O Verdadeiro Mundo Pokémon escrita por Ersiro


Capítulo 15
Plano de Fuga




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A GIGANTE DUNA de areia olhava furiosa para mim. Meus joelhos começaram a vacilar.

Tudo bem, é só um Sandile, pensei, mas ainda assim me virei e corri para o outro lado, pra longe daquilo. Não adiantou, outra gigante apareceu na minha frente. Parei e corri para o lado. Outra surgiu. Derrapei e quase caí no chão — o coração querendo sair pela boca; corri para o outro lado. Mais uma apareceu. Cercado pelas quatro dunas furiosas, não tinha pra onde fugir.

Elas rugiram e o som combinado quase fez meus tímpanos explodirem. Mal vi o momento em que se lançaram rapidamente sobre mim. Meu corpo foi levado bruscamente para as direções que aquele mar de areia tomava, me sufocando. A areia entrava na minha boca, olhos e nariz e eles ardiam como nunca. Foi quando comecei a gritar.

— Calma cara, não precisa gritar só por estar sendo preso — era Vector quem falava. Ele segurava minhas mãos para trás, me imobilizando.

As grades à nossa frente se abriram automaticamente e Vector me lançou lá pra dentro, fechando logo em seguida. Ele soltou um riso diabólico enquanto subia as escadas. Me segurei nas grades e senti o rosto molhado pelas lágrimas de desespero.

— Não, por favor! Não me deixe aqui sozinho! Eu tenho que sair daqui para ajudar minha mãe...

 

ACORDO COM AQUELA SENSAÇÃO de estar querendo chorar e me seguro para realmente não fazer isso. Estamos deitados em nossos lençóis estirados no pátio do Centro Pokémon, já que o local ficou superlotado depois do que aconteceu ontem.

Decido deixar meus amigos e saio para olhar o dia. O fraco sol se esconde atrás das nuvens cinzentas e da neblina. O clima está até mesmo frio. O ventinho gelado bate fracamente nos galhos das árvores da praça e balança as folhas. Um casulo verde está pendurado em um desses galhos. A árvore que foi queimada ontem está feia e seca. Esfrego as mãos nos braços para esquentá-los. Estranho como o tempo mudou bruscamente de ontem pra hoje.

Preciso arranjar um jeito de tirar Vector da prisão, mas não faço a menor ideia de como conseguirei isso. Deixei isso para hoje, assim que entrar a madrugada pra amanhã, pois além de me dar um tempo à mais para pensar, o posto policial vai estar menos congestionado de pessoas que ainda devem apinhar o lugar neste exato momento.

Desço a escada leste, a que aponta para a direção de Luvander. Chegando lá em baixo, uma cena curiosa acontece. Um Arbok persegue sua presa: um Pokémon que nunca vi, nem ouvi alguém mencionar. Ele é quadrúpede e dois chifres negros encimam sua cabeça; o que parece uma moita muito verde e densa, cobre seu pescoço. Acima de seus cascos laranjas, a penugem muda do branco ao marrom. A região inferior de seu rosto é de pelos brancos também e o focinho é negro como o breu.

Decidido à ajudar o pequeno, tiro a Pokébola de Roselia do bolso e levo meu braço pra trás, para dar impulso na hora do lançamento, mas alguém segura meu braço. É Brutus, o dono do bar que os Parricidas tocaram ontem.

— Não precisa fazer isso. É a lei da natureza — ele dá uma pausa. — Arbok precisa se alimentar.

Olho para Brutus e ele abaixa meu braço.

— Não é por isso que eu preciso ver isso, Brutus — murmuro e me viro para voltar pra cidade.

— Calma, calma... Olhe só — ele me segura e me faz olhar novamente a perseguição. — Às vezes a natureza nos surpreende. Aliás, pode me chamar de Marcelo. Me colocaram o apelido de Brutus por causa de meu jeito durão, mas faço tudo isso só pra não juntar muitos folgados na minha cola.

— Marcelo... — falo baixinho. — Era o nome do meu pai. — Brutus, ou melhor, Marcelo, me olha, curioso. — Ele faleceu — termino.

