Kingdom Hearts: Motherland escrita por Kyra_Spring


Capítulo 2
Sempre há uma nova jornada


Notas iniciais do capítulo

Nota da autora: Olá, gente! E cá estamos com o segundo capítulo completo de Kingdom Hearts: Motherland. Vocês irão rever personagens já carimbados de KH, e serão apresentados a uma nova personagem que, espero, vocês também irão gostar. Dica: nessa fic, não nos limitaremos apenas aos personagens de Kingdom Hearts e Final Fantasy, até porque a Square já produziu outros games igualmente fantásticos. Um deles já será citado nesse capítulo, um game do qual a geração Super Nintendo vai se lembrar com saudades. Espero que vocês gostem, de coração. Beijos a todos vocês, e até a próxima nota!



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Todas as pessoas naquela sala começaram a encarar umas às outras sem entender o que estava acontecendo. As expressões variavam: Sora, Kairi e Riku estavam simplesmente surpresos, o rei Mickey sorria complacente e a mãe de Sora parecia estar completamente em choque.

–Desculpem pela chegada barulhenta, amigos – disse o rei, cumprimentando a todos – É uma das novas naves do Cid... mais rápidas, mais fortes, mas bem mais espalhafatosas, também. Mas onde está a minha educação? – aproximou-se da mãe de Sora, fazendo uma mesura e beijando sua mão – Oh, olá, madame. É um prazer conhecer pessoalmente a mãe de um dos meus melhores amigos!

–O que... está... acontecendo... aqui? – ela finalmente conseguiu voltar a articular as palavras – Sora, quem é esse... esse... esse?

O garoto suspirou. Seria bem difícil explicar...

–Bem, mãe... – ele tentou começar, evitando olhá-la diretamente nos olhos – Você se lembra que eu fiquei sumido por muito tempo, não foi?

–É claro que me lembro!

–Você se lembra que eu disse que me perdi na tempestade, acabei ficando apagado por um tempo, acordei num lugar chamado Traverse Town e saí para procurar o Riku e a Kairi, e que voltei quando os encontrei?

–Lembro, mas... – ela estreitou os olhos – Sora, está escondendo alguma coisa?

–Bem... – "ela vai me matar quando souber!" – A história não foi bem assim. Eu realmente me perdi na tempestade, realmente fiquei apagado por um tempo, realmente acordei num lugar chamado Traverse Town e realmente saí para procurar o Riku e a Kairi e voltei quando os encontrei, mas... digamos que aconteceram algumas coisinhas no meio do caminho, e...

Que tipo de "coisinhas"? – a expressão dela foi ficando cada vez mais ameaçadora.

–Será que eu posso responder essa? – então, o rei interveio – Madame, a senhora deveria se orgulhar do filho que tem! Ele salvou muitas pessoas nesse meio-tempo, com a ajuda dos seus amigos! Aliás, só estamos conversando aqui por causa do que ele fez.

–Ah, qual é? – ele começou a corar – Eu não fiz nada... além do mais, sem a ajuda de todo mundo, nada disso teria acontecido.

–O que você andou fazendo, hein? – a mulher não estava disposta a ceder.

–Bem, deixe eu ver... A gente lutou contra Heartless, contra Nobodies... contra aqueles doidos megalomaníacos da Organization XIII...

–Pois é, esses foram um osso duro... – murmurou Riku – Ah, teve a Maleficent, também, não é?

–Ah, sim, aquela bruxa louca! – concordou Sora – Isso sem falar nos outros que estavam com ela... Jafar, Oogie Boogie, Ursula, o Capitão Gancho... o Pete, se bem que ele não conta muito porque tem o cérebro do tamanho de uma noz... o Xemnas...

–Duas vezes! – lembrou Kairi – A versão Heartless e a versão Nobody.

–É mesmo, duas vezes... É, acho que foi mais ou menos isso!

Foi só então que ele prestou atenção na expressão facial da sua mãe, completamente furiosa, e recuou dois passos para trás no tempo exato de ela começar a gritar:

–ENTÃO É ISSO QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO? ENQUANTO EU E SEU PAI ESTÁVAMOS LOUCOS DE PREOCUPAÇÃO, VOCÊ ESTAVA POR AÍ SE ARRISCANDO COM ESSAS... ESSAS... ESSAS COISAS QUE EU NEM SEI O QUE SÃO! COMO PODE FAZER ISSO CONOSCO? COMO PODE...

–Mãe, pelo amor de Deus, quer se acalmar? – ele tentou impedi-la – Eu estou bem aqui na sua frente, não estou? Estamos todos bem, os mundos estão salvos, é isso o que importa!

–EU NÃO QUERO NEM SABER! – ela continuou berrando, sem dar atenção a ele – TEM IDÉIA DO QUE NÓS PASSAMOS? E OS PAIS DO RIKU E DA KAIRI? PASSAMOS MESES PROCURANDO POR VOCÊS, MESES! E ACHAMOS QUE NUNCA MAIS IRÍAMOS VÊ-LOS DE NOVO! E ENQUANTO ISSO, VOCÊS ESTAVAM POR AÍ BANCANDO OS HERÓIS!

