Castelo de Cartas escrita por Clove Flor


Capítulo 10
Capítulo 10 - sometimes love's not enough; i don't know why


Notas iniciais do capítulo

Ok, esse capítulo foi difícil??? Porque eu fiquei 24/7 preocupada com ele. Escrever talvez nem tenha sido a parte mais difícil, mas sim ter coragem de publicá-lo. Espero com todo coração que vocês gostem e continuem acompanhando pra saber no que mais vai dar ♥

Então gente, estamos entrando na reta final! Mais um 3 capítulos? Acho que vai ser o suficiente. Vai demorar um pouco agora para eu postar - vou para o intercâmbio nessa terça -, mas não vou abandonar a história não! Me aguardem! Continuarei entrando no site diariamente, e se alguém quiser conversar comigo, pode me mandar msg ou falar cmg no twitter (@cloveflor_ ).

PS: VIRAM A CAPA NOVA?

Música do cap: someone new - banks (QUE ALIAS FOI O QUE ME FEZ COMEÇAR A ESCREVER A HISTÓRIA)
música do título: born to die - lana del rey


obrigada pelos comentários do cap passado!



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I am supplying you the time and space
to let you grow into the person that I know
that I know you could be
And I could be her too, and I'll come back to you
but I ain't ready for you baby

 

O vapor quente da água do chuveiro já havia tomado conta de todo o pequeno cômodo. Com a cabeça apoiada no azulejo do box, Jungkook perdia-se em pensamentos enquanto deixava seus problemas escorrerem para junto do ralo. Ele já havia passado do prazo de contar sobre sua vida para seus amigos. Era sexta feira, há apenas três dias e meio para voltar ao seu país de origem e ele não havia conseguido, sequer tentado, abrir sua boca para dizer aquelas palavras tão pesadas em seu corpo.

Ele esperava mais de si mesmo.

Estava tão decepcionado.

E a culpa não era de ninguém além dele mesmo por ter inventado uma história durante quase dois meses inteiros! Não havia escapatória: tinha de admitir que era provavelmente o garoto mais egoísta que o mundo já tivera.

Mesmo durante todo esse tempo tendo dito pra si mesmo que deveria aproveitar sempre ao máximo, viver o dia, ter novas experiências, amizades, tentar amar alguém, se mostrar capaz de ter uma pessoa especial para si mesmo... Não parecia certo. Não era certo. E nada no mundo justificaria seus atos.

Respirou fundo o vapor doce que o rodeava, a pele sob a água se tornando avermelhada pela quentura.

Foi quando um barulho se fez presente durante seu banho: eram batidas em uma porta, abafadas pela água do chuveiro. Jungkook arregalou os olhos, fechando rapidamente o registro e secando seu corpo molhado com uma toalha. Quem seria à uma hora dessas? Será que havia feito algo de errado e os vizinhos estariam reclamando? Ou o síndico havia vindo discutir sobre trancar o aluguel?

Ou talvez sua equipe havia chegado mais cedo, desrespeitando – mais uma vez ─ o seu espaço?

Não podia ser. Ele, por mais tempo que se passasse, não estava pronto. Não podia ir embora agora.

Vestiu o roupão branco que pendurava atrás da porta do banheiro e correu até a sala, molhando o carpete barato que forrava o piso de madeira. Os fios úmidos de seu cabelo grudavam na testa e no pescoço, mas Jungkook estava muito afobado para dar importância a qualquer coisa dessas.

Puxou a maçaneta.

Os rostos de quase todas as pessoas do mundo haviam passado por sua mente, menos o dela.

Savannah não mostrava uma aparência muito estável. Seu lábio inferior tremia enquanto seus dentes tentavam controlá-lo, a ponta do nariz vermelho, a pele pálida quase transparente destacando mais as sardas claras e os olhos verdes inchados completavam o visual desastroso da mais velha, que denunciava choro por alguma situação muito séria.

Jungkook estava assustado. Muito mais que isso

Estava apavorado.

Os olhos do coreano desviaram para um papel amassado entre os dedos da mais baixa, que segurava com força o que parecia ser uma ficha com o logo da BigHit...

