Já estávamos na corte a mais de um mês, mas eu ainda não conseguia me conformar em deixar todo aquele sol, aquela luminosidade, todo aquele calor. Eu já sabia qual seria meu destino de lua de mel. Eu voltaria aquele lugar. Era perfeito. 
Todo mundo estava curioso para saber a localização da lua de mel de Lissa. Eles sabiam que havia sido na praia. Era óbvio. Eu estava ainda mais bronzeada. Eu tinha marca de biquíni. As aulas da faculdade de Lissa estavam perto de começar, e eu voltaria a minha rotina cansativa de ser uma aluna de faculdade. Lissa, eu e os outros guardiões passávamos cinco dias na faculdade e dois na corte. Christian estava pensando em entrar também. Assim ele teria mais tempo com Lissa. Eu queria que ele entrasse. Assim Dimitri teria que vim junto.
     Minha mala estava arrumada perfeitamente. Dimitri estava em pé ao lado da porta. Nós dois tínhamos ganhado de Lissa um pequeno flat para que tivéssemos privacidade. O nosso flat tinha várias fotos espalhadas. Minha e do Dimitri. Eu com a Lissa. Tinha do Dimitri com o Adrian e o Christian. Até do pequeno Declan nas costas de Dimitri eu tinha foto. Fiz bico com cara de emburrada. 
 - Vamos voltar pra Jamaica camarada. Sol, mar, e nós dois livres pra fazermos o que bem entendermos. Dimitri deu um sorriso triste. 
 - Se fosse possível Roza eu faria isso. Você sabe que eu faria. Fechei a cara e me levantei da cama. Na mesma hora uma tontura me atingiu. Pontos pretos dançaram na minha visão. 
 - Wow! Dimitri correu na minha direção.
 - Roza, você está bem? A tontura passou rápido assim como chegou. Me levantei devagar e sorri.
 - Foi uma simples tontura camarada. Eu ainda não comi nada. Dimitri tocou minha testa avaliando minha temperatura. 
 - Eu estou bem. Rodopiei na frente dele pra mostrar que estava bem. Dimitri ainda não estava convencido. Peguei na mão dele e falei.
 - Vamos descer para tomar café juntos. Daqui à uma hora estarei indo para faculdade com Lissa. 
      Assim que entramos na instalação dos guardiões, fui atingida por um cheiro enjoativo de panquecas. Meu estômago revirou. Aquilo com certeza era horrível. Coloquei a mão na boca como se fosse segurar o vômito. Mas o que eu iria vomitar? Eu ainda não tinha colocado nada para dentro. Comecei a respirar pela boca para que o cheiro enjoativo das panquecas não invadisse minhas narinas. Pedi um chá e uns donnuts. 
Comi com gosto. Eu estava faminta. Comi 10 donnuts dentro de cinco minutos. Dimitri me encarava espantado. 
 - O que foi? Nunca me viu comer não foi. Dimitri arqueou a sobrancelha e falou.
 - Desse jeito não. Falamos com Mikhail que saia apressado com três bombas de chocolate. 
 - Vai pra onde com tanta pressa? Mikhail sorriu e respondeu. 
 - Sonya acordou com vontade de comer bomba de chocolate. Dimitri sorriu para Mikhail e falou.
 - Eu acho meu amigo que sua mulher está grávida. O rosto de Mikhail se acendeu.
 - Será? A gente estava tentando, mas até agora nada. Se for isso mesmo serei o homem mais feliz do mundo. A alegria de Mikhail era contagiante. Eu sabia que Dimitri desejava ser pai. Às vezes eu me sentia culpada por ele não ter ido embora com Tasha. Ele teria um futuro diferente. Não teria sido transformado em Strigoi, e provavelmente seria pai hoje. Deixei esses pensamentos negativos de lado, e fui para o palácio da corte. Minha mala já estava na sala. Christian sentado com os pés em cima de um pequeno centro, e Lissa sentada do lado dele, com a cabeça no ombro. Ele fazia carinho no cabelo dela. Era uma cena linda. Eles formavam um lindo casal. 
 - Ah Christian! Como eu queria ficar aqui. Christian sorriu e falou. 
 - Então fica. Lissa estava triste.
 - Eu não posso. Esse é meu último semestre. Não posso desistir agora. 
Lissa ficou mais um pouco com Christian, e eu aproveitei para passar mais um tempo com Dimitri. Fomos para um sofá no canto da sala e conversamos. 
 - Eu não queria ir. Mas é o jeito. 
