Overcome escrita por Downpour


Capítulo 11
Capítulo 10 - Amuletos


Notas iniciais do capítulo

Olaaa, depois de um bom tempo sem postar eu consegui "arranjar" um tempinho pra postar esse capítulo sz
Quero agradecer a todo mundo que está lendo a fanfic, muito obrigada mesmo gente :')
Espero que vocês gostem do capítulo ♥



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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 10 - Amuletos

 

"Você é a minha luz das estrelas, brilhando no meu coração
Quando eu estou com você, parece que estou sonhando todo dia
Você é a minha luz das estrelas, eu fico tão feliz
Seu amor é como um presente"




Kim Eunji, 2012

Cheongwa




Aquele era um dia especialmente frio, eu procurava me aquecer com meu cachecol enquanto caminhava em passos lentos para a escola segurando meu guarda chuva. Eu amava dias chuvosos, menos quando tinha que me levantar cedo para ir para a escola como naquele dia. Estava com a cabeça nas nuvens enquanto caminhava, quando fui perceber já me encontrava no prédio onde a minha sala ficava. Fechei o guarda chuva adentrando no prédio, o térreo era bem sem graça. Era composto pela secretária, pelo que me disseram cada prédio tinha sua própria secretária para facilitar  o atendimento dos pais/alunos, o achados e perdidos, armários dos professores e uma porta escrito “porão” onde os alunos eram terminantemente proibidos de entrar. Me dirigi em direção as escadas e comecei a subir lentamente, eu estava atrasada para a primeira aula e na realidade eu não tinha o menor interesse de chegar no horário daquela aula e encontrar aquela garota sentada na última carteira. O toque do meu celular me tirou dos meus pensamentos, tinha recebido uma nova mensagem de um número desconhecido.

 

Número Desconhecido [07:32 AM]

Olá dongsaeng, é realmente uma pena que você tenha se esquecido de mim nesse meio tempo. Mas não se preocupe, eu me lembro muito bem de você e irei fazer com que você se lembre de mim.



Senti um arrepio percorrer a minha espinha, olhei em volta apreensiva imaginando que alguém poderia estar me observando e fazendo algum tipo de brincadeira de mau gosto, contudo me encontrei sozinha na escadaria. Bufei colocando o celular dentro da minha mochila, fingindo não ter me abalado com a mensagem e segui caminho para a sala de aula. Bati na porta da sala e esperei que o professor me deixasse entrar.

— Isso são horas Eunji-ssi? —a professora de inglês resmungou em voz alta assim que abriu a porta, fazendo com que toda a sala olhasse para mim.

— Eu perdi o horário. — respondi como se fosse óbvio para a mulher que pareceu não confiar muito nas minhas respostas.

— Então por quê eu vi o seu irmão na entrada as 7h em ponto? — era incrível que aquela mulher em plena terça feira na primeira aula estava com toda a animação do mundo para me ferrar, a xinguei mentalmente, enquanto por fora eu exibi um sorriso educado.

— Como eu disse antes, eu perdi o horário, me desculpe por isso. — disse por mais que eu realmente não me sentisse na necessidade de pedir desculpa, eu detestava esse tipo de formalidade que me obrigava a agir de forma contrária a qual eu gostaria de agir.

— Entre, sente-se e não faça barulho algum até o fim da aula, caso contrário você terá sérias consequências.

— Posso ver. — resmunguei fazendo pouco caso e indo me sentar, não me surpreendi quando Jimin ignorou a minha presença durante a aula inteira, e muito menos quando a professora começou a direcionar todos os questionamentos possíveis para mim como punição.

— A senhorita poderia me responder em inglês a questão de número vinte e dois na apostila?

Não demorou muito para que eu visse duas mãos levantadas, uma era de Namjoon o segundo garoto mais inteligente da sala e de Wendy a segunda garota mais inteligente da sala. Os dois tinham uma disputa interna de quem era mais inteligente e conseguia responder mais questões corretamente.