Seu coração havia parado de bater e uma corrente elétrica percorreu sua coluna, vibrando na ponta dos dedos. Aquilo estava acontecendo. Era real. Todo seu estômago gelou com a situação que encarava, a garganta fechada para as palavras incapacitadas de sair.

─ E-eu... ─ tentou dizer algo, qualquer coisa para se justificar, para não afastá-la, para não a deixar ir...

─ Você o quê, Jeon Jungkook? ─ Savannah rosnou, a boca se contorcendo em uma feição contida de choro. ─ O que diabos você tem pra me dizer?

Era tanta coisa que nem sabia por onde começar.

─ E-eu... Eu posso c-colocar uma roupa... antes?

X

As mãos de Jungkook tremiam enquanto tentava encontrar alguma calça para vestir. Cada segundo que passava parecia uma eternidade ─ não sentia que estava em seu corpo. Sua temperatura estava muito mais baixa que o habitual e as paredes de sua garganta se contraíam para vomitar a janta diretamente dentro do armário. Mal conseguia passar as pernas nos buracos do moletom e um som sofrido saiu dentre seus lábios, raivoso.

Quando enfim voltou para a sala, Savannah o olhava irritada do sofá. Sua voz estava um tom mais aguda do que o habitual, os cantos dos lábios para baixo.

─ Demorou tanto por quê? Tava inventando outra história?

O coração do mais alto se contraiu com a pergunta e a sensação de ânsia subiu em sua traqueia mais uma vez. Ele apertou as mãos, estalando os dedos, nervoso. As palavras que aprendera em inglês pareciam ter sumido de seu vocabulário por um momento.

─ Eu... ─ conseguiu começar, as pernas bambas sob o corpo. Havia tanta coisa para contar e compartilhar com ela, mal sabia como iniciar a conversa. Optou por tentar ser o mais sincero possível para resgatar a confiança da morena. ─ Eu estou perdido.

As sobrancelhas de Savannah se franziram. Ela se pôs de pé no carpete, ficando diante do coreano.

─ Você não está mais do que eu. Kook, desde o primeiro dia que a gente se viu, fui aberta com você. Não fiquei jogando joguinhos; te apresentei pros meus amigos e te incluí na minha vida achando que podia confiar em você! E de repente eu descubro que não sabia nem o seu nome? Que todas as coisas que me contou eram mentira? Todo mundo apoiando, dando atenção e apresentando um puta mundo novo pro intercambista coreano, quando na verdade...

Savannah trincou os dentes, contendo as lágrimas. Jungkook tremia em sua frente, o rosto pálido como se pudesse desmaiar a qualquer momento, a mente em branco e pesada. Sentiu, então, o estômago revirando e um ácido lhe subir a garganta, queimando todo seu esôfago.

Correu para o banheiro do estreito corredor.

Conseguiu abrir a tampa do sanitário a tempo para despejar todo o líquido gosmento e de gosto azedo que ameaçava a sair desde que a morena havia entrado no apartamento.

Savannah apareceu logo atrás na batente da porta, chocada com a cena que presenciava. Jungkook tossia, engasgado com mais torrentes de vômito saindo impiedosamente de seus lábios, ajoelhado no piso frio. Seu corpo inteiro vibrava, tremendo com o nervosismo que corria líquido em suas veias.

E não era apenas isso que vazava de seu corpo. De seus olhos escuros, lágrimas escorriam incessantemente, riscando as bochechas coradas ─ tanto pela força que seus músculos fizeram para expelir o líquido quanto pela situação ao seu redor.

─ Ai meu Deus, Kook... ─ Savannah sussurrou, pegando a pequena toalha pendurada ao lado da pia e a molhando com água, sentando sobre suas pernas ao lado do garoto debruçado sobre o sanitário. O cheiro forte a fazia querer se afastar do ambiente, mas não conseguiria deixá-lo sozinho em uma situação daquelas. Por mais que não quisesse, ainda sentia esperança de que as coisas se consertassem.