— Humm... Não sei se isso vai te fazer sentir melhor, mas o meu também se foi — conta ele, com um fraco sorriso de cumplicidade. Marcelo segurou em meu ombro e apontou para a esquecida perseguição. — Agora olhe lá o que o cabrito está prestes a fazer.

O Pokémon cabrito se vira para Arbok e seus olhos brilham numa luz verde. Arbok dá um impulso para frente, saindo do chão, pronto para morder sua presa, mas algumas folhagens quebram e saem do solo e agarra a cobra, puxando-a para trás e a jogando contra o chão, com uma força inacreditável.

O Pokémon desconhecido cospe várias sementes amareladas envoltas numa aura verde que caem em volta do Arbok caído. Imediatamente, suas raízes se firmam no solo e seus ramos começam a se enrolar em Arbok, prendendo-o no chão e sugando lentamente sua energia.

O Pokémon cabrito vira o rosto e berra. Um Foongus amedrontado sai de trás de uma pedra e se junta à ele. Arbok, querendo sair dali e abocanhar o cabrito, começa a se remexer, preso na rede de ramos. Foongus, assustado, vai para trás do cabrito. O Pokémon desconhecido parece dizer algo para Foongus e este, mesmo visivelmente com medo, acena com a cabeça e se aproxima de Arbok. O pequenino Pokémon concentra seu poder e o expele pela minúscula boquinha: um pó rosado e brilhante, assim como o que o Combee de Helene soltou em sua batalha contra Wooper. O Arbok para de se remexer e vai relaxando cada vez mais.

— É... Eu disse que a natureza gosta sempre de nos surpreender — diz Marcelo.

Sim... E é nessa surpresa que ela me deu uma boa ideia.

Tenho um plano.

 

VOLTO PARA O CENTRO POKÉMON e meus amigos continuam dormindo. Passo com cautela por entre as camas improvisadas das várias outras pessoas que também dormem, ligo um dos PCs e espero ele estabelecer uma conexão com o único de Montevasca. Torço para que hoje consiga conectar e dê tudo certo.

Por fim, o lenhador da vila aparece e suspiro, aliviado. Peço à ele que chame Drim.

Depois de um tempo, quem aparece na minha frente, não é a Drim. Seus longos cabelos negros e lisos estão presos em um coque, o  rosto está radiante, mas aquelas manchas que marcam como cicatrizes os pontos exatos em que a pele se descascou, estão lá, como se me desafiassem, dizendo que eu ainda não conseguira acabar com elas. Maldita doença! Minhas pernas fraquejam e sinto que vou chorar.

— Mamãe... — murmuro fracamente.

— Ela insistiu em vir — resmunga o lenhador ao longe.

— Oi, filho — responde ela, com aquela cara de ternura que só ela sabe transpassar quando olha para mim. Meu peito parece se dividir ao meio com aquele olhar de amor de mãe dirigido a mim.

— Mãe, você sabe que é melhor não fazer esforço...

— Acho que hoje é um dia especial. Alguém quis que eu acordasse e me sentisse bem. Suspeito que esse alguém superior já sabia que você iria conectar aqui com o computador e quis que eu me sentisse disposta só para poder te ver, meu amorzinho.

— E-então a senhora já está bem? Posso voltar para casa?! — quase me engasgo com as palavras.

Seus lábios escondem os dentes, mas ela mantém o sorriso.

— Olha, querido, eu quero muito que você volte para casa. Nem queria que você saísse em uma jornada... — ela dá uma pausa. — Mas foi o que escolheu.

— Foi pra te salvar, mãe.

Seus lábios novamente mostram os lindos dentes brancos.

— Eu sei, meu amor. Claro que sei... Minha pele ainda descasca e por mais que eu tenha acordado bastante animada e conseguido vir até aqui, ainda sinto dores por todo o corpo. Eu quero que volte, mas não acho justo você chegar aqui e me ver do mesmo jeito, depois de ter andado e se esforçado tanto.

Eu fico em silêncio.

— Quero você aqui do meu lado, mas como eu já disse...

— Eu que escolhi fazer algo que só eu mesmo decidi fazer, sem a intromissão de ninguém... — completo, tristemente.