— I guess these two know the answer. (Eu acho que esses dois sabem a resposta.)— apontei para Namjoon e Wendy com um sorriso ingênuo e a mulher simplesmente balançou negativamente com a cabeça.

— Park Jimin? —ela passou a pergunta para ele o chamando para a realidade, o garoto franziu a testa para ela.

— Huh? — perguntou confuso, provavelmente nem sabia qual era a aula que ele estava tendo, visto que seu caderno estava em branco.

— Os dois, para fora da sala de aula agora. — a professora anunciou nervosa, e quando percebeu que ninguém se levantou ela repetiu mais específica — Park Jimin e Kim Eunji.

Meu olhar cruzou com o de Jimin, ele deu de ombros recolhendo suas coisas e se retirando da sala. A professora me olhou irritada e eu acabei por me retirar da sala também, Jimin estava do outro lado do corredor com a cabeça apoiada na parede.

— Me desculpe. — murmurei quando a professora fechou a porta da sala nos deixando sozinhos no corredor — Você deveria não deveria estar aqui.

— Eu não preciso das suas desculpas. — respondeu bruscamente me fazendo bufar.

— Yah, você não pode ser um pouco mais gentil, huh?

Jimin virou-se na minha direção olhando para mim furtivamente, ele provavelmente estava bravo por eu ter mentido, só não iria admitir na minha frente.

— Ela é a minha tia de parte de mãe, — respondi irritada sem o olhar nos olhos — ela se matou muito antes de eu nascer, satisfeito? Eu não sei mais nada além disso sobre ela.

O ruivo me encarou por alguns momentos sem palavras o que me fez suspirar, virei-me de costas para ele e comecei a caminhar em direção as escadarias sem paciência para lidar com ele.

— Eunji-ah, — Jimin disse me alcançando e segurando meu braço — me desculpe, deve ter um bom motivo para você ter mentido sobre.

— Sim, eu tenho um bom motivo. — resmunguei com um suspiro pesado.

Senti o olhar de Jimin sobre mim e eu o retribui, me senti desconfortável por ter ele me observando de tão perto mas resolvi não demonstrar que eu me sentia na necessidade de desviar o olhar. O olhei nos olhos e não consegui prestar atenção em muita coisa, a intensidade do olhar dele fez com que eu desviasse o olhar automaticamente. Por quê eu estava me sentindo desconfortável diante dele?

— Você deve estar com fome, — ele pigarreou — tem uma cafeteria aqui perto, vamos. — disse me puxando enquanto eu revirava os olhos, contanto que ele pagasse e fosse comida, eu não tinha porque negar.




[...]


"Mesmo nos dias chuvosos, você deixa o meu coração limpo
No momento em que eu te vi, eu só estou ocupada com você
Apenas olhar você deixa a alegria espalhar-se pelos meus lábios
Você é o único que consegue me fazer sorrir assim"



Starlight, Taeyeon.

 

 

 

Estávamos na cafeteria, eu resolvi pagar a minha parte para não ser muito desagradável. Jimin me encarava de vez em quando enquanto eu tamborilava os meus dedos na mesa de madeira esperando que nossos pedidos chegassem.

— Você não se lembra de muita coisa de quando você morou aqui, não é mesmo? — ele perguntou sem me olhar nos olhos.

Eu franzi a testa diante daquela pergunta.

— Eu realmente não sei, — respondi — não foi uma época muito boa para mim, então eu me esqueci de muita coisa. Por quê a pergunta? — olhei fixamente para Jimin.

— Por nada. — Jimin franziu o cenho. — Curiosidade, talvez?

— E por quê eu te deixaria curioso? — apoiei o meu rosto com a minha mão enquanto eu via Jimin fazer uma expressão engraçada.

— Aigoo, essa dongsaeng realmente pensou que eu fiquei curioso sobre ela — ele riu como se alguém tivesse lhe contado uma piada.

— Mas foi exatamente isso que você falou alguns minutos atrás. — eu murmurei confusa.

