O despertar escrita por Tha


Capítulo 11
XI – Corações amargurados uma ova


Notas iniciais do capítulo

OOOPA, TUDO BOM CAMBADA?



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Antes

Li.mi.tes: sf. Diz-se daquilo que marca o fim de algo ou que delimita a fronteira de alguma coisa.

— É uma pena Ava não poder ir com a gente – Clove diz testando uma paleta de cores de uma das minhas maquiagens para hoje a noite.

— Vai ser legal mesmo assim – Kaleesa sai do banheiro o vestido no peito e pede para Kyla fechar o zíper – É, gostei desse, o que achou, Allyson?

— Ahn? – Levanto a cabeça e paro de roer a unha – Eu... eu adorei.

— Cadê o seu?

— Vai ser uma surpresa – Tento dar o meu melhor sorriso e checo meu relógio de pulso. Cato as chaves do carro e a bolsa pendurada na porta – Preciso ir a um lugar.

— Mas a gente combinou que nos arrumaríamos juntas – Clove protesta se virando para mim com uma expressão indignada no rosto, mas não a levo muito a sério, pois está com metade do rosto maquiado e a outra não.

— Eu volto a tempo, ainda tá cedo.

— Hoje faz cinco meses que Hazel morreu – Kyla sussurra explicando, mas consigo ouvir antes de fechar totalmente a porta.

Saí com o carro da garagem e não demorou muito para chegar no alojamento de David, que por acaso, já estava me esperando na porta. Não dissemos nada, apenas nos cumprimentamos com pequenos sorrisos. Assim como no resto do caminho, tudo o que eu ouvia era o vento e Joy Division saindo pelo rádio.

Estacionei na parte mais baixa da enseada, no máximo onde dava para ir de carro. David respirou fundo e saiu logo depois de mim. Amarrei os tênis mais uma vez e começamos a subir a serra em silêncio.

— Eu sinto muito – É a única coisa que ele diz.

— Eu sei – Respondo, e antes mesmo de chegar aos túmulos, vejo cabelos loiros esvoaçantes ajoelhados sobre eles.

— Ei, aquela não é...?

— Pelo Anjo – Arfo e ando a passos firmes até lá – Afaste-se deles!

— Não se preocupe – Ela se levanta e limpa as mãos – Não estou aqui para violar o local de descanso dos nossos amigos. Eu os amava também, se lembra? Amava — Ela enfatiza – Perder Hazel e Adam foi a melhor coisa que aconteceu com a gente. Você não se lembra, mas quando apagou antes de entrar no barco, você me libertou, me tirando dessa sua prisão de auto aversão. Tornando-me assim a melhor versão de nós, admita.

Cerro os punhos.

— O que veio fazer aqui?

— É meu aniversário, vim agradecer e cantar parabéns para mim. Quer se juntar a festa?

— Ally, não deixa ela te atingir – David toca meu braço, mas isso não me impede de criar uma bola de raios.

— O que vai fazer? Queimar a si mesma?

Isso basta para que eu desista da ideia e abaixe a mão, suspirando totalmente frustrada.

— Não se esqueça de que o único jeito de me machucar é se machucar. Por isso seus amigos não podem me deter. Por isso essa situação é tão perfeita.

— Saia daqui – Sussurro tentando manter a voz calma – Saia daqui!

— Tudo bem, eu vou – A garota levanta as mãos. É difícil encará-la, se parece demais comigo. Agora entendo o que meus amigos passaram algum tempo atrás, essa versão é insuportável – São todos seus, mas vou te dar um conselho, dance muito hoje, aproveite bastante, porque o inverno está chegando.

— É, e eu sou a Patrulha da Noite, vadia. Anda.

Assim que ela desce a serra, eu corro até os túmulos improvisados e me ajoelho checando as lápides, caso ela tenha mexido em alguma coisa.

— Allyson, para com isso – David me chama – Vai acabar ficando doente.

— Não me diga o que fazer – Quando percebo que está tudo certo, me sento na terra batida.

— Venho aqui com você há cinco meses, tenho direito de te dar conselhos. Acho que tá na hora de dizer adeus. Faça o que a Clove disse, deixa essa festa ser o seu recomeço.