–Quem dera... – sussurrou Riku. Aparentemente, Sora foi o único que o ouviu.

–Quer me deixar contar o resto? – ele retrucou, por fim – Na noite da tempestade, Kairi foi levada. Nós estávamos fazendo uma jangada na nossa ilha, e fomos até lá para colocá-la em segurança. Foi quando tudo aconteceu. Kairi foi sequestrada, e eu e Riku... – ele lançou um olhar rápido na direção do amigo, antes de continuar – acabamos nos perdendo um do outro. Esse mundo desapareceu, sabia? Assim como muitos outros. Passamos todo esse tempo fora para restaurá-los!

Ela não disse nada, dando a Sora a chance de continuar. Ele contou toda a história com o máximo de detalhes que pôde, sempre omitindo qualquer fato que relacionasse Riku a Maleficent ou à Organization. Por fim, disse:

–...e, então, finalmente conseguimos voltar e fazer com que tudo ficasse como antes. É claro que não podíamos contar tudo isso, vocês nunca entenderiam! Mas é verdade.

–E você espera que eu acredite em todas essas bobagens? – então, ela riu – Até você já inventou histórias melhores, Sora. Kairi, uma princesa? Impossível.

–Mas eles estão dizendo a verdade, senhora – disse o rei – Eles me ajudaram muito durante esse tempo todo. E, sinceramente, eu jamais viria até aqui incomodá-los se a situação não fosse grave a ponto de pedir toda a ajuda disponível.

–Espere um pouco... o que está havendo? – só então Sora se deu conta do fato de que o rei deveria ter algo muito importante a dizer – Como assim, a situação é grave?

–Exatamente, meninos – ele suspirou, cansado – Parece que alguém conseguiu tomar as rédeas e controlar novamente os Heartless.

–Maleficent? – arriscou Riku.

–Não sei – respondeu Mickey – Aparentemente, sim, mas ela parece não estar sozinha. Mas é algo diferente de qualquer coisa que já tenhamos enfrentado. Andei encontrando Nobodies pelo caminho, também, mas não consigo descobrir quem está por trás disso. Tudo o que sei é que algo está bagunçando os mundos outra vez, algo maior e mais estranho do que aquilo que já enfrentamos antes.

–Provavelmente é alguém mais inteligente que o Pete, também... – disse Sora, pensativo – Bem, de qualquer forma é tudo o que precisamos saber. Pode deixar, vamos ajudá-lo.

–Vocês não vão a lugar nenhum! – sibilou sua mãe, irritada por ter sido ignorada – Eu não vou permitir que você se atire outra vez a uma coisa tão perigosa!

–Mas precisamos ir! – Kairi saiu em defesa de Sora – Precisamos ajudar!

–E o que seus pais pensariam disso, mocinha? – ela estreitou os olhos na direção da garota – Acha que eles gostariam? Acha que eles permitiriam que isso acontecesse?

–Mãe, pare com isso agora mesmo! – então, Sora subiu o tom de voz.

Os outros o encararam. Seus olhos estavam endurecidos e sérios.

–Sei que está preocupada. E sei que está com medo, e que não entende – ele continuou – Eu entendo como se sente, porque até agora eu não consigo compreender completamente as coisas que fazemos. Mas é o que fazemos, e é o que temos feito desde que tudo isso começou. Isso – ele fez a Keyblade aparecer em sua mão, e a estendeu em frente a ela – é algo que foi confiado a mim, e usá-la da melhor forma possível é a minha missão. Então, se quiser me colocar de castigo por trinta e cinco anos, ótimo, vá em frente, mas vai ter que ser quando eu voltar, pois vou com ele de qualquer jeito.

Ela não parecia acreditar no que havia acabado de ouvir, e o encarou com uma expressão completamente impossível de definir ou decifrar. Por fim, ele disse, tentando despertar alguma reação:

–Sinto muito. Juro que nunca quis te deixar preocupada nem nada disso. E eu vou ficar bem, prometo.

–Isso é tão importante assim para você? – ela disse, afinal, observando-o fixamente.

–Sim, é muito importante. E não só para mim – ele respondeu.

–Então, nesse caso – ela suspirou – acho que é melhor você subir e pegar suas coisas. Afinal de contas, não quero saber que você está andando por aí sem escovar os dentes – e então, sorriu – Mas o que diremos aos pais de vocês dois?

–Pode deixar comigo, madame – respondeu o rei – Já mandei cuidar de tudo.

Sora subiu as escadas correndo, e preparou uma mochila às pressas com tudo o que podia levar. Era a primeira vez que começava uma jornada a partir de um ponto seguro, sabendo que poderia voltar para casa quando tudo terminasse. Isso lhe dava confiança, mas também um certo pesar. A vantagem das outras vezes era que, pelo menos, não precisava começar sua viagem dizendo adeus a alguém. Desceu as escadas pensando nisso, e quando chegou, o rei conversava com sua mãe.

