Academia de vampiros - Sacrifício Real escrita por Jéssica Salvatore, Raíssa Duarte


Capítulo 22
Capítulo 22




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       (Capítulo narrado por Dimitri Belikov)

       Eu estava indo ao encontro da minha família. Rose estava com as mãos molhada de suor, e eu sabia que o motivo era a sua tão milagrosa "gravidez". Eu ainda me acordava no meio da noite acreditando que tudo não se passava de um sonho. Mas não era um sonho, era pura realidade. Eu seria pai. A mulher que eu mais amava no mundo esperava um filho, ou filha, meu.
     Rose remexeu nos meus braços, levantou a cabeça para me encarar. Acabei esquecendo-se do que estava pensando assim que pus os olhos no rosto dela. Eu sempre era atingido pela beleza dela. Aquele rosto, emoldurado por longos cabelos escuros que eu amava tocar. Rose tinha chegado e tomada conta do meu coração tão de fininho, que quando me dei conta não conseguia me imaginar longe dela.
 - Dimitri ainda não consigo imaginar que minha mãe está viva. Viva! Ela estava eufórica, e não era pra menos. A pouco mais de uma semana ela tinha recebido a notícia da morte da mãe, e a mesma aparecia bem diante dos olhos dela. Eu estava feliz pela notícia da falsa morte da minha futura sogra. Mas fui atingido por uma realidade que me assustava às vezes, mas agora com mais força. A mãe de Rose era uma guardiã respeitada e admirada, enquanto a minha mãe não passava de uma "Meretriz de sangue". Eu sabia que o termo era ruim, pesado e bem negativo. Mas ao olhar para aquelas duas mulheres me permiti ter um sentimento de inveja. Eu invejava Rose por ter uma mãe guardiã. Ela notou minha mudança de humor e falou.
 - O que foi camarada? Dei um sorriso meio sem graça, e sai descendo meus dedos, como quem não quer nada pelo braço de Rose. Aquele simples toque inocente a deixava tonta. Eu via como ela ficava. Eu não queria ter que falar como eu me sentia de verdade. Então apelei para o lado sexual. Era sujo e sórdido, mas eu não desejava tocar nesse assunto agora. Me inclinei e sussurrei bem de encontro ao ouvido dela. 
 - Eu estou feliz. E sabe o que me deixaria ainda mais feliz? Puxei ela de encontro a minha ereção que já ganhava vida. Rose arqueou uma sobrancelha e disse.
 - Hmmmm. Posso imaginar. E me beijou. Toda vez que ela me beijava era como se me injetasse fogo nas veias. Um fogo bom, daqueles que me consumia inteiro e eu ainda continuava vivo. Me sentindo ainda mais forte. Enlacei meus braços ao redor de Rose e a puxei para que ela ficasse sentada em mim. Assim que nos encaixamos ela gemeu. Um gemido rouco, esganiçado do fundo da garganta. Beijei mais uma vez os lábios dela, e desci mordiscando o queixo indo para curva do pescoço dela. Beijei bem num ponto e ela se arrepiou toda. Enquanto eu trilhava beijos até a curva dos seios dela, ela me encarou e disse. 
 - Dimitri eu sei que isso está muito bom, mas eu se não sou boba. O que está te afligindo? Segurei o rosto dela entre minhas mãos e depositei um selinho nos lábios dela. 
 - Não tem nada Roza. Eu estou bem. Rose se soltou dos meus braços e falou.
 - Assim não dá. Eu quero me concentrar pra poder falar e você fica me desconcentrando me beijando. Sorri e disse.
 - Será que estou conseguindo? Rose deu uma tapa no meu braço e falou indignada. 
 - Dimitri! Eu estou tentando manter uma conversa com você, mas tá sendo quase impossível. Eu não quero que você fique fingindo não se importar, mas eu percebi assim que nossas mães foram apresentadas uma a outra, você mudou. Eu não sou boba. O que foi? Eu não acreditava que ela pudesse saber o que se passava pela minha cabeça. 
