A Trouxa escrita por Bábi


Capítulo 10
O Sumiço


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys!

Aqui está mais um capítulo para vocês! Aproveitem!



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Alguns dias depois, Arthur ainda não havia aparecido. Ele me deixou ao pé da escada do dormitório feminino e não apareceu na manha seguinte e nem nas próximas por aproximadamente uma semana. Tanto Thomas quanto Otaves não sabiam o que havia acontecido com ele, que simplesmente não havia dormido em seu quarto, mesmo eu tendo a certeza de que ele havia subido as escadas rumo ao seu quarto.

Os professores logo descobriram o sumiço de um aluno, o que foi informado à diretora em pouco tempo, fazendo com que o castelo fosse revirado e nada fosse encontrado. Outros alunos começaram, indevidamente, a espalhar rumores pelos corredores da escola e, assim, me deixando preocupada com o sumiço de Arthur.

Eu havia sido a última a vê-lo e, por fim, ele desapareceu. Algo estava errado e, por minha total curiosidade, teria que descobrir um jeito de ajuda-lo a ser encontrado.

Minha primeira semana de aula foi aquela, com uma grade horária tão lotada que eu não conseguia acompanhar o ritmo delas. Muitas das matérias eu não fazia ideia do que seriam e nem imaginava a possível existência das mesmas. Eram coisas como Defesa Contra a Arte Das Trevas e Transfigurações.

Infelizmente eram matérias que eu não poderia cursar, o que resultaria em um declínio acadêmico eminente. Sem minha magia, eu não seria capaz de conjurar feitiços, como a Defesa Contra a Arte Das Trevas supunha, e nem ter a capacidade de transformar qualquer objeto em animal ou em qualquer outra coisa, como a Transfiguração implica.

Contudo, parecendo saber exatamente sobre o que eu havia pensado durante as primeiras aulas de cada matéria, que foram apenas introduções sobre os ensinamentos e sobre as futuras provas que teremos, a diretora McGonagall me chamou em sua sala para discutir minha grade escolar. Com isso, esperava que ela não me permitisse assistir a algumas aulas como todos os outros, uma vez que era incapacitada.

“Senhorita Kittam, é com prazer que a recebo em minha sala. Devo dizer que, com uma semana convivendo diariamente com a magia, a sua já deveria ter se mostrado para você, mas não há problema.

Como deve saber, há os N.O.M.s com o que deve estar preocupada. Além das provas normais, esses pontos são computados para que sua priva final seja realizada e, assim, você possa escolher uma boa profissão ao final da escola.

Como sua orientadora, sugiro que comece com atividades extracurriculares primeiro e, assim, adiante suas aulas. Quando sua magia aparecer, o que não deve demorar, te inscrevemos nas aulas básicas que você perdeu. O que acha?

Parecia que Minerva estava decidida a me manter na escola, mesmo eu não possuindo magia alguma. Esperava que isso não fizesse com que outros estudantes descobrisse sobre minhas condições no mundo bruxo, uma vez que não pertencia a este lugar ainda.

Aceitei a proposta de imediato e recebi um livro sobre as profissões possíveis e o que era necessário para alcança-las. Diferente dos outros estudantes, que começariam a pensar em atividades extracurriculares para os N.O.M.s no terceiro ano, eu precisaria decidir imediatamente.

Apenas um final de semana era o tempo que eu possuía para que minha vida fosse definida e eu não possuía noção do que a maioria das profissões no livro se tratava. Eram nomes e funções que eu nunca havia conhecido, minhas poucas semanas no mundo bruxo não me fizeram desenvolver uma lúcida noção da complexidade da sociedade em que havia sido inserida subitamente.

Thomas me ajudou, pacientemente, durante os dois dias seguidos ao me ensinar sobre todas as profissões disponíveis no futuro. Algumas perguntas vieram a tona durante esse período juntos, mas ele respeitou o espaço entre o que eu queria ou não contar para ele.

Foi uma dura decisão e, ao final, cheguei a conclusão que, como teria tempo suficiente durante a tarde, poderia testar tudo o que não envolvesse magia em primeira instância. Dessa forma, não precisaria diretamente de uma varia ou de magia em minhas veias.

Os professores sabiam de minhas condições, a diretora havia me informado isso, o que não me deu alívio algum ao me inscrever nas aulas extracurriculares e, muito menos, ao garantir presença nas aulas obrigatórias. Eu sentia como se, a cada instante, eles esperassem que minha magia se revelasse diante dos olhos surpresos dos alunos presentes.

Minha rotina se estabeleceu em aulas de  Herbologia, Voô e História da Magia no período da manhã, com um grande intervalo entre a última aula e o almoço no salão principal que eu ocupei com atividades físicas que era acostumada a praticar na casa de meus pais. Durante a tarde eu havia escolhido Runas Antigas, Trato de criaturas mágicas e Estudo dos Trouxas, completando minha obrigatoriedade de seis matérias na grade escolar e com tempo restante, ao final do dia.

Estava relativamente satisfeita com o horário que eu havia montado. Com um interesse imenso na história da magia com um paralelo acessível sobre os não mágicos, denominados trouxas, tornaria a história mundial mais completa e complexa.

Ademais, o estudo dos fantásticos animais do mundo bruxo era algo que me encantava. Estava feliz com a oportunidade de iniciar um estudo sobre eles desde meu primeiro ano letivo. Pensava que isso me daria tempo para descobrir exatamente como eles eram e como a fauna e flora bruxa funcionava.

Com a minha inscrição em matérias diversas, correu rumores pela escola a meu respeito. Ninguém descobriu o real motivo, eu era grata por isso, mas os cochichos eram altamente agressivos. Os alunos começaram a desconfiar de minhas relações com funcionários da escola e com poderes soberanos no Ministério da Magia, o que os deixava completamente ríspidos comigo.

Havia saído de um lugar em que não possuía contatos, em que me sentia deslocada e incompreendida, para chegar em um lugar que me sentia bem e completa. Mas com a preocupação de manter minha falta de magia em segredo, as pessoas começaram a duvidar de mim novamente. Eu estava sozinha, mais uma vez, em uma escola e, mais do que isso, em um mundo onde nem meus pais me acompanhariam.

Após uma semana cansativa de decisões e novas experiências, corri pelo castelo com o intuito de conhecer tudo o que havia disponível para os alunos. Abri todas as portas que encontrava pelo corredor e antei os sete andares do castelo, incluindo as masmorras e os porões. Não demorou muito para que eu me cansasse e, em busca de paz, encontrasse uma sala completamente vazia e escura.

Ela não possuía luz ou qualquer outra claridade que possa entrar. Com suas paredes altas, como todas do castelo, o cômodo chegava a ser estreita e menor do que as salas de aulas que havia entrado. Os papéis de parede eram suavemente perceptíveis no escuro, que também deixava passar o contorno de adornos na parte superior dos pilares que sustentavam o peso do castelo.

Correndo os olhos pela sala, enxerguei de relance uma figura estendida no meio da sala. Com receio, me aproximei lentamente do que estava posicionado no chão e, cada vez que me aproximava, percebia a forma de um corpo. Alguém estava deitado, em meio a um aposento inutilizado por muitos anos e, naquele momento, eu soube que era ele.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram?

Comentem o que vocês acham que pode ser melhorado e mudado. Eu agradeceria muuuuito!

Xoxo, Bábi



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