O despertar escrita por Tha


Capítulo 8
VIII – Uma é bom, duas é demais


Notas iniciais do capítulo

OPA GATOS E GATAS, TUDO BOM?



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Es.pe.lho: sf. Superfície lisa e muito polida, capaz de refletir a luz e as imagens de objetos e pessoas.

Antes

No final, Clove também se ofereceu para jantar lá em casa aquele sábado, então pegamos seu carro e seguimos pela rodovia ao som de algum rock antigo enquanto o ar frio do outono entrava pela janela como um espírito raivoso.

Por fora eu estava tranquila e sorrindo, mas por dentro estava aflita como nunca.

Decidimos deixar as bolsas em casa primeiro, para só então ir buscar Jason, já que ele ainda não sentia segurança para pilotar a moto e o carro estava na oficina. Senti pena por ele, mas maldito orgulho masculino.

— Espero que ela esteja fazendo enchiladas – Clove diz trancando o carro.

— Eu nem estava pensando nisso, mas agora que você falou, vou ficar decepcionada se não encontrar enchiladas lá dentro – Coloquei a mochila nas costas e toquei a campainha – Ei, mãe!

Quem abriu a porta, no entanto, não foi a minha mãe, mas sim um espelho esquisito. Quer dizer, eu estava olhando para mim mesma, mas as roupas estavam diferentes, o sorriso era afiado e o brilho nos olhos... não era meu.

Qual é, quem seria o idiota capaz de me confundir com ela?

Olhei para Clove e ela estava de boca aberta. Bom, ela seria.

— Puta merda – Foi o que disse.

— Oi de novo, amiga.

Aquela era a minha voz!

Meu celular começou a tocar e o nome de Jason mais uma foto nossa apareceu na tela.

— Oi Flor, tá chegando? Eu tô com fome.

— Vou demorar um pouco, estou cuidando de uma praga – Desligo antes de ouvir a resposta e puxo o braço daquela loira falsa, a empurrando para dentro de casa – Cadê a minha mãe? O que você fez com ela?

— Calma, ela só foi no mercado – A garota igual a mim se sentou na minha solfrona e apontou para o sofá. Ainda atônita, aceitei o convite – E além do mais, ela nem é nossa mãe de verdade.

— Cala a boca, sua...

— Eita eita – Ela diz e Clove segura minha mão – Enfim, tomei a liberdade de pedir a mamãe que mostrasse nossos portfólios antigos, e tinha me esquecido de como éramos talentosas. Não sei se gostei mais da coroa ou do unicórnio.

— Bom, eu fiz isso na quinta séria, então fico feliz que continuou com a mentalidade de uma garota de onze anos – Sorri cínica – Agora me explica que palhaçada é essa.

— Era essa a Allyson que eu estava esperando, agora podemos ter uma conversa decente.

— O que você quer?

— Na verdade é bem simples, quero saber o que faz de você tão especial. O que você tem sem mim que faz o Jason e o David comerem na palma da sua mão? Sabe, o David eu já entendi, aquela paixão clichê de escola, a fascinação pela história e pela grande Filha da Profecia, a mistura de romance entre alguém muito poderosa com um garoto invisível... clássico. Mas é o Jason me deixa intrigada. Quando Jake, morreu, vocês... não, antes mesmo de ele morrer, quer dizer...

— Não – Me apresso em dizer – Eu nunca trairia o Jake dessa forma.

— Não se faça de inocente, sei que pensou, porque eu pensei, e costumávamos ser a mesma pessoa – Baixei o olhar e senti Clove me encarando – Pode admitir, ele é um gato. Não dá para olhar o Jason por muito tempo sem pensar “Nossa”. Mas então, vai me dizer como inspira tanta devoção em dois homens que deveriam estar dedicados a mim?

— Talvez você não me imite tão bem.

— Ally...

— Calada, Clove.

— É esse papo de amar os dois? Ainda cola mesmo? Me conta seu segredo. O que os dois patetas bonitinhos veem em você?

— Não faço ideia – Abaixo a cabeça.

— Qual é Allyson.