–Bem, acho que podemos ir – ele tentou imprimir animação à voz – Estou pronto!

Ele terminou de descer a escada e se aproximou dos dois. Ela o encarou, e ele percebeu lágrimas em seus olhos.

–Por favor, filho, prometa que você vai ficar bem – ela parecia lutar muito para não desabar em prantos bem ali – O seu amigo estava me contando as coisas que você fez... é tão perigoso, tão arriscado! Por favor, prometa que vai ficar bem!

–Prometo – ele respondeu prontamente – Vou fazer o possível.

Ela o abraçou, e ele sentiu os olhos arderem. Realmente, era muito mais fácil quando precisava encontrar pessoas queridas ao invés de se despedir delas...

–Riku e Kairi foram até as suas casas – explicou Mickey – Vamos encontrá-los na praia. Leene está levando a nave para lá. Você vai conhecê-la, é uma boa garota que acabei encontrando por acidente no caminho para cá.

Os dois caminharam na direção da porta. Sora ainda hesitou, e olhou para trás. Sua mãe chorava, mas se esforçava para sorrir e acenar, numa tentativa de passar confiança a ele. E foi com o coração partido e um gosto muito amargo na boca que eles caminharam pela rua até a praia, em direção a uma nova jornada, mais imprevisível e misteriosa do que as anteriores.

o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o

A nave gummi era realmente diferente das outras que Sora já havia visto.

Era bem maior, e parecia bem mais sólida. Tinha canhões maiores e uma cabine ampla, mais ou menos do tamanho de um bonde. Com toda a certeza, era feita para passar dias viajando e resistir a qualquer tipo de ataque que pudesse sofrer.

–Tá, isso explica os barulhos perto da minha casa, mas não a explosão na praia – observou Sora, pensativo – O que foi aquilo?

–Eu não sei – respondeu Mickey – Pode ser uma nave abatida, ou um meteoro. É difícil dizer com certeza. Tudo o que sei é que, seja o que for, não veio desta nave. A verdade é que temos tido notícias de quedas assim em vários lugares, mas como nunca há vítimas ou prejuízos muito sérios, não está sendo um motivo para preocupação... pelo menos por enquanto. Com tanto ainda a consertar desde a derrota da Organization, é difícil saber o que devemos priorizar – e, depois, com um tom de diversão na voz – A propósito, foi sensato não contar a seus pais exatamente o que aconteceu quando você esteve fora. Acho que eles não entenderiam muito bem.

–É... aliás, acho que eles não vão entender nem agora – ele suspirou – E acho que, quando eu voltar, eles vão me deixar preso em casa até completar cinquenta anos.

–Pelo menos ela deixou você ir – disse o outro, conciliador – Pense bem, podia ser pior. Agora, pelo menos, ela sabe onde você está.

–Quando o senhor disse que era algo maior e mais estranho do que antes, do que exatamente estava falando? – então, Sora decidiu mudar de assunto o mais rápido possível antes que ficasse ainda mais hesitante – Eu pelo menos acho difícil imaginar algo mais estranho do que a Organization...

–Bem, tudo isso será debatido numa grande reunião – respondeu o rei – Iremos para Radiant Garden para participarmos de uma assembléia que vai tratar desse assunto. Também mandei alguns emissários para vários mundos, para sabermos se há algo acontecendo por lá. Enfim, se Maleficent ou qualquer outro estiver tentando aprontar algo para cima de nós, vamos saber a tempo de nos prepararmos.

Sora concordou, embora não estivesse muito certo. Ele sabia, melhor do que ninguém, o quanto suas defesas eram frágeis contra as forças da escuridão. Elas eram ágeis, silenciosas e imprevisíveis, e era muito fácil ceder a elas. Tão fácil... tão fácil que até mesmo seu melhor amigo, Riku, que parecia invencível, foi tragado por elas, e pagou um preço alto demais.

Um preço que ele ainda parecia estar cobrando de si mesmo.

"Bem, acho que um pouco de ação vai fazer bem para ele", pensou Sora. "E estaremos ao lado dele para impedir que essas coisas continuem torturando-o."

–Ah, então aí está você! – foi então que a voz de Donald, vinda do outro lado da praia, chamou a sua atenção – Ficamos procurando por vocês por todo lugar!

–É uma longa história – respondeu Sora – Descobriram o que era aquilo?

–Parecia algum tipo de meteoro – respondeu o feiticeiro – Não conseguimos tirá-lo da água, então tivemos que pular. Tiramos uma amostra – estendeu a mão e mostrou um pequeno fragmento de rocha azul-clara – e vamos pedir para alguém dar uma olhada em Radiant Garden. Ah! – e, então, ele olhou para a nave – Pelo jeito parece que o rei já chegou.

–Olá, Majestade! – Goofy foi o primeiro a cumprimentá-lo – E então, estamos prontos para partir?

