Me olhei no espelho e amei o que vi lá. Nunca tive problemas em assumir minha beleza. E hoje não seria diferente. Eu estava radiante, belíssima e Dimitri com certeza ficaria ainda mais encantado. Meu antigo vestido era muito bonito, porém esse era estupendo. Meus pais tinham acertado perfeitamente. O vestido era justo em todo meu corpo, como uma segunda pele, marcando cada curva que meu corpo possuía. Quando chegava nos joelhos, ele se abria numa calda modesta, muito bonita. E todo vestido era coberto de pequenos cristais. Dando um brilho magnífico a seda. Minha mãe estava muito bonita também. Usando um vestido azul claro. Era estranho na verdade ver as minha mãe, usando um vestido. Mas a ocasião merecia que ela se vestisse a altura. Até os cabelos cacheados e rebeldes da minha mãe estavam controlados em cachos bem elaborados. E meu pai até que não estava mal. Ele adorava se vestir de forma extravagante, mas hoje tinha se vestido moderadamente. Olena e as filhas estavam elegantes ao seu modo. Eu tinha quatro damas de honra. As três irmãs de Dimitri e Oksana. Que aceitara com muito gosto. Karolina estava radiando felicidade, o pai dos filhos dela tinha abandonado tudo para ficar com ela. Era raro um Moroi abandonar tudo para formar uma família com uma dhampir. Ele seria o padrinho de Dimitri, mas claro que Dimitri fez um gigantesco interrogatório das intenções dele para com Karolina. Chegava a ser fofa a preocupação dele se não fosse cômico. Karolina tinha ficado furiosa com as ameaças de morte e tortura que Dimitri havia dado ao futuro marido dela. O local da cerimônia era segredo, e eu tinha tentado persuadir Dimitri de muitas formas. Até disse que ele não teria direito a uma lua de mel se não me contasse onde seria realizada nossa cerimônia. Mas mesmo assim ele se manteve fiel ao segredo e não me disse nada.
Meu pai olhou para mim de alto a baixo por alguns segundos. E sorriu.
 - Você está linda minha filha. Nunca imaginei um momento desses entre nós dois Rose, mas aqui estamos nós. Está pronta? Enxuguei a mão suada no meu vestido e respondi.
 - Nasci pronta. Um carro nos esperava na porta da casa, e entramos nele. Um rapaz dhampir que era o motorista. Estávamos só eu e meu pai dentro do carro. Todo mundo já tinha ido para o local da cerimônia. Me senti estranha sem Lissa comigo. Era como se faltasse um espaço dentro de mim. Era para ela está aqui, me animando e dizendo que eu não estava fazendo nenhuma loucura. Minha amiga uma hora dessas nem imaginava que eu estava me casando. Eu desejei poder ligar para ela e contar sobre meu casamento. E ouvir as risadas dela a respeito do desespero da minha mãe e da minha sogra planejando tudo. Mas eu não podia fazer nada. Tinha que seguir a risca as ordens dela, e não podia manter contato. O trajeto todo passou feito um borrão para mim. Só percebi que tinha parado quando meu pai abriu a porta do carro. Respirei fundo e peguei a mão estendida dele. E me deparei com um cenário de tirar o fôlego. 
       Estávamos em um dos lagos de Baía. O lugar era uma espécie de reserva para quem desejasse visitar. Porém naquele momento era onde seria realizado meu casamento. As damas de honra estavam esperando a deixa para começarem. Viktoria me deu um abraço e falou. 
 - Você está deslumbrante Rose. Dei um sorriso meio tenso para ela. Eu estava numa espécie de frenesi. O caminho de pedras até o altar tinha uma curva, o que impossibilitava Dimitri ver onde eu estava, e fazia o mesmo comigo. Eu não o via. O pôr do sol estava lindo, e o céu estava laranja. Nós sabíamos que o horário do nosso casamento tinha que ser bem planejado. Alguns Morois estariam presentes, e o sol traria muitos problemas para eles. Porém se um Strigoi quisesse atacar ele não teria a menor chance. A quantidade de dhampirs era enorme. E mesmo que estivéssemos num casamento, boa parte deles carregava uma estaca.