Jungkook soltou um pouco de baba e a mais velha limpou com a toalha úmida, passando-a delicadamente sob o lábio avermelhado do coreano. Sua mão livre passou a esfregar as costas dele, tentado acalmá-lo, mas Savannah também precisava de consolo. Encostando a cabeça no ombro de Jeon, fechou os olhos e deixou as lágrimas finalmente descerem, silenciosas.

─ Eu não sei pelo que você tá passando ─ a mais velha soluçou, a voz embargada. ─ Mas você precisa me explicar. Eu - - eu prometo ficar quietinha, te ouvindo.

Jungkook tossiu mais uma vez, sentindo-se de alguma forma reconfortado pelo carinho nas costas. Um pouco envergonhado, puxou a toalha da mão de Savannah e usou-a para tampar sua boca, erguendo-se do piso frio e dando a descarga. O cheiro do ambiente já estava começando a ficar insuportável.

Silenciosamente, pegou de sua prateleira uma escova de dentes e passou a limpá-los. Savannah o observava ainda ajoelhada no chão, os olhos verdes inchados acompanhando cada movimento do mais novo. Ele jogou água gelada no rosto, tentando melhorar sua aparência e retirar quaisquer resquícios do momento passado, os dedos esfregando a pele vermelha.

Jungkook a olhou, apertando os lábios, tentando controlar os sentimentos que explodiam dentro de si.

─ Nós temos que conversar.

X

Savannah tinha a cabeça enterrada nas mãos, os dedos apertando com força os fios de cabelos ondulados. Seus olhos verdes estavam fixos em algum ponto do carpete, pensativos e distantes. Jungkook estava começando a ficar preocupado e desconfortável sentado ao lado da morena no sofá. Havia falado por quanto tempo? Certamente, fora mais de quarenta minutos. Havia muito para se falar de quase sete anos vividos com o grupo musical de seu país de origem.

Contou de sua audição, aos catorze anos, e de como fora difícil para si perder a timidez com todas as pessoas ao redor, inclusive os membros. Falou de Taehyung, que era seu companheiro de vídeo game e bagunça; de Jimin, que o tratava como o irmão mais novo que nunca pôde passar muito tempo junto devido o trabalho; Namjoon, o líder mais atencioso e inteligente que poderiam ter, de como o incentivou até o fim e tentou segurar suas pontas soltas; de Hoseok, que era quem puxava todos para cima e passava madrugadas tentando o ensinar novos passos de dança, nunca o deixando desistir, por mais que quisesse ao não saber executar algum movimento novo; e então havia Yoongi, que sempre fora introvertido e mais sério, mas possuía uma sensibilidade para compor que... Jungkook também gostaria de ter (e talvez fosse aí que começasse as intrigas). Contou de Jin também, que por ser o mais velho, sempre tomava a responsabilidade do grupo e cuidava muito de si, principalmente quando sentia falta dos pais ou precisava de ajuda para lidar com seus problemas.

Também disse sobre seu manager e PD-nim ─ praticamente todas as pessoas que compunham a equipe. Queria que Savannah soubesse de todos e tudo, sem mentiras, e visualizasse o ambiente em que o mais novo fora praticamente criado.

Jungkook não parou por aí. Além de cada pessoa, contou de sua primeira apresentação e de todos os prêmios ganhos – como o MAMA, por exemplo, e a emoção que sentiu ao subir no palco. Falou de quando as coisas passaram a complicar para o seu lado ao ter dúvidas sobre sua carreira e começar a se desestabilizar na música, causando muitos erros nos treinos e palcos, deixando todos irritados consigo – e as brigas e problemas que vieram a seguir.

Por fim, explicou sobre sua decisão de esfriar a cabeça ao sair por um tempo da Coréia, se encaixando em Columbia.

E a ligação que recebera do PD-nim.

A mais velha era uma bagunça de emoções. Inclinada para frente, tentava organizar seus pensamentos e as batidas do coração. Quando, não muito tempo atrás, deixou Jungkook entrar em sua vida, não era exatamente esse contexto em que ela imaginava que viveria. Não era com esse tipo de garoto ─ alguém famoso, que chama atenção e possui uma agenda com mais compromissos que dias do ano ─ que ela queria se envolver.