— Não acho que Hazel...

— Ally – Ele me levanta e me beija na testa – É exatamente isso o que Hazel queria.

♕♕

— Olha só quem voltou – Kaleesa abriu os braços e parecia já estar pronta.

— Vamos logo para essa droga de festa.

Talvez não sejam laços de sangue que formam uma família, talvez sejam as pessoas que saibam nossos segredos mais íntimos, e nos amam mesmo assim. Para que possamos ser nós mesmos.

Estávamos as quatro já prontas quando David chegou e só serviu para tirar fotos nossas. Muitas e muitas fotos.

Acho que a universidade inteira estava naquela festa. E assim que entrei, algo bom me invadiu, e a conversa com David surtiu efeito. Pela primeira vez desde que Adam e Hazel morreram, encontrei o caminho para um espaço verdadeiramente livre: um espaço sem os limites de paredes e sem o controle do medo. Isso é voar.

A decoração era algo parecido com Halloween, acho que queriam retratar verdadeiramente o interior de um coração amargurado, como dizia o panfleto. Tinha bebida, música boa e casais se pegando. Uma festa típica.

A única que ainda estava ao meu lado na escada era Kyla, pois Kaleesa e Clove já tinham descido para fisgar alguém.

— Ser solteira parece legal – Ela comentou cruzando os braços – Eu odeio a Clove.

— Vem, vamos beber! Quer dizer, você vai beber. Você entendeu – Rio e a puxo pelo braço até lá embaixo.

— Pelo Anjo, você está maravilhosa – Ouço a voz de Jason e franzo as sobrancelhas, o encontrando atrás de mim.

— O que diabos está fazendo aqui?

— É, vou atrás das meninas – Kyla resmungou e saiu de perto da gente.

— Precisamos conversar.

Jason estava com um terno branco e o cabelo penteado para trás, estava bonito, mas parecia preocupado. Então fomos para o jardim externo.

— Eu sei que vai ficar brava comigo, mas me escuta, dessa vez é muito sério. Ayla apareceu, ela está aqui na festa, junto com Amanda, Anabel, Astrid, Anne... Estão ameaçando todos nós. Eu juro, Flor, não é coisa da minha...

— Eu acredito em você.

— O que? Acredita?

— Sim, vamos voltar, preciso avisar elas.

— Não, Allyson, é perigoso, elas estão... diferentes, estão más.

— De novo isso? – Me viro – Clove está lá dentro e não pode se defender, é humana!

— Kaleesa também está lá, e as coisas vão sair melhores se ela não se preocupar com você no fogo cruzado, Flor. Já pensou que pode ser uma armadilha?

— Essa decisão não é sua – Aponto enquanto ando de um lado para o outro, incomodada com o vestido – O que está havendo com você? Esse não é você, você me escuta, confia em mim. Por que fica me observando como um falcão desde que voltei de Atlântida?

— Porque essa vida é perigosa e eu não posso mais te proteger. Sou humano agora, sou frágil, sem poderes, sem nada. Pelo anjo, eu fui assaltado. Você pode morrer nas mãos dela, Flor! – Ele coloca as mãos na cintura e respira fundo – Se algo acontecer com você, se eu tiver que sobreviver a um mundo sem você, eu não vou aguentar. E eu escuto você, mas também escuto o mundo a sua volta, e ele é perigoso, você é um maldito farol.

— Quando foi que você ficou tão mole? – Coloquei as mãos ao redor do seu pescoço. Essa era a hora certa de dizer que eu não poderia morrer? Que eu me tornei aquilo que todos abominam?

— Quando me apaixonei por uma Nephilim com constantes instintos heroicos.

Sim. Era a hora certa.

— Sobre isso... – Me afastei um pouco e tirei uma sujeira inexistente do meu vestido – Preciso te contar uma coisa. Mas antes, preciso que saiba que... eu nunca soube o que era querer viver com uma pessoa para sempre, até me apaixonar por você, mas o para sempre não é mais uma opção.

— Eu sei, Nephilin não vivem para sempre. Claro que em Riverland... – Ele começou sorriso, mas eu coloquei o dedo indicador em seus lábios.

