Looks escrita por Bugaboo


Capítulo 4
Decepções


Notas iniciais do capítulo

Aeeeeeeeeoeeeeo! O capítulo chegou!
Espero que vocês gostem e boa leitura!



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— O que?! E-eu?! — Ela parecia estar surpresa, ou assustada.

— Sim.

— Mas... — Foi cortada pela mãe. Não entendi o que aconteceu, era para ela se animar, não ficar mais triste ainda.

— A Marinette nunca dormiu fora de casa, não sei se é uma boa ideia. — Isso atingiu meu coração de forma drástica, o sorriso de meu rosto se desfez e não consegui soltar mais nenhuma palavra para fora. — Quem sabe numa próxima.

— É claro que haverá próximas oportunidades. — Minha mãe comentou, entendendo a situação e me encarando para colaborar com algo na discussão, mas apenas concordei com a cabeça.

— É... — A menina soltou um longo suspiro, abaixando a cabeça e ficando assim por um bom tempo. Será que ela queria vir comigo e a decisão na verdade não foi dela? Será?

— Bem, o que vocês querem fazer agora, antes de irmos embora?

— Não sei... — Eu sei que eu falei que não podia falar nada, mas tive que responder algo, mesmo que não fosse nada útil.

— Ah! Vamos gente! O que vocês querem? — Meu travesseiro… É do que mais preciso.

— Que tal assistirmos um filme no cinema? — A mulher chinesa sugeriu, mas ninguém pareceu se empolgar. Ninguém quer dizer eu e minha colega da frente, minha mãe é um caso à parte.

— O que é cinema? — A garota perguntou, perdida na conversa. Como assim ela não sabe o que é cinema?! Será que eu continuo dormindo e estou tendo um pesadelo? Apesar de que se isso fosse possível, eu não saberia descrever se seria um sonho ou realidade, ainda não conquistei essa habilidade.

— Cinema é uma parte do shopping em que a gente assiste filmes numa tela gigantesca e come pipoca! — Acho que me empolguei um pouco.

— E o que são filmes? — Eu iria abrir a boca para explicar, mas o susto por ouvir essas perguntas me congelou, em que mundo essa criança vive? Ela está perdendo a diversão da vida! Devo voltar a considerar a ideia do pesadelo.

— São aquelas cenas que a gente assiste às vezes na televisão, lembra? Existem vários tipos diferentes, e antes de passar na tela da nossa sala, passa na do cinema primeiro. — Não entendi muito bem essa explicação, porém em comunicação de mãe para filha ninguém pode colocar a colher…

— Ah sim. — Lembrou.

— Então vamos? — Minha mãe me pegou no colo, anunciando nossa ida após pagar a conta. Por que parecia tão difícil seguir em frente?

***

— Adrien? — Minha mãe me acordou de meus pensamentos, que sinceramente, pareciam não ter fim. — Com queijo ou sem? — Estava tão perdido que nem me lembrava de que estava na fila da pipoca.

— Pode ser sem, não estou com vontade. — Ela me olhou com um olhar estranho, diferente, como se soubesse que não estou normal. Enquanto isso a atendente entregou os saquinhos de pipoca para a gente.

Por fim voltamos para a outra fila, aquela que iria permitir nossa entrada na sala das poltronas vermelhas. Infelizmente ainda iria demorar uma eternidade, tinha muitas pessoas na nossa frente, praticamente a cidade inteira.

— Eu não aguento mais esperar. — Dramatizei, espera, o que isso significa? Não importa, mais tarde vejo.

— Calma, não tem nem dez pessoas na nossa frente. Tem que esperar liberar nossa entrada.

— Mas demora do mesmo jeito.

— Tenha paciência, assim tudo acabará bem. — Piscou.

— E se eu não tiver?

— Algo de ruim pode acontecer.

— Como o quê? — Essa conversa está me deixando confuso.

— Qualquer coisa. Mas não se preocupe, eu não vou deixar que nada aconteça com você enquanto eu estiver por aqui. — Beijou minha testa como sinal de garantia, meus olhos brilharam, era bom sentir um pouquinho de confiança mesmo com tudo que passei.

— Obrigado, mamãe. — Abracei as pernas dela. — Também não vou deixar nada acontecer com você.

— Eu sei que não vai. — Deu uma pausa. — Vamos entrar? — Será que todo mundo que estava na nossa frente desistiu? Foi tão rápido!

— Claro.

As outras duas já tinham entrado para procurarem um assento, apenas segui andando atrás.

— Tudo bem aqui para vocês? Bem alto para conseguirem enxergar. — Sabine perguntou para nós, e simplesmente concordamos com a cabeça. Era um ótimo lugar com uma ótima visão.

Em poucos minutos as luzes apagaram, e todos os olhares foram desviados para a tela incrível, que se coloria com imagens aos poucos. Novamente, minha mente se desligou do mundo.

 

***

— Qual parte do filme você mais gostou? — Marinette me questionou, enquanto íamos em direção a sua casa de dentro do carro. Provavelmente, foi uma forma de puxar papo já que ficamos um bom tempo sem tocar em uma palavra.

— Bem, eu acho que o final foi mais interessante. — Na verdade, o final foi a única parte que eu prestei atenção.

— Concordo. — Soltou um longo suspiro. Ufa, ainda bem que isso deu certo.

A limusine estacionou na frente da loja de pão, as duas saíram com todas as sacolas de compras que haviam comprado. Quando voltamos a andar, elas acenavam para nós, porém, era fácil perceber que a menina não estava feliz. O que será que aconteceu?

Assim que chegamos na nossa casa, entrei correndo como um raio. Tomei meu banho e me joguei em cima da cama, quem visse poderia dizer que eu estava cansado.

O problema era que aquele olhar tristonho ficou na minha cabeça, por horas e mais horas. O teto parecia ganhar formas estranhas que me revelavam memórias ocultas em minha mente e coisas incríveis criadas pela minha imaginação. Acho que minha cabeça fez isso por querer, apenas para me fazer reviver o momento em que um olhar se cruzou na minha frente e mais nada teve cor a partir daí, apenas o azul do mar e do céu. Eca, acho que aquele filme me contaminou drasticamente. Era uma sensação tão… Feliz. Eu continuaria pensando nessa minha vida se alguém não tivesse batido na porta e interrompido toda essa discussão de pensamentos.

— Adrien? — Natalie abriu a porta, nesse momento fingi estar brincando com meu aviãozinho para não passar desconfiança, afinal não é sempre que a gente fica observando uma parede.

— Oi, Natalie. — Respondi, ainda fingindo estar entretido com meu brinquedinho. — O que aconteceu?

— Você tem visita. — Saiu.

Visita? Mas já está anoitecendo! E quem viria me ver? Normalmente as visitas são para meus pais. Pois bem, só indo ver quem me espera para desvendar esse mistério!

Me levantei de meu conforto e corri até uma parte da escada, onde dava para enxergar de forma perfeita quem estava na porta. Quando abri meus olhos após uma piscada rápida, me surpreendi com quem realmente estava me esperando que só pude retribuir a surpresa com um grande sorriso de felicidade.

— Oi loirinho!


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Notas finais do capítulo

Nível extremo de fofura :3
Coitado do Adrien, tão pequeno e já sofre tanto.
E aí? O que acharam? Alguma teoria (saibam que eu amo cada teoria de vocês :D)?
Vou começar a usar *** para representar quebra de tempo, já que os parágrafos bugam muito às vezes.
E assim, encerramos o capítulo de hoje e nos vemos no capítulo 5! *Aplausos*
Um grande abraço da Super Bugaboo e um grande beijo para todas as nossas super mães!