E por mais que gostasse dele com todo o seu corpo, como poderia abrir mão de tanta coisa por algo vivenciado em dois meses? Não era tempo o suficiente. Não poderia ser.

Seu coração doía.

─ Savannah? – ele chamou, sem conseguir aguentar mais o silêncio da mais velha. ─ Fala alguma coisa...

Ela ergueu a cabeça e o olhou no fundo dos olhos castanhos do coreano, que sentiu uma onda de arrepios subir pela coluna.

─ Isso é muito pra digerir.

Jungkook respirou fundo.

─ Eu sei.

A morena continuou estática, os olhos fixos no rosto do mais novo como se o avaliasse. Jungkook encarou seus dedos, brincando com eles sobre seu colo.

─ Como... – tentou, desconfortável. ─ você, hm... descobriu?

Por você que não foi” ela pensou em responder, mas engoliu duro, o coração ainda batendo forte no peito.

─ Eu assisti um vídeo; um clipe de música. Você estava nele.

Jeon franziu o nariz involuntariamente, pensando se talvez não fosse um dos antigos, quando ainda usava muito lápis de olho e era mais baixo que Taehyung.

─ Você... se lembra do nome?

Savannah balançou a cabeça, descrente das perguntas do coreano.

─ Isso não importa agora, Jungkook.

Ele se sentiu profundamente magoado com o modo que ela enfatizou seu nome como se fosse algo ruim, e ergueu os olhos, vendo-a sentada ao seu lado.

─ Na verdade sim, importa pra mim.

A morena chacoalhava a perna em um tique nervoso, pensativa, enquanto desviava-se do olhar do coreano. Ela queria conseguir odiá-lo, mas no fundo do coração grande que possuía, orgulhava-se de quem o menino era profissionalmente – não poderia desejá-lo mais sucesso -. Demorou alguns segundos antes de abrir a boca, quando finalmente lembrou as palavras que o refrão repetia:

─ Save me. Acho que era esse o nome.

Jeon suspirou. Era um vídeo quase recente, pelo menos.

─ Kook, eu... eu vou ser bem sincera com você. ─ ela sussurrou, a voz passando a ter um tom emaranhado, quase de choro. Seus cotovelos estavam apoiados nas coxas, as mãos unidas e o corpo inclinado para frente em uma posição cansada. Os olhos verdes nunca haviam secado. ─ Eu me sinto usada. E, além de tudo, muito decepcionada.

Jungkook fungou, arrastando a costa da mão sob o nariz, não a olhando, porque não tinha coragem. Não queria aceitar suas palavras e mal fazia ideia de como desmenti-las. Sentia que aquele era o único momento em que teria uma oportunidade de fazê-la entender e ficar, mas ele estava escorrendo como areia entre seus dedos, escapando e desmanchando-se no chão, sumindo a cada segundo.

─ Ei ─ ela chamou e o mais novo virou o rosto, encontrando as orbes verdes inchadas. ─ você é um menino incrível. Cheio de talento, paixão e gentileza. Você tem esse brilho nos olhos que é inspirador e amoroso, Jungkook... Mas tudo... tudo isso que você fez, desde o começo era errado. Não tinha como terminar certo. ─ respirou. ─ Você não pode esperar que eu aceite tudo sem... sem eu me questionar. Não estou pronta pra isso, Kook, não agora.

Ele fungou mais uma vez, sentindo os olhos voltando a arder.

Estava-a vendo bem diante de si, mas não podia alcança-la.

─ Eu juro que fui honesto sobre os meus sentimentos ─ Jeon verbalizou, a língua se enrolando um pouco com a declaração. ─ Eu não menti sobre isso - - nem uma vez. Com todo o meu coração, Savannah, eu...

Ele não conseguia falar, então olhou para longe.

Savannah abaixou o rosto, fechando os olhos com força enquanto esperava que seu coração parasse de bater tão forte. Ela sentia o mesmo, era tão óbvio, e não queria ter que ir embora. Não queria deixá-lo ir. Eram todos os momentos que haviam passado juntos tornando-se memórias distantes. Savannah nunca havia tido ninguém que a quisesse tão bem; que estivesse tão disposto a aprender e ensinar e compartilhar e amar.

