Não consegui acreditar quando abri meus olhos e vi Larry em minha frente. Eu devia estar sonhando, não era possível. O loiro se aproximou de mim, olhando-me em silêncio, com um sorriso incrédulo nos lábios que, lembrava bem, eram muito bons de beijar. Mordi meu lábio inferior, tentando não deixar minha mente ir por esse caminho.

— Lindsay? - eu o ouvi perguntar com a mesma voz rouca que usava em meu sonho.

Concordei com a cabeça, como se tivesse perdido minha capacidade de falar de repente. Larry abriu a boca, como se fosse dizer algo, quando Taylor e John entraram no quarto, seguidos de perto por uma Hailey que não aparentava estar tão preocupada, impedindo que o homem dos meus sonhos, que agora era mais real do que eu sequer poderia imaginar, falasse algo.

Meus amigos se aproximaram de mim, afastando Larry de uma forma que eu não consegui impedir, olhando-o incrédula enquanto ele saia do quarto em silêncio, sem desviar o olhar do meu. Suspirei, tentando dar atenção aos meus amigos agora que Larry havia ido embora, mas sem conseguir me concentrar no que eles falavam. Ainda mais considerando que eles falavam todos ao mesmo tempo.

***

Saí do quarto assim que este fora invadido pelos que eu imaginava ser os amigos de Lindsay. Não conseguia desviar meu olhar do dela e, ainda menos, tirar da cabeça a expressão que ela havia feito ao me ver. Provavelmente um espelho da minha própria face.

Não conseguia acreditar que aquela mulher era real e que eu havia batido justo nela, por algum acaso do destino. Pedi para uma enfermeira, a primeira que encontrei, entregar para Lindsay um par de ingressos para o show que faria com o U2 no dia seguinte ali perto e um bilhete que escrevi ali mesmo. Eu queria que ela soubesse da minha vontade de vê-la novamente, mas tinha medo de parecer algum tipo de louco, por isso escrevi somente que sentia muito pela batida. Agradeci à enfermeira com um sorriso, ajeitando minha camisa preta ao corpo e logo saindo do hospital. Suspirei ao lembrar que meu carro havia ficado no local da batida, o que me fez voltar para a recepção do hospital, pedir para que me chamassem um táxi.

Suspirei, já dentro do táxi, recostando-me no assento. Bono e Paul me matariam, eu tinha certeza. Saio para me distrair e acabo batendo o carro, que maravilha. Era um prato cheio para que eles ficassem na minha cabeça o resto da semana. Assim que cheguei no hotel, subi direto para o meu quarto e joguei-me na cama, pegando o telefone em seguida para ligar na recepção e pedir o telefone de alguma farmácia, onde eu pudesse comprar o remédio que o médico havia me passado.

***

Recebi alta naquela mesma noite e, quando estava saindo, uma enfermeira me abordou, entregando-me um pequeno invólucro com meu nome escrito em uma letra que eu desconhecia. Arqueei a sobrancelha, olhando para o papel em minha mão enquanto imaginava o que poderia haver ali dentro. John puxou-me pela mão livre até o carro, onde finalmente abri o pequeno envelope em minhas mãos, mordendo o lábio inferior levemente ao ver os dois ingressos para o show do dia seguinte.

— John, você tem planos para amanhã? - perguntei baixo, lendo o bilhete de Larry em seguida com um sorriso leve nos lábios.

— Hmm, não que eu me lembre.

— Quer ir ao show do U2 comigo? - mostrei os ingressos para ele, vendo-o sorrir largamente e aceitar meu convite em seguida.

O médico havia me passado somente um remédio para dor, já que eu não havia quebrado nada nem estava com algum tipo de ferimento mais sério. John e eu passamos em uma farmácia antes de voltarmos ao campus e ele me deixar em meu dormitório.

Conversei um pouco com minhas colegas na sala comum, mas só queria poder ir para o meu quarto e dormir. Pela primeira vez em muito tempo, eu queria sonhar com Larry. Queria ouvi-lo me pedindo um beijo. Eu definitivamente era a louca mais sortuda desse planeta. Havia batido justo no homem dos meus sonhos, literalmente falando.