A situação toda parecia ter saído de um filme de terror.

— Olha aqui – Clove interveio – Seja lá o que está tentando fazer, não vai dar certo. Já deve saber que a Allyson é incrivelmente leal, e faz qualquer coisa pelas pessoas que ama.

— Clove... – Gemo ainda de caneca baixa.

— Interessante, até onde você iria pelos dois? Quer dizer, você os ama tanto e tal, mas se tivesse que escolher um, qual seria?

— Você é louca – Clo diz.

— Não, eu só sou uma garota extremamente irritada com todo esse mimimi. Escolhe.

Uma lâmpada se acendeu na minha cabeça e a ergui como uma rocha.

— Já entendi, está com ciúme – Me viro para minha amiga – Ela está com ciúme.

— Com certeza.

— Você o amor onde ninguém precisou ser seduzido ou Persuadido, e um amor que não é seu – Sorrio confiante – Está ameaçada, então naturalmente tem que destruí-lo com o jogo mais sádico que pode imaginar. Esquece, não vou jogar.

— Você não é nem um pouco divertida. Sabe o que era divertido? Roma antiga, o Coliseu, os gladiadores, suados e cheios de óleo, se jogando uns contra os outros, lutando pela vida... tão sexy. Estou fazendo um trabalho muito bom com David.

— Como você existe? Quem é você? – Perco a paciência e me levanto.

— Eu sou você, ou uma versão melhorada de você. É a mesma lógica do Adam – Ela começa a andar em círculos. Eu ando assim? — Eu estava aí em você o tempo todo, até você tomar sangue Nephilim, forçando a nos separar. Eu queria seguir Darko, mas você não, e foi tão frustrante. Adam e Darko morreram, e como temos a mesma estrutura genética, consegui sair. Nadei aquele oceano todo até chegar aqui, meses atrás. Quando eu acordei, as outras, todas as outras também acordaram, então to reunindo elas para continuar o trabalho do nosso pai.

— Isso é loucura!

— No fundo você também queria isso, eu sei, sei tudo o que se passava na sua cabeça – A garota pega a minha bolsa e solta um suspiro cansado e anda até a porta – Pensa no assunto, a gente daria uma bela dupla.

Grito nervosa e libero o meu poder pelas mãos, quebrando um vaso que estava em cima de uma mesinha onde colocamos as chaves.

— Ally, calma – Clove diz, e sei que está assustada, ela nunca me viu assim, nunca viu o que posso fazer realmente.

— Não... – Começo respirando fundo – Não me peça isso agora.

— O que eu posso fazer?

— Vá buscar Jason, vou pensar no que dizer à minha mãe.

Clove não disse nada, apenas pegou a chave do carro e saiu pela porta coçando a cabeça, murmurando coisas desconexas.

Enterrei o rosto nas mãos e gritei para o vazio, praguejando Darko, por mais uma vez conseguir acabar com a minha felicidade, por mais uma vez esfregar na minha cara que ganhou o jogo mesmo estando morto. Por mais uma vez fazer eu me sentir culpada por duas mortes completamente em vão.

Andei até a cozinha e espalmei as mãos no balcão preto. Estava tudo igual desde a última vez que vim aqui, mas de alguma forma, não parecia a minha casa, mas uma cena de crime. De repente me vi em uma cozinha  que eu não reconhecia. Ela havia estado ali, ela conversou com a minha mãe, ela seduziu meu namorado para depois o espancar apenas por diversão. Ela!

Puxei o ar violentamente quando percebi que não estava conseguindo respirar, mas não achava oxigênio. Endireitei as costas e cravei a mão no peito, como se isso fosse ajudar de alguma forma, como se isso aliviasse minha dor.

Corri para a porta e me ajoelhei na varanda de casa. Meu corpo todo foi tomado por espasmos quando a ânsia de vômito chegou. Abri a boca, mas nada saiu, eu não tinha nada no estômago, nem mesmo sangue de algum Nephilim com medo por aí. Nada. Fechei os olhos, e quando os abri novamente, encontrei a casa de Adam, e só depois disso, meu coração começou a se acalmar, o ar a voltar.