Ela sorri de forma mais brilhante ainda. Não entendo como ela nunca para de sorrir para mim, mesmo na situação em que se encontra.

— Obrigado, mãe. — agradeço. Não explico pelo que estou agradecendo, mas ela sabe. Consigo ver isso em seu olhar e sorriso.

Agradeço por ter me criado e feito o Baker que sou. Por continuar me incentivando. Por continuar me amando incondicionalmente... Por... Por ser a mulher que é.

— Ah! Antes que eu me esqueça, preciso te perguntar algo. A senhora por um acaso foi picada por algum Pokémon serpente?

— Claro que não. Da onde você tirou isso? — ela indaga.

Conto a situação do meu encontro com o médico e no final ela ri da história.

— E em que cidade você está?

— Acrogrey.

— Mas já?! São quantas cidades desde Montevasca?

— Não sei, umas quatro ou cinco...

Depois disso ficamos em silencio por um breve momento.

— Estou com muitas saudades — digo, dando um sorriso de lado. Meu primeiro sorriso desde que ela apareceu no monitor. Um sorriso de lado, mas ainda assim um sorriso.

Ao ver meu sorriso, ela demonstra mais ternura e amor. Dá pra ver isso em seus olhos.

— Nem preciso dizer que também estou, querido.

Nos despedimos e o monitor se escurece.

Minhas forças parecem ter sido renovadas e meu peito está quentinho. O sorriso de minha mãe ainda paira no ar, diante de meus olhos.

 

NO FIM, A CONVERSA TAMBÉM SERVIU para eu ter ainda mais certeza do que vou fazer.

Conto o plano para Helene, mas Ben e Lucy também escutam.

— E por que você está agindo como se não fôssemos te ajudar? — pergunta Lucy.

— Acha que vamos deixar você e Helene irem sozinhos? — é Ben quem fala.

Agradeço com um sorriso.

 

ESPERAMOS A MADRUGADA CHEGAR e entramos em ação. Já estamos com nossas mochilas e pertences para fugir da cidade assim que terminarmos tudo. Os pertences de Vector foram confiscados pelos policiais, já que ele estava com seu violão e mochila na hora que foi preso. O bom é que naquela hora, era Helene quem estava com a barraca e o dinheiro que ganharam do show.

Se não fosse pelos postes de luz, a cidade estaria em completa escuridão. O posto policial é uma construção retangular, feita também de mármore cinza. Nos encostamos na parede lateral e faço um sinal de afirmação para Helene. Ela tira Combee de sua Pokébola e incentiva o Pokémon a fazer o que já tinha lhe explicado. Helene se aproxima, com cuidado da entrada, só o suficiente para conseguir olhar lá pra dentro. Apontando com o dedo, ela mostra para Combee as vítimas policiais e o caminho que a a abelhinha tem que tomar depois. Combee afirma com a cabeça e entra.

Meu coração está acelerado, ansioso e com medo de tudo dar errado.

— Oh, uma abelha! Veja, Renato! — ouvimos um dos policiais dizer, lá dentro.

— Ouvi falar que, na verdade, são três abelhinhas. Uma em cada favo — explica o possível Renato.

Beeeeee! — exclama o Pokémon. Um resquício da nuvem de pó rosado sai pela entrada.

O meu plano é até simples, mas espero que funcional. O posto fica aberto 24 horas. O turno da madrugada é quando menos funcionários se encontram no local. Combee já lançou o Doce Aroma que vai fazer os policiais da recepção relaxarem e vai os deixar em um estado de estupor suficiente para não conseguirem fazer nada quando nos verem. Mas temos que ser rápidos, pois o efeito dos movimentos dos Pokémon em humanos não tem sua total potencialidade se comparado ao uso de um mesmo movimento contra um monstrinho. A abelhinha vai entrar pelo corredor logo atrás do balcão e lançar seu movimento nos policiais que encontrar pelo caminho.

Lanço o meu novo Pokémon cabrito e avançamos para dentro do posto — sim, eu o capturei. Os dois policiais da recepção estão debruçados sobre o balcão, seus olhos exalando uma profunda sonolência.