–Quase prontos – respondeu o próprio – Quase prontos...

Pouco tempo depois, apareceram Riku e Kairi, correndo pela praia. A garota parecia irritada, e Riku parecia estar se divertindo muito com alguma coisa.

–Teria sido muito mais fácil se ela não tivesse começado a chorar! – ela dizia, emburrada – Agora estou me sentindo culpada por ter que ir.

–Do que está falando? – replicou Riku – Você também começou a chorar!

–Seus pais pelo menos não fizeram uma cena – ela rebateu.

–Ah, não, tem razão – e então ele riu – Eles só começaram a gritar e eu tive que sair de casa correndo. Provavelmente, quando eu voltar, eles vão me colocar numa jaula de castigo até a próxima glaciação.

–Olá, pessoal! – Sora acenou para eles – Problemas com os pais?

–Nem me fale! – Kairi fez uma careta – Minha mãe ficou aos prantos.

–E a minha ameaçou me matar se eu saísse – Riku deu de ombros – Quem está pior aqui?

–Bem, agora que estamos todos aqui, podemos ir! – disse o rei, animado – O caminho até Radiant Garden é longo, então é melhor irmos andando – e, mais alto – Leene, pode ligar os motores!

Uma escada se abriu, e eles entraram na nave. Ela tinha um interior amplo, e realmente parecia ter sido feita para longas viagens: havia cabines e cômodos, e a sala de controle parecia maior e mais sofisticada. Ou pelo menos assim pensava Sora, que media a sofisticação de um sistema de máquinas pela quantidade de telas exibindo números complicados e ininteligíveis.

Foi então que alguém saltou na sua frente e o encarou. Era uma garota miúda e baixinha, com cabelos louros e longos presos num rabo-de-cavalo, e olhos esverdeados penetrantes num rosto estreito e anguloso. Ela tinha um ar zombeteiro e curioso, e o encarava com olhos inquiridores.

–Então você é o Sora, não é? – ela disse – Bem, todos me falaram muito sobre você, e eu adoraria ouvir a sua versão da história!

–Minha versão da história? – ele recuou alguns passos, sem saber o que dizer, mas ela apenas riu e continuou a falar, dessa vez com todos:

–Sejam bem-vindos à nave Fantasia! – ela cumprimentou a todos com uma reverência – Serei a piloto de vocês por toda a viagem. Espero que fiquem confortáveis e que aproveitem o tempo que passarem aqui. A propósito, meu nome é Leene. Obrigada pela atenção!

Eles foram tomando suas posições nas poltronas da cabine de controle. Sora não podia deixar de achar graça no jeito efusivo e animado da garota, que logo saltou para o controle e ligou os motores da nave. Assim que eles foram ligados, ouviu-se um estrondo violento e um clarão de luz.

–É sério, o Cid tem que dar um jeito nessa ignição! – ela praguejou – Ela praticamente diz: "olá, Heartless e outros seres do mal, estamos aqui, venham nos pegar!"

–Precisávamos de potência, Leene – explicou o rei, com paciência – E tínhamos pouco tempo. Dê um desconto, ele fez o melhor que podia.

Ela deu de ombros, e colocou a nave em movimento. Foi fácil sentir a diferença: além de maior e mais forte, a nave era muito mais rápida do que aquela com que estava acostumado. A pressão era enorme, e durante a decolagem Sora sentia como se algo tentasse descolar os músculos dos seus ossos. Quando atingiram a passagem, porém, a pressão diminuiu, e era como se a nave estivesse parada. Levou algum tempo para que ele percebesse que Leene já não tocava mais os controles, e que havia um grande aviso de "piloto automático ativado" piscando num dos monitores.

–Bem, pessoal, a viagem vai ser longa e cansativa – ela dizia – Hollow Bast... Radiant Garden é um lugar meio difícil de encontrar, principalmente depois das novas medidas de segurança. E alguma coisa está tornando as comunicações dessa nave um pouco instáveis, então é melhor não precisarmos contar com elas para pedir ajuda.

–De qualquer forma, isso nos dá tempo para conversar – disse Mickey – Como eu disse na casa do Sora, é possível que estejamos enfrentando um problema novo e talvez maior que os anteriores. O problema é que isso não é como das outras vezes, algo sólido, palpável. Não, é bem menos claro. Mas tenho certeza que alguém está tentando manipular as sombras outra vez, e dessa vez sabe o que está fazendo muito bem.

–Bem, recentemente eu passei por Traverse Town – disse Leene – Como vocês devem imaginar, a cidade está praticamente deserta agora que seus moradores voltaram para seus mundos. Estamos pensando em transformá-la num ponto de vigilância. A localização dela é muito boa para colocar uma base de operações, além de impedir que ela vire uma terra de ninguém e fique à mercê dos Heartless. E tenho tido notícias desconexas que falam de Heartless sendo vistos e meteoros caindo. Mas, como até agora ninguém se machucou e todos os mundos estão ocupados com seus próprios assuntos, acho que ninguém tomou nenhuma providência ainda.

