Overcome escrita por Downpour


Capítulo 13
Capítulo 12 - Amigo de Infância


Notas iniciais do capítulo

Olá ♥
Se você está lendo esse capítulo, muito obrigada por estar tirando um pouco do seu tempo para ler essa fanfic, eu ficarei muito feliz em saber o que você está achando da história sz
Espero que vocês gostem desde capítulo :)
Boa leitura ♥



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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 12 - Amigo de Infância




Aérea.

Era a palavra que definia como eu estava. Meus pensamentos estavam nas nuvens, era muita coisa ao mesmo tempo e eu não estava conseguindo processa-las da maneira correta, eu sabia que eu deveria ligar para a Doutora Min e ir para o seu consultório logo após a escola. Mas eu realmente estava me sentindo muito mal para poder ligar naquele momento. Sentia que se ouvisse o nome Harry novamente eu iria desabar em lágrimas até meu corpo desidratar.

Agora eu entendia o porquê de meus sentimentos por ele terem mudado sem eu saber, nós já estavamos desandando desde semanas antes do acidente, aquilo foi apenas o estopim para eu ficar realmente nervosa e querer terminar. Só não imaginava que ele estava me traindo, além do mais, com a garota que eu considerava ser a minha melhor amiga.

Elisabeth nunca tinha se preocupado comigo, Dana assistia tudo e não tinha coragem de falar uma palavra sequer, Harry se divertia com a minha ingenuidade. Era isso que eu chamava de amizade? Eu era muito ingênua, muito tola para acreditar que essas pessoas um dia sentiriam a minha falta. Tola por acreditar que um dias as suas palavras foram verdadeiras.

O professor de Ética falava mas eu não conseguia se focar, meu olhar estava perdido e não era questão de muito tempo para que eu começasse a chorar de verdade. Me retirei da sala de aula, alegando que eu estava passando mal, eu iria embora. Não iria para casa, não tinha lugar para ir naquele momento, mas iria para algum lugar que me permitisse refletir e chorar em paz sem ninguém me importunar. Principalmente um lugar onde nenhuma alma fosse atrás de mim.

Taehyung me olhou preocupado enquanto eu saía da sala de aula, mas eu simplesmente segui reto em direção a saída. Peguei um ônibus, qual eu não fazia a mínima ideia do destino. Coloquei meus fones de ouvido e desativei a localização e internet do meu celular, encostei a minha cabeça na janela e fechei meus olhos tentando sentir a melodia por trás dos acordes do violão e da voz entristecida do cantor.

O ônibus parou na frente de um parque enorme, eu apenas desci e comecei a caminhar lentamente pelo parque ouvindo os pássaros cantarem e as crianças brincarem, rindo e correndo pelo playground. Sorri triste para elas, eu tinha inveja das crianças que eram pequenas demais para perceberem como as pessoas eram maldosas. Talvez eu continuasse uma criança por dentro também. Uma garoa fina começou a cair e ainda eram oito horas da manhã, mas eu não me importei, arranjei um canto isolado no parque e me sentei na grama encostada em uma árvore. Não demorou para que as lágrimas começassem a cair uma por uma, eu não soluçava, chorava baixinho porque não queria que ninguém me ouvisse. Porque tinha vergonha de admitir que estava chorando por coisas que aconteceram a tanto tempo que hoje em dia não deveriam ter mais importância alguma para mim, só que na verdade elas tinham importância até demais, estavam ali logo ao lado prontas para machucarem meus sentimentos.

Eu via o sorriso das crianças e sorria triste ao ver como suas mães as abraçavam depois de elas escorregarem no escorregador, meus pais nunca me levaram em um playgroud. Aqueles seres pequenininhos eram tão sortudos e não sabiam, se eu fosse eles, desejariam ficar presa naquela idade e não ter de crescer e passar pela fase de “você está se tornando um adulto e deve se tornar responsável também.” Por quê todas as outras pessoas pareciam aceitar isso tão facilmente?

Fechei meus olhos com um suspiro cansado, deixando as gotas de água molharem o meu uniforme. Por um momento senti que algo estivesse fazendo sombra e tampando o pouco sol que batia no meu rosto, abri meus olhos procurando saber o que era e me deparei com ele na minha frente.

— Saía daqui, não quero que ninguém veja como estou agora. — sussurrei com a voz fraca, mas ele simplesmente não se importou se sentando do meu lado.

— Você tem um sorriso muito bonito para se abalar com coisas tão simples. — Jimin disse olhando para mim, embora eu não olhasse em seus olhos. Ele sequer sabia o porque eu estava chorando.

O garoto estendeu a mão para o meu rosto pálido e começou a deslizar seu dedo pelas minhas bochechas molhadas pelas lágrimas, as secando. Não fiz nada, apenas deixei que ele secasse as minhas lágrimas vagarosamente, e a cada momento que ele tocava a minha pele, eu sentia algumas faíscas.