     Minhas damas de honra caminharam lindamente até a curva onde eu não as via mais. E agora era a minha deixa. Segurei com força o braço de Abe, e na minha mão direita eu segurava um buquê de rosas vermelhas. Fomos caminhando, e assim que chegamos na curva onde eu podia ver a todos, a música mudou, e uma marcha nupcial começou. Estava tudo lindo de tirar o fôlego. O caminho até o altar estava coberto de rosas vermelhas, e velas, dando um ar mais romântico. E o altar tinha um arco de metal, envolto em mais rosas. O lago ao fundo refletia o laranja do pôr do sol, criando um contraste magnífico. Mas nada disso se comparava a beleza do noivo que me aguardava. Dimitri estava lindo, num terno todo preto. O cabelo dele estava preso na nuca, e o sorriso que ele me deu era estonteante. Eu não conseguia ver mais nada ao redor. Meus olhos estavam em Dimitri. Acabei perdendo o compasso, e me atrevi andar mais rápido, arrancando risadas dos convidados. Assim que Abe me entregou a Dimitri, eu soube que meu lugar era ao lado dele.
     O padre fez a cerimônia em russo, e não pude acompanhar boa parte do que o padre falava. Dimitri segurava minha mão, e vez ou outra trocávamos olhares apaixonados. Quando chegou a hora dos votos, Dimitri falou primeiro.
 - Rose eu prometo te amar, te respeitar e te proteger. Nunca pensei que um dia pudesse ser feliz assim. Eu tinha me conformado com a forma que minha vida tinha tomado. Eu estava bem, mas isso foi completamente modificado com a chegada de uma garota linda e petulante. Dona de uma beleza rara, e que não tinha modos. Você era rebelde, indisciplinada, mas tinha uma coragem e força que nunca vi em ninguém. E eu me apaixonei. Eu não podia, e toda vez que eu tentava te esquecer, eu acabava te amando ainda mais. E por um milagre você também me amava, mas sabíamos que não podíamos ceder ao nosso amor. E lutamos muito contra esse sentimento, mas de nada adiantou, e agradeço muito que meus esforços tenham sido em vão. Minha vida teria sido sem graça. E eu te amo muito Rose, e não sei o que seria de mim sem você. Eu só notei que estava chorando, quando Dimitri enxugou minhas lágrimas. Ele fez carinho na minha bochecha, e eu dei um sorriso. Era a minha vez de dizer meus votos. E eu não tinha escrito nada para Dimitri. Mas eu sabia o que falar. Abri meu coração e falei tudo que eu sentia.
 - Todo mundo sonha com um alguém, e comigo não era diferente. Mas eu sabia também que na nossa linha de trabalho, ter um relacionamento assim era impossível. Mas uma parte de mim desejava ter uma vida ao seu lado. Tudo começou com uma grande admiração, que a cada dia crescia e se transformava em algo mais. Eu também lutei contra, mas foi em vão. Estávamos destinados a ficarmos juntos. Mas depois que me entreguei a esse amor, foi difícil não lutar por ele. E eu lutei muito. Desafiei a morte para está aqui hoje, e não me arrependo de nada. Faria tudo de novo. Como Sonya diz, não existem almas gêmeas, mas sim pessoas com auras sincronizadas. E a nossa é assim. Somos melhor juntos, somos a metade um do outro. Eu te completo, e você me completa. E nada ou ninguém vai me fazer desistir desse amor. Se chegamos até aqui, merecemos ficar juntos. Eu te amo cada vez mais. Eu sempre vou te amar. Minha mãe estava chorando encostada no meu pai. Janine não era emotiva, mas eu sabia que a ocasião aflorava os sentimentos que ela mantinha guardado. O padre pegou as alianças e as abençoou. 
Dimitri tinha comprado à aliança mais linda que eu já tinha visto. Ela era feita de ouro branco, envolta em pequenas opalas azuis, combinando com o anel de noivado que ele me deu. Assim que ele colocou a aliança no meu dedo, levantou minha mão e beijou meus dedos. Dimitri sabia ser feroz, um deus da guerra, mas ao mesmo tempo era amoroso, carinhoso e muito romântico. Sem contar que era absurdamente sexy. Trocamos as alianças e o padre nos declarou marido e mulher. 
Dimitri segurou meu rosto entre as mãos e me beijou devagar, saboreando meus lábios. Mas eu não desejava isso. Prendi meus braços em volta do pescoço dele e o beijei com gosto. Ele era oficialmente meu agora. Todo mundo sorriu. Viramos-nos e encaramos todos nossos amigos e parentes, que vinham nos abraçar e nos desejar muitas felicidades. Eu agora era Rosemarie Hathaway Mazur Belikov. Para todos, Sra. Belikov.