Será mesmo? — ela riu amarga, virando a quinta garrafa. Ela estava se afundando em sua própria miséria, em sua inveja, seu maior erro.

— Veja onde chegou. — o ruivo rebateu com cinismo — Você realmente acha que conseguirá alguma coisa além de ódio e desunião? Já parou para pensar que se você tivesse um pouco mais esperta, teria conseguido evitar a morte de Amaya e se tornado a filha favorita? Ela teria te contado naquela noite, se você não fosse tão cega por sua própria ganância.

O garoto não esperava que a mulher surtasse, fazendo com que uma garrafa caísse e os pedaços de vidro se espatifassem no chão.

— Você não sabe de nada! — gritou apontando para Jimin enquanto se retirava do porão.

Procurou por um cigarro, estava nervosa demais, bêbada demais, e apenas um cigarro e suas pílulas conseguiriam a acalmar.

[...]

Olhei no espelho do banheiro, eu estava um pouco melhor do que ontem. E sentia que precisava confrontar Jimin, iria fazer com que ele falasse toda a verdade de uma vez por todas. Passei um pouco de maquiagem para cobrir tudo que indicasse o meu mal estar,depois de analisar minhas roupa: um moletom rosa pastel, calça jeans e um all star branco, peguei meu celular e sai de casa.

A ansiedade fazia eu morder meus lábios constantemente, não tinha tido tempo o suficiente para digerir toda aquela informação, não saberia quando agir quando eu chegasse na casa de Jimin. Não sabia como ele iria reagir ao perceber que eu sabia de tudo. Não sabia como ele estava, onde ele estava…

E o pior de tudo era o sentimento de saudade no meu peito, doía muito e eu culpava Park Jimin por isso.


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