— Por quê você está fazendo isso Jimin-ssi? —perguntei com a voz embargada, segurando levemente a sua mão.

O ruivo engoliu em seco olhando nos meus olhos aparentando estar nervoso. Acariciou a minha mão lentamente, e eu não tinha coragem de me afastar, era como se cada toque daquele garoto me fizesse bem, embora eu não fosse admitir em voz alta.

— Você faz muitas perguntas. — ele me respondeu da mesma maneira que me respondeu na cobertura da escola, fazendo com que um sorriso bobo surgisse no meu rosto.

— Idiota. — balancei a cabeça secando algumas outras lágrimas com a mão que eu não segurava a mão de Jimin.

— Aish, que menina rude. — Jimin mostrou a língua de uma maneira infantil — Eu vim aqui na maior bondade do muito tentar animá-la…

— Você fala demais. — respondi no diálogo informal e ele fez uma careta.

— Yah — disse me vindo em minha direção se aproximando, por um momento eu não fazia a mínima ideia do que ele fosse fazer e congelei como uma estátua, ele se aproveitou disso e iniciou um ataque de cócegas na minha barriga.

Comecei a rir enquanto tentava me soltar dele, mas parecia basicamente impossível já que Jimin era bem maior e mais forte do que eu. Tentei me esticar para lhe fazer cócegas, e mesmo assim acabei não tendo muito sucesso.

— Está vendo, eu consegui te fazer sorrir. — ele sorriu fazendo com que seus olhos diminuíssem, senti meu coração acelerar em meu peito enquanto eu sorria para ele — Você deveria sorrir mais também. — disse beliscando a minha bochecha, fazendo com que nós dois ficássemos extremamente próximos. Ele deu um sorriso envergonhado e se distanciou. — Venha, vou te comprar sorvete.

Abaixei meu olhar sentindo meu rosto esquentar, e sorri novamente.





[...]





Jimin comia seu sorvete de baunilha enquanto eu ria da maneira como ele sujava a sua boca de sorvete, ele parava de comer fazia uma careta e tornava a comer. Eu não sabia o que aconteceu para de repente ele ter decidido ser legal comigo, naturalmente ele apenas me deixaria chorar sozinha no meu canto, mas ele estava me ajudando e se esforçava para fazer com que eu esboçasse um sorriso. E eu tinha admitir que não era muito difícil, qualquer coisa boba que ele fazia, me fazia dar risada. Não sabia o porque de estarmos matando aula juntos novamente em uma sorveteria rindo e conversando como adolescentes normais, não sabia o porque eu me sentir feliz quando ele falava alguma coisa comigo ou quando demonstrava estar preocupado comigo. Eu tentava me convencer de que era porque a única pessoa que se importava comigo era Hoseok, mas no fundo eu sabia que não se tratava de nada disso.

— Obrigada. — sussurrei olhando para o meu sorvete. Mentalmente me perguntava quem tomava sorvete de chocolate/baunilha em um dia chuvoso, Jimin era estranho, mas estranho de uma maneira boa.

Ele ergueu o olhar confuso.

— Você não tem o que agradecer. — disse enchendo a boca de sorvete fazendo  suas bochechas inflarem, sorri daquela cena.

Comecei a comer o sorvete silenciosamente, será que eu conseguiria arranjar amigos de verdade e agir normalmente na frente de Suho? Eu conseguiria convencer a minha psicóloga de que eu estava perfeitamente estável? Eram muitos pensamentos que lotavam a minha cabeça, mas de alguma maneira Jimin fazia com que eu se sentisse mais leve. Gostava da maneira que ele não me entupia de perguntas, apenas respeitava o meu espaço.

— O quê vamos fazer agora? — perguntei quando terminamos o sorvete e a chuva aparentava ter passado, ele me olhou pensativo e logo sorriu.

— Lugar algum.

Eu o olhei confusa.

— Vamos. — ele sorriu me arrastando pelas ruas.




[...]





— A senhorita está ciente de que essa sessão pode te trazer algumas reações inesperadas? — a médica me olhou novamente como se quisesse se certificar que eu realmente tinha certeza. — Você passou por um evento que lhe causou um bom transtorno, trazer essas memórias de volta pode prejudica-la.

— Sim, eu estou ciente. — acenei com a cabeça.

A mulher suspirou e começou com a sessão de hipnose, enquanto eu deitada na cadeira sentia como se minha mente se deslocasse dali.

Algo a deixava nervosa aquela noite, uma revelação que a machucou.

 

“— Não, eu não darei a telefone! — gritei recuando alguns passos sentindo meus olhos lacrimejarem — Eu te odeio Wheeler.