 - Eu não sei Rose. Só me dei conta agora de como nossas mães são tão diferentes. A sua uma guardiã respeitada e admirada, enquanto a minha mãe uma dhampir comum. Uma meretriz de sangue. Não pude deixar de falar com um pouco de inveja na voz. Rose percebeu e falou.
 - Ah camarada. Sua mãe é uma mulher especial. E não a julgue pelas suas escolhas. Eu desejei tanto ter uma mãe como a sua. Preocupada com os filhos. Eu o invejei por isso Dimitri. Quando estive aqui pela primeira vez. E acabei cogitando a ideia de ficar aqui com elas. Não que eu não me orgulhe da minha mãe. Mas a sua Dimitri é tão importante quanto a minha. Ela luta todos os dias contra esse estigma que foi colocado em cima das mulheres dhampir. E ela te ama. Rose falava com tanta convicção, que cheguei a pensar um pouco como ela. Eu estava pensando muito ainda a respeito de tudo. Mas de uma coisa eu tinha certeza. Eu estava envergonhado das escolhas da minha família. Rose tocou no meu rosto e perguntou. 
 - Ainda está angustiado com isso? Fiz que não com a cabeça. Mas Rose era teimosa e me conhecia bem por demais.
 - Não minta pra mim camarada. Ela saiu do meu colo e sentou ao meu lado na cama.
 - Eu não estou mentindo, só não quero falar. 
 - Eu preciso que confie em mim Dimitri. Afinal de contas nós vamos nos casar daqui a alguns dias. E eu não acredito que você quer começar um casamento com mentiras. Rose sabia bem onde me atingir. Eu não gostava de esconder coisas dela. Passei a mão no meu cabelo me sentindo nervoso. Eu sabia que Rose só me deixaria em paz quando eu falasse tudo que eu sentia. 
 - Eu tenho vergonha Rose. Eu estou envergonhado da vida que minha mãe e minhas irmãs levam. Sua mãe é famosa entre as dhampirs. E a minha não passa de uma meretriz de sangue. Rose encostou a cabeça no meu peito.
 - Camarada, eu só peço que tire essas bobagens da cabeça. Olena Belikov é uma grande mulher e não quero ouvir nada menos que isso. 
Janine Hathaway estava sentada conversando com Rose. Então decidi deixar as duas sozinhas. Abe andava pela cidade resolvendo alguns problemas. Fiquei na cozinha, observando minha mãe e minha irmã mais nova cozinharem. O cheiro dos legumes me lembrava de minha infância. Perdido em pensamentos, fui pego de surpresa pela minha mãe. 
 - Dimitri, você está me ouvindo? Encarei minha mãe e Viktoria com cara de bobo. Era raro eu ser pego de surpresa. Ainda mais agora.
 - O que a senhora falou? Minha mãe sorriu, e carinhosamente alisou meus cabelos.
 - Ah meu filho. Nem se casou e já está com a cabeça no mundo da lua. Eu preciso que vá até a cidade e compre algumas coisas para eu preparar o almoço. 
Meia hora depois eu estava na cidade. Com sacolas na mão, eu entrava e saia de supermercados. Baía ainda era a mesma que eu me lembrava. Pessoas indo e vindo, algumas nem notavam minha presença, enquanto outras paravam para conversar. E em meio a algumas pessoas dei de cara com um dhampir nada amigável. Nikolai me olhava com descrença. Como se não acreditasse no que visse. Eu conhecia a fama nada agradável que acompanhava Nikolai. Para alguns ele era só um encrenqueiro folgado. Porém quem chegava a conhecer ele de verdade, sabia que ele era um dos muito dhampir que faziam o trabalho sujo para os Moroi que se disponibilizava pagar quantias altíssimas. 
 - Ora ora, se não é o guardião Belikov. Ele fez uma mesura como se eu fosse da realeza. Eu fiquei sério, com a face numa polidez fingida. A expressão na cara de Nikolai era de puro sarcasmo. Nada de bom vinha dele.