— Reeeeei, nooo podem passaaaar por aííí... — um deles tentou dizer enquanto passamos pelo balcão.

Sinto vontade de vomitar quando vejo o que fiz com eles. É como se só agora tivesse tendo noção do que estou fazendo. Nunca fiz algo do tipo. Meu estômago parece querer sair a qualquer custo.

— Capricórnio, Sementes Sanguessugas — ordeno para meu Pokémon. Dei esse apelido para ele, já que ninguém conhecia seu verdadeiro nome (nem mesmo a Pokédex o reconheceu!).

O Pokémon cabrito cospe as sementes amarelas envoltas em aura verde nos pés dos dois policiais. As raízes das sementes se cravam no chão e seus ramos se enrolaram nos pés e pernas das vítimas, as impedindo de se movimentarem caso acordem do torpor, além de drenarem pouco a pouco suas energias, deixando as pernas suficientemente fracas para não conseguirem se levantar.

Entramos no largo corredor e outro policial está caído, atingido pelo movimento de Combee. Peço para que Capricórnio lance suas sementes neste também. Pego o molho de chaves dele e continuamos pelo corredor, que dá em uma espaçosa escada. Descemos ela e entramos em um corredor maior, pouco iluminado, com uma fileira de celas em cada lado dele. O fim do corredor vira para a direita e dá continuidade para outro com mais celas. Combee está aqui, parada, nos esperando e Helene a retorna para a Pokébola.

Certo, até agora está tudo indo bem.

— Vector? — chama Helene.

O silêncio que se segue após isso, é interrompido pelo murmúrio dos presos. Helene continua chamando pelo irmão, caminhando por entre as grades. Lucy e Ben fazem o mesmo.

Eu fico procurando entre o molho alguma chave que seja mestra.

Vejo que Helene para em uma das celas e me chama. Nesse exato momento, consigo achar uma chave que está com um papel colado escrito "mestra". Só agora que percebo que estive segurando a respiração enquanto a procurava.

Estranho... por que a sorte está nos ajudando? Por que está dando tudo certo?

Corro para lá e coloco a chave no trinco. Os presos dali de dentro e das celas ao lado falam ao mesmo tempo e tudo vira um emaranhado de palavras que não entendo e nem faço esforço para entender. Estou concentrado em abrir essa fechadura, mas só então consigo notar quantas pessoas foram presas naquela noite. Mesmo a madrugada estando fria, uma gota de suor escorre pela minha testa, me fazendo cócegas.

Um "CLECK" se faz ouvir por todo o corredor e mesmo após ele sumir, o corredor inteiro continua em silêncio. A cela se abre. As sete pessoas que estavam ali dentro com Vector, saem, e o rapaz abraça sua irmã. Entre as pessoas que estavam com ele na mesma cela, consigo identificar o Revolucionário que estava falando no microfone antes do Rocket tirar o objeto de suas mãos.

— Vamos sair daqui logo — diz Ben, apreensivo.

Concordamos com a cabeça.

— Ei, vocês, fiquem parados! — grita alguém no fim do corredor.

Um policial acaba de virar o corredor e nos olha firmemente, com uma pistola apontada em nossa direção.

Droga! Combee não vasculhou o outro corredor!

É nesse momento que todos nós temos a mesma ideia e começamos a correr. A confusão e os corpos se debatendo para fugir dali o quanto antes é enlouquecedor. O policial corre atrás da gente e o som angustiante do tiro ressoa por todo o recinto. Ouço o barulho de um corpo caindo no chão e meus pés retesam. Viro o rosto para olhar quem foi atingido e os outros passam por mim, me empurrando. O homem que foi atingido é um Revolucionário — reconheço pelas roupas que usa — e está caído no chão. Assim que o policial passa ao seu lado, ele o agarra e se embola com a autoridade. Não sei onde o tiro o atingiu, mas acho que não foi em um local letal, pois ele luta com vigor contra o policial. O homem consegue tirar a arma da mão da polícia e a pistola se arrasta pelo corredor e para perto de uma das grades. Um dos encarcerados a pega e aponta para o guarda.

— Fica quietinho aí, seu policial, porque todos nós vamos nos livrar daqui.