— Não, não estou falando nesse sentido. Eu não vou morrer. Nunca. A menos que consiga a espada de Darko de volta, mas...

— O que está querendo dizer? – Ele franze as sobrancelhas.

— Em Atlântida, Darko fez experiências comigo, ele me transformou em uma... ele...

— Allyson, desembucha. Não importa o que seja, ainda sou o cara mais sortudo da Terra de ter você, então...

— Uma caída – Digo e seu sorriso some – Me transformou em uma Caída. Na verdade, em uma Jaguar.

— Não é possível, Flor, ninguém nunca fez isso.

— Ele fez – Franzo os lábios e Jason coloca as mãos no cabelo, puxando os fios com força – Você vai envelhecer e eu não.

— Então acho que vou ter que fazer valer a pena.

— Não, Jason, você não precisa me amar assim, essa é quem sou agora, eu bebo sangue de Nephilins inocentes. A antiga Allyson morreu quando saiu do mar, deixe-a ir.

— Você não me conhece mesmo, Allyson Hale? Quando estiver pronta para mim, eu estarei pronto para você. Você não tem nada de errado, pode acreditar que te darei o tempo que precisar.

— A escuridão, a fome...

— Me escuta – Ele segura meu rosto nas mãos – Setenta anos com a pessoa certa pode ser a eternidade. Só estou preocupado com o depois, e claro, se você ainda me quiser quando eu estiver com rugas – Rio e apoio a cabeça em seu peito – Passei muito tempo esperando você entrar na minha vida.

— Mas se o destino quis assim, o que eu faria sem você?

— E se o para sempre não fosse só meu? E se pudesse ser nosso? Quer dizer, Hazel falou com os Arcanjos e eles a deixaram humana.

— Eu já tentei, sou o inimigo agora. Sou a aberração que eles não podem controlar.

— E se... meu Deus, essa ideia é estúpida, mas não posso ver você desistindo de mim – Ele me puxa para um canto mais escuro e desliza os dedos pela minha bochecha – Acha que fico bem de presas?

Não consigo responder, pois escuto um grito da Clove e corro antes que consiga pensar direito, sem me importar se Jason me segue ou não.

Agora

— Deixa eu ver se eu entendi – Clove cruza os braços – Há dois irmãos e duas irmãs, ambos gêmeos. Os dois se apaixonam por Micaela, ela escolhe Darko e Lúcifer fica com ciúme. Mas aí a história muda: Darko trai Micaela com sua irmã, Lúcifer é esquecido mais deixa um presente, permitindo que Micaela mate os dois traidores.

— Isso – Ian responde – Assim, Lúcifer cria um inferno pessoal, mas é castigado a ceifar almas perversas.

— Que doideira – Cam assovia.

— Se esse colar separava as almas de Micaela e sua irmã gêmea, e agora preciso do colar, quer dizer que... – Questiono mais para mim do que para os outros.

Me levanto e vou até o quarto da minha mãe, abro a última gaveta e pego a caixa com os documentos da adoção e os registros de quando saí do hospital. Depois de um tempo acho o que procuro e passo mal com o que vejo.

Allyson Blake – 2.560 g.

Alisha Blake – 2.720 g.

Parto normal de gêmeas idêntidas.

Filiação...

— Ally, cheguei! – Minha mãe grita do andar de baixo e eu pego o papel, descendo dois degraus de uma vez. Assim que chego na cozinha, jogo ele na mesa – Oi amor, o que é isso?

— Me diz você – Cruzo os braços e quando Lana lê o documento, seu olhar gela – Eu tive uma irmã?

— Allyson...

— Tudo bem, vamos subir – David chama todos e vai em direção a escada.

— Por que não me contou? – Jogo as mãos para o alto.

— Como você iria reagir sabendo que tinha outra pessoa dentro de você? Essas coisas estão além da normalidade, Allyson!

— Como diabos isso aconteceu? – Coloco as mãos na cintura e olho para o teto.