 - O que você quer Nikolai. Estou ocupado. Dei alguns passos, mas Nikolai colocou a mão no meu ombro, me segurando.
 - Por que tanta pressa Dimitri. Não tem mais tempo para um velho amigo? Dei um meio sorriso frio, e falei.
 - É um prazer te encontrar assim. Mas tenho que ir logo pra casa. Levantei uma sacola e apontei para carne no fundo da mesma. Nikolai deu um sorriso falso e disse.
 - Eu estou muito desapontado com você Dimka. Tem tempo pra tudo, menos para um velho amigo. Eu fiquei sabendo há alguns anos atrás, que você tinha sido transformado em Strigoi. E que uma dhampir chamada Rosemarie havia lutado bastante para te trazer de volta. Ela e Vasilisa fizeram um bom trabalho. Ouvi-lo falar de Rose me deixou em alerta. 
 - Verdade. Eu já fui um Strigoi, porém fui restaurado. Nikolai bateu palmas como se aquilo tudo o divertisse. 
 - Fantástico, não acha? Um Strigoi restaurado a sua antiga forma. Uma dhampir conseguir conceber uma criança em seu ventre, mas o filho não é de um Moroi, mas sim de outro dhampir. Fantástico. Minha expressão deve ter revelado alguma coisa, pois Nikolai sorriu. 
 - Então é verdade num é? Eu pensei que não se passava de uma historinha para crianças dormir. Ele fingiu coçar o queixo pensativamente, e apontou um dedo para mim. 
 - Você meu caro amigo, será pai. Rose espera um filho seu. Bem que aquele Moroi falou a verdade. Consegui com muito esforço ficar sério, e então falei. 
 - Quem te contou uma história tão falsa assim Nikolai. Você sabe bem que nós dhampir não podemos ter filhos com outro dhampir. Toquei no braço dele, como se tentasse demonstrar meu ponto. Mas Nikolai não se deixou enganar.
 - Ora meu amigo, assim você me tem como um idiota, e isso me ofende. Ou você acha que não vi você e sua preciosa Roza. Ela é tão linda, que chega a doer. Você é um homem de sorte Dimka, pena que isso não vai durar muito. Quando ele falou isso, não consegui me controlar. Soltei as sacolas e parti pra cima dele. Nikolai não conseguia me parar. Uma fúria me atingiu, e eu enxergava tudo vermelho a minha frente. Em meio a minha fúria, eu ameaçava Nikolai.
 - Não. Ouse. Ameaçar. A. Minha. Mulher. Em meio ao caos, um braço tentou me separar de Nikolai. Eu não queria ser interrompido, então soquei o intruso que me atrapalhava. Só percebi que era o pai de Rose tarde demais. Ele levou a mão ao rosto, bem onde eu o tinha socado.
 - Nossa Belikov, nunca imaginei que um dia fosse levar um soco seu. Levantei Abe do chão, e pedi desculpas. Peguei a sacola que eu tinha jogado no chão, e antes de ir, olhei para Nikolai com o olhar mais assustador que eu pude dar.
— Nem pense em me ameaçar ou ameaçar ela. Se prezar pela sua vida, fique fora do meu caminho. Virei as costas para Nikolai, e antes que eu ficasse longe, ele disse.
 - Fuja Belikov, se esconda, mais saiba que aonde for, eu te encontrarei. 
A uma distância segura, parei e respirei fundo. Abe alisava o rosto, bem no lugar onde eu tinha dado um soco. 
 - Por que você tentava matar aquele dhampir? Você estava irreconhecível. Uma fúria tomava conta de você. O que ele disse pra te deixar daquele jeito? Abe merecia saber. Olhei para ele e disse.
 - Alguém tá pagando a ele para capturarem a Rose.


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Notas finais do capítulo

Um recadinho para quem tá acompanhando a fic. Por favor, deixe um comentário, eu preciso saber se você está gostando. Bjsss e até o próximo capítulo ♥



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