Academia de vampiros - Sacrifício Real escrita por Jéssica Salvatore, Raíssa Duarte


Capítulo 20
Capítulo 20




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         Eu estava em choque. Janine Hathaway morta. Minha mãe, uma grande guardiã, morta. Como isso tinha acontecido? Dimitri estava nervoso e preocupado.
 - Rose você está bem? Eu não sabia o que responder. Então perguntei.
 - Como ela morreu? Eu já imaginava como tinha sido a morte da minha mãe. Com certeza algum Strigoi tinha atacado o lorde Szelsky, e ela como uma brava guerreira o defendeu até a morte. Nunca pensei em toda minha vida que pudesse sentir tamanha dor. Quando eu era mais nova, eu dizia a mim mesma que não me importaria se minha mãe vivesse ou morresse. Mas agora eu sabia, eu me importava, e muito.
 - Ela estava num carro junto de outros três guardiões e o lorde Szelsky, indo para uma festa da realeza numa mansão nos Alpes suíços. Numa curva o guardião que dirigia perdeu o controle do carro e eles caíram num precipício de uns 15 metros de altura. Assim que o carro atingiu as pedras ele explodiu. Os guardiões estão todos trabalhando para reconhecerem cada corpo, e para fazerem o funeral do lorde Szelsky. A família dele está muito abalada, e muito triste também. Eles tinham profundo carinho pela sua mãe. Eles querem fazer uma homenagem a ela também. Eu não estava entendendo mais nada, era como se eu estivesse num pesadelo, mas para meu azar, esse pesadelo era bem real. Eu levantei do sofá e corri para o quarto. Me joguei na cama, me deitando na posição fetal, como se de alguma forma eu pudesse sumir. Eu e minha mãe não éramos grandes amigas, mas eu a amava. Ela tinha mudado bastante durante os últimos anos. Minha mãe esteve comigo nos meus piores momentos. Quando matei dois Strigoi que tinham matado Mason. Quando a escola havia sido atacada e Dimitri morto. Quando voltei da minha caçada a Dimitri na Rússia. E quando fui acusada de assassinato a rainha. Minha mãe tinha me apoiado, acreditado em mim. 
      Eu chorei por todos os anos que não a entendi. Por todas as vezes que desejei que ela não existisse. Por ter odiado ela sem razão e fundamento. Ela era uma mulher como eu. Sujeita a falhas e fraquezas. Mas não deixava de ser a minha mãe. Não percebi que Dimitri havia entrado no quarto. Só me dei conta porque ele me puxou para seus braços, tentando me reconfortar.
 - Eu sinto muito meu amor. Sei que está sendo difícil para você. Mas eu acredito que vai passar. Pense na guerreira que sua mãe foi em vida. Pense na mulher admirável e respeitada. Pense nela nos últimos anos. No quanto vocês ficaram próximas. Dimitri me conhecia bem, sabia bem a dor que eu sentia. 
 - Eu sempre a imaginei morrendo em combate. Defendendo o protegido dela dos Strigoi. Mas num acidente de carro. Isso é inaceitável. Janine Hathaway morta num acidente de carro. Eu não posso aceitar isso. Eu desejei que Lissa estivesse aqui comigo. Ela era minha melhor amiga, e já havia passado por isso. E eu tinha sido o apoio dela. Eu queria muito poder ligar para ela, ouvir ela dizer que tudo ia ficar bem.
Fiquei a semana quase toda deprimida. E vez ou outra trocava olhares e pequenas respostas com a família de Dimitri. Yeva é claro parecia não aceitar bem minhas atitudes, e às vezes eu pegava ela e Dimitri conversando sérios. E pela cara de Dimitri, ele não queria que eu perguntasse sobre o assunto das conversas. Recebi alguns relatórios sobre o acidente, mas nada muito conclusivo. Eles já tinham reconhecido o corpo do lorde Szelsky, e só faltava o reconhecimento do corpo dos guardiões. Oksana e Mark tinham me visitado algumas vezes, me desejando condolências, e me dando apoio.
Dimitri tinha chegado das compras naquele dia radiante. Mas não dei muita atenção. Notei também que a Yeva estava bem mais agradável. Conversando mais com a família. E Olena juntamente com as filhas cozinhavam mais que o normal. 
— Rose nós temos o costume de fazer um memorial em celebração aos mortos. Você lembra-se do de Dimitri. Mas pensamos em fazer algo diferente em relação a sua mãe. Nós queríamos ouvir você falar sobre ela. Que nos contasse o que achava dela. Como se sentia em relação a ela. Eu olhei para cada uma daquelas pessoas, e pensei a respeito da minha mãe. O que falar? Procurei Dimitri entre as pessoas e ele me olhou com amor e sabedoria. Aquele olhar falava mais que muitas palavras. Ele me encorajava me dava alento e forças. Acabei concordando, porém eu sabia que falar da minha mãe me traria muitas dores. Sentamos ao redor de uma fogueira, em pequenos bancos de madeira. Olena e as filhas ficaram sentadas na minha frente. Dimitri ao meu lado, segurando minha mão. Olhei para ele que me dava um sorriso sincero. Aquele sorriso era a última força de que eu precisava para começar. 
 - Bom, minha mãe era uma mulher excepcional. Uma guardiã exemplar. E me ensinou piamente o dever de ser uma boa guardiã. Ela acreditava que o dever de proteger os Moroi era nosso também. E me ensinou isso. Eu não queria ofender a família de Dimitri, mas era dessa forma que minha mãe pensava. Então continuei.
 - Quando ela ainda tinha 20 anos ela engravidou de mim. E depois me entregou para uma família de Moroi para me criarem. E aos quatro anos de idade, fui mandada para uma academia. Minha mãe nunca ia me visitar, e isso me causava uma tremenda dor. Eu via meus amigos dhampir terem uma mãe, e aquilo me deixava irritada, com inveja. Eu também desejava aquilo. Há até alguns anos atrás eu não a entendia, mas agora eu sei que ela fez tudo aquilo pelo meu bem. Somos diferentes fisicamente, porém temos um gênio parecido. A minha mãe amava ser guardiã, e fazia o trabalho dela com total dedicação. Ela era famosa em meio aos guardiões. Eu até lembro uma vez quando ela chegou na escola e contou sobre um resgate que ela e outros guardiões fizeram. Eu a acusei de matar os Strigoi só para ter as marcas molnija. Eu a via com outros olhos, mas com o tempo isso mudou. Eu entendo as decisões dela. Entendo tudo que ela fez. E eu a amo por isso. Eu estava chorando, porque eu não poderia dizer nada disso pra ela. Dimitri me abraçou e beijou minha testa. 
 - A única coisa que eu queria agora era poder abraça-la e dizer o quanto eu a amava.
Uma voz familiar falou bem atrás de mim. 
— Você ainda pode fazer isso.
Me virei e dei de cara com um fantasma. Isso não era real? Era?
Janine Hathaway de braços abertos me esperando para um abraço.


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