–Mas qual seria a vantagem, agora? – Sora não compreendia – A porta para a escuridão está selada. Se alguém estivesse tentando criar um outro Kingdom Hearts, alguém já teria ficado sabendo. E agora estão todos atentos, todos esperando por uma retaliação. A última batalha aconteceu há muito pouco tempo. Qual foi a ponta solta que deixamos?

–Quem pode dizer? – Donald entrou na conversa – São histórias muito mais antigas do que nós. A escuridão estava aqui antes mesmo do surgimento dos mundos, é claro que ainda há muitos segredos escondidos.

–Bom, isso deixa duas possibilidades – observou Riku – Ou quem está controlando os Heartless é realmente a petulância em pessoa ao começar algo assim numa hora dessas, ou...

–...ou então, esse é um plano bem mais antigo do que parece – completou Kairi – Talvez anterior à Maleficent, ou à Organization. Talvez estivesse esperando que ficasse um vácuo.

–Faria sentido – disse Goofy, pensativo – Os Heartless que sobraram iriam seguir aquele que tivesse mais força. Isso daria uma chance de começar um plano, sem repetir os erros dos anteriores.

–Tá, eu tô confuso! – retrucou Sora – Por que Maleficent faria isso? Ela já teve duas chances de vencer, e vocês se lembram do que aconteceu da última vez! Por que ela iria recomeçar tudo do mesmo jeito?

–Talvez não seja o mesmo jeito – disse o rei – E talvez nem seja ela. É esse o problema. Não sabemos.

Seguiu-se um instante de silêncio. Então a situação era grave e eles estavam no escuro. Que ótimo. Era uma bela maneira de começar uma jornada.

–Bem, acho melhor começarmos com perguntas mais simples – disse Riku, por fim – Qual é a sua, Leene? Como você veio parar no meio dessa bagunça.

–Ah, isso! – ela riu – Bem, tem pouca coisa a comentar. Eu sou de Radiant Garden. Há alguns anos, quando os Heartless começaram a bagunçar os mundos, tentei lutar contra eles, assim como tantos outros. Mas eu ainda era fraca, ainda não conseguia combatê-los. Então, decidi me aproveitar do fato de que os mundos estavam conectados e comecei a viajar por eles, para me aprimorar. Quando a porta foi fechada, fiquei um tempo parada num lugar chamado Waterfall City, até que o rei me encontrou, há pouco tempo atrás.

–Waterfall City era um refúgio de Nobodies até pouco tempo atrás – explicou Mickey – Só conseguimos encontrá-la há pouco tempo, e foi uma surpresa encontrar alguém de Radiant Garden. Ela não sabia o que havia acontecido desde que a porta para a escuridão foi fechada, e não sabia ao certo com o que estava lutando.

–Sério, esses tais de Nobodies são mesmo assustadores – comentou Leene – Muito mais do que os Heartless. Levou tempo até eu descobrir seus padrões de luta e conseguir lutar contra eles. E agora estamos aqui... e eu estou voltando para casa depois de cinco anos...

–É, sabemos bem o que é ficar longe de casa – disse Sora, compreensivo – Mas você está voltando, isso não é bom? E agora poderá ajudar a reconstruir Radiant Garden!

–O engraçado é que, quando eu fui embora, o lugar ainda se chamava Hollow Bastion... – ela tinha o olhar distante – Esse outro nome é mais bonito, sem dúvida. Espero que a cidade fique à altura dele.

Eles continuaram conversando. Leene falou a respeito de Waterfall City, que era uma cidade antiga e muito bela, mas que agora estava quase destruída e tomada por Nobodies e Heartless. Ela pôde perceber, pelas construções, que um dia ela havia sido a sede de algum reino grandioso e rico, pois havia grandes palácios e um enorme castelo, que parecia intocado pelo tempo, no centro de uma cidade regular e muito bem construída. Por alguma razão, porém, ela não conseguia entrar no castelo, pois ele parecia estar protegido por algum tipo de barreira mágica. "Com um pouco de sorte", ela disse, "aquela barreira também não deixa aqueles bichos feios entrarem lá".

–Tenho certeza que já ouvi falar sobre Waterfall City em algum lugar – Donald dizia – Mas não consigo me lembrar de onde! Talvez Merlin saiba alguma coisa, precisamos falar com ele quando chegarmos.

Sora não se surpreendia por nunca ter ouvido falar sobre aquela cidade. Ele já sabia que ainda havia milhões de coisas que ele não fazia nem idéia que existiam, e estava feliz por poder contar com mais uma aliada. Leene parecia ter passado por muita coisa, e ele compreendia o quanto era difícil ficar tão longe de casa e por tanto tempo.

