Overcome escrita por Downpour


Capítulo 12
Capítulo 11 - Ele está voltando


Notas iniciais do capítulo

Olaa, resolvi postar esse capítulo mais cedo porque até o momento eu não tenho nenhuma prova para estudar, vocês nem imaginam o quanto isso me deixa feliz sjdnsjf
Tenho que dizer que nesse meio tempo eu escrevi muitaa coisa para Overcome. Se eu não me engano nesse capítulo eu termino o arco da Eunji e o passado dela em Portland, de agora pra frente a fanfic vai ser mais focada no relacionamento dela com o Jimin e o arco do Jimin, para eu poder chegar na parte da gwishin uhasuah
Espero que gostem do capítulo ♥



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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 11 - Ele está voltando



Quando pisei no chão de casa encontrei Hoseok ao lado do Jeon Jungkook de cabeça baixa me olhando furioso. Bem, ai que estava o problema. Jung Hoseok era a pessoa mais calma e alegre que eu conhecia, nunca tinha visto ele bravo, até agora.

— Annyeong Hobi oppa — sorri tímida segurando a alça da minha mochila com insegurança, diferente do que eu esperava, meu falso aegyo não o convenceu dessa vez.

— Onde você estava Eunji?

Meu sorriso se desmanchou aos poucos.

— Você estava com Park Jimin?

Assenti com a cabeça sem o olhar nos olhos, ele soltou um longo suspiro juntando toda a paciência do mundo para falar comigo.

— Eu quero que você se afaste de Jimin, mesmo sendo meu melhor amigo, eu o conheço melhor que você. Ele não é o tipo de garoto que você imagina ser, — dizia em um tom de voz baixo, como se quisesse ter certeza de que eu ouvia tudo atentamente. — ele irá te usar e fingir que nunca te viu antes. Eunji-ah, você é a minha irmãzinha, eu não posso deixar que mais outro cara parta o seu cora…

— Hobi? — ergui a minha cabeça, mostrando meu rosto inexpressivo — Eu não sou feita de porcelana, e não tenho a mínima intenção de…

— Então o quê vocês dois estavam fazendo matando aulas juntos, huh? — ele cruzou os braços — Qual a mentira que você vai me contar Eunji?

— Eu não vou falar nada, — disse ainda sem expressões — tenha uma boa noite. — passei por ele e andei o mais rápido possível entrando no meu quarto e trancando a porta logo em seguida.

Sentei-me no chão do quarto e senti como se algo tivesse me machucado intensamente, de alguma maneira ver Hoseok bravo comigo me magoou. Eu não podia contar para ele sobre os fantasmas, se eu admitisse eu iria retornar para a clínica. Senti meus olhos marejarem.

“Não posso deixar que outro cara parta o seu coração.”

Suspirei pesadamente me lembrando de Harry, já fazia alguns dias que eu não pensava mais nele e aquela distância por fim estava me fazendo bem. Um sentimento estranho se apossou do meu corpo enquanto eu olhava para a minha mão, por quê eu me sentia estranha quando lembrava de Harry? Eu costumava ser muito apaixonada por aquele garoto.

Mesmo que ele falasse coisas desnecessárias e fosse o sinônimo de encrenca sempre em clubes diferentes…




Kim Eunji, 2011

Portland




Revirei meus olhos me deparando com Harry na minha porta ao lado de Elisabeth que tinha um sorrisinho na cara, neguei com a cabeça.

— Não vou sair com vocês.

Na verdade eu estava magoada com Harry, eu tinha o visto me trair no dia anterior com uma amiga de Lizzie e a mesma sabia daquilo também. Estava brava com os dois e tinha todo o direito de gritar coisas ofensivas e o mandar embora da minha casa, mas não o fiz.

— Ah qual é, — Lizzie enrolou seu cabelo nos dedos, fazendo pouco caso — você precisa se divertir e sair dessa vida de “garotinha coreana que só estuda.”

Harry deu uma risadinha olhando para Lizzie de cima a baixo.

Eu conhecia aquele olhar muito bem.