— Vocês nasceram bruxas, contrariando tudo em que esse mundo se baseia, foram um milagre. E quando há um, nascimento de gêmeos entre os bruxos, ocorre um fenômeno, as personalidades se dividem. O que nasce primeiro herda a bondade e o segundo... bom, você sabe. Eles devem ser fundidos, para que haja um equilíbrio.

— Mãe, isso é doentio!

— Eu sei que é, eu sei, e concordei com isso. Na noite em que te recebemos, foi a noite que tudo aconteceu. Decidimos te dar o nome de Allyson, porque você nasceu primeiro, então o seu corpo que foi habitado. A Alisha sempre foi meio... difícil, sempre que ela aparecia você agia como uma adolescente louca – Minha mãe se sentou com um sorriso nostálgico – Mas conseguíamos controla-la, e quando Adam deixou ela aparecer por muito tempo naquela época, eu tive tanto medo, Ally.

— Agora ela saiu e está com meu ex em algum lugar de Riverland.

— Eu sinto muito, se eu tivesse contado antes, talvez você pudesse ter impedido isso.

— Bom, isso não muda nada – Pego minha bolsa e chamo David, que desce tão rápido que tenho quase certeza que estava ouvindo atrás da porta – Vou recuperar a espada de Darko e vou para Riverland amanhã – Não espero a resposta da minha mãe e saio.

— Quer que eu chame os outros? – Ele pergunta fechando a porta de casa.

— Não. Vamos ao fosso, tudo bem? Então vamos comprar as passagens de todo mundo para amanhã, não podemos perder tempo. Vai comigo?

— Tá brincando? É Riverland, claro que vou. Então... é verdade o que rolou lá dentro?

— Não quero falar disso – Ligo o carro e saio cantando pneu.

Sei que estou sendo irritante, mas não consigo evitar. Como um resfriado forte, todos os sentimentos negativos que já tive a respeito da minha mãe decidiram se acumular em meu peito.

Pela primeira vez desde o início da conversa, eu de fato o encaro.

— Como vai pegar a espada se fez Beth jurar que não te contaria sobre o paradeiro da Caixa de Pandora? – Perguntou.

— Ela jurou não me contar, não falou nada de você.

O azul dos meus olhos brilhou por um segundo isolei apenas meu lado Nephilim para esconder o cheiro de Caída dentro de mim ao entrar em um lugar repleto de Nephilins raivosos.

O fosso parecia ainda melhor e maior do que me lembro. Foi ingenuidade minha pensar que durante quatro anos Peter não faria nenhuma reforma. O movimento estava ganhando forças agora. Desde que os Jaguares de Darko foram extintos, assim como ele, a esperança voltou.

Ouvi que poderosos Nephilins executivos doaram bastante para as novas instituições que foram surgindo, e isso garantiu um treinamento melhor e proteção. Já faz um tempo que não ouço falar que um Caído roubou sangue de um Nephlim, e isso me dá um certo alívio sobre a Profecia.

Será que eu, de fato, consegui completa-la as custas de Hazel e Adam? Ou eu não estava nem na metade?

Assim que entrei no depósito disfarçado, encontrei Kyla encostada na parede com uma faca na mão, conversando com uma garota. Ela parecia tão lelé e distraída que foi como se aquela noite não tivesse existido. Pensei em deixa-la aqui, que seria melhor e mais seguro, mas Miriel precisava dela, eu precisava dela.

Então a grota se vira casualmente e me vê.

— É a filha da Profecia!

Nem preciso dizer o alvoroço que aquilo se tornou.

— Allyson, você voltou? Voltou por nós? – Um garotinho pergunta e eu sorrio, mesmo que espantada com sua idade.

— Eu... vim falar com Peter e Beth, eles estão?

— Vocês ouviram minha filha – Uma voz grave ressoou no armazém – Deixem ela respirar.

— Peter – Sorri apenas pelas aparência e fui em direção aos seus braços estendidos para mim – Você está velho.

— Obrigada – Ele diz e todos riem – Vamos.

Encaixo meu braço no seu e começamos a andar.

— Como estão as coisas? Eles sabem sobre...?

— Jagua? Não, fique tranquila. Então, depois de quase cinco anos, deve ter histórias sobre os quatro cantos do mundo.