Eu ainda não tinha notado, mas havia um carro na garagem, e janela lá em cima estava acesa. Um garoto saiu da casa, devia ter uns dez anos, foi colocar o saco de lixo para fora, o saco era maior que ele, mas mesmo assim, parecia feliz em ajudar.

— Oi Brittany! – Ele gritou olhando para a casa ao lado da minha e, instintivamente, olhei também. Encontrei Brittany, minha antiga vizinha, sentada em um balanço, com uma xícara nas mãos. Britt tinha oito anos quando fui para Riverland, e não a tinha visto desde então – Quer jogar videogame?

— Claro Gabe, já vou.

Isso me lembrou uma época boa, então sorri quando os dois se abraçaram.

— Espero que tenham uma boa vida – Sussurrei – Espero que você nunca o trate mal na escola para provar nada para ninguém.

— Chegamos! – Clove buzinou e logo percebi a expressão forçada no rosto dela, mas Jason estava sorrindo, então relaxei.

— Oi Flor – Ele me beijou e passou o braço sobre meus ombros ao entrarmos – Você tá linda.

Olhei para minhas própria roupas, calça jeans, uma blusa branca de botões e havaianas. A única coisa que sugeria que eu estava arrumada, era o batom vermelho.

— Esperto – Sorri e de repente, tudo ficou melhor com a companhia dele.

— Acho que vou abrir um vinho – Clove anunciou da cozinha.

— É uma ótima ideia – Jason começou a caminhar para lá, mas eu segurei sua mão – O que foi?

— Eu te amo, ok? Para sempre.

— Eu sei, Flor, eu também – Recebo um beijo na testa e suspiro.

A porta é aberta e minha mãe surge com um monte de sacolas na mão. Jason, tentando ser um namorado exemplar, corre para ajudá-la a carregar.

— Oi Jason, você chegou. Obrigada.

— É sempre um prazer, senhora Hale.

— Eu também vim! – Clove surge no portal da cozinha com um sorriso nervoso e eu reviro os olhos.

— Hm, vou precisar fazer mais enchiladas – Minha mãe resmunga e eu rio – Trocou de roupa por que, Allyson?

— Ahn... – Pense rápido — Essa é mais confortável.

— Tem razão. Pode arrumar a mesa? Peter está quase chegando.

— Eu acho que ele ainda não vai com a minha cara – Jason coça a mandíbula, então a barba deve estar crescendo, o que eu acho um máximo, agora seu metabolismo permite isso.

—Ah jura? – Clove surge de novo – Você arrastou a filha dele para um monte de “aventuras” de quase morte.

— Quem vê assim até pensa que não foi o contrário – Ele me encara e tento parecer relaxada.

Aviso de jantar tenso chegando aí. Algo me diz que vou precisar de algo mais forte que vinho.

Agora

Estávamos todos com tequila nas mãos quando Adina respirou fundo e começou a nos contar sobre um pirata imundo e velejava pela costa das ilhas Skelig, sempre rondando e observando o lugar. Todos o conheciam como Senhor Michgan.

Ela tinha um colar, um que usava desde o dia em que nasceu, um medalhão de ouro, ela não entendia o que significava, até Michgan a pegar andando pela praia de Riverland e a levar para seu navio.

Adi fechou os olhos e em seguida todos entraram em algum tipo de estado de transe, quando comecei a me perguntar o que estava acontecendo, fui jogada em uma lembrança:

“Eu estava no barco. Adina e um cara com a barba encardida e falha conversavam em uma mesa.

— Não faz sentido matá-la agora, Adina de Riverland – O homem diz.

— Então me solte, já tem a sua joia, de nada valho para o senhor – A ruiva responde e ele ri.

— Você não sabe o que é isso, sabe? – O pirata gira uma peça redonda e dourada nos dedos. Seus dentes podres me causam enjoo.

— É o medalhão que minha mãe me deu quando nasci.