Em algumas horas, a viagem terminou, e eles se prepararam para pousar. De repente, o mesmo som ensurdecedor que eles ouviram do lado de fora da casa de Sora pôde ser ouvido novamente – a diferença é que dessa vez eles estavam dentro dele, o que o tornava quinze vezes mais alto. A luz também era cegante, e por um momento Sora pensou que sua cabeça iria explodir.

–É SÉRIO, EU ODEIO ESSA NAVE! – ele ainda conseguiu ouvir Leene esbravejar, em alguma direção que ele não conseguiu identificar. Então, o som parou, e a luz diminuiu, mas ainda assim ela continuou berrando – PARECEMOS UM SHOW DE FOGOS DE ARTIFÍCIO! PODEMOS SER VISTOS E OUVIDOS A CEM QUILÔMETROS DAQUI!

–Não seja exagerada – disse Mickey – E além do mais, aqui estamos em segurança!

Eles desceram, ainda sentindo que não tinham o controle total das próprias pernas. Radiant Garden ainda era a mesma, e ainda tinha muita coisa a ser restaurada, mas foi bom perceber que a praça do mercado estava muito mais animada e com mais lojas do que antes. Agora, havia uma sorveteria muito frequentada, e várias outras lojas.

–Nossa, eu não me lembrava dela assim! – disse Leene, com um sorriso, olhando em volta – Aconteceu mesmo muita coisa enquanto eu estava fora!

–Ei, olha só quem está ali! – apontou Sora – É o Cid e o Leon!

Sora, Goofy e Donald correram até eles, cumprimentando-os efusivamente e parabenizando pelos trabalhos do Comitê de Restauração de Radiant Garden. Cid deu de ombros, e respondeu:

–Ah, isso não foi a gente que fez! As pessoas estão voltando para cá e nos ajudando cada vez mais! Elas estão reconstruindo essa cidade e fazendo com que ela volte a ser o que era antes. E o que acharam da nova nave? Feita sob medida, a maior potência desse lado do universo!

–Eu tenho umas coisinhas pra falar a respeito da sua nave, Cid – então, Leene foi até eles – Ela é barulhenta, instável, pesada e espalhafatosa! Sério, é melhor você rever o projeto e rápido! Essa coisa é um holofote para Heartless, sabia?

–E quem é você? – ele ergueu uma sobrancelha, aborrecido.

–Fala sério, você não se lembra de mim? – então, ela sorriu – A pestinha loura que quebrava suas vidraças com shurikens?

–Do que você tá... espere um pouco... Leene, é você? – então, ele arregalou os olhos – Caramba, como eu ia saber! Você cresceu muito desde a última vez que nos vimos! Como chegou aqui?

–Leene... – Leon a cumprimentou com um aceno de cabeça, mantendo-se sério – É muito bom vê-la de volta à cidade. Espero que esteja tudo bem.

–Agora está – ela sorriu de novo – E a cidade está mesmo linda!

–Bem, onde está o Merlin? – disse Donald – Precisávamos falar com ele.

–Ele teve que ir resolver umas coisas, mas estará na reunião de hoje à noite – respondeu Cid – Mas a casa dele está aberta, vocês podem ir até lá e descansar da viagem.

Eles aceitaram a proposta na hora. A casa do mago estava como sempre, bagunçada e cheia de papéis, livros e objetos estranhos espalhados por aí. Sora sorriu ao ver a cena, e teve uma agradável sensação de familiaridade. Era bom encontrar coisas conhecidas, elas lhe davam segurança.

O problema é que isso não se aplicava a tudo...

Rápido demais, chegou a noite, e eles ouviram batidinhas rápidas na porta. Era Yuffie Kisaragi, a ninja, que exibia um grande sorriso ao cumprimentá-los:

–Quem é vivo sempre aparece, mesmo! – ela disse – Bem, pessoal, já tá todo mundo esperando lá embaixo. As obras estão ficando bem legais, vocês vão ver! – e, dando uma piscadinha, ainda acrescentou – Aliás, me disseram que vocês me trouxeram uma surpresa, e que eu iria ficar sabendo na hora da reunião... o que é?

–Bem, seja o que for, vai ser surpresa para nós também – respondeu Goofy, dando de ombros – Não sabemos mesmo do que você está falando.

–Hum... sei – ela não acreditou – Bem, vamos logo, ou vão perder o começo.

Eles se entreolharam. Uma surpresa para Yuffie? Bem, até onde sabiam, não havia nenhuma surpresa para ninguém... não intencional, pelo menos. Eles a seguiram pelas escadas, e foi bom descobrir que, no lugar do que antes eram apenas escombros, havia uma casa iluminada e aconchegante, com um letreiro onde era possível ler "Comitê de Restauração de Radiant Garden".

–Sejam bem-vindos à nossa nova sede! – disse Yuffie, com um tom solene – Já tá todo mundo esperando. Ainda não tá totalmente pronta, mas garanto que o teto não vai cair em cima de vocês.

–Nossa, ouvir isso é muito animador... – disse Riku, dando uma piscadinha para os outros.

–Shhh, não diga isso! – Kairi o repreendeu, cutucando-o – Eles estão se esforçando, tá?