 A morena abafou um soluço choroso com a palma da mão, lágrimas manchando seu rosto bonito. Era difícil.

─ Você vai voltar pra lá ─ ela começou, a garganta apertada. ─ você vai voltar pra lá e irá ter tempo e espaço pra se tornar a pessoa que eu sei que você pode ser, Jungkook. É aonde seu talento vai se aflorar, expandir, e todos os seus sonhos profissionais vão ser concluídos, porque sua vida tá feita em Seul; seus objetivos continuam lá, entende? ─ Savannah tentou enxugar as lágrimas, que pareciam não cessar naquela noite. ─ Não tem espaço pra você aqui. E não tem espaço pra mim, em você.

Ele mastigou as palavras ouvidas. Mantendo-se em silêncio, com o lábio preso sob os dentes, concordou minimamente com a cabeça, porque Jungkook estava forçando algo que sabia não ser verdade: como sustentaria um relacionamento à distância com a vida que tinha? Não conseguiria manter um mesmo se fosse com alguma staff. Como ela lidaria com toda a pressão de ter um idol vigiado e querido por toda a Ásia? Savannah não se encaixava no mundo dele e não era essa a situação que a morena estava aguardando ao se envolver.

Mesmo assim, não sabia como deixá-la partir.

Quando Savannah se ergueu do sofá, passando a mão na calça para retirar qualquer sujeira, Jungkook a olhou desesperado, o coração bombeando forte no peito.

─ Eu acho que vou embora.

A reação foi imediata. O coreano agarrou forte o braço da mais velha, um “não!” escapando de sua boca involuntariamente. Savannah ergueu as sobrancelhas na direção do estrangeiro, um pouco assustada. O que mais teriam para conversar? Tudo agora estava às claras e a americana não queria mais entrar nesse assunto tão doloroso. Precisava de ar fresco e tempo.

─ Se você for agora, n-não vai mais voltar?

A voz desesperada e trêmula de Jungkook passava uma imagem frágil e necessitada. Savannah observou seu rosto, com as maçãs proeminentes, os cabelos acobreados caindo sobre a testa, os olhos castanhos avermelhados; e sentiu pena. Porque ele tinha apenas dezenove anos e estava tão quebrado. Por mais que houvesse vivido muito mais que qualquer pessoa em sua idade, não estava sabendo lidar com os problemas do dia a dia, superá-los, e aparentava estar tão carente e indefeso...

─ Não sou eu quem está indo embora, Kook – ela sussurrou, porque em parte era verdade. E do que adiantaria continuar? Onde tudo isso a levaria? Precisava ter pé no chão.

─ Eu juro, juro, que sou a mesma pessoa de quando você me conheceu! – Jungkook afirmou, afrouxando o aperto na pele da morena para não machucá-la. ─ Por favor, Sa, fica... Eu nunca... Eu nunca tive ninguém como tenho você.

Ele teve que soltá-la para poder cobrir seu rosto quando começou a chorar forte, dessa vez. Sentia o corpo tremendo e vibrando com os soluços e tentativas de respirar entre tantas lágrimas que molhavam seus dedos. Talvez só tivesse se dado conta disso agora, quando as palavras saíram de sua boa. Quando que Jungkook teve uma garota que podia considerar especial, sair, falar sobre a vida, passar o tempo e trocar conhecimento? Quando ele teve alguém que o conhecia e o tocava tão intimamente? Era diferente com os membros. Havia muita coisa resguardada dentro de si, que não tinha coragem de dizer; seus segredos e pensamentos profundos eram sempre recebidos com deboches e piadas, mas não por maldade – por serem amigos há muito tempo e não se importarem mais realmente com isso.

Então sentiu lábios pressionando suavemente seus cabelos por longos segundos.

─ Vai ficar tudo bem. ─ ela sussurrou, a voz tranquilizando cada nervo de seu corpo.

 E sons de passos se afastando.

Quando ergueu o rosto, já estava sozinho novamente.


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Notas finais do capítulo

opiniões sinceras são bem vindas!
obrigada por lerem até aqui!



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