— Isso é egípcio, ouro maciço, é uma das duas peças idênticas forjadas pelo próprio Lúcifer antes de cair. Ouro banhado em sangue para separar duas almas opostas, impedir que fiquem ligadas sobrenaturalmente. Lúcifer era um cara que pensava alto, tinha ideias sombrias que o Criador abominava. Antes de completar o ritual dos medalhões, foi jogado do céu junto com seus companheiros. Assim, todos os deuses pagãos lançaram sobre o ouro uma maldição terrível, não queriam que ninguém soubesse que dentro de si o mal vivia, que soubessem a verdade da humanidade. Então o mortal que retirasse a peça do baú que caiu com Lúcifer seria castigado pela eternidade. Darko, seu pai, fez isso, confrontou o irmão, não quis ir para seu reino e se instalou na Terra com o ouro. Aquele idiota queria o mundo aos seus pés.

— Eu não acredito mais em histórias de terror, senhor Michgan.

— Ah sim, foi exatamente o que pensei quando ouvi a história da bruxa que matou Darko com a filha dele ainda no ventre, e aqui está você, viva, com o medalhão no pescoço, a protegendo de sua alma perversa. O que me faz pensar, onde está o segundo? Dizem que se os dois estiverem juntos, você pode controlar qualquer coisa. Ouvi história sobre as ilhas Skelig, que há uma ilha especial no meio de todas as outras. A ilha dos mortos. Não pode ser achada por corações impuros. Com isso eu posso achar.

— Ridículo, toda essa história é ridícula. Tenho mais com o que me preocupar, por exemplo, Caídos tentando invadir meu castelo.

— Eu fico com seu colar – Michgan aperta a medalha na mão e se levanta – Boa sorte de agora em diante, princesa.”

Quando volto, todos ainda estão lá, e me pergunto se eu fico assim quando mergulho em uma lembrança ou algo do tipo. Não demora muito para Adina quebrar a conexão.

— Então, o que podemos fazer a respeito disso? – Kaleesa diz.

— É simples, vamos pegar a espada de Darko, ir até Riverland e matar essa vadia – Sorrio cínica e me levanto.

— E se você não conseguir entrar na ilha? – Ela rebate – É só para corações puros e você é uma Jaguar.

Sei que não posso alfinetá-la, sei que ela está com raiva de mim por minha causa, porque eu escolhi. Porque era mais fácil. Então como posso pedir um pouco mais de carinho e paciência se eu arruinei todo o grupo e toda a nossa história?

Então apenas respirei fundo e usei a desculpa mais esfarrapada da noite.

— Jason precisa de nós.

— Ele não é mais o mesmo Jason que conhecemos. Ninguém é mais o mesmo. Carregamos nossas cicatrizes, Ally, e você carrega as suas.

— Ok, chega – David se intromete enquanto o resto do grupo disfarça abaixando a cabeça e bebendo um pouco da tequila – Você, pare de ficar provocando – Ele apontou para Kaleesa e depois para mim – E você pare de querer provar que pode salvar todo mundo porque Hazel te salvou. Ela fez uma escolha, e você está fazendo a sua, mas não ache que isso vai nos salvar, vai acabar com o resto de nós que ainda se importa com o que tá rolando. Não quer que passamos pelo que você passou, Ally. Não quer mesmo.

— Preciso tomar um ar – Anuncio depois de encarar todos mais uma vez e pego meu casaco

— Fugindo de novo... – Kaleesa assovia e Adina a repreende, mas já estou longe demais para ouvidos humanos.

Começo a repensar a ideia que tive quatro anos atrás de apagar quase tudo daquela noite. Foi um desastre, sim, mas ter Kaleesa contra mim é mais do que eu posso aguentar. É preciso saber escolher as palavras, ou você perde o jogo.

Encostei na parede dos fundos do bar, amarrei meu cabelo em um coque e olhei para o céu, tentando decidir se voltar foi a melhor escolha, ou se fugir foi a melhor escolha. Essa angústia não passa, fico remoendo o passado, pensando em tudo, como poderia ter sido diferente, como eu poderia ter feito tudo de outro jeito, mas não. Hoje as noites são frias demais para aguentar, e esse sussurro no meu coração, implorando para que eu seja forte mais uma vez falta me rasgar ao meio. Eu só não sei se consigo mais uma vez. Ou se devo simplesmente me entregar ao destino e deixa-lo decidir.