Ele só a encarou com uma expressão de "o que eu disse de mais?", e ela o fuzilou com os olhos, enquanto os outros riam. Logo, eles tomaram seus lugares em volta de uma mesa. O lugar ainda precisava mesmo de muita coisa: ainda não tinha acabamento, o chão ainda era de pedra irregular, mas ainda assim era um começo para a reconstrução da cidade. Leon, Merlin, Cid e Aerith já estavam lá, e os cumprimentaram assim que chegaram.

–Olá, amigos! – Merlin foi o primeiro – Que bom que vieram! Aconteceu tanta coisa desde que vocês estiveram aqui pela última vez...

–É bom estar de volta – Sora sorriu – Mas soubemos que há problemas à vista. O rei Mickey nos adiantou algumas coisas, mas queríamos saber exatamente o que está havendo.

–Bem, os rumores estão se espalhando muito rápido – explicou Leon – Alguma coisa sombria... maligna... se arrastando pelos mundos. Mas é diferente do que já enfrentamos antes. Não parece ser feito apenas de sombra, e sim de puro mal.

–Maleficent? – arriscou Goofy.

–Com certeza ela está envolvida – respondeu o rei Mickey – Mas não sozinha. É algo mais antigo que ela, mais poderoso, e com certeza muito mais terrível.

–Mais antigo? – Donald ergueu uma sobrancelha – Mas, então, quer dizer que...

Ele não chegou a terminar aquela frase. Havia alguém na porta, anunciando-se com barulho.

–Nossa, pessoal, desculpem o atraso – era Leene – Eu estava cumprimentando o pessoal daqui. Sabe como é, já faz tanto tempo que...

–Então era dessa surpresa que vocês estavam falando? – ela foi interrompida por Yuffie, que naquele momento parecia totalmente furiosa – O que você está fazendo aqui?

–O que... ah, é você! – então, a voz de Leene se encheu de desprezo – Eu sabia que você tinha que aparecer para estragar o momento.

Sora observava a cena sem entender absolutamente nada. Então Leene e Yuffie se conheciam, e pelo visto, se odiavam. E, aparentemente, ninguém havia se lembrado de mencionar esse pequeno detalhe a eles. Mas o que havia acontecido com elas? E por que justamente agora?

–Parem com isso, vocês duas! – retrucou Cid, azedo – Não dêem atenção a elas, isso já acontece desde que elas tinham quatro anos. Precisamos de foco, aqui!

–Você disse que isso era mais antigo que Maleficent – disse Donald – Mas o que seria?

–Ainda não sabemos – respondeu Aerith – Mas essa magia... sim, com certeza é tão antiga quanto as bases do universo. O problema é que, exatamente por ser tão antiga, é difícil determinar a sua natureza.

–Vou procurar Yen Sid assim que puder – continuou Merlin – Talvez ele saiba algo. Mas a quantidade de Heartless aqui em Radiant Garden está aumentando, e precisamos proteger nossas bases.

–Podemos ir até ele – sugeriu Sora – E assim, aproveitamos e damos uma olhada em Twilight Town, pra ver como estão as coisas.

–Seria ótimo – concordou Leon – Nossa comunicação com outros mundos ainda é fraca, e a única forma de saber como as coisas estão indo é visitando-os. Também é uma forma de descobrirmos um pouco sobre essa forma de magia.

–Acha que deveríamos dar uma olhada em The World that Never Was? – perguntou Riku.

–Seria uma boa idéia – disse Merlin – A passagem que levava até lá, porém, acabou desmoronando. Vocês precisarão abrir um novo caminho.

–Eu apostaria naquele lugar pavoroso para o começo de um ataque de Heartless – disse Kairi, pensativa, observando os outros – Além do mais, Maleficent ficou para trás naquela luta. Seria esperar demais que ela fosse boazinha e decidisse viver feliz por lá, sem ferir ninguém.

–Seja o que for, acho que Maleficent está tentando morder mais do que consegue mastigar – observou Riku – Outra vez. Ela se superestima demais, e isso quase a destruiu uma vez. Acho que ela tentará ser mais cautelosa, mas o ego dela ainda é maior do que a prudência.

–E esse é um erro que não podemos cometer – disse Leon – Nossa cautela é nossa arma. Vencemos as últimas batalhas por uma inacreditável conjunção de fatores, mas não podemos contar apenas com isso. Ainda estamos em menor número, e nossas bases continuam desprotegidas. Traverse Town está praticamente entregue à própria sorte, e se não formos rápidos, podemos perdê-la para nossos inimigos.

–Bem, então nossa reunião está mesmo muito produtiva! – sorriu Mickey – Está decidido: Sora, Donald e Goofy, vocês vão até Twilight Town falar com Yen Sid, e conferir The World that Never Was. Leon, Yuffie, Aerith, a missão de vocês é checar Traverse Town. Cid, preciso de você aqui. Riku e Kairi, vocês irão junto com Sora. Twilight Town é a porta de entrada para um mundo muito perigoso, e vocês precisam de toda a força possível.