— Se você não se sentir bem a gente te leva embora, tudo bem assim? — ele perguntou acariciando os meus cabelos, mas eu não conseguia o olhar nos olhos sem me sentir magoada. Eu tinha percebido o olhar dele para Lizzie, eu sabia o que aconteceria se eu não fosse para aquela festa. Também sabia que ele estava fazendo tudo aquilo de propósito, queria que eu me entregasse de uma vez.

Assenti, mesmo que no fundo eu não quisesse ir e soubesse que mais tarde eu daria um jeito de ir embora escondida para eu poder chorar em paz e me sentir humilhada.

— Por que você precisa tanto ir para esse clube? — ergui a minha sobrancelha, Lizzie o encarou como se também não soubesse. Ele apenas franziu a testa se preparando para contar uma mentira ou escapar da pergunta.

— Já ouviu falar que a curiosidade matou o gato? — ele piscou.

Mal eu sabia que realmente iria matar.



[...]




Entrei no banheiro do clube sentindo lágrimas grossas escorrerrem pelo meu rosto, olhei meu reflexo no espelho me sentindo infeliz. Minha franja estava bagunçada e meu batom borrado, meu cabelo também estava bagunçado mas nada superava o meu rosto amassado e a maquiagem borrada.

Eu sabia.

Sabia que ele iria me trair quando percebesse que eu não iria transar com ele.

Só não imaginava que fosse ser com ela.

Quis me bater por ser tão burra, mas parei a minha mão antes que eu acertasse o meu próprio rosto. Tirei toda a maquiagem e limpei todo o meu rosto, suspirei enquanto a música alta me ensurdecia. Aquele lugar era nojento e cheirava a maconha e álcool, eu não aguentaria ficar ali mais nenhum momento.

— Você demorou. — Harry comentou encostado na porta do seu carro enquanto mandava mensagem para alguém em seu celular.

— Talvez eu estivesse me divertindo. — minha fala foi carregada de veneno e meu olhar rancoroso, mas ele nem se deu conta. Ninguém nunca percebia. Eu tinha um rosto infantil demais para que as pessoas achassem que eu poderia ser má.

— Hm, isso é bom.

— Você está cheirando a maconha. — parei em sua frente com o rosto inexpressivo — Era isso que você veio fazer aquilo com aquela mochila no porta malas? — novamente minha voz tinha se tornado ameaçadora — Acho que você esqueceu que eu sou filha de um policial.

Harry ergueu o olhar do celular, finalmente prestando atenção em mim.

— Você não vai fazer isso, — deu um sorriso debochado de canto — você me ama demais para isso.

Cruzei os braços, eu queria tanto chorar mas não me permiti. Dei risada da fala dele.

— Sim, eu te amo como todas aquelas outras vadias que você pegou pelas minhas costas.

— Babe, eu não sei do que você está falando. — ele fingiu um olhar preocupado — Você tem tomado os seus remédios?

Aquilo era a gota d'água.

Mesmo assim me mantive impassível, se aquilo era um jogo eu iria ganhar.

— Estranho, eu acabei de ver você e Elisabeth no bar, vocês pareciam estar se divertindo bastante. — semicerrei meus olhos estalando minha língua logo em seguida.

— Voltei! — Elisabeth anunciou com um sorrisinho começando a conversar com Harry que me encarava desconfiado, aproveitei aqueles momentos para mandar uma mensagem de denúncia. Iria ferrar com ele da melhor maneira possível.

— Eunji? — ele me chamou fazendo com que eu erguesse meus olhos do celular logo após mandar a mensagem.

— Sim?

— Me dê o celular agora! — gritou furioso.





Kim Eunji, 2012

Cheongwa




Abri meus olhos sentindo uma dor de cabeça horrível, já se passava da meia noite. Abri a porta do meu quarto e disparei para a cozinha atrás dos meus remédios, peguei o remédio para dor e engoli sem tomar água. Senti o comprimido raspar pela minha garganta fazendo meus olhos lacrimejarem.

— Eunji-ah? — ouvi a voz de Hoseok logo atrás de mim — Está tudo bem?

Balancei negativamente com a cabeça sentindo meus olhos lacrimejarem, abracei meu irmão com força  e desmoronei enquanto ele apenas suspirava fazendo carinho no meu cabelo.