— Na verdade, eu tenho.

Peter me guiou até o elevador e eu olhei para trás, vendo se conseguia enxergar Kyla no meio de todo mundo, mas no final apenas acenei para David.

P.O.V. David

Kyla continuou no canto da parede, girando uma faca no dedo até Ally e Peter entrarem no elevador, sorrindo como uma família feliz, mas sabia muito bem que aquele sorriso era forçado. Não entendi muito bem o por quê de tanta resistência da parte de Kyla. A razão de ter acontecido o que aconteceu naquela noite foi culpa de Alisha, não da Allyson. Se ela realmente soubesse, se todos realmente soubessem. Miriel saindo do quarto em chamas... as ameaças... nunca a tratariam desse jeito. Mas aquela orgulhosa decidiu que era melhor se todos os seus amigos sofressem lavagem cerebral antes que soubessem a verdade.

— Oi – Disse ao meu aproximar – Sentimos sua falta no Billiard’s ontem.

— Ah sentiram? – Ela guarda a faca em um compartimento no tornozelo e segue para a ala dos dormitórios – E você não tem nenhum recado da grande Filha da Profecia para mim hoje?

— Não tenho – Bati nos bolsos da calça jeans para enfatizar o que disse, mas ela apenas revirou os olhos – Qual é Kyla, não pode se esconder aqui para sempre, venha com a gente, pode até rever Miriel e...

— Por que? Ela o mandou embora – Ela para diante de uma porta, hesitante. Por fim suspirou e entrou, deixando-a aberta para mim – Você foi o primeiro a se esconder no apartamento.

— Agi assim porque devia.

— Claro, o queridinho.

— Queridinho? – Franzi as sobrancelhas – Vamos Kyla, você não é burra – Cruzo os braços enquanto ela arruma a cama que já está impecável – Você sabe bem o que estamos enfrentando. Allyson tá de volta e o acampamento corre perigo por causa do que aquela garota pode fazer com Jason. Ally finge que tá bem mas tá tropeçando por aí, ela está cometendo erros assustadores.

 – Olha, ela já está bem crescidinha – Pela primeira vez Kyla para o que está fazendo e me encara – Sabe bem o que faz.

— É? Ela também é uma bomba prestes a explodir e você está acedendo o pavio.

— O que? – Ela ri.

— Sabe que ela morre de medo de ficar sozinha, Kyla, morre de medo de perder vocês.

— Ela foi embora! E mandou Miriel ir para longe de mim também!

— Olha... – Coloco a mão no bolso e solto o ar que estava segurando – Eu não sei o que aconteceu com vocês naquela noite, mas...

— Isso aí, você não sabe. Não sabe nada sobre isso.

— Tudo bem, e não é da minha conta. Mas acontece que eu sempre achei que você poderia completar o trio de novo, que podia até... substituir a Hazel. E eu fico indignado ao ver você deixando isso descer pelo ralo. Vocês costumavam tirar forças um do outro, todos vocês. E agora eu não consigo entender.

— Eu preciso ir – Kyla passa por mim e abre a porta para mim – E acho melhor você ir também.

— Sabe que estou certo – Digo e ela fecha a porta na minha cara.

— Você é o David? – Uma mulher aparece quando estou voltando para o piso principal – A filha da Profecia quer falar com você.

— O nome dela é Allyson – Resmungo e a sigo.

Ao chegar na sala branca vejo minha encarar Beth de um jeito não muito agradável. Bom, preciso me lembrar de nunca deixar Allyson brava um dia.

— Então?

— Fale Beth.

— A Caixa está no Cofre de Pedra.

— Cofre de Pedra? – Pergunto.

— Você tá de brincadeira com a minha cara – Ally cerra os punhos, começando a ficar nervosa. Bom, mais nervosa – A Caixa está em Riverland?!

— O que? Mas Alisha está em Riverland – Protesto.

— Exatamente.

— Alisha? – Peter se interessa pelo assunto – Libertou Alisha?

— Aquela vadia se libertou sozinha, e a proposito, obrigada por não me contar também. Vamos David, esqueça as passagens para amanhã, nós vamos essa noite.


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