As palavras saiam bruscamente da minha boca sem controle algum, eu nunca tinha perdido o controle até então. Sentia a raiva fazer com que eu não pensasse direito, tudo a minha volta parecia tremer um pouco. Mas eu não me deixaria abalar, dessa vez não.

Se aquilo sempre se tratou se um jogo para ele, então ele iria perder.

— Você não quis dizer isso babe — disse com um tom de voz macio, ele se aproximava vagarosamente de mim e me puxava para perto perigosamente. Selou nossos lábios em um beijo um tanto violento sem se importar se Elisabeth estivesse logo ao lado nos assistindo, suas mãos começaram a deslizar pela minha cintura enquanto eu procurava me afastar assustada. Sentia suas mãos procurarem pelo meu celular que eu tentava a todo custo esconder.

— Peguei. — Elisabeth estendeu o aparelho interrompendo a cena. — Vamos agora.

Fui jogada dentro do carro no banco de trás, sentia as lágrimas arderem nos meus olhos enquanto Harry acelerava a toda velocidade para fugir dos policiais.

— O que acha do México, Eunji?

Tentei ignora-lo, eu estava com medo e queria chorar sozinha no meu canto. Ainda não tinha digerido todas aquelas informações, só queria que tudo acabasse de uma vez e eu acordasse na minha cama na minha casa. Era tudo o que eu queria.

Sentia enjôo, todo aquele nervoso iria me fazer vomitar ali. Tentei abrir a janela, mas Elisabeth simplesmente as travou.

— Eu quero vomitar. — disse com a voz fraca.

— Se você vomitar no meu carro eu te mato. — Harry disse agressivamente.

Antes que eu me desse conta todo aquele líquido ácido subiu pela minha garganta, acabei vomitando em todo o banco. Minha garganta doía como um inferno.

— Sua vadia…

— Ei, — Elisabeth disse assustada, o que era estranho da parte dele — é só um carro.

— Não é só um carro, ela vomitou na encomenda.

— Ai meu… — Elisabeth arregalou os olhos — Me deixe sair daqui, agora! Eu não tenho nada a ver com isso!

— Cale a boca! — Harry gritou alterado — ou eu vou ter que bater em você.

Minha cabeça tombava para o lado a cada lombada que o carro passava em alta velocidade. Sentia como se eu perdesse a minha consciência aos poucos. Mesmo assim eu ainda ouvia a discussão.

— Eu não vou para a cadeia por causa de você!

— Cale a porra da boca.

Elisabeth olhou para o banco de trás assustada.

— Céus, quantos quilos tem aí? — disse pálida — Pare o carro, pare o carro agora.  —  ela bufou passando suas mãos nervosamente no cabelo — Isso é tudo culpa sua Eunji.

— Cale a boca!

Barulho, eles faziam muito barulho.

— Me deixe sair, por favor. — eu sentia como se todo aquele estresse acumulado fosse me fazer desmaiar.

— Eu te mato se você sair daqui — Harry me olhou ameaçador, eu nunca tinha sentido tanto medo antes. Recuei nervosamente no banco sujo de vômito. — Eu vou te matar Eunji, você não sabe o problema que está me causando.

Senti meus olhos destacarem quando percebi um caminhão na nossa frente.

Apenas tive tempo de gritar, e apagar completamente depois do impacto e ouvir sirenes da polícia no fundo da minha mente enquanto perdia a consciência.”

 

Você chora por causa de uma memória importante que perdeu.

Naquele momento eu realmente chorava.



“Olhei para aquela alma com cara de descrença, era mais um dos dias que eu fugia de casa depois de escutar uma longa discussão sobre Kwon Moonseol, agora uma alma me pedia para conversar com um garoto do outro lado do playground em que eu estava sozinha.

— Por que?

— Ele está triste e precisa de um amigo, faça isso por mim. Depois de que eu fui embora ele tem estado bem triste. — a alma de um garotinho triste me disse — Faça companhia para o meu irmãozinho. Você promete?

Ne. — sorri de leve.

Balancei a minha cabeça positivamente, vendo um sorriso contente naquela alma.

Me dirigi até o garoto sentado no banco do playground, ele chorava sozinho e escondia suas bochechas com suas mãos gordinhas. Parei em sua frente, ele aparentava ser mais velho e um pouco mais alto do que eu. Apoiei a minha mão em seu ombro, tentando lhe passar todo o conforto que ninguém nunca tinha me passado e sorri.

— Ya, quer brincar comigo?

Seus olhinhos brilhantes me encararam com descrença.

— Sou Kim Eunji, e você?

— Eunjinnie? — ele perguntou em voz baixa e eu assenti — Eu sou Park Jimin.

— Prazer. — disse com um sorriso amigável — Serei a sua amiga a partir de hoje.”

 


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