— Aish, que convencida. — ele disse se inclinando para bagunçar a minha franja.

— Yah! — resmunguei segurando seu pulso, procurando afasta-lo do meu cabelo, Jimin riu e recolheu sua mão enquanto recebíamos os nossos pedidos. Ficamos em silêncio por alguns momentos enquanto eu bebericava meu café e comia um cupcake, o ruivo apenas me observava comer o que me deixava desconfortável.

Saímos da cafeteria enquanto chovia, Jimin abriu um guarda chuva e me encarou por alguns momentos.

— Você vai querer se molhar mesmo? — ele ergueu a sobrancelha e eu revirei os olhos me aproximando dele e segurando o seu braço, me senti baixa perto de Jimin, isso porque ele nem era tão alto.

— Jimin-ah? — o chamei fazendo com que ele me encarasse — O quê você acha que pode acontecer quando aquela garota nos achar?

— Eu não faço a mínima ideia, — ele suspirou e então parou de caminhar olhando diretamente para mim — eu tive uma ideia. Quer matar o resto das aulas de hoje?

— Você enlouqueceu?! — eu exclamei — Hoseok vai me matar.

Jimin mordeu os lábios nervoso quando eu murmurei o nome de Hoseok, como se ele tivesse acabado de se lembrar de algo não muito bom.

— Ninguém vai ficar sabendo — ele resmungou fazendo um biquinho — e isso vai nos ajudar com aquela garota.

Eu respirei fundo, tentando me convencer de que eu tinha enlouquecido por ter analisado a possibilidade de fazer aquilo.




[...]





— Onde nós estamos indo afinal?

Perguntei depois de mais de meia hora que estávamos em um ônibus que ia para Busan.

— Ver a minha avó, — Jimin resmungou fechando seus olhos — você vai entender melhor quando chegarmos lá.

— Como eu posso ter a garantia de que você não esta me sequestrando? — ergui minhas sobrancelhas irritada o que fez Jimin rir.

— Você é engraçada quando fica brava. — disse apertando a minha bochecha de leve e logo se virando para a janela, alegando que queria dormir o resto do percurso. Eu bufei e deixei quieto, era minha culpa por eu estar confiando que Jimin realmente me levaria para ver a sua avó, se algo acontecesse era a minha culpa por ser ingênua demais. Ao menos eu poderia usar o meu celular para fazer alguma ligação.

Peguei meu celular e coloquei meus fones de ouvidos, me distraindo com a primeira música que veio na playlist aleatória do meu celular. Suspirei encostando a minha cabeça no encosto do banco enquanto eu balançava a minha perna no ritmo da música, mas logo parei quando percebi que quando o ônibus fez uma curva a cabeça de Jimin veio de encontro ao meu ombro, ficando ali. O encarei indignada, mas ele continuava dormindo como um anjo apoiado em meu ombro. Suspirei sabendo que eu não conseguiria ficar brava com ele ao ver a sua expressão plena ao dormir, ao contrário peguei meu celular e tirei uma foto de seu rosto cansado tentando abafar a risada com a mão. Observei a foto com um sorriso e tornei a me distrair com a música, agora sentindo a respiração de Jimin no meu pescoço. Ao contrário do que eu imaginava, eu deixei que Jimin dormisse no meu ombro, sentindo uma sensação de conforto.

Me senti tentada a acariciar seus cabelos, mas deixei quieto acabando por cochilar também.

— Eunji-ssi? — ouvi a voz de Jimin nos meus ouvidos — Nós chegamos, acorde.

— Hm. — resmunguei procurando em acostumar com a claridade do local, pude ouvir a risada de Jimin.

— A sua cara quando acorda é engraçada.

— Yah — resmunguei dando uma cotovelada em sua barriga — vamos.

Descemos do ônibus na frente de uma casa de repouso, Jimin engoliu em seco começando a andar na minha frente e eu simplesmente o segui. Entramos na Casa  de Repouso e paramos na frente da recepção.