— Eu me lembrei oppa. Me lembrei parte do que aconteceu no acidente. — disse afundando meu rosto em sua camiseta.

— Você quer falar sobre isso? — ele perguntou preocupado.

Balancei negativamente com a cabeça, queria refletir sobre aquilo sozinha por um tempo, para depois tomar uma atitude sobre. A primeira coisa que faria era contatar meu pai e logo após passar na minha psicóloga, talvez eu conseguisse obter todas as minhas memórias de volta.

— Agora não Hope.




[...]




No dia seguinte Hoseok cochilava no carro enquanto seu pai tentava conversar comigo, nós tinhamos um relacionamento bem estranho, porque o Senhor Jung não sabia exatamente como me tratar. Eu tinha uma fama de acabar com todos os relacionamentos da minha mãe tanto como do meu pai quando era pequena, mas minha fama tinha passado quando eu vi que não adiantaria de nada tentar junta-los novamente. Minha mãe achava que ele tinha se casado com ela por conta da empresa Kwon, que era um grande negócio da família da minha mãe, já o meu pai achava que ela tinha sido ingrata e não reconhecido o amor que ele tinha lhe dado. Adultos algumas vezes eram uma completa perca de tempo.

— Espero que você não se incomode, — ele limpou a garganta receoso antes de falar — mas seu irmão está retornando para a cidade.

Franzi a testa.

— Quê irmão?

O senhor Jung deu uma risada sem graça.

— Kim Junmyeon — disse com um sorriso torto enquanto prestava atenção na estrada.

Abri a minha boca levemente surpresa, memórias da minha infância solitária passavam na minha cabeça, as vezes que eu chorava sozinha porque meu verdadeiro irmão mais velho estava em um internato para garotos excepcionais e não  tinha tempo para a sua irmã mais nova problemática. O filho que iria herdar toda a empresa da família da minha mãe e liderá-la. O filho perfeito que eu nunca fui.

O irmão que eu esqueci por sua falta de presença.

— Quanto tempo ele vai ficar? — perguntei como quem não queria nada, embora meu coração se afundasse. Não saberia como seria se reencontrar com Suho depois de mais de cinco anos, eu sequer o reconheceria.

— Ele vai finalizar o último ano dele aqui em Cheongwa e começará a aprender a liderar os negócios da empresa da sua mãe.

— Quando ele chega?

— Esse final de semana.

Mordi os meus lábios e desviei o olhar para a janela, não sabia sequer como reagir com aquela informação. Só me lembrava do quão magoada eu ficava por não ser a filha selecionada a liderar a empresa, contudo hoje em dia eu nem me importava mais com aquilo, não queria passar o resto da minha vida com roupas sociais me preocupando com a inflação e com negócios. Queria ter uma vida mais normal que me permitisse se divertir.

— Hm. — respondi pegando o meu celular, como sinal de “não quero mais continuar essa conversa” e me entreti conversando com alguma menina do grêmio pelo kakao enquanto não chegávamos na escola.

A minha primeira aula era química e meu parceiro era Yoongi, me desculpei três vezes seguidas com ele por eu ter demorado para me arrumar e chegar na sala, contudo ele apenas deu de ombros. Nos sentamos nas bancadas do laboratório enquanto todos os outros alunos entravam na sala de aula com o equipamento de proteção e se ajeitavam em suas bancadas.

— Me desculpe se eu fazer algo errado, química realmente não é a minha melhor matéria. — respondi fazendo um biquinho preguiçoso com os lábios.

Park Jimin entrou no laboratório jogando seus cabelos para trás e sorrindo para uma garota que conversava com ele animada, os dois se sentaram na bancada a minha frente. Não entendi como a presença dele me deixou desconfortável naquele momento.

— Está tudo bem? — Suga perguntou se virando para mim — Parece que você não está muito bem.

Suspirei apoiando meu rosto nas minhas mãos.

— O importante é que vai ficar tudo bem. — eu sorri torto para ele que ainda me olhava preocupado.

Enquanto por dentro eu senti meu cérebro me corroer com memórias de Suho.

Se ele estivesse por perto antes, será que eu estaria nessa situação?











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