–E eu? – retrucou Leene – Eu fico para trás?

–Você passou tanto tempo fora – disse Merlin – Talvez seria melhor aproveitar um pouco a cidade.

–E deixar a diversão toda para vocês? Nananinanão! – os olhos dela se estreitaram – Eu vou com Sora.

–Mas nós estamos em menor número – queixou-se Leon – Se Leene vier conosco, ficaremos mais equilibrados.

–O quê? – Leene e Yuffie disseram ao mesmo tempo, se encarando, fuzilantes – Eu é que não trabalho com ela!

–Esqueça... – o próprio Leon murmurou, percebendo que não era uma boa idéia – Aerith, Yuffie e eu seremos suficientes.

As duas ainda trocaram olhares de ódio, antes que Mickey sabiamente encerrasse a reunião e Sora arrastasse a loura pelo braço em direção à praça principal da cidade. Ele não queria que ela e a ninja começassem a brigar bem ali na sua frente. Yuffie era mais alta que Leene, mas por alguma razão, ele acreditava que as duas estavam em pé de igualdade.

–Bem, e então, qual é o plano? – ela disse, animada – Temos muito a visitar!

–Acho que vamos ter que nos separar – disse Sora – Três em Twilight Town, três em The World that Never Was – Kairi e Riku protestaram ao mesmo tempo, mas ele continuou – É uma forma de cobrir mais área em menos tempo. A cada dia que passa, eles estão ficando mais fortes. Precisamos fazer isso.

–É... faz sentido – Riku acabou concordando, com relutância – Mas eu vou para aquele castelo. E é melhor não dizer nada ao contrário disso!

–Eu também – Leene retrucou antes que Sora pudesse dizer qualquer coisa.

–Ei, esperem um pouco! – então, Donald se manifestou – E nós?

–Leene e Riku junto comigo – disse Sora, por fim – Donald, Goofy e Kairi para Twilight Town. Sério, Donald, você conhece Yen Sid melhor do que nós, e eu conheço The World that Never Was bem o suficiente. Além do mais, os grupos precisam ficar equilibrados, para o caso de uma luta.

–Eu não gosto dessa idéia... – disse Goofy – Não sabemos o que vamos encontrar lá.

–Iremos todos juntos até Twilight Town – sugeriu Kairi – Nos separaremos lá. É mais seguro.

Sora engoliu em seco. Ele tinha um péssimo pressentimento em relação àquela viagem, e tinha medo do que poderia encontrar. De repente, a noite anterior já parecia muito distante e nebulosa, e um longo caminho se estendia à sua frente. E, agora, acabava de se deparar com a primeira decisão importante que tinha que tomar. Ele não queria tomar caminhos separados, mas não tinha escolha.

Mas, de uma forma absurda, ele sentia como se soubesse o que estava acontecendo. Era como se fosse algo trancado a sete chaves dentro da sua mente, inacessível a ele mesmo, mas de alguma forma ele sabia que estava lá a resposta que eles buscavam. Não era útil, era simplesmente estranho, inexplicável e um pouco assustador.

E Leene... ele sentia alguma coisa em relação a Leene, uma ligação diferente mas muito forte. Algo que ele também se sentia incapaz de explicar.

E, talvez por esta ligação, ele percebeu uma coisa interessante...

Um olhar, mais longo que o normal, que Riku lançou a ela de esguelha. Um olhar cheio de significados e de interesse. Sora teve que olhar uma segunda vez para se certificar, mas era inconfundível. Ela não parecia perceber, pois naquele momento tagarelava com Kairi, mas Riku não tirava os olhos dela.

E, aparentemente, Goofy também percebeu, e deu uma piscadinha marota para Sora.

Agora, um outro fator entrava oficialmente na equação, um fator louro, baixinho e barulhento que atendia pelo nome de Leene. Ainda era impossível prever o resultado, mas uma coisa já era óbvia: ela tornaria as coisas bem mais divertidas e imprevisíveis. E, de alguma forma, Sora sentia que não precisava hesitar em confiar nela. Ela era mesmo alguém com quem poderiam contar, o que era maravilhoso, considerando as opções.

E, agora, começava a primeira missão daquela nova jornada. Twilight Town. The World that Never Was.

Luz e sombra.


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Notas finais do capítulo

Nota da autora: e então, descobriram? Pois bem, a Leene foi inspirada em duas personagens do game Chrono Trigger (na verdade, ela é inspirada na Marle, mas acabei me confundindo com os nomes... realmente há uma Leene em CT, mas não foi ela a inspiração principal). Outras coisas como essa ocorrerão ao longo da fic. No próximo capítulo, vocês verão um outro personagem que já deu as caras em KH. Obrigado pela atenção, beijos a todos daqui e da comunidade Kingdom Hearts Brasil – Fics, que estão acompanhando KH:ML, e até mais!



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