O Revolucionário que estava lutando bravamente com o agente, pega o molho de chaves do chão e se levanta com dificuldades. Devo ter deixado as chaves cairem em algum momento.

— Não perca tempo, cara! — exclama Vector, me puxando pelo braço.

Subimos as escadas e logo estamos novamente na entrada do posto.

— Olha aquilo! — ri Vector. Ele corre para um canto e pega um estojo de violão encostado na parede. — Meu violão confiscado, haha!

— ... mas eu não posso deixar meus irmãos de causa para trás! — ouço alguém dizer. É o Revolucionário que falava ao microfone.

— Nós sabemos, mas o senhor é o líder do grupo. Não pode correr o risco de te prenderem de novo! — fala outro Revolucionário. — Leve um recruta com você, como um guarda, para um lugar onde podem te resgatar depois!

O Revolucionário líder do grupo assente com a cabeça, pesaroso, e puxa o que imagino ser um recruta, que estava entre o grupinho.

Vector e eu saímos juntos com eles e vejo que Capricórnio e meus outros amigos estavam nos esperando do lado de fora. Na adrenalina do momento, descemos correndo uma das escadarias da cidade.

 

SÓ DEPOIS de chegarmos em uma longa extensão de prado é que paramos a corrida. Eu me jogo na grama para respirar por um momento. Os outros também fazem o mesmo. O Revolucionário e seu recruta continuam conosco.

— Obrigado pela assistência até aqui, Capricórnio, você foi ótimo — digo, acariciando a cabeça do Pokémon e o retornando à Pokébola. Antes de retornar, Capricórnio sorri e vejo o quanto ele já se adequou à mim. Seja lá que Pokémon seja ele, estou certo de que é um muito amigável.

— Certo... — Vector sussurra, sem ar. — Cadê o Cadete? Estou morrendo de saudades do meu insetinho.

— O que?! Ele não está com você? — pergunta Helene. — Não acredito que perdeu ele!

— Ah, não! — murmura Vector, escondendo o rosto com as mãos e deitando a cabeça no solo. — Eu só fiquei com a Pokébola. Não deu tempo de retornar ele... Pensei que vocês tinham pego.... meu Caterpie...

Um silêncio incômodo cai sobre todo mundo.

Freeee... — chia algum bicho. Procuramos ao redor e vemos um Butterfree se aproximando.

A borboleta se achega e pousa no peito de Vector que continua deitado.

Free? — ela olha atentamente para o rapaz, como se esperando que ele a reconhecesse.

— Espera aí... Ca... Cadete? — Vector aperta os olhos e se senta. — É você?! — Butterfree levanta voo e pousa na cabeça dele.

— Hahaha! Não acredito! Você evoluiu de Caterpie para Metapod, e agora para Butterfree! — A borboleta pousa em seu ombro, acenando com a cabeça. — Não posso continuar te chamando de Cadete porque agora você não é mais um cadete... Você subiu de cargo, então agora você é Capitão!

Buterfree parece ficar feliz com o novo título e bate suas asas perto do rosto de seu dono que ri e tenta fazer carinho em sua cabeça.

Todos sorrimos, até mesmo os Revolucionários. Até agora não fizemos menção deles, do porquê continuam conosco. O líder se aproxima de mim.

— Sei que sua intenção não foi nos salvar, mas em nome dos Revolucionários, eu, Roger, líder de um dos Grupos de Manifestação, agradeço por seu feito e coragem.

Não respondo, só fico olhando para ele. Como se respondesse minha pergunta, ele continua:

— Em Acrogrey, pegamos a escadaria que dá para o Norte. Estamos indo para Lucuática — dá uma pausa. — Não se preocupe, só continuaremos juntos até chegarmos na cidade. Após isso, alguém virá nos buscar e aí vocês podem ficar em paz.

Estou contando com isso, "ficar em paz", penso.

— O que disse? — pergunta Roger.

Noto que pensei alto demais e devo ter resmungado algo.

— Nada, não. Só disse que tudo bem.

Esse meu "tudo bem" não está me trazendo bons resultados... Só quero que esses dois não nos tragam problemas.


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