— Park Jimin-ssi, — uma recepcionista se curvou — quanto tempo!

Jimin sorriu torto para ela.

— Creio que você veio visitar sua avó, irei pedir para que a tragam aqui embaixo… — a mulher disse olhando alguns registros distraída, quando ergueu seus olhos e me viu ela sorriu mais ainda — oh, annyeong você deve ser a namorada de Park Jimin-ssi.

Eu balancei a minha cabeça negativamente com vergonha. — Annyeong, sou apenas uma amiga.

Nós ficamos sentados em uma salinha de espera, Jimin suspirou pesadamente enquanto olhava para aquelas paredes brancas. Aquele era um lado dele que eu nunca tinha tido oportunidade de conhecer até agora.

— Jimin! — ouvi a voz de uma senhora em uma cadeira de rodas.

Annyeong harmeoni — o ruivo se curvou com um meio sorriso ao ver sua avó.

— Oh, annyeong minha querida você é…

— Uma amiga. — Jimin disse antes que sua avó completasse sua frase, ela nos olhos desconfiada mas sorriu.

— Jimin nunca trouxe uma amiga para cá. — ela sorriu fazendo com que o ruivo desviasse o olhar com vergonha.

— Annyeong ahjumma — eu sorri me curvando.

Ela olhou para os nossos uniformes escolares e franziu a testa.

— Por quê vocês estão aqui no horário de aula? — ela comentou fazendo com que eu e Jimin se entreolhassemos, na verdade eu ainda me perguntava o que eu estava fazendo ali com Jimin do outro lado da cidade.

Harmeoni, não sei se você a conhece, mas ela é a Kim Eunji. — Jimin disse em tom baixo para a sua avó que arregalou os olhos. Eu mordi meus lábios ansiosa. — Sobrinha de Kwon Moonseol.

— Então vocês estão aqui para falar da gwishin?

Assentimos.

O ambiente daquela sala pareceu ter mudado em questão de instantes.

— Eu cheguei a imaginar que se tratasse disso quando você veio falar comigo, — a senhora suspirou — mas quem acredita em uma velha que tem suspeitas de esquizofrenia? Esperava que não se tratasse disso que eu imaginava, mas é exatamente isso. Enquanto vocês estiverem dentro daquela escola vocês estão em perigo, aquela alma é completamente negra e não faço a mínima ideia dos demônios que essa coisa pode atrair para a escola…

Abaixei o meu olhar sentindo meu corpo se arrepiar.

— Enquanto aquela alma não “despertar” vocês estarão relativamente em segurança, depois disso ela tentará os matar a qualquer custo. É algo maior do que vocês podem imaginar, a história dessa garota e da família de vocês dois vai muito além de um suicídio, tem muito dinheiro sujo por trás disso. Os Kinoshita não os deixarão em paz também. Vocês não podem confiar em absolutamente ninguém.

Minha mente dispersou por alguns momentos, enquanto eu analisava a breve possibilidade de a minha mãe  sempre souber de tudo aquilo e nunca ter comentado nada comigo.

— Fiquem com isso. — ela nos entregou duas pedras —Isso irá os proteger por enquanto, procurem por ajuda com alguém confiável, pode ser que amuletos não sejam o suficiente para protegê-los.





[...]




Estávamos no caminho de volta, meu celular estava entupido de notificações de Hoseok me perguntando onde raios eu estava, mas eu não estava com cabeça no momento para responder nenhuma das mensagens. Sentia todo o meu corpo pesar naquele momento. “Se existem almas boas, logo as ruins também existem.”  a voz da harmeoni de Jimin entrou nos meus ouvidos como um choque, meu corpo estremeceu contudo eu fingi não me importar.

— Jimin-ah? — chamei seu nome rapidamente, antes que eu me arrependesse do que eu iria falar.

— Sim? — ele se virou para mim, sua expressão não estava muito diferente da minha.

— Eu estou com medo. — sussurrei.

— Eu também. — ele suspirou cansado.


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