 - Quando menos esperar já será fim de semana, e você estará aqui. Eu não gostava de ficar longe de Dimitri, mas era necessário. Tínhamos celular, e sempre que podíamos ligávamos um para o outro. Senti uma ânsia de vômito horrível. Parecia que eu tinha levado um soco no estômago. Coloquei pra fora todo meu café da manhã na frente de todo mundo. Eu estava me sentindo péssima. Eu nunca tinha passado por aquilo. Não daquele jeito. Eu já tinha vomitado antes, mas tinha sido por causa de bebida. 
 - Malditos donnuts, me fizeram mal. Lissa ficou visivelmente preocupada comigo. Veio na minha direção com a mão pronta para colocar na minha barriga e aliviar meu estômago revoltado. Mas eu a impedi.
 - Não Lissa, eu ficarei bem. Foi só o café da manhã que me fez mal. Vamos logo, o trânsito não vai ser bom. Volta às aulas e tudo mais. Levantei ainda um pouco tonta. Fui para o banheiro, escovei meus dentes e sai. Eu ainda me sentia um pouco mal. Dei um beijo em Dimitri e entrei no carro rumo as Lehigh. 
     Chegamos no nosso apartamento e colocamos nossa mala no chão. Lissa precisava de privacidade e os dormitórios da faculdade não dava nenhuma. 
Passamos o dia todo indo de aula em aula. Lissa estava focada e eu fingia prestar atenção. Uma colega de classe passou por mim e eu tive vontade de vomitar. Deus! O que tá acontecendo comigo? Eu não via a hora das aulas acabarem. Não quis almoçar, pois meu estomago rebelde não permitia. Eu passei o resto do dia fingindo estar bem, mas por dentro só eu sabia como me sentia. Parecia que eu tinha batido meu estômago no liquidificador. 
 - Rose você está me ouvindo? Encarei Lissa sem perceber que ela falava comigo.
 - O que? Lissa bufou e disse.
 - Eu estou falando com você faz um tempo. Pelo visto não ouviu nada.
 - Me desculpa, eu não tô me sentindo bem hoje. Aqueles donnuts acabaram comigo. Acho que estavam estragados. Lissa parou na minha frente, e me encarou. 
 - Rose! Porque não me disse nada? Passou o dia todo mal e ficou calada. Dei de ombros. 
 - Eu não queria te preocupar. Lissa encostou a mão no meu estômago e fez a mágica fluir. Senti aquela sensação quente acalmar meu revolto estômago. 
O resto da semana passou voando. Christian tinha prometido a Lissa vim buscar ela. Eu sabia que Dimitri viria junto. Com as malas prontas, ficamos aguardando.
Os rapazes chegaram. Christian desceu do carro e correu para Lissa, que o recebeu de braços abertos. Dimitri mais contido me puxou para seus braços e beijou o topo da minha cabeça. Acabou que todos nós, Lissa, Christian, eu, Dimitri e os guardiões foram jantar. O restaurante estava bem vazio.
Comemos todos alegres e sorridentes. Christian com seu sarcasmo usual, e Lissa com sua compostura impecável. 
Assim que pagamos a conta e saímos do restaurante uma ânsia de vômito horrível me atingiu. Consegui chegar a uma lixeira por pouco. Vomitei toda comida. Dimitri veio me ajudar. Ele estava muito preocupado. 
 - Rose, eu pensei que isso já tinha passado. E não me venha com a história de comida estragada de novo. Todos nós comemos a mesma coisa. Eu não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo comigo. Dimitri acabou passando o caminho todo de volta a corte todo protetor. Linhas de preocupação rasgavam a sua testa. Lissa tinha me ajudado com o estômago mais uma vez, o que tornou a viagem de uma hora suportável. 
    Quando chegamos na corte agradeci aos céus por poder sair do carro. O ar fresco estava maravilhoso. Assim que pus meus pés pra fora do SUV, minha vista escureceu. Antes de cair na escuridão da inconsciência vi mãos me segurarem.
Me acordei e vi que estava numa cama hospitalar. 
 - Até que enfim acordou. Virei-me e dois pares de olhos me encaravam. Dimitri e Lissa pareciam preocupados.
 - O que foi gente? Eu estou com o que? Dimitri veio para meu lado na cama. Ele estava sério demais, me deixando apreensiva. Ele olhou pra Lissa como se precisasse de apoio. Aquilo era demais para mim.
 - Vamos gente, me contem logo. Eu vou morrer é isso num é. Dimitri segurou minhas mãos e calmamente falou.
 - Rose aí é que está. Você não está doente. Você está grávida.