— Hey, finalmente te achei – Disse a voz.

Me recusei a abaixar a cabeça porque me recusava a acreditar que aquela voz só podia pertencer a uma pessoa, que eu já estava ficando, literalmente, louca. Mas quando a abaixei, Ian estava atravessando a rua.

— Cameron me passou as coordenadas pelo celular e vim assim que pude. Você está bem?

— Mas que diabos, é claro que estou bem – Franzi as sobrancelhas quando ele me abraçou.

— Fiquei preocupado com seu tom de voz.

— Ian, não pode atravessar o país porque ficou preocupado com meu tom de voz, isso é loucura.

— Na verdade, eu posso sim – Ele sorriu, e por um momento, quase sorri também. Qual é, essa era minha vida normal agora, amigos normais, ou não tão normais. Aquele cabelo castanho cortado bem curto, a barba sempre mal feita e as covinhas perto dos dois olhos – Então, quer me pagar uma cerveja?

— Relembrando velhos momentos? – Baixei a guarda.

— Só se você estiver.

— Então me pague um Gim.

— É pra já, madame – Ele abre a porta para mim e quando entro no bar de novo, a conversa dos meus amigos sessa.

— Galera, esse é o Ian – Apresento – E Ian, essa é a galera.

— Oi galera – Ele acenou e eu ri. David nos olhou torto.

— Vem, vamos conversar, você me deve muitas explicações – O puxei para o balcão do bar e pedi nossas bebidas – Como veio parar aqui?

— Eu já disse, fiquei preocupado com...

— Meu tom de voz? Isso não é normal.

— Andei pensando sobre... o dia em que nos conhecemos. Sei que já te chamei para sair e você disse não, então ficou tudo estranho, não conversamos mais direito e aí você viajou com Cam. Precisava te dizer isso e não consegui pelo telefone e vim até aqui. Sabe aquela noite? Quando te enchi de cantadas baratas, depois te beijei, caí do banco e quando acordei no seu apartamento outro dia e você comentou o que tinha acontecido, eu disse que não tinha acontecido nada. Você concordou.

— Mas não aconteceu nada mesmo.

— Aconteceu. Lembro que você estava inclinada sobre mim e parecia triste porque seus olhos estavam incrivelmente azuis. Quer dizer, eles são azuis, mas naquele noite me deu vontade de mergulhar neles. Então eu beijei você. E no outro dia fiquei tão constrangido que combinamos de ser amigos. Mas eu gosto de você, Ally, gosto imensamente.

— Eu também gosto de você – Seguro sua mão.

— Não do mesmo jeito, eu sei. Só queria que soubesse disso.

— Ian, você é especial para mim. Na noite em que nos conhecemos foi aniversário de morte da minha melhor amiga e eu tinha acabado de me mudar. Não me restavam mais esperanças e você me fez sorri. Não tem ideia do quanto isso significou.

— Eu sinto muito.

— Cale a boca e bebe, Barney! – Clove gritou atrás de mim e deu um tapa nas costas do David – Você parece um marica.

— Não estamos mais no colégio, Clove, sai daqui! – Quando David se virou na cadeira para falar com Clove e notou meu olhar feio, minha amiga estava prestes a responder, então ele apontou para mim e os dois pediram desculpas um para o outro como crianças de pré escola.

— Você é a chefona? – Ian perguntou ao presenciar a cena.

— Meio que sim.

— Viu? Eu quero fazer parte da sua história, como eles fazem desde sempre. Quero criar momentos com você, Ally.

— Eu costumava dizer que momentos são tudo que temos – Repensei  – E acho que você está certo.

— Então... – Ele mexeu no meu cabelo como sempre fazia para me irritar – Será que eu poderia dormir no seu sofá hoje de novo?

— É, talvez tenha uma vaga para